Morte

Foto de Carmen Lúcia

O amor...

O amor gera a paz
Em nome da paz, a guerra... Extermínio...
Ódio...
Domínio...
Ostentação...
Uma só visão...
Ambição...
Auto-destruição...
Ganância...
Morte!
Dor!

Enfim...o que é o amor?

Foto de Carmen Lúcia

O amor...

O amor gera a paz
Em nome da paz, a guerra... Extermínio...
Ódio...
Domínio...
Ostentação...
Uma só visão...
Ambição...
Auto-destruição...
Ganância...
Morte!
Dor!

Enfim...o que é o amor?

Foto de Coyotte Ribeiro

Culpado, o Inocente

maldito seja o dia que foi conhecido!!!
ele é digno de morte.
não serve à nada
não merece clemência

este mundo não lhe tem
o universo não lhe cabe
rejeitado entre as nações
intruso entre os povos

seu nascimento não foi glorioso
o ventre que o concebeu a luz
não abençoou seu respirar
deixou-o para traz

por amar foi julgado
condenado sem culpa
seu crime escrito em lágrimas
está entre os perversos

essa é a hora de sua senteça
morrerá sem perdão
sem honra ao coração
será seu galardão

seu refúgio não vem das montanhas
o abismo o aguarda
sem manchas será lançado
sua raiva guiará seu rosto

cada lágrima derramada
será lembrada em mágoas
raiva guiará seu ódio
e não terá primórdio

sem manchas
o imaculado
sem pecado
incriminado

coração impuro
alma destilada
espírito sem vida

pedras sejam lançadas
espada lhe fira a alma
flecha aponte seu coração
seja sua morte sem perdão

Noturno...el Coyotte

Foto de Claudia Nunes Ribeiro

A DERRADEIRA POESIA

Um dia escreverei uma poesia definitiva.
Será a última,
A derradeira.

E com ela enfeitarei minha lápide.
Deixarei aos que me conhecem,
E aos desconhecidos que por meu túmulo passarem,
O conhecimento de como vivi minha vida.

Não quero que chorem ao ler a poesia.
Será breve, pequena, singela.
Assim como fui durante toda a vida,
Sem chamar muita atenção.

Um dia,
Quando essa poesia sair do meu coração,
Poderei então fechar os olhos, em paz,
E entregar meu espírito a imensidão.

Poucas linhas essa poesia terá,
Talvez apenas algumas palavras.
Ainda não sei bem o que escrever,
Quando souber...

É porque a morte já esta pra chegar.

Foto de Carmen Lúcia

Em nome do amor

Em nome do amor,
Luz pra mim tardia,
Eu apostei nos sonhos,
Perdidos n’alma vazia,
Deixei-me en(levar) por atitudes vãs,
Pensei nas emoções que traz o amanhã.

Rompi com meu decoro,
Com todos meus valores,
Perdi a compostura,
Desafiei as dores,
Esvaziei recatos, sorvi os desacatos,
De afeto em desafeto
Fiz horas de loucura.

De minha vida, uma roleta russa,
Exposta à própria sorte,
Tentei ousar-me à morte...
Queria que me ouvisse,
Ou simplesmente visse...
Minhas mudanças tantas
Meu jeito de te amar!

Foi tudo em vão, bem sei...
Não há como negar,
Teus beijos noutra boca,
Calaram meu sonhar...
Meus planos, amarguro,
Procuro não chorar...
Foi por amor, eu juro,
Que eu tentei mudar!

Foto de HELDER-DUARTE

Loucura

E nesta loucura; Neste vale de morte;
Em que parece-me, que não alcançarei o norte,
Neste estar só. Mesmo, nem em mim tendo solidão.
Cumprindo-se, em mim, a da «Menina e Moça» depressão.

Nesta ausência de tudo, em que ainda caminho e caminho.
Em que nem mesmo, sinto ter, ou vir a ter, enfim destino.
Nem em que ninguém, sinto a meu lado, neste sem ser estado.
Pois ser meu, somente sente, nem ter sido, mal ou bem fadado.

Pois não sinto, em mim existir, vida ou mesmo alguma morte.
Porém, às vezes outro sentir em paradoxo, aqui em mim se aninha.
No meio de tanta loucura, sem sentimento, de ter tido, alguma sorte.

Neste confuso existir, sentir, não sentir, também se faz abrir um caminho.
Mas este, com muita certeza, mesmo no meio de tanta, aqui incerteza minha.
É o de que, eternamente com Deus irei estar e d'ele receber muito carinho!...

Foto de TerrArMar

Porque Hoje é o dia do orientador educacional

Porque Hoje é o dia do orientador educacional

PAULO FREIRE

Mil novecentos vinte e um decorria,
Quando Paulo Freire Nasceu,
Em dezanove de Setembro seria,
E no recife, Pernambuco, aconteceu.

Aí, sua meninice viveu,
E, a ler, sua mãe o ensinou,
Um grande volte face se deu
Quando para Jaboatão se mudou.

Aqui conheceu a dor,
Quando seu pai faleceu,
Mas a solidariedade e amor
Também ele conheceu.

Conviveu, nas suas brincadeiras,
Com os meninos das favelas,
Conheceu a vida das lavadeiras
E também aprendeu com elas.

Podemos dizer que aquela dor,
Provocada pela paterna partida,
Fez de Paulo Freire o Educador
Que Aprendeu na escola da vida.

Foi aqui que se interessou
Pela problemática do Português.
Muitas dificuldades passou,
E, ainda novo, homem se fez.

O segundo ano do secundário,
Só aos dezassete anos o começou,
Foi um homem extraordinário,
Aluizio P. de Araújo que o apoiou.

Em quarenta e quatro casou
Com Elza, uma professora primária,
Cinco filhos é a prole que ficou
Dessa relação extraordinária.

Nesse meio tempo foi convidado,
Pelo colégio Oswaldo Cruz, a leccionar
Ali se vira, outrora, abrigado
E agora, ali podia servir a ensinar.

Director do sector da educação
E cultura do Sesi, órgão recém-criado,
É a sua futura ocupação,
Mas não é homem de ficar acomodado.

Nos anos cinquenta tem projecto novo,
É no campo da educação escolarizada,
Descobre-se o educador do povo,
Faceta, em si, cada vez mais vincada.

No recife, um instituto é criado,
Capibaribe, mas não está sozinho,
Tem muita gente a seu lado,
Que quer, prá educação, outro caminho.

Paulo Freire educou a educação,
Mas também a vida politica,
Mereceu a sua atenção e dedicação,
E em prol delas sua vida sacrifica.

Ao exílio se viu condenado,
Foi um homem incompreendido,
E escreveu, já no Chile exilado
A obra “Pedagogia do Oprimido”.

Esta “Pedagogia do oprimido”
Seria a sua obra maior
Mas Paulo Freire ficaria conhecido,
Por ser um grande educador.

Este exílio lhe deu alento novo
Para explanar um projecto pioneiro,
Mas preferia dar ao seu povo
O que ensinava ao mundo inteiro.

Trabalhou com afinco e confiança,
“Cultura popular, educação popular”
E também, “Pedagogia da esperança”
Outros livros que viria a publicar.

Livros, escreveu muitos mais,
Fez poesias de cariz educativo,
Colaborou com pedagogos mundiais,
O seu método mantém-se activo.

Foi homenageado por onde viveu,
América Latina, Estados Unidos,
E outros onde desenvolveu
Projectos ainda hoje reconhecidos.

Varias escolas o adoptaram,
A Europa rendeu-se ao seu valor,
As ex-colónias portuguesas despertaram
O seu espírito de educador.

Dois de Maio de Noventa e sete,
A morte o apanha à traição,
Um enfarte do miocárdio o acomete.
Morria um nome grande da educação.

O Brasil chora a sua morte,
Mas não esquece o seu contributo,
O mundo enaltece esta alma nobre,
Que fez da educação o seu culto.

Com Ivan Illich se cruzou,
E António Sérgio conheceu,
Com mais nomes trabalhou,
A todos ensinou e com todos aprendeu.

A dizer, muito mais havia,
Mas para não ficar complexo,
As fontes e a bibliografia,
Juntámos em páginas em anexo.

Terminamos a nossa reflexão
Com uma questão sempre nova
“De que servirá a educação
Se não for, permanentemente, colocada à prova?”

Foto de Carmen Lúcia

O que falam as rosas...

Quem disse que as rosas não falam,

Se ao vê-las me passam a linguagem da alma?

Cantam a vida, a alegria, a dor...

Falam dos sonhos, embalam o amor...

Soluçam baixinho gotículas de orvalho

E se curvam tristonhas, debruçam em seus galhos,

Se espinhos ferem a suavidade

Com que elas enfeitam a realidade...

Conversam com os amantes

Mostram-lhes cores vibrantes

Vermelhas, púrpuras, apaixonantes,

De aromas marcantes, insinuantes.

Parece que encurtam caminhos

Dos que vagueiam, os peregrinos,

Ladeando com muito carinho

As rotas por onde transpassam sozinhos.

Sorriem ao nascer do dia,

Dançam, acenam e dizem:-Bom dia!

Depois de exalarem perfumes

Na calada da noite silenciam.

Falantes, transmitem mensagens,

De amor, amizade...multicoloridas...

E aos noivos trazem felicidade,

O buquê é o sonho que se tornou verdade.

Da morte não querem falar

Mas sensibilizadas tentam amenizar

A dor tão sofrida, afagam feridas,

E descoradas parecem chorar.

Foto de Marta Peres

Morte

Morte

Deitado naquela cama,
Pálido, cadavérico,
Olhos parados, gemidos doídos,
Espasmos esporádicos,
No cemitério preparando
A cova funda,
Vermes já se ocupavam
da espera...

Marta Peres

Foto de Carmen Lúcia

Retrato da Vida

Num canto da sala balançava a cadeira.Por cima dos óculos ela só observava.Não dava palpites.
A rotina diária...Muita algazarra, correria. Todos apressados, em tropeços, passavam por ela.
Nem sequer percebiam que ela percebia.Olhava a todos e a tudo.Sem que ninguém a visse.
Os dedos já cansados esboçavam um bordado.Pareciam mecanizados, de tão acostumados a esses traçados.Chegavam à perfeição.
Seu rosto, sem expressão, semblante enrugado, eram marcas que ficaram, que o tempo lhe deixara.
Um tempo ausente que corria lá fora.Agora mais veloz, levando embora a vida, que ela via caminhar, além da janela, afastando-se cada vez mais.
Vieram-lhe as lembranças.Ricas lembranças.Criança correndo pelo campo, sem tempo, sem marcas, só esperança.Só risos.Sonhos.Fantasias.
Então cerra os olhos.Começa a imaginar.Ouve uma música suave.Esboça um doce sorriso e se pega a rodar, a girar, por entre flores, pés descalços na grama úmida...com o vento acariciando seu rostinho de criança feliz.De repente a criança põe-se a correr...para um lugar belíssimo, indescritível, inimaginável...
A cadeira já não balança.Permanece imóvel no canto da sala.
Caído ao chão, um bordado perfeito e já terminado.
Repousa de lado aquele rosto sem expressão, marcado agora pela morte.
A lida prossegue lá fora. E lá dentro, a rotina de sempre.É a vida!
Ninguém percebe a partida.

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