Momentos

Foto de Lou Poulit

Vida Longa aos Escritores!

Todo o meu trabalho artístico, artes plásticas e literatura, é o resultado de longos anos de um tipo de solidão pouco conhecida, docemente imposta pelo espírito da arte. Parece absurdo? Asseguro que não é. Se observarem bem, outras profissões também são muito solitárias.

O pescador que passa o dia e a noite no mar, por exemplo, só pode conversar com o próprio silêncio. Ninguém ouvirá a sua gargalhada, caso esteja alegre. Mas ninguém lhe dará um conselho ou amenizará os seus temores em momentos em que, pela própria solidão, o medo se apresenta concreto, tangível dentro dele. Todo pescador é solitário de alguma forma. Então compramos o fruto do seu esforço, sabendo que é saboroso e nutritivo. E por uma involuntária ironia, raramente o saboreamos sozinhos.

Quantas vezes entramos em um elevador, saímos e não nos lembramos de cumprimentar o ascensorista. Esse é um profissional solitário muito especial. Passa horas infindáveis em um espaço exíguo, por vezes lotado de pessoas que talvez não lhe escutassem, mesmo que mostrasse a elas o que existe no seu silêncio.

Creiam, não há tanta diferença assim no trabalho artístico. E por isso não se julgue o artista, mais que o seu trabalho. Há, entre a transitoriedade de tudo e a edificação de uma identidade artística (desde os seus alicerces conceituais e técnicos até o seu acervo propriamente) uma infindável e caudalosa sucessão de alegrias e tristezas profundas, de certezas frágeis e receios ferrenhos, que ele precisa amalgamar. Isso mesmo, é um amálgama. Todo artista é meio anjo e meio bruxo. Só que paga com a própria juventude a aquisição do seu arcabouço empírico, porque nenhum livro o daria.

Não vejo sentido útil em nenhuma arte egoísta. Nenhuma obra de arte, produto concreto da escuridão do seu autor, tem luz própria! Mas quando a escuridão do artista consegue tocar a do observador, usando a sua obra como veículo físico, aí a luz se faz... Não pela materialidade, ao contrário, pela sua expressão imaterial e subjetiva. O artista plástico trabalha recriando a luz física, muito especialmente os que trabalham sobre planos bi-dimensionais, como os pintores, mas é aquela luz, e não essa, que lhe alimenta a alma voraz.

Me perguntaram se são artistas os anjos-bruxos da arte escrita. Pode parecer um questionamento estúpido, mas tenho o hábito antigo de duvidar do que aparenta ser óbvio demais (antigo postulado dos ascetas da magia). A literatura é uma arte relativamente recente, porque prescindiu do estabelecimento (e, muito depois, da transmissão) de uma codificação gráfica, simbólica, que expressasse claramente as idéias para a posteridade.

Todas as artes expressam idéias, porém, muito antes do surgimento das instituições da justiça, os chefes sacerdotais desenvolveram, declararam sagrada e mantiveram em tumbas e labirintos as chaves da codificação. Vejam bem, embora tão no início, numa época de completo analfabetismo e desinformação, já percebiam aqueles senhores o imenso poder dos rabisquinhos nada caligráfricos que desenvolveram. Poder... Essa palavra tem tudo a ver com a história de sucessivas civilizações. Expressa uma idéia que tem amplitude máxima nas mãos do próprio Deus. Confunde-se com Ele.

Vejam que belo, a arte sempre surgiu como manifestação e meio de acesso ao divino. Ou seja, a escrita nasceu divina! Embora, inafortunadamente, tenha seduzido, por isso mesmo, a natureza egoísta e dominadora do homem. E mantida em cárcere, molestada por alguns privilegiados e seus favorecidos, durante muito tempo.

Vida longa aos poetas e escritores! Acabarão por entender que atribuir imortalidade ao seu amor, está muito além de constituir um mero lirismo. Hoje, a massificação da tecnologia multiplica esse poder, mas entenderão que há, mesmo no amor do menor dos poetas, um ideal divino de resgate. O poeta, esse tipo quixotesco não tem nada de louco, nem seu Rocinante é um pangaré inútil, nem sua Dulcinéia pode ser tão casta!

Sim, os escritores são artistas. Mas não o são como os outros artistas. Eles somatizam muito mais. Seus “eus” são de verdade, são muitos, e todos partilham o mesmo teto! Os escritos se vão, mas personagens ficam com todas as suas vicissitudes. São sacerdotes que sacrificam e são sacrificados, prostitutas que vendem sortilégios mas não compram a própria sorte, chegam a ser o céu de todas as suas estrelas e o mar que se esbate nos rochedos infindamente. Na sua escuridão dores e afagos, gritos e silêncios, sorrisos e lágrimas, não são vistos mas sentidos. Seus orgasmos são íngremes e sua paz pode ser um abismo insondável. Ora em sã penitência, ora uma orgia ambulante. Sempre sem testemunhas humanas.

Apenas os seus textos poderão ser vistos. Escolherão algumas palavras, para usar como uma larga estrada em direção ao seu âmago. Mas logo ela será uma picada pedregosa e um pouco além, não mais que rastros. No entanto, quando suas próprias escuridões forem tocadas, a luz se fará. E não será mais necessário seguir as palavras. Porque sendo elas plenamente compreendidas ou não, o messiânico destino do artista estará cumprido. Mais que isso: a luz da arte estará gravada na memória celular da posteridade e produzirá outras gerações. Ninguém mais julgará a sanidade do poeta... E dirão com muito mais lucidez: “Os poetas não morrem”.

Foto de Fernanda Queiroz

Amor sem fim...

Você nunca mais soube de mim
Nem eu soube de você
Mas você viveu em mim
Na saudade que ficou
No tempo que passou
E não te esqueci
Pensei em voltar
Te encontrar
Dizer que nada mudou
Que me amor é só teu
Que nada o fará acabar
Mas a distância prevaleceu
Minha voz emudeceu
Meus olhos entristecidos
Vivem momentos vividos
Que talvez tenha esquecido
Na tua ausência cravo meu pacto
No silêncio fecundo meu ato
Na lembrança de cada dia
Sem carta de euforia
Com voto de rendição
Com a mesma emoção
Te entrego meu coração
Sentimentos de uma vida
Que se estende até a morte.

Fernanda Queiroz
Direiros Autorais Reservados

Foto de piumhi10

Somos alguma coisa...

Somos a peça do tabuleiro,
somos o traço do pincel, pelos cantos nunca somos iguais.
Sentimos tanto quando estamos tristes mas em lugar de muitos
mentimos com gestos que acreditamos estar felizes...
Somos a xicara quebrada,a vida em mais um gole de café,
nao sabemos se o amor faz parte, somente tentamos acreditar em devaneios, utopia, esperanças que nos traz nesta frágio porcelana.
Somos e parecemos uma droga, tão rapido nos consumindo,sorrateando em poucos momentos estamos alegres, euforicos;mas derrepente tentamos ser uma nova dose de esquecimento;entorpece o pensamento, porém deslumbra na solidão...
Somos tudo e nada...

Foto de André Lajunza

Sempre te amarei

Sempre te amarei

Por quantas vezes lhe pedi
Cheguei até chorar
Por cada verso que lhe escrevi
A esse amor lhe implorar

Mas meu amor, esse não te esqueci.
Saiba que tu és a minha razão de viver
Digas-me por quantas vezes mereci
Viver longe do meu bem querer

Por você construirei um castelo
Feito com carinho e amor
O mais lindo e o mais belo
Para minha querida flor

Tu és a minha musa
E assim a cada dia se completa
Esse amor não à ninguém que se recusa
Ou tão pouco ser um poeta

Mas pela a ironia do destino
Foi me afastar do meu coração
Não quero ser apenas um menino
Que venho falar com emoção

Vivi lindos momentos com sua presença
Nada desses foi em vão com certeza
Por você é que meu coração balança
Saiba disso com firmeza

Querida você sabe que a amo
Porque me deixa-te a sofrer
Com esse amor que declamo
Pois tu és a minha razão de viver

Se almenos nesse mundo
Você me deixa-te te amar
Falarei-lhe apenas um segundo
Meu amor não que te deixar

Sem você não existe poemas
Nem tão poucos versos de amor
Que lhe falo sem problemas
Não sou apenas um poeta sonhador

Por mais que possa viver
Dessa musa não esquecerei
Ao seu lado quero prevalecer
Que para sempre, sempre te amarei.

Lajunza

Foto de fer.car

O QUE VEJO

Vejo pessoas com o olhar tão distante
Falta-lhes algo além do que já possuem
Falta-lhes vida, algo a mais a sentir
Vejo sorrisos falsos soltou ao léu
Sorrisos insatisfeitos com as coisas que vêem
Mas ante a frieza dos dias em que se vive, nada lhe basta
A não ser este sorriso mudo, sem vida, estático, que nada expressa
Vejo bocas que dizem barbaridades, amaldiçoam, denigrem
Palavras de ira, de revolta
Vejo que falta mais compaixão e piedade nos corações humanos
Diante de um mundo em que poucos são realmente dignos e probos
Em que poucos sabem o sinal de felicidade e do amor
E mais poucos ainda dormem com a alma limpa e a paz dentro da alma
Vejo que momentos são perdidos
Crianças são cada vez mais precoces e carentes de pais
Os sonhos cada vez mais longínquos
O amor mais comedido, frustrado e desejado
Vejo que muito se diz e pouco se faz
Muito se odeia e pouco se ama
Muito se critica e pouco se incentiva
Vejo que as pessoas não sabem mais acreditar no amanhã
E deixam de viver, de sentir, de serem mais além de si mesmas
Fecham-se em seu pequeno mundo
Calam as maiores dores e não sabem dividir sentimentos
Vejo que estamos na época do consumo exarcebado, da alma cada vez mais vazia
Onde está a poesia, a magia de ser e do existir, o calor, a brisa, enfim, a vida?
Onde está você que ainda sonha como eu, que ainda ama intensamente?
Onde está você que acredita no futuro, que luta, que persiste?
Porque não posso aceitar esta reles realidade, que me dilacera por dentro?
Não aceito esta mediocridade, esta falta de valores morais.
Quero viver com tudo que posso
Querer além de tudo, de mim
De meus anseios e de minhas próprias forças
Quero muito mais...
Porque simplesmente estou viva
E isso é o bastante, isso me basta
Para eu sonhar...
Porque o que vejo é muito pouco
Perto do que ainda sonho
E ei de sonhar sempre...

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de fer.car

O que vejo....

Vejo pessoas com o olhar tão distante
Falta-lhes algo além do que já possuem
Falta-lhes vida, algo a mais a sentir
Vejo sorrisos falsos soltou ao léu
Sorrisos insatisfeitos com as coisas que vêem
Mas ante a frieza dos dias em que se vive, nada lhe basta
A não ser este sorriso mudo, sem vida, estático, que nada expressa
Vejo bocas que dizem barbaridades, amaldiçoam, denigrem
Palavras de ira, de revolta
Vejo que falta mais compaixão e piedade nos corações humanos
Diante de um mundo em que poucos são realmente dignos e probos
Em que poucos sabem o sinal de felicidade e do amor
E mais poucos ainda dormem com a alma limpa e a paz dentro da alma
Vejo que momentos são perdidos
Crianças são cada vez mais precoces e carentes de pais
Os sonhos cada vez mais longínquos
O amor mais comedido, frustrado e desejado
Vejo que muito se diz e pouco se faz
Muito se odeia e pouco se ama
Muito se critica e pouco se incentiva
Vejo que as pessoas não sabem mais acreditar no amanhã
E deixam de viver, de sentir, de serem mais além de si mesmas
Fecham-se em seu pequeno mundo
Calam as maiores dores e não sabem dividir sentimentos
Vejo que estamos na época do consumo exarcebado, da alma cada vez mais vazia
Onde está a poesia, a magia de ser e do existir, o calor, a brisa, enfim, a vida?
Onde está você que ainda sonha como eu, que ainda ama intensamente?
Onde está você que acredita no futuro, que luta, que persiste?
Porque não posso aceitar esta reles realidade, que me dilacera por dentro?
Não aceito esta mediocridade, esta falta de valores morais.
Quero viver com tudo que posso
Querer além de tudo, de mim
De meus anseios e de minhas próprias forças
Quero muito mais...
Porque simplesmente estou viva
E isso é o bastante, isso me basta
Para eu sonhar...
Porque o que vejo é muito pouco
Perto do que ainda sonho
E ei de sonhar sempre...

Foto de THOMASOBNETO

Sentimentos da Alma

Sentimentos

Voa pensamento voa!
Deslize pelas sendas dos bosques,
Buscas em um leito solitário...
Uma alma jaz mortificada, em sonhos!

Olhos que se escondem, turbilhões de lágrimas.
Choradas ao frio vento, soluços e sofrimentos!
Momentos que são lenços de despedidas mal acenados...
Fazem rotas indecisas, farrapos de coração apaixonado!

Braços que se alongam em buscas, do nada.
Bocas que beijam o vazio desta vaga existência...
Atributos de loucura a uma frágil alma desiludida!

Alfombras de rosas que não desabrocham,
Luas que não desejam sol, ou noites de estrelas!
Vida que se apagou como uma chama, no candeeiro!

THOMAZ BARONE NETO.

Foto de m4rt1t4h

Escrever

Não sei porque escrevo... As palavras não transmitem aquilo que o meu coração sente... Uma vontade de parar de escrever cresce... Assim como a vontade de estar contigo, de te dizer ao ouvido o quanto és especial, que és a peça mais importante do meu puzzle, que quando estou contigo sinto-me super feliz... Então páro de escrever... Para sonhar... Sonhar com todos os momentos vividos e aqueles que viram...

Foto de Francisca Lucas

Casualidade

Com olhar depreciativo
Ele leu a mensagem
E ficou pensativo.

Alegando estar de passagem
Ela usou na escrita
Uma palavra mal dita
A palavra "Adeus"

Um cartão
Que coloca em coma um coração,
Pois um fim na paixão,
Usando rápida execução,
Alegando casualidade.

Um incidente temporário
Que rendeu momentos
Inesquecíveis de felicidade!

(( Francisca Lucas ))

Foto de Enise

o tempo

as horas rolam,
momentos emergem,
os dias existem,
as noites se espreitam...
o tempo avisa,
dá seus sinais,
cobra um pedágio caro,
rouba dos nossos sonhos mais raros
o recomeço para outros finais...

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