A propensão de pensar,
medir, somar, entender,
destoa do cansaço... o nutre.
A idéia aborta incompleta.
A poesia torna-se abstrata, ar,
vezes o sinto na pele, no éter...
Mas, não consigo d’asa do abutre,
salvar a cada borboleta...
Conexão, inspiração, sonhar,
fragmentados todos sem verter.
Na boca, o cansaço, tal salitre
a consumir todo gosto e faceta.
O sentir é agora o raciocinar...
O sentir: Indecifrável de dizer,
rápido e errático morcego, entre
o final do Sol e a noite feita.
Resta-me o súbito, zaz, espiar:
Pirilampos, meteoros, a vésper...
Sem poetar, só ver e deixar que entre
aos olhos... e ao peito se meta.