A SINDROME DA SATISFAÇÃO MENTAL (SSM)”
Esta pratica foi condenada por séculos a fio, sendo inclusive considerada uma doença, comumente tratada por neuropsiquiátras, mas hoje após mergulhar fundo no vão estreito e comprido da minha mente, descubro não se tratar de doença e sim de uma forma de auto satisfação, como se fosse uma gostosa masturbação cerebral, prejudicial em certos aspectos, mas extremamente gratificante na maioria.
Fui um garoto muito sonhador e realizei mentalmente milhares de fantasias em todos os campos quer seja no esporte, no trabalho, nos estudos, no amor, enfim em todas as áreas inerentes a compreensão humana, por incrível que pareça sentia mais satisfação na realização mental do que na física, por tais motivos deixei de terminar muitas coisas que comecei, e hoje após a constatação de que não sofro de nenhuma patologia sèria, tiro proveito da minha capacidade de me satisfazer mentalmente em muitas situações que narrarei no decorrer deste trabalho que julgo ser de extrema importância para quem divide comigo essa característica de realizar coisas a frente do nosso tempo, e eu me preocupo muito com as pessoas que vivem essas experiências, pois me crucifiquei a vida inteira, fui alvo de criticas de familiares e amigos por não terminar certas coisas que comecei ,coisa que hoje sei administrar e tirar proveito da mente que possuo não começando nenhum projeto que no meio venha a ter a realização mental total, e consequentemente sua interrupção física, pois passaria a não me interessar mais, já que seria sabedor dos resultados. O meu interesse em escrever este trabalho è na intenção de ordenar os pensamentos e projetos de pessoas iguais a mim, impedindo-as de se desgastarem com prejuízos financeiros, e nem de se aborrecerem com amigos e parentes ao receberem criticas consideradas por nós como inadequadas.
Essa nossa característica é uma ponte entre o mundo material e o extra-fisico, e quem a possue, pode se orgulhar de estar à frente do tempo, pois já chegou onde toda a população da terra sonha em chegar um dia que é no plano mental-dimensional onde a realidade é fruto de mentalização exaustiva e os resultados são de extrema satisfação.
AS DECEPÇÕES
Tinha eu pouco mais de dez anos de idade quando minha professora me chamou dizendo para que na outro dia minha mãe fosse até o colégio falar com ela, intrigado perguntei a mestra o porquê, já que julgava não ter feito nada que justificasse a ida de minha mãe a escola, e ela disse tratar de assunto entre as duas. No dia seguinte após voltar do colégio perguntei a minha mãe qual o teor daquela longa conversa que tivera com a mestra, e minha mãe preocupada disse, meu filho ela não falou nada de grave, a meu entender me alertou no sentido de prestar mais atenção a você, pois apesar de te elogiar, dizendo ser você um menino muito inteligente, suas notas não correspondem aos seus conhecimentos, achando ela que eu deveria procurar um psicólogo, pois algo diferente acontecia contigo, ela manifesta também sua total ignorância em relação a tal problema, inclusive não sabe discernir entre um provável problema ou uma mente privilegiada, portanto me aconselhou procurar ajuda de um profissional, coisa que nunca foi feito, pois em casa não sobrava dinheiro para tais luxos. Logo depois comecei a trabalhar e as coisas saíram um pouco do controle de minha mãe, pois dali para frente fui meio que dono de minhas decisões não extrapolando em nenhum sentido a conduta de um garoto de minha idade. O tempo foi passando fui crescendo e as decepções aumentando nada fazia sentido o colégio já não me interessava ,às matérias que os professores passavam eram sempre enfadonhas tinha a nítida sensação de que já sabia tudo aquilo, embora chegasse às provas e tirasse notas baixas, muitas eram as vezes que tirava a nota máxima em um trabalho e no outro beirava a nota mínima, vez ou outra era chamado de alheio, e outras de gênio, e nesse ziguezaguear literário desisti do colégio ao completar o segundo grau não me interessando por nenhum curso, fui apresentado por minha mãe a diversas carreiras, advocacia, engenharia, medicina, nada me interessou, em casa era eu e uma irmã completamente normal tinha uma carreira brilhante sabia o que queria e eu completamente desnorteado, quando foi aventada a possibilidade de ingressar no curso de direito, passou um filme na minha cabeça me vi estudando me formando e vivendo uma vida medíocre trabalhando em causas nojentas, defendendo crápulas, assassinos e fraudadores e não quis isso pra mim, da mesma maneira foi à engenharia, me vi trabalhando em projetos medíocres economizando material e mão de obra e pondo em risco a vida de inocentes, na medicina vi-me batalhando em hospitais sem nenhum recurso expondo à vida de pessoas as condições precárias desta área em meu Pais, por tais motivos decidi não seguir nenhuma carreira que contrariasse aos meus propósitos.
Migrei para o comercio meio sem saber para onde olhar, segui o ramo de meu pai, mais por continuidade do que por vontade, não me desagradava e em certos momentos ate prazer conseguia extrair, mas as decepções sempre me acompanhavam.
No amor também sonhei e vi onde ia chegar e me decepcionei e assim possibilitando o fim do relacionamento, a melhor coisa que aconteceu, pois pela primeira vez na vida fiquei algum tempo sozinho e permitindo-me a investir no auto conhecimento.
Com o mergulho profundo nos obscuros quadrantes do cérebro achei explicações para aquele "alheio" da infância que me acompanhava até então, o interessante que pesquisando a mente humana descobri que aquela característica dita por muita gente como menor, pejorativa, poderia se transformar em uma arma fortíssima aos conhecimentos de gente bem intencionada, e por ai que decidi seguir, tudo a que deixei por fazer tratei de terminar ou providenciar sua execução, revitalizei meus sonhos e estou conseguindo concluir tudo com muito prazer, muita satisfação, descobri como funciona a mente das pessoas iguais a mim e por tal motivo escrevi esta crônica.
Meus amigos fiz loucuras com as viagens mentais a que tive acesso, misturei ficção com realidade e realidade com ficção, fiz uma tremenda salada mental, e hoje consigo conviver muito bem com minha característica que é de viajar nas profundezas da mente, creio que algum dia psicólogos vão cuidar de pessoas com esta característica e acho que o nome certo é SINDROME DA SATISFAÇÃO MENTAL.
Vida longa a todos!!!
EDSON PAES.