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Karine K. em Ter, 24/04/2007 - 22:16
Nesses dias minha alma vaga
marcada pela ausência de tuas mãos
teus olhos azuis mascarados
fogem para perto de um céu encantado
Ergo-me dessa cama negra
para insinuar meu corpo de fantasma
numa esquina de avenida qualquer
nessa cidade que urgi um mesquinho infinito acabado
Posso ver as vaidades demudando em faces vermelhas
à espera de serem apanhadas por garras afáveis
Oh, malditos são meus olhos reluzentes
que isenta toda essa brutalidade
Há sempre alguém que a mim se refira
como parte vil de toda essa escumalha
onde o infante ilusionista expõe com gracejo
as mundanas conquistas
numa vitrine cheia de carnes altercadas
Nesse coração vazio que um dia amanhecera
tocado por tuas quimeras vomitadas
esvaece sobre um ébrio sombrio
e segue moribundo dilacerando
a última gota de suor virginal
Não me culpes por beber o gozo do Diabo,
aquele que me afaga em noite estrelada
e acalma meu corpo inquieto
que corre sem parar
buscando o Éden das mil cores num nada.