Mal

Foto de Dulce Mendes

O Anjo e o Demônio

Anjo: luz; Demônio, escuridão. Como conciliar esses dois aspectos da personalidade? Não há conciliação. Anjo: candura, leveza, amor, caridade, afeto (que abranda o nosso coração).
Demônio: ódio, apego, trevas, luxúria (que nos persegue ferozmente...).
Queremos alçar o vôo mais alto e fugidio e ao mesmo tempo queremos reforçar os grilhões que nos prendem ás paixões mais baixas. Pobres escravos!!! O amor quando chega já nos pega de assalto, preenchidos de egoísmo, ciúmes. Apego e malícia. Anjo e Demônio, duas faces resplandescentes de fascínio, que nos atraem, nos arrastam, nos levam ao céu/inferno. Como fugir, se o desejo de experimentar certos prazeres é justamente a parte mais cruciante da minha dor?
Em minha alma trava-se uma batalha fatal e eterna, do bem contra o mal. Quem vencerá? O Anjo/Bem, com sua espada de luz, sua caridade que acolhe; sua suavidade, que abranda; seu amor, que perdoa? Ou o Demônio/Mal, com seu magnetismo, que prende; sua voz, que seduz; seu olhar, que promete? Não! Não! Nessa guerra não há vencido, nem vencedor, pois um não vive sem o outro. Essa dualidade é parte intrínseca do ser humano. Somos o nó que une as divindades. Somos o campo fértil e latente de amor, ódio, desejo, apego, bondade, suavidade... Somos ricos e privilegiados; desgraçados e perdidos. Vivenciamos a VIDA em todos os seus aspectos: positivos e negativos. Atormentados joguetes do destino, possuímos o suposto direito ao livre-arbítrio. Livre (restrito) arbítrio, e uma consciência que nos aponta com seus dedos de garras, acusadores...
Quero fugir Quero ficar! Quero fugir do ódio que me agrilhoa; Quero ficar no amor que me liberta...

Foto de eterno apaixonado

Foi só o que restou

Pra você eu fiz planos,tinha sonhso e fantasias, mandei rosas, escrevi poesias.
Por você eu fiz coisas que eu nuca havia feito, que eunem sabia que tinha jeito, que era capaz de fazer.
O que importava pra mim não era a situação mas fazer feliz o seu coração.
Confesso que sentia um mal-estar ao olhar e ver no seu rosto um sorriso de alegria que me parecia forçado,mal explicado.Pena?Piedade?Ou simplesmente um ato normal?formal?
Um gesto de mera educação que alimentava a minha ilusão.
Num piscar de olhos mudaste da água pro vinho deixando-me sozinho, num triste caminho.
Pra casa voltei sem entender, eu e o meu sofrer.
Desesperadamente fui te encontrar novamente pra tentar entender.
Vocême disse então que não era sua obrigação me avisar que o seu coração já tinha outra paixão, menosprezando,dizimando, enfim mostrando a sau falt ade consideração, me pediste em vão pra não ligar que o tempo iria cicatrizar a dor.Mas e eu?E o meu amor?Fingir ter aceitado tudo e naquele momento fui ruas a dentro, madrugada a fora fui embora sem olhar pra trás pra não sofrer ainda mais.Quase não dormi, não consegui esquecer e nem entender.
Amanheceu...
Quando a raiva passou pensei em nós, em tudo que fizemos.Tive que admitir que não havia mais o que fazer.Sobraram perguntas cuja as respostas você não quis me dizer.
È inútil você achar que eu posso ser seu amigo, pois ainda guardo comigo uma dor, uma mágoa, uma tristeza, um sentimento de fraqueza que aumenta quando eu te encontro e qu eme acompanha aonde eu vou.
Tinha tudo pra ser inesquecível ,mas foi só o que restou.

Foto de Logan Apaixonado

AMOR DE MUTANTE II

Puseste a sangrar meu orgulho ferido...
Pareço agora um anjo caído...
Torno a afirmar, meu doce cupido...
É fruto proibido...
Sangra sem cessar, meu coração partido...
Sinto que foi definitivamente perdido...
Sentimento mal compreendido...
Pelo meu coração bandido...
Até no meu sonho querido
Aparece a tua libido...
É tu, querida, meu carinho escondido...

Foto de eterno apaixonado

Bem mais

O teu amor me dá forças
pra vicer o dia-a-dia,
traz alegria
pro meu coração,
é real, é tão bom
me faz tão bem!
A distancia traz a saudade
aumenta a minha vontade
de te amar.
Quero ser oteu abrigo
pra te proteger de todo mal.
Cada palavra,
cada sorriso teu.
me faz acreditar
que eu nasci pra te amar,
rosa linda e rara
do meu jardim,
bem mais que um dia
eu sonhei pra mim.
Bem mais que o céu,
bem mais que o mar,
que o brilho das estrelas,
que a beleza do luar,
é você pra mim,
não faz assim
quero te amar.

Foto de Bianca Ruiz

Como dizer o que Amor

Eu estava procurando quem pudesse me dizer o que era amor,
Procurei nos dicionários, eles me disserem algo do tipo
“Atração afetiva ou física que, devido a certa afinidade, um ser manifesta por outro;
forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consangüinidade ou de relações sociais.”
Aquilo não eram exatamente palavras que me saciavam a dúvida,
Então continuei minha busca,
Uns diziam que podia ser pouco ou muito,
Outros me disseram que era uma coisa quase impossível,
E o que mais me intrigou foi quando me falaram que era fatal e inexplicável.
Passei anos tentando entender o que isso significava,
Quando eu já estava quase desistindo da palavra, você apareceu,
Senti um frio na barriga, a perna tremula e meu olhar fixado no seu.
Não consegui dizer se quer uma palavra, não sei o que aconteceu,
Dias e noites pensando em você,
Minutos e segundos passando e eu já louca para te ver,
O que eu senti naquele momento não tinha explicação,
Tentei pegar um papel para descrever, e cheguei a uma conclusão,
Foi intenso, fatal e inexplicável...
Logo lembrei das palavras que antes não me faziam sentido,
Tudo de repente teve encaixe,
Certeiro foi aquele cupido,
Mas eu quis experimentar mais daquilo que eu havia sentido,
Todas as vezes que eu te olhava não havia como resistir,
Eu poderia pensar em mil e uma histórias para nós dois,
Tive medo de não te ter, de você simplesmente ir,
Mas era só eu sentir que, nós estamos juntos,
Longe ou a sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem,
O amor só precisa de nós dois,
Mais ninguém...
Se você quiser ser meu namoradinho
E me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo sim!
E já que aconteceu, é amor,
Que seja fiel , sincero, verdadeiro,
Intenso e inteiro!
Resumo aqui, em novecentas e noventa e nove milhões de palavras,
Nem mais, nem menos, o que eu sinto por você,
Amor tão grande e eterno que sem você não posso viver,
Tanto amor que em todos os meus dias rezo a Deus,
Para não te fazer sofrer,
Agradeço por te ter,
Nunca pensei que eu fosse merecer alguém tão especial como você,
Que me faz sorrir, amar e sonhar como nunca ninguém mais conseguiria fazer,
Como explicar que você é o único, e que só você sabe como me proteger,
Suas palavras que me acalmam,
Seu jeito tão doce e forte de ser,
O medo de nos deixar perder,
Essa nossa insegurança de um dia todo esse nosso sonho acabar,
Esse nosso jogo de sempre nos conquistar,
Foi de pouquinho em pouquinho que entendemos nosso amar,
Amor, à nossa maneira, se torna a nossa perdição, e a nossa salvação,
Essa paixão que nos leva ao topo, e com medo de um sopro,
Que fizesse tudo cair ao chão.
Mas eu não quero parar, não quero te perder,
Vem comigo, vamos caminhando,
Nós precisamos estar para sempre juntos e aprender a viver.
Então não, não tenha medo,
Sim, sei que somos jovens, e tem muito tempo,
Muita coisa para acontecer,
Mas as coisas só aconteceram se você estiver aqui,
Ao meu lado, e não me deixe só,
Nada eu poderia fazer sem você me ajudando em cada passo,
Ninguém separará esse nosso laço,
Eternamente juntos e apaixonados,
Amantes e enamorados,
Estamos confiantes e entregues a esse amor,
Sei que não vou me arrepender,
Pois sei que vou te ter,
Em cada amanhecer, e anoitecer,
E nada mais poderá atrapalhar tudo que para nós esteja para acontecer,
Sem medo de me entregar a você,
De sentimento e alma sem pensar,
Se um dia esse nosso sonho vai acabar,
Porque se depende de mim,
Não acabará assim,
E simplesmente não terá fim.
Pegue a minha mão,
Tome meu corpo em seus braços e não me largue,
Nunca mais,
Não me deixe ir, porque eu também não irei o deixar,
Olhe nos meus olhos e me peça com jeitinho um beijo,
E à nossa maneira de amar,
Continuamos, em cada dia de nossas vidas,
Cada dia sem temer,
Porque não deixaremos nosso sentimento adormecer.
Palavras essas que me consomem,
Que me dominam, sem medo de pará-las,
Que tentam de tudo para te dizer, que para sempre é você meu homem,
Meu único e eterno amor,
Cheio de esperança, sonhos e esplendor.
Se me apaixonei?
Com certeza sim, e agora eu sei,
Amor Incondicional,
É o que eu sinto por você,
Que vencerá as barreiras, vencendo todo o mal,
Diz-me se é normal?
Amor tão forte, intenso e inteiro.
Pois não é, nosso amor é mais e muito mais,
Nosso amor é simplesmente especial.

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor.
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia.
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua, estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olho para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; só porquê estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir? – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, no chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como fantasma – não posso fugir.
Angustia-me, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade está mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz, eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido
pequenas e grandes coisas, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Chupo-te como uva, urino no esgoto - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é meu anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei aonde vou.
Virei olhando seu rosto; uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha penas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme!.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância, vou embora - você é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – lá você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marca os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova; sou invisível, nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre rouba um pouco.
Solitário ou nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Chamarei-te de Teresa, ela também cansa a minha beleza.
Responda-me com certeza; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Sim mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para estes tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio.
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda; me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura.

Foto de Ricardo felipe

Muros.

Ergui nos arredores de minha vida.
Muros negros de silêncio e calma.
Calei a revolta do mundo, calei o choro da alma.
Partindo sem deixar caminho ou despedida.

E enclausurando-me em virgem mundo,
d’argamassa úmida de que o sonho é erguido.
Não me encontrará nunca, o mal de ter sofrido,
em minha cidadela triste de negrura ao fundo.

Selei a porta da crença, perdi a chave da esperança.
Meu pai é mundo amargo, minha mãe, triste lembrança.
Não sobrou-me nada, nada a que eu tenha apego.
De meu passear contente só fiz, eu, desassossego.

Mas não desejo prece, choro, benção, volta, vida.
De que me serviria esta? Para outra despedida?
Antes estar morto vivo, do que vivo perder sua vida.

Foto de Ricardo felipe

Ter sido feliz.

Antes me assaltassem a fortaleza da sanidade. E distribuíssem meus desejos todos. Antes me impedissem as escolhas e os sonhos das noites, o devaneio e a graça do desejar. Antes me tirassem a vida, mas não me fizessem feliz. A felicidade é o pior mal, é a maior crueldade, a maior tortura e suplício, de quem ela não mais possui. Ser feliz é perder a capacidade, a vontade e a força, de ser qualquer outra coisa. É cegar-se para o cotidiano. É não mais suportar o tédio, a realidade, a vida. Me haviam ter feito infeliz toda minha existência. Assim, por segundo algum, eu sentiria o suplício da esperança, a humilhação e o pesar da lembrança. Saudade é ter sido feliz. E ter sido feliz è ser, agora, eternamente infeliz. Não há mas vida que lhe sirva. Não há mais cotidiano que lhe caiba. Ou coisa qualquer que lhe complete um segundo sequer. Ter tido a felicidade é perda insaciável, é perder sempre, todos os dias, todos os momentos. Ter sido feliz é transformar o futuro inteiro num puder ter sido. Rio algum correrá certo, montanha alguma deveria ser como é. Não haverão nunca cores novas ou novos ares, como deveriam ser. Tudo haveria de ser irremediavelmente diferente, do que será. Pois, sem a felicidade nada faz sentido. Nada tem motivo. Nada merece os abraços em recebida. Nada ama o novo. Nada é certo ou bom. Pra quem foi vítima da felicidade, tudo é saudade, tudo é lembrança.

Foto de brgigas

Não permito

Não permito que em mim cresça ódio de ti,
Não permito que assim te afastes de mim,
Não permito que um amor desapareça assim,
Não posso permitir que em mim surja ódio de ti.
Não permito isso em mim, simplesmente não!!!
Não posso assim viver com uma má recordação,
Não permito e contra isso nem tu nem ninguém pode fazer frente,
Pois não permito que em mim surja algo sem amor a ti.
Não são palavras amargas tristes e infelizes mal amadas que me vão mudar,
Não permito que este amor me deixe assim.
Que mais posso eu fazer do que guardar este amor só meu,
Para mim, sem significado mas assim.
Permito em mim, amor a ti amor a mim.

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

Páginas

Subscrever Mal

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma