Madrugada

Foto de pétala rosa

QUERIA AMAR UM POETA

QUERIA AMAR UM POETA

Vestida de luar te espero meu Poeta!!

Tambem de paixão me vesti para te amar, Poeta!!

Vem !!!!

Abraça o romantismo duma pétala abrindo e beija-me

nos cotornos do meu olhar.

Quero-te num caminho atapetado de mil desejos

E numa ilha de damascos

Pintar aguarelas desta paixão.

Vem !!!

Quero ouvir de ti gemidos de eternamente

E nos olhares da tua fantasia

Embriagares-me em chamas de desejo.

No cetim dos lençóis dançar a valsa da vida

E

Pintar um espaço branco em arabescos dourados,

na noite

onde te beijo, depois de te amar.

Ah! Meu Poeta Amante como posso esperar

Mais um outono para te amar, se os meus

olhos

Se perdem nas margens da minha cálida nudez, como?

Não quero segredos nem solidão, não quero escutar o vasio

das paredes, não quero o medo no perfume duma rosa.

Ai, saberás o que é o amor, um gesto, uma caricia,

Uma luz que cintila nas fronteiras do tempo.

Vem!!!

Lentamente...caminha no silêncio desta noite, onde a ternura

Se vestiu de madrugada, dentro de mim...

Amália Lopes

Numa noite de luar, março 2008

Foto de Raiblue

Liberdade ,ainda que poesia!

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Coágulos de pensamentos
Explodem na noite sanguínea
Derrame de desejos
Inferno no peito
E uma dantesca solidão...
Da janela, aguardo um cometa
Qualquer coisa
Que não me submeta
Que me salve de mim...
Hoje não quero me enfrentar
Quero somente transbordar...esvair...
Consentir todos os delitos
Ser o poeta maldito
Cuspindo as dores
Nos bueiros da carne
Hoje quero me prostituir
Sem cobrar nada
Hoje me dou de graça
Sem medo do gatilho
Da manhã seguinte
Hoje eu atiro na vida
E renasço livre
Do tédio dos dias
Dos remédios e horários
Dos medos diários...
Quero uma overdose de delírio
Tocar o nirvana dos meus sentidos
Num trance ... drum’bass
Ou qualquer ritmo...
Só por hoje, aborto a culpa
Corro o risco da inquisição
Atiro-me na fogueira
E mordo as estrelas
Lambo cada ponta
Meto a língua no meio
E a palavra cadente
Desafia o caos!
Goza o céu...
Gozo eu...
E o universo inteiro!
Partículas de versos
Orvalham a madrugada
Puro néctar...
O último gole de vodka
A última gota de poesia...
Enquanto o dia nascia...

(Raiblue)

Foto de NiKKo

Elipse

Eu não nasci.
Eu germinei pelo sol, pela lua.
A Natureza foi minha mãe bendita,
embora seja ela que me destrua.
Pois ela trás consigo a maldição
dos que amam sem saber.
Trás na madrugada o sonho da vida
e o pranto quando chega o anoitecer.
Ela me leva por caminhos inseguros
por onde minha alma fica perdida.
Por tantos caminhos sinuosos
onde sempre estou deprimida.
Assim espero o vento derradeiro
que venha dessa vida me arrancar.
Espero a chuva e a geada
para desta vida me levar.
Pois eu nasci com a madrugada
com a lua e com o sol a me aquecer.
Da lua herdei a beleza distante
e do sol o fogo que destrói o meu Ser.
Assim fui pecadora como Madalena
que reconheceu seu erro a tudo renunciou.
Mas eu não renuncio a nada
pois foi o sol e a lua quem me gerou.
E assim eu nasci com a maldição
dos que não sabem o que realmente querem ser
Só sei que a minha sorte é ingrata
e até me alegro pensando que vou morrer.

Foto de Bira Melo

SÚPLICA PÓS MORTIS

Se ao acaso o irônico destino,
Ou a mera fatalidade do viver
Trouxer hoje o janeiro do meu ser
De uma maneira inesperada
Não quero choro, nem risos, nem nada
Não quero vela, nem o pranto mudo
De uma gazela desesperada.

Flores... Para que se não há mais nada?
No meu esquife, não há mais necessidade
Pois que a matéria ali repousada
Não carece de ser decorada.

Sei que gostas de flores perfumadas
E eu, do simples, das flores e das floradas.
Em vida, somente em vida e mais nada!
Pois que em morte minha, já não gosto de coisa alguma,
Porque tudo tem um sabor de nada.

Tenho medo dos vermes,
Da escuridão da lápide,
Do gelo quente da madrugada
E esse medo faz com que te suplique
Que faças minha matéria ser cremada
E das cinzas: fazei um carnaval, uma levada
A travessia de São Paulo, o Morro
Da rampa do mercado, sairás na madrugada.

E em noite de Lua cheia
Por estrelas guarnecida
A poucas milhas da chegada
Espalha ao vento sobre o mar
Minhas cinzas flamejantes
Que outrora foi bela morada
Desta alma diminuta
Louca e eternamente apaixonada.

direitos autorais reservados. Poema in "Anjinho de Carvão".

Foto de Henrique Fernandes

ENXOVAL DE EMOÇÕES (amizade, homem vs mulher)

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O céu de uma noite linda é uma revelação
Um sumário de estrelas num enxoval de emoções
Hóspedes nos pensamentos alusivos aos sentimentos
Que sinto por ti e se passeiam em mim com charme
Chegados de uma amizade configurada na madrugada
Onde o silêncio fora interrompido por uma voz íntima
De aceitação prévia do ser dos nossos seres
E o frio da rua confirmou quão sermos importantes
Nesta recém boa relação teada pelo destino
Que sem propósito nos propõe aproximação pura
Com a qual me identifico um ser verdadeiro e genial
Ao nível da qualidade humana que teu sorrir exige
Em ti transformo amor em carinho de lealdade
E a paixão numa confiança cordial sem ciúme
É um descontrolo da alma este desejo de te beijar
O desejo de te tocar é uma beleza que nasce natural
Tão idónea que mentia ao esconder-te o meu interesse
Como homem que sou e um simples macho animal
Pelo teu exterior de mulher nesse interior amigo
Dás um toque de magia ás acções que te direcciono
Organizando um espaço de respeito no meu coração
Um trono onde te vejo sentada confiando em mim
Um poeta dando lustre ás minhas intensas palavras
Com letras tenras que me confessam teu admirador
Fiel encorajador de sonhos e alegrias mútuas
E podes encontrar nos meus escritos a doçura do teu olhar
Que um dia olhei e confirmei uma verdade entre nós
Que sermos nós próprios compensa!

Foto de Sonia Delsin

ME AGARRAS...

ME AGARRAS...

Pelos cabelos me agarras.
Sou tua amazona linda...
Cavalgo em plena madrugada nos teus sonhares.
Cavalgo e vou leve pelos ares...
Tu a refletir.
A mulher que esteve nos teus braços é leve.
É calma.
Te faz bem ao corpo.
Faz bem à alma.
Me agarras.
Meu corpo branco se delicia.
Também o teu.
Quanto um ao outro propicia.
Somos onda e areia.
Somos palha e lume.
A aproximação incendeia.
Somos amigos, amantes.
Somos jovens e maduros.
Profanos e puros.

Foto de Henrique Fernandes

MARULHAR PRESO NAS FLORES DO CAMPO

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Sei que poderias nadar na minha praia e percorrer a grandeza das suas ondas ou a profundidade do meu oceano, mas não...apenas ficas imerso na superficialidade dos teus pensamentos e na frieza dos sentimentos.
Talvez aches que o Universo não tem a interdependência causal que faz de cada ser, único e especial.
Renuncias à poesia e renegas a (tua) magia mas eu sei, que à noite, ouves o (meu) marulhar...doce, suave, ritmado e profundo que, lentamente, te vai enchendo a alma e o espírito, inquietando o teu corpo.
No contorno da madrugada, eu sou tua amada...lua, tua...aroma, sorriso e toque que te provoca, e seduz, na candura de um olhar que te leva a (me) amar...

(turtlemoon)

Na montanha que me acolhe o coração, o (teu) marulhar… perfumado de inquietações, é digno de um louvor por um passeio pelo profundo do horizonte, onde o (meu) sonho indefinido lê os mexericos dos meus pensamentos de quem mora numa rua sem saída e a grandeza da tua praia, é um segredo preso nas flores do meu campo.
O cume montanhoso é renunciado pela poesia que te escrevo lá do alto de onde olho para esta terra com um sorriso na mão pedindo boleia ao sol que ouvindo a nossa voz, aquela voz que nos busca no tempo de saudade que vive em cheio a paisagem que nos separa e provoca a cada instante, gestos de amor na geometria dos vales e montes pintados com a tinta da natureza e do profundo do teu oceano.
Contorno a madrugada fria com o cheiro da erva fresca, e tudo é tão verdadeiro ao cantar a minha solidão pelo vento que ás vezes me trás a brisa da tua praia fazendo bailar as flores á beira da estrada contemplando a direcção até a ti na interdependência causal que te faz um ser único e especial.
O teu amar-me brinda emoções que têm sido a minha luz longe do teu mar, coberto pela (tua) imensidão de mulher…

(Henrique Fernandes)

Turtlemoon & Henrique Fernandes

Foto de NiKKo

Eu te recordo.

Eu te recordo quando a noite cai mansamente,
deixando pontilhado de estrelas o céu escuro.
Quando a madrugada chega apressada com o sol
despertando as pessoas que começam a fazer barulho.

Eu te recordo quando a chuva cai e lava as ruas,
levando na correnteza tudo o que encontra pelo chão.
Quando um raio rasga o céu rompendo o espaço
fazendo soar forte e bem ao longe o som do trovão.

Eu te recordo quando os pássaros em revoada,
sozinhos ou em bandos, soltos ficam a voar.
Quando vejo os filhotes que seguros em seus ninhos
esperam tranqüilos a comida chegar.

Eu te recordo quando vejo o mar quebrando nas pedras
deixando sua espuma branca deitada na areia.
Quando vejo que suas ondas contornam as pedras
que toda a encosta das montanhas ele serpenteia.

Eu te recordo quando o vento vem tocar meu rosto
trazendo seu cheiro e seu perfume pelo ar,
que acariciando suavemente meus pelos com seu frescor
fazendo com que minha pele, sem pejo fique a se arrepiar.

Eu te recordo na água pura e cristalina que eu bebo
no fogo que me aquece o corpo com seu calor.
No vento que murmura seu nome em meu ouvido,
na terra que gira, gira mas não me rouba essa dor.

Eu te recordo a cada segundo desta minha vida solitária
Pois mesmo que eu queria não consigo te esquecer.
Eu te recordo em tudo que faço e vejo, simplesmente
porque você é a única, razão do meu viver.

Foto de Mentiroso Compulsivo

NOITE QUE FOI MADRUGADA

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Esta noite foi a noite que foi madrugada
Em que ao sexo ficaste por mim devotada
Como quem se prende num jardim
De sons de flores a chamar por mim
Resguardados na jarra que deixei
Olhares lançados deitados na cama
Sobre um corpo de curvas moldadas
Entre lençóis brancos desdobrados
Nuvens suspiravam teu sono, ou seriam sonhos?
Vi teus olhos verdes num embalo fechados
Sentia o ar que junto a ti respirava
Como uma perpetua carícia incandescente
Que dentro de mim entrava para sempre
Caminhei em direcção a ti e junto de ti
Invoquei aos deuses a imagem de Afrodite
Sonhos invisíveis brotaram do silêncio
Incontidos em pianos de espuma com cio
Eras corpo azul pelo âmbar da manhã
Capaz de perdurar adormecida para sempre
Na chama de um nome que ao mundo não digo
Nesta noite que foi madrugada
Foste pedaços de muita coisa
Que eu tentei juntar e colocar
Mas havia sempre algum que ficava desfeito
Na chuva que caia, levado pelo vento
Eu abri a porta e sai, deixando-te a dormir ali.

© Jorge Oliveira

Foto de Mentiroso Compulsivo

UM BEIJO TEU

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Hoje senti um beijo teu
Sabias a sal e a luar
Queimei-me no sol do teu olhar
Falamos do nosso tempo
Quando eras um tronco que ardia
E eu a primavera verde que nascia
Dançamos em torno de uma camomila
Arrepiámos uma meiga carícia
Num sopro à luz da noite
Até ao apagar-se da madrugada
Nas águas cantantes do rio.

© Jorge Oliveira

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