Lugares

Foto de Sonia Delsin

NO SILÊNCIO DA NOITE

NO SILÊNCIO DA NOITE

Divido tempo, horas, com o silêncio.
Nele eu reflito, nele eu mergulho fundo.
Tento entender o mundo.
Toda a calma da hora que se arrasta lenta.
Toda onda que no meu imaginar se movimenta.
Tudo faz parte deste ser que pensa.
Que repensa.
Que de olhos fechados viaja lentamente.
Vai conhecendo lugares, gente.
Vai para trás, vai pra frente.
No silêncio sinto uma dor possante.
Angustiante.
Que vai se acalmando.
Que vai a um nada se tornando.
Então aspiro o ar da noite profundamente.
O perfume que me chega leve.
Penso em como tudo aqui é breve.
No silêncio eu e a noite dialogamos.
Ela me diz calma.
E eu me acalmo.
Ela me diz voa e eu vôo.
Ela me diz que tudo passa.
Que nesta vida somos como rolos de fumaça.
A noite é conselheira e eu a ouço.
Entre os fiapos de luzes escapo e alcanço uma paradisíaca ilha.
Nela adormeço.
Eu mereço.

Foto de CarmenCecilia

FOTOGRAFIA

FOTOGRAFIA

FILMEI VOCÊ NA MEMÓRIA...
DEI UM CLOSE NO CORAÇÃO...
E ME VI SEM AÇÃO...
A CADA REVELAÇÃO...

TANTA COR...
E CADA VEZ MAIS AMOR...
TANTO BRILHO.
E MAIS NITIDEZ AINDA...
NA SUA IMAGEM REFLETIDA...

TANTA LUZ...
NO MOVIMENTO QUE ME SEDUZ...
EM CADA CONTORNO TEU...
SOU SEU...

E NESSES MATIZES TODOS...
CADA MOMENTO REGISTRADO...
VOU MINGUANDO...
ÀS VEZES RINDO... OUTRAS CHORANDO...
POIS A EMOÇÃO VAI ME TOMANDO...

FICO INDO E VINDO...
DO PASSADO PARA O PRESENTE...
NO QUARTO ESCURO EM QUE ESTÁS AUSENTE...
MAIS UMA FOTOGRAFIA DE REPENTE...

MESCLANDO LUGARES.
INSTANTES DE FELICIDADE ÍMPAR...
O SONHO, O SORRISO,
O DEVANEIO, O DESEJO...
E É ASSIM QUE AGORA TE VEJO...

AH !!! ANTES QUE ME ESQUEÇA...
EMBORA ESTEJA TUDO NA LEMBRANÇA...
TODOS OS NUANCES...
TODO ENLAÇE...
SOPRO-TE MAIS UM BEIJO QUERENDO QUE UMA VEZ MAIS ME ABRAÇE!

CARMENCECILIA

Foto de Joaninhavoa

O JOGO

Hoje, vou traduzir teus medos
Vou pôr-te nu frente ao espelho
E contar os teus segredos
Num patamar gigante… com luzes
Na ribalta!...

Cartas de jogar
Lançadas sobre a mesa
Lembram-me sempre… destinos
de pessoas!...
O Jogo da vida são vidas
em Jogo… com cartas de jogar!

Vícios dementes, cadentes
Doentes… sofreguidão latente
Como quer pão e sem dentes
Quer absorver a corrente!...

O jogo começa e ansiosos
Os presentes participam decididos
Caprichosos, indecisos, comoventes
Permissivos e até cadentes!...

Há como que um marulhar
De vozes como o marulho do vento
Agora sai rei, sai rainha num lançar
Sobre a mesa redonda de sustento!...

Cruzam-se cartas, trocam-se lugares
E há sempre quem tenha uma carta
na manga guardada pr`a descarta
E surge uma volta em que não há pares!...

Mais um lugar uma aberta
Agora tenho um ás de espada
um ás de paus e um ás de valete
tenho fé no ás de ouro e zás!...

São trunfos que só eu tenho
Sorte minha pl`a certa
Vou fechar com um naipe
E alguém me diz, vai-te!…

Arrumam a mesa redonda
Confusa… como num jardim
Ao luar… mas aí está
Tudo a brilhar!...

JoaninhaVoa, em
11 de Janeiro de 2008

Foto de Poeta Desastrado

Escrevo

Escrevo desconfiando de mim mesmo
e se o que escrevo faz sentido.
Escrevo como quem chora, como quem sorri,
como quem sente e sente intensamente...
Como quem nunca viu o amor, de certa maneira...
Escrevo como quem vê além do que se vê;
descreve o que quer.

Escrevo, desta vez, escorregando as palavras para longe das ilusões,
escrevo como se tivesse sido minha a culpa.
Por tanto e por tão pouco
Por já ter sentido tanto e ainda assim, não sentir.

Escrevo como quem destrói e suspira o tempo,
como se ela não mais existisse,
como se estivesse a partir e
como se nunca tivesse chegado a lugar nenhum,
mesmo estando em todos os lugares.

Escrevo como quem não sabe falar,
e como quem não sabe mais sonhar,
esperar ou reagir.
Escrevo como quem não ama,
como quem ama,
como um professor e aprendiz.

Escrevo como já tivesse vivido,
mas como se nunca tivesse nascido.
Escrevo como um imortal cansado, da sublime presença da imortalidade,
em si.

Escrevo como o presente,
como um passado bonito, outro passado pavoroso e um futuro sorriso[será?],
como quem faz a passagem para o infinito.

Escrevo como quem pressente e une
versos, rimas triviais,
escrevo como quem não quer nada,
e como quem quer uma alma;
Só, entrelaçada.

Foto de Sonia Delsin

SONHEI-TE LINDO

SONHEI-TE LINDO

Sonhei-te lindo.
Beijando-me ardentemente.
Abraçando-me fortemente.
Sonhei-te lindo.
Sorrindo.
Sonhei-te chegando.
Vindo.
Não te sonhei partindo.
Do que é feito este meu tempo?
Dos vazios que deixaste?
Reconheço que contigo o meu sonho levaste.
E levaste mais.
Levaste a minha paz.
Aos poucos reconquisto minha identidade.
Aos poucos reconheço que partiste e me vergaste.
Mas sou igual bambu.
Eu envergo, dobro, mas não quebro.
Sonhei-te lindo em canteiros de sonhos...
Sonhei-te lindo em parques belíssimos.
E encontro meu eu nos lugares que sonhei para nós.
Meu eu que anda só aprende aos poucos que a beleza não morre quando morre um sonho.
Outros sonhos podemos sonhar.
Na vida tanta coisa pode nos chegar...
Sonhei-te lindo...e linda me encontro.
Nos encontros comigo me descubro sim... linda com meu sonhar.
De uma beleza interna, particular.
Lá do mais fundo de meu ser me descubro linda.
E ainda capaz de amar.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"CASA DE DEUS"

CASA DE DEUS

Lugares de aconchego espalhados pelo mundo
Edificações cravejadas de muitas histórias
Com conteúdo rico e profundo
Templos de paz, paradas de glorias.

Refugio de todo aquele que crê
Umbigo da terra, casa do cristão.
Morada daquele que olha e vê
Igrejas, templos, casas de oração.

Não importa o nome
É o propósito que interessa
É a casa de quem criou o homem
Lá ninguém te despreza.

Alimento daquele que é forte
Arma de bravos guerreiros
Nau que singra no mar tranqüilo da sorte
Tesouro para todos nós, seus herdeiros.

Foto de carlosmustang

"""QUANDO A PAIXÃO ACABA"""

Vou sair por aquela porta
Pois o que você me faz agora, já não mais importa!
Foi tanta indeferença, tanto jogo de cena
Que restou-me somente essa solução
Adeus então!

Confesso que é dificil isso
Já sinto a dor da sua falta
Mas tenho que continuar sem você
Pois foi tanto tempo...
Aprendendo a te querer!

Lembrança daquele sorriso lindo
Que me encantava, despojava minha atenção!
Com seu poder e encanto, me deixava flutuando
Com seus beijos, e suas mãos acariciando
O meu apaixonado coração!

Agora já é noite, tenho que ir...
A muitos lugares, mas não como aqui!
Tudo vai mudar, quando eu for embora
Outras emoções, talvez outras paixões!
O que vivemos juntos, sempre vai estar em mim.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de YUSTAV

O Maior Presente

Vídeo-Poético:" O Maior Presente" by Gustavo Adonias

O MAIOR PRESENTE

"Levantar âncora
Abrir as velas
Romper as represas
Quebrar as correntes
Trilhar o seu próprio destino
Jogar fora os medos
Retomar sonhos e desejos
Retornar à estrada um dia abandonada
Conhecer novas pessoas
Outros lugares
Sabores e sensações
Perceber que o poder de mudar está em nós
Renascer diariamente
Permitir-se o maior dos presentes
Ser feliz..."

(Gustavo Adonias)

Foto de Igor Vecchia

três poemas

O fim do amor

O amor uma vez quebrado,
Não tem mais solução,
Não pode ser remendado,
Acabou sua função.
Não haverá mais sofrimento,
De tal estranho sentimento.

Sem ele mais,
Ela volta e renasce,
A esperança capaz,
De que a dor passe,
Embora daqui a pouco,
Ele volte mais louco.

Homem de Rua

Ele é pobre,
Não tem estudo,
Mas de certa forma é nobre,
E com algum conteúdo
Suficientemente necessário
Para obtenção de seu salário.

Vivendo no breu,
Sem ter o que comer,
Foi lá onde nasceu,
É lá onde vai morrer,
O homem de rua,
Que mora em uma casa nua.

Problemas

A vida com problemas,
Todos têm,
Não seriam em meus poemas,
Que eles morreriam também,
Como em outros lugares,
Onde se anda nos ares.

Os problemas são mentirosos,
Todos têm solução,
Excluindo os amorosos,
Que não têm explicação,
Mas para os de mais,
Por favor, resolvam em paz.

Páginas

Subscrever Lugares

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma