Longe

Foto de Carmen Vervloet

SAUDADE AZUL

O sonho que me rondou a noite veio de longe...
De uma infância onde só existia amor
e o aconchego de braços a minha volta...
Meu pai oferecia-me um ramalhete de rosas,
mas dentre elas existia uma rosa azul...
E eu pensava: rosa azul não existe.
Já acordada busquei o tênue fio
que ligava o azul da rosa ao meu pai.
Eram seus olhos... do azul mais intenso que já vi.
Eram seus olhos... pedaços de céu
que sorriam e acariciavam...

Carmen Vervloet

Foto de guicarol

Longe de Você

mesmo longe daqui estou pensando em você
desejando o teu beijo seu abraço eu quero ter
você vem como uma ilusão e vai como as ondas do mar
Por mais que eu tente andar em outro lugar
é com você que eu quero estar!

se nos meus sonhos está
eu vou correndo para te encontrar

olhar nos teus olhos e poder te dizer
que eu amo você

Foto de Ayslan

*Verso (Amores podem ser Eternos)

Sabe vejo agora que não existem palavras tristes existem corações feridos sentimentos magoados e desprezados deixado ao vento onde as palavras serviram apenas como conforto um verdadeiro lenço para enxugar lagrimas conter a vontade de gritar...
Essas palavras jamais fará chorar quem ama e é amado e nada há entre si... Mas já que sofre ou quem já sofreu por amor...
Minhas palavras não representaram só minha dor mais sim de qualquer coração apaixonado que se coloque no meu lugar e tente sentir minha dor e sua dor... Sua dor meu amor...
Quem estiver lendo-as sozinho voltara para casa e abraçara como nunca sua amada, se estiver juntos procuraram as mãos e ao encontro irão se apertar dizendo com olhares nunca te deixarei meu amor... Se estiver sozinho... Bom quem estiver lendo sozinho sem nunca ter amado um dia ou quem nunca foi amando antes esperem apenas esperem um dia talvez um dia você entenda... Quem partiu ou quem ficou sozinho não posso entender ou saber ao certo o que minhas palavras podem fazer só os próprios pode dizer Já quem pensa em partir, desistir de viver uma verdadeira historia de amor deve ler varias vezes e pensar bastante sobre o que falo aqui, sobre o que sente, sobre sua amada. E então pense nos próximos dias distantes e agora avance e veja os próximos dias juntos toda uma vida e pergunte-se o que seu coração quer?
Para o meu amor enfatizo dizendo que “Cada verdade a seu momento”
Eu lamento agora através de minhas mãos tudo que já escrevi ate aqui gostaria de nada disso um dia escrever mais estavam todas essas palavras guardadas tirando meu sono dando-me vontade de chorar, eu não quero mais chorar... Sinto-me culpado de toda situação por tudo ter acontecido da forma que aconteceu... Acho que o erro foi existir. Chega de calar palavras antes tinha medo do que poderia escrever agora sei que não posso ler... Meu amor irei viver respirar por instinto sorrir para camuflar a dor e torce que as horas passem cada vez mais rápidas assim o pouco de vida que me resta acabe com essa grande dor que sinto. Meu amor eu estou partindo... Tenho uma linda historia para continuar a escrever vou ver minha vida em pedaços vou contar sobre uma dor insuportável, inexplicável... Uma dor que não consigo fingir meus olhos deixa transparente a cada segundo, minuto, hora que se passa, completam-se dias e a dor aumenta... Aumenta a angustia quero noticias, quero ouvir sua voz, quero cuidar de te, quero-te ver sorrir quero te segurar em meus braços, mas estou te perdendo para o tempo é insuperável todo esse tempo longe de te.
Sabe a dias que não queria se quer acordar... Onde ela está... Sentado na cama procurando de longe sentir seu cheiro sentir você mais pertinho de me... Agora percebo que as horas contigo não podem ser contadas, as palavras são sempre incompletas talvez todo carinho e atenção que tenho dado não seja o suficiente não sei se é por que estou sem você agora e tenho tanto pra te contar, tenho vontade de te abraçar e não te soltar mesmo que você peça dessa vez não irei te escutar me deixe ficar ali me deixe ficar contigo... Só me deixe ficar...
Não adianta... Irei escrever e escrever mais nada vai resolver... Ainda estou aqui não parti essas palavras descreve tudo que sei que vou passar pensei que dizendo pra me mesmo e me fazendo ler todas essas coisas todos esses momentos iria me fazer ficar ou aliviar um pouco essa dor sim essa dor... Mas não... Só adiantou só me fez sentir saudade antes de parti irei viver tudo isso de verdade, mas enquanto ainda escrevo e você esta aqui eu posso agüentar, mas quando você já não estiver quando essa distancia não for só de palavras...

Para: Priscila

Foto de Ayslan

*Frente (A partida)

Bom... É... Essas são coisas que jamais pensei que poderia esta escrevendo. Palavras que doem que me faz chorar que me fazem desistir de sonhar. Sim um dia desejei, criei em sonhos a companhia perfeita... Hoje digo não sonhe tão auto não deseje com o coração tudo pode torna-se real e na realidade as coisas tendem a seguir uma verdadeira linha de negatividade, você vai ver seu sonho real parti ou se distanciar. Ou pior você vai precisar desistir do seu sonho.
Um dia busquei o amor um sentimento verdadeiro, puro, mágico algo que ainda não conhecia... Descobri sensações, emoções, despertei a vida dentro de me, apreciei o vento abri os olhos ouvi o encanto vi a musica de fundo, mas não... me faltava algo que ainda não tinha desenvolvido, o dom de amar e ser amado. Então percebi que enganar o coração com o falso sentimento do amor doe, machuca bastante desmotiva não nós faz apenas chorar. Então posso dizer não desista de amar por que não adianta quanto você tente não vai apagar o amor vai guardá-lo, vai fingir que não sente falta, vai dizer para você mesmo quando a musica te lembrar momentos que já superou, vai evitá-lo, vai negá-lo pra todos mais dentro de você aquele amor ainda vai existir na esperança de se unir novamente mesmo em palavras mesmo em momentos ou em lembranças ele se alimentara e viverá pra sempre. Sabe vendo agora dando uma lida rápida no que já está escrito é deprimente é vazio não há nada além de palavras depressivas, palavras incompreensíveis não me fazem sentido algum. Bom... Continuarei mesmo assim essas palavras querem me dizer algo que meu coração precisa sentir...
Eu encontrei o que tanto procurava, encontrei o que não tem preço o que todos desejam o verdadeiro amor aquele que palavras não podem descrever. Só o coração sentindo a cada letra o que estou dizendo ele me faz a pergunta que todos farão...
- Se tenho comigo o amor por que estou desistindo de amar?
Digo que já não sei... Estou buscando a dor... Será se o que quero é sofrer. Na verdade só quero viver em paz... Só quero viver em paz. Chega de pressão, Chega de tentar agradar quero é viver chega de esperar eu quero ter eu quero ser... Chega de sofrer.
Eu já não sei o que faço não vejo o amanhã não tenho vontade de acordar, não quero sair de casa não quero ver o luar. Só quero chorar a cada segundo que passa... Me segurar para não gritar não sair correndo atrás do meu amor quero mesmo que o tempo e realidade se encarreguem de destruir os sonhos machucar o coração tirar o brilho dos olhos... O que estou escrevendo não posso dizer já prometi varias vezes que não o faria disse que agiria diferente em tais situações, mas estou agindo como todos como qualquer outro já não sou o mesmo.
Ouvi uma vez que não importa o que eu tente o amor vai esta comigo e que minha amada jamais ira me deixar ira me seguir onde quer que eu vá.
- Eu digo irei partir e talvez não volte não ate você superar toda dor, ate você suprir minha falta, não ate as lagrimas estarem enxutas, não ate você buscar um novo amor ate você ter novos sonhos uma nova vida... Acredite vou sempre existir, não vou esta tão longe estarei pertinho tão perto respirando a cada batida de seu coração...
Decisões podem ser mudadas, mas as palavras escritas dão destino não podem ser alterado é inevitável quem quer que tente mudar fará acontecer. “Já está escrito”
Me perdoa por agir assim... Se guardares magoa não guarde do amor do meu amor que sinto por te. Eu poderia dizer que tudo que tenho nesse mundo é você e nada mais me importa pode o sol super aquecer a terra explodir só quero estar com você.
Me pergunto a cada palavra escrita se é isso que quero... (sofrer)

Para: Priscila

Foto de Lorenzo

Quero Voltar

Saudade de te olhar um pouco
Brigar pra ver quem paga a conta
Te carregar e rodar no metrô
Só pra te deixar morta de vergonha

Saudade das madrugadas acordado
Quando um "tchau" leva meia hora
Falar que nem sempre estou certo
Em momentos como agora

Tua pele macia, teu cabelo cumprido
Teu olhar fixo e marcante
Tua voz suave e firme
O andar seguro, confiante

Quem dera ver todo o dia
Mesmo que de longe
Pra acabar com essa falta
Que é maior que grande

Foto de marciamaninha

SONHOS A DOIS!

Sentir que você não
está aqui perto de mim,
isso sim, é sofrer em segredo...
Lembrar que não posso ter
você ao meu lado,
ver que está longe, não ter
os seus beijos...
Ah !... isso sim é uma angústia,
Ainda ontem sentia
amargura e tristeza no meu
coração. Mas então te conheci
e vi em você um porto seguro
Um local onde descansar
Alguém com quem desabafar
Agora já não posso mais esconder
Te amo, sei que parece loucura
Mas eu te amo
Nunca se esqueça disso
Mesmo que nos separem
sempre irei te amar
E morrerei pensando
em você!

Marcia Napomuceno

Foto de marciamaninha

***ILUSÃO***

Sinto um vazio, dentro de mim,
uma nuvem escura sem vida, algo que me sufoca,
que está me matando aos poucos, algo que ainda não sei
explicar!
E que me faz pensar em quem sou eu?Se nem mesma eu sei!
Talvez deveria fugir, fugir para bem longe, sem deixar marcas,
rastros no caminho para depois eu nem saber por onde
voltar!
Voltar está é a questão! pra onde?
Na verdade acho que fujo de mim mesma,
fujo da vida que tenho...
Pois o tempo passa, e sigo meus caminhos como um robô!
Tudo meio que esquematizado, escrito e decorado,,,
sem sair do lugar, caminhos errados muitas vezes,
e que me levam exatamente onde eu não quero.
As vezes vou sem saber pra onde ir, o mundo se esquece de mim,
ou sou eu que esqueci o mundo?
Não sei mas estou esquecendo de mim, e saindo a procura
de alguma coisa que preencha esta vida , muitas vezes
sem nenhum sentido,ando por ai, sem saber onde chegar,
verdadeiramente estou precisando de PAZ!
MUITA PAZ.
Marcia Napomuceno

Foto de João Felinto Neto

Poesias selecionadas

APELO À MISÉRIA

Quem me dera, miséria,
eu fosse parte
de um baluarte de sonho e de quimera.
Pela boca mantém-se assim o povo,
a lavagem é a comida que a si, dera.
Na vergonha de reconhecer-se porco,
ter o rosto metido na sujeira,
enlameado atrás de uma porteira
seu anseio é mantido na espera.

Quem me dera, miséria,
eu me calasse
e ocultasse o meu rosto na janela.
Meus princípios mantêm-me assim exposto.
Sou mau gosto travado na goela.
Quem engole as palavras que eu digo
traz de volta a vontade de lutar,
elas tocam a ferida no umbigo
que o conformismo já ia cicatrizar.

Quem me dera, miséria,
quem me dera,
que de ti eu pudesse me livrar.

PERSONAGENS INFANTIS

Será que o lobo é tão mal.
O lobo ama também.
Ele protege os filhotes que tem.
Caçar, para ele é natural.

A chapeuzinho, talvez,
quando crescer seja outra.
Se torne uma megera
que não gosta de criança
e perca toda a esperança
de voltar ao que era.

O caçador, o herói tão valente
que salvou a vovozinha,
costuma matar friamente a fêmea,
deixando a cria sozinha.
Ele acabou sendo preso
por caçar ilegalmente.

A vovozinha morreu.
Pois, a idade a levou.
Mas, quantas vezes brigou com a vizinha da frente.
Isso prova que a bondade e a maldade,
na verdade,
são apenas uma história diferente.

O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER

O poema que eu deixei de escrever,
Falaria de você,
De nosso tempo,
De angústia, de tormento,
De alegria e de prazer.
Iria contradizer
Cada palavra
Que as nossas falas
Tinham pouco a dizer.

O poema que eu deixei de escrever,
Seria na verdade,
Uma ameaça.
Calaria minha boca,
Qual mordaça.
Não seria uma desgraça,
Por não ser.
Os meus versos,
Talvez fossem sem querer,
Uma ofensa
A sua crença,
Que eu acreditava
Ter.

O poema que eu deixei de escrever,
Não seria
De valia.
Sem valia,
O deixei de escrever.

SEPULTAMENTO

Os meus olhos pregados
no infinito
como os pregos nas tábuas
cravejados,
e de pontas viradas,
redobrados,
sustentados e fixos
numa curva.
No aconchego da madeira macia,
minhas costas
nos ossos da bacia
consolam meu corpo
tão curvado.
Pelo tempo que tenho acumulado,
a ferrugem do mundo
me comeu,
e a tampa que pregam
me prendeu
para sempre num rito consumado.
Por debaixo da terra
condenado
a ser parte da mesma
e não ser eu.

CANTO DE SEREIA

Como um canto de sereia
de belíssima harmonia,
letra correta, verdadeira poesia
e melodia
que eterniza nossa alma.
Por onde anda
a sereia encantada
nas profundezas desse mar de ignorância?
Letra incorreta com falta de concordância
e melodia
que nos faz perder a calma.
Só na lembrança,
o teu canto nos enleva
na emoção que tua voz nos faz sentir
e na saudade, o nosso coração desperta
pra realidade,
não há nada mais pra ouvir.

PEDESTAL DE BARRO

Revogo silêncio
ante palavra e voz.
Reato os nós
que me prendem ao medo.
Reavivo memórias
em busca de segredos
que já não interessam mais.
Reclamo por paz
em meio a intensa guerra.
Replanto a erva
que não nasce mais.
Relato as dores
de males e fome.
Repito o meu nome,
antes de dormir.
Reato os laços
que me prendem aqui,
ao pedestal de barro.

TORRE DE BABEL

O juiz do supremo,
Jeová,
se irrita e sai do sério,
quando seu filho Jesus
vai à noite, ao cemitério.

No boteco do Davi,
onde quem manda
é o Golias,
não há funda,
quem afunda
na cachaça, é o Isaías.

No salão do senhor Sansão,
quem faz o cabelo
é sua mulher Dalila.

As mulheres de Salomão,
o cafetão lá da vila,
choram e sentem solidão
quando estão de barriga.

Lúcifer anda arrasado,
o seu mundo virou trevas,
por ter visto abraçados,
Adão e a senhora Eva.

Noé, o velho barqueiro,
não gosta de animais.
No entanto, adora um peixe-frito
no barzinho lá do cais.

Essa torre de Babel
é o mundo em que vivemos,
onde não há inocência.
Se algum nome ou fato ofender,
é mera coincidência.

A MULHER DA MINHA VIDA

A mulher da minha vida,
Sempre é lida em meus versos,
De uma forma ou de outra.
É a sua voz que ecoa
Reclamando meu regresso.
É bem mais que uma amante,
Que uma amiga e companheira.
Necessária como a fonte
No deserto de areia.
A mulher da minha vida,
Entre linhas abstratas,
Põe em mim, doces palavras
E expressão de alegria.
A resumo em poesia,
Tal qual em cartas,
A saudade que nos mata
Se envia.
A mulher da minha vida
É a graça
Que um devoto em desgraça,
Alcançaria.

O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.

À DERIVA

Posso até perder o brilho dos meus olhos,
Mas jamais, deixar de ver tanta tristeza.
No esbanjar de pratos sobre minha mesa,
Vejo a fome refletida nos teus olhos.

O que faço se estou preso ao sistema
Onde a indiferença
Sobrepõe a caridade,
Onde a verdade
É varrida
Pra debaixo da mentira
E onde a vida
É um barco à deriva
Sem ações de piedade?

UM POUCO MAIS

Percebo
A minha vida esvaindo-se entre meus dedos
Em minha mão aberta
A dar adeus ao mundo
Pela janela.
A minha juventude
Em quietude eterna,
Silencia os meus dias.
As velhas alegrias
São lembranças tristes.
Os sonhos não resistem
Aos carinhos da morte.
E que meu sono suporte
Os meus pesadelos,
Já que meus apelos
Ao que me resta de força
Não me sustenta.
Talvez, o mundo não entenda
Esses meus ais.
Não tenho medo de morrer.
Eu só queria era viver
Um pouco mais.

O GRANDE DIA

Ai de nós se não fosse o profeta
Para converter o nosso coração.
Do contrário, Deus feriria a terra
Com terrível maldição.

Com o Senhor não há perdão.
Seu grande e terrível dia
Não será de alegria
E sim de destruição.

O poder de sua mão
É extremamente acintoso.
Deus é um ser ambicioso,
Quer de todos,
Atenção.

Não importa a condição,
Será imposto
Sofrimento e desgosto
Por qualquer contravenção.

Deus não quer nos dá lição,
Quer aniquilar a todos
Pelo caráter odioso
Que passou à criação.

EPITÁFIO XIV

Ela se aproxima
Sorrateira e linda,
Com seu manto escuro,
Sua mão suada.
Não nos pede nada,
Mas nos toma tudo.
Deixa então, de luto,
A pessoa amada.

Ela não se importa
Com aquele que fica.
Pois só se dedica
Ao que se despede.
Sorrateira, impede
Que a gente viva.
E sutil se infiltra
Sob nossa pele.

Ela só se afasta
Quando mata a alma
E deixa o corpo inerte.

ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida
Além da data esquecida,
Da dor no peito, contida,
E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,
Já na forma cadavérica,
Senão,
A luta sem trégua
Com os germes que a terra
Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,
Foram em vão.
Meus defeitos,
Exaltados.
Não sou de Deus nem do Diabo.
Sou um louco condenado
A eterna solidão.

ESPANTALHO MORIBUNDO

Minha alma sempre está
Num silêncio tão profundo,
Que eu chego a duvidar
Que ainda estou no mundo.

Espantalho moribundo,
Onde a morte vem pousar.
Talvez para lhe falar:
Sinto muito! Sinto muito!

Num milésimo de segundo,
Volta o corpo a respirar.
Espantalho vagabundo,
Fecha os braços para o mar,
Abre os olhos para o mundo.

FRUTO SEM CASCA

Espalhando letras
Sobre velhas páginas,
Semeei palavras
Que insatisfeitas
Deram-me em colheita
Uma grande safra
De um fruto sem casca,
A minha tristeza.

Uma fruta fresca,
Presa pela boca
Em que uma ou outra
Tenta mordiscar,
Murcha sem parar;
Se tornando feia,
Seca na areia
Quando o vento dá.

Versos pelo ar,
Lágrimas e poeira,
Solidão na mesa
Onde o fruto está
Exposto, sem par,
Sem mostrar beleza,
É minha tristeza
A me alimentar.

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

O FRACASSO

Eu sei que a vida me leva em trapos.
Caldeirões de barro
De bruxos modernos.
Favelas de inferno,
Diversos buracos.

São armas de ferro.
São balas de aço.
Sou eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que a morte me olha de perto;
Que chego a sentir o seu frio abraço.
Eu fumo, eu prego
Minha mão no maço
De notas sem eco.

São barras de ferro.
Algemas de aço.
Eu sei que sou o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que caminham lado a lado,
O errado e o certo,
A ira de Deus
E a fama do diabo,
Senhores e servos,
Patrões e empregados,
Progresso e atraso.

São os mãos-de-ferro
Em torres de aço.
Sendo eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

OLHOS DE AZULÃO

O que busca essa mulher
Pela qual minto,
Senão
A mesma solidão
Que sinto
Quando longe de seus olhos de azulão?

Os mesmos olhos
Que me olham da gaiola
Quando eu abro a porta
E eles vêem a imensidão.

SE FOSSEM SÃOS

A rima
É mera aflição
Dos versos que me espelham
Naquilo que são.

De forma nenhuma dirão
Do que são feitos.

Meus versos
Seriam perfeitos
Se fossem sãos.
Mas nada são,
Senão
Defeitos.

QUANDO CHORO

Onde andam os meus olhos
Quando choro,
Se não consigo encontrar
As minhas lágrimas?
Nas migalhas,
Além de meus remorsos?
Nos meus ossos,
Aquém de minha alma?

A FANTASIA

Amo você
Com o mesmo ardor da juventude,
Na quietude
De minha atual idade.
Amo-a na ausência
Como num dia de saudade,
Detenho-me a cada ínfima lembrança,
Com a mesma paz
Que traz
Aquela esperança
Após uma guerra.
Amo-a em terra
Com a cabeça pelas nuvens.
Amo atitudes
Que jamais seriam minhas,
Como entre linhas,
Leio uma poesia.
Amo como se ama o alvorecer
De cada dia,
Como o sorriso
Na inocente alegria
De um bebê.
E ter você,
Ainda parece utopia.
Mas, quis a vida
Que eu vivesse a fantasia
De meu ser,
Que é para sempre,
Você.

MINHA GERAÇÃO

Essa amargura
Que me faz um homem rude,
É mera atitude
De defesa.
Odeio a pobreza
Que aos pés de Deus se ilude;
Enquanto a juventude,
Nada almeja.
Desprezo a mania de grandeza
Que o rico tem com tudo.
Não sou um carrancudo
Por frieza;
Somente faço uso
Da tristeza
De um sisudo,
Por ser fruto
De uma geração que aceita.

SONETO DA VITRINE
(Sombras & espelhos)

A vidraça estilhaçada,
Não desfaz a minha imagem,
Não subtrai da cidade,
A luz do sol ofuscada.
De pé, fiquei na calçada
Com minha mão estendida.
Exorcizei minha vida
Na pedra que arremessara.
Por um instante, escutara
O som de ossos quebrados
Da montra fragmentada.
Meu corpo feito estilhaços
Que os passantes pisavam
Entre espanto e gargalhadas.

POETAS
(Sombras & espelhos)

São tantos os poetas
Quanto estrelas,
Dispersos em bandeiras
Pelo mundo.
Eternos e profundos
Pelas letras,
Em digressões soberbas,
Em dimensões sem fundo.
São tantos os poetas
Que o planeta,
Em tinta de caneta,
É resumo.
Enorme rascunho
Em línguas estrangeiras.
A tradução perfeita
Das emoções do mundo.

MOSAICO
(Sombras & espelhos)

Em minha mão,
Mil pedaços.
Antigo quadro,
Uma mesa,
Alguém que come calado
Com discrição ou tristeza.
E lado a lado
Na mais extrema destreza,
Enfileirado
Sob a antiga nobreza,
Assenta-se o mosaico.
Sob os meus pés, o passado
Em um quadrado,
Pintado
Nesse retalho do tempo.
Breve momento
Guardado
No mais antigo mosaico
Preso à calçada,
Ao tempo.

SÓ EM TE AMAR
(Sombras & espelhos)

Só em teus lábios,
Eu encontro meus gemidos.
Só em meus gritos,
Eu consigo te encontrar.
Como enganar
A emoção de estar aflito.
Eu te preciso
Como a noite, do luar.
Só em teus passos,
Eu caminho decidido.
Surpreendido,
Tento não justificar.
Sem teus abraços,
Os meus beijos são sofridos
Como os feridos
Que não podem se curar.
Só em te amar
É que eu encontro o sentido
De tudo aquilo
Que consigo imaginar.

NUMERAL UM
(Sombras & espelhos)

Eu atribuo
Minhas palavras ao poeta.
Uma espera
Numa tarde em jejum.
Nós como dois,
Dividimos.
No que dera?
Apenas um.
Eu me situo
Nas medidas de uma régua.
A mais complexa
Ou talvez a mais comum.
Sou menos um,
Minha conta se completa
Com menos um.
Eu me anulo
Numa soma que me zera.
Um dois que nega
A existência de mais um.
Sou incomum,
Tabuada que ainda preza,
Numeral um.

CONTRACEPTIVO
(Tríptico)

Eu não sei se é o desespero
que me leva à loucura
quando o sexo estupra
a minha alma,
ou a calma
que advém do meu tormento
pelo tempo
que passou em minha palma.
Movimento anormal
de penetração moral
em sua saia,
e no cheiro da indecência,
feromônio da ciência
em uma jaula.
Uma fera excitante
que no último instante, ofegante,
cospe a vida
no seu couro de borracha.
Não há luta, nem corrida;
há uma triste despedida
de um suposto vencedor
que foi fruto de um amor
e se enforcou
com a própria cauda.

SONHOS
(Tríptico)

Os meus sonhos
são apenas fragmentos de memória,
pequenos focos de luz
como cristais dispersados
num caleidoscópio de pensamentos,
distorções esdrúxulas da realidade.
Rumores, amores e momentos,
abertos numa gaveta destrancada.
Minhas pálpebras fechadas
num caixão de quase nada.
Um quase definido como os sonhos
que são versos que componho
numa noite agitada.
Movimento involuntário dos meus olhos,
que entre risos, ainda choro
por apenas acreditar sofrer.
Entre cartas mal escritas e seladas,
vem a calma ao chegar o amanhecer.
Vem enfim, o esquecimento
desse quase fingimento
que é sonhar.

EM DEMASIA
(Tríptico)

Eu sou demasiado triste,
pelos versos que componho.
Eu sou demasiado louco,
pelo pouco
que proponho.
Não deveria o mundo ser assim,
em demasia.
Talvez não seja o mundo,
seja enfim,
minha poesia
Demasiada em meu tédio,
sem remédio,
em grafia;
em longas noites mal dormidas;
nos insultos
que eu ouvia.
Não caberia em minha mão,
toda a visão
que em mim cabia.
Eu sou demasiado em tudo,
que ironia,
demasiado em meu luto
por ser fruto
de utopia.
Em demasia são os dias
que me escapam entre os dedos
como uma teia
que é lânguida e esguia.
O mais sublime pensamento
que perde tempo
em demasia.
Demasiado, meu tormento,
pelo tanto
que eu não via.
Demasiadamente eterno,
meu inferno em agonia.
Em demasia sou
quem sou,
um astronauta que acordou
num mundo estranho
em demasia.

DISLATE
(tríptico)

Talvez minhas palavras sejam tolas,
minhas ações, inconseqüentes;
as minhas brincadeiras, ironia;
eu próprio seja falho e negligente.
O meu discurso seja sátira;
minha seriedade, uma piada.
O meu humor seja mau gosto;
o meu dislate, permanente.
Meu riso entre dentes, atimia;
a minha faina seja ociosa;
meu pranto, uma lição jocosa
e o jeito infantil, idiotia.
Talvez a minha vida seja um fracasso;
meus versos, um engodo imoral.
Em epítome, sou um gracejo nefasto.
Meu desejo, um esboço abnormal.

TURGESCÊNCIA
(Sob meus calcanhares)

Eu sinto os teus cabelos
entre meus dedos,
teus lábios comprimidos
ao meu desejo,
o arfar de teu cansaço
entre meus braços
e ouço teus gemidos.
Vejo teus olhos tolhidos
fitar meu medo
de não tê-la satisfeito ainda.
Tenho todos os sentidos
na extensão do meu leito.
E no auge da turgescência,
me torno uma larva imersa
em teus fluidos.

O RAMO
(Sob meus calcanhares)

Onde está minha alma,
que não encontro?
Onde está meu encanto,
minha calma?
São perguntas que faço,
ainda em pranto,
ao meu eu freudiano
que me cala.
Onde está este anjo
que me fala?
Um quebranto
que minha mãe me pôs.
Ouço a antiga canção
que ela compôs
em minha rede embalada.
Vejo um ramo na árvore desfolhada,
resistir ao vento,
envergado.
Nesse instante me sinto
envergonhado
pelo meu triste pranto.
Minhas lágrimas
são simplesmente água
que faz falta ao ramo.

O DIÁLOGO
(Reticências desfeitas)

- Dou-te a palavra
para principiares o diálogo.
- Fico muito grata
por ceder-me o favor.
És muito amável.
Vou falar de amor,
sentimento imensurável
que é tão natural
quanto o desabrochar da flor.
- Já vou interpor.
O que tu estás dizendo?
O amor é um invento
cultural e sem valor.
- Estou espantada.
És um homem insensível.
O amor é indizível.
É nosso maior legado.
- É soma sem resultado.
O amor não é normal.
É estóico, irracional,
nos mantêm aprisionados.
- És um homem insuportável.
Mas o que dizes é refutável.
De que vale a liberdade,
sem motivo para a saudade.
- És uma eterna sonhadora.
De que vale um sentimento
que só nos provoca medo,
fraqueza e sofrimento.
- O amor é imortal.
A mais pura poesia.
Nos fere, é natural.
Mas compensa com alegria.
- É uma simples utopia.
Inconstante, passageiro.
Quem se entrega por inteiro,
viverá em agonia.
- Vou deixar por encerrado
o nosso breve diálogo
em tua cética pessoa.
Mas eu sei
não é à toa
que nós dois somos casados.

ELA
(Quadrilátero)

Ela me leva,
me engana
e ainda me desafia.
Levou meu corpo
para a cama,
enquanto me distraía.
Deu-me o fruto do pecado,
enquanto Eva,
e compensou com redenção,
quando Maria.
Em Joana D'arc
foi Vitória,
também rainha.
Já foi de todos
e só minha.
Ela é pouco e é demais.
Como Helena,
ela foi guerra.
Como Tereza,
ela foi paz.

INDECENTE
(Quadrilátero)

Não sou um cavaleiro imaginário,
apenas um vassalo
que caminha.
Pela realidade,
um escravo
que tem a ilusão
que é livre ainda.
Não sou nenhum beato,
nem um cão.
Eu não uso sermão
e nem batina.
Meu rosto
é palidez,
enquanto expiro.
Meu sexo
sem estilo,
estupidez.

MUNDO FICTÍCIO
(Pax-vóbis)

Uma criança brincava
Com a comida, na mesa.
Corria de pés descalços,
Sem ninguém a seu encalço,
Pela ruazinha estreita.
Não enxergava a sujeira,
No seu mundo fictício,
Do real desconhecido;
Tudo era brincadeira.
Contudo, era tão bonito
Ver o mundo d’aquela maneira:
Sem ter ódio,
Ser ter vício,
Sem sombra de sacrifício,
Sem pecado
E sem tristeza.

SOMBRA DE NANQUIM
(Pax-vóbis)

Que a vida,
Mesmo frágil, continue.
Que perdure
Meu amor, além de mim.
Que não tenham fim,
Meus passos pela rua.
Que dissipe sob a lua,
Minha sombra de nanquim.

A PEQUENA D’ARC
(Olhos de guri)

A guria
não gostava de pia,
de casinha ou fogão.
Para ela,
tudo era opressão.
Ela ouvira
sua mãe reclamar
que a mulher tende a trabalhar
só com água e sabão.
Por que não
brincaria de guerra,
de doutora,
de terra na mão?
A guria,
parecia antever
que seu mundo seria
uma doce ilusão.

A SOMBRA
(Olhos de guri)

Minha sombra
que se perde no escuro,
salta o muro
quando o sol
no céu desponta.
Se arrasta no chão duro,
se encolhe,
se estica,
passa rente a dobradiça
e se perde pela casa.
Mas à noite,
minha sombra cria asa,
voa quando saio a rua.
Pela luz que vem da lua,
minha sombra me abraça.
Me divirto e acho graça
quando atravessa a fogueira.
Minha sombra, não sou eu,
mas é minha companheira.

TAMBÉM SOU
(Letras, ...)

O louco
é apenas mal ouvido.
Seu riso,
tenebrosa gargalhada.
Sua fé,
um constante, eu duvido.
Sua mente,
uma porta escancarada.
Seu pedido de ajuda
é um grito.
Seu gemido incontido,
uma dor.
Seu amor,
um abraço emotivo.
Sem motivo,
eis que louco
também sou.

A GRAÇA
(Letras, ...)

Deus me deu o fardo
para eu achar pesado
o termo ser livre.
Deus me deu o espelho
para ver se aceito
esse meu rosto triste.
Deus me deu o segredo
para pensar, eu mesmo,
o que é ser tolice.
Deus me deu a culpa
para eu pedir desculpa
por qualquer deslize.
Deus me deu a dor
para eu sentir pavor
do seu dedo em riste.
Deus não me deu nada,
eu que faço a graça
crendo que ele existe.

VERSÃO REFRATADA
(Letras, ...)

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.

QUEM SOU EU
(De versos, ...)

Sou um jovem ateu
Que entra na igreja
Para tomar cerveja
E beber café.
Desconheço a fé,
Mesmo na ressaca.
Rio quando a graça
É de um milagre
De ser eu, um padre
Que toma conhaque
Num cálice de vinho
E vive sozinho
Pensando que sonha
Em ser um demônio
Que se sente Deus,
Ser o próprio Deus
Se sentindo humano,
Ser um santo insano
A brincar de ateu.

DESESPERANÇA
(De versos, ...)

Quem é essa
Que me tira o sono,
Que arrebata o dono
De uma humilde casa?
Quem é essa
Louca, desvairada,
Que ao seio me prende
Sem saber se sente
A dor que a outro causa?
Lábios que procuram vida
Carne apodrecida
No envelhecimento.
Quem é essa
Que corrói por dentro
Como um veneno
Sem nenhum antídoto?
Eu sou outro,
Sou um homem dito,
Dito morto
Pela agonia.
Quem é essa
Musa e tirania,
Mistura que havia
Desde minha infância?
Quem é essa
Triste companhia?
Talvez seja a morte,
A desesperança.

O MATUTO
(Cálice)

O matuto está triste,
cabisbaixo e pensativo.
Não encontra um só motivo
para saber se existe.
Tal canário sem alpiste,
preso a uma velha gaiola,
vendo longe a aurora,
sem ter ânimo pra cantar.
Com vontade de voar
para longe, ao horizonte;
a saudade o consome
antes mesmo de partir.
O matuto fica ali,
a pensar no que seria
sem a única companhia,
a choupana em que vive.
Tal amor só visto em versos,
o matuto é regresso
de um lugar que não existe.

SEM CONDIÇÃO
(Cálice)

Seus ombros à amostra,
me deixam insinuado.
Seu corpo ainda agora,
me deixa provocado.
Seus seios contornados
pela blusa,
me fazem sinal da curva
do seu corpo ondulado.
Seu jeito comportado
não me mantém à distância.
Na sua tolerância,
encontro o meu pecado.
Seus olhos não perturbam minha paz,
além do mais,
recebem meu recado.
Seu pare, deixa disso, mais cuidado,
só fazem aumentar o meu querer.
A dúvida faz crescer
minha ilusão,
que eu terei nas mãos
a chance de fazê-la entender.
Amar é mais que ter.
É aceitar querer
sem condição.

CONVÉS
(Cálice)

Foste meu caminho sem regresso
em um verso.
Minha poesia mais bonita.
Entre as estrelas,
rabisquei um só desenho,
o seu rosto,
como eu bem queria.
Foste a derradeira flor
perdida no deserto.
Em meu universo,
um farol de guia.
Arrancaste o aviso que dizia:
“Uma saudade”.
O vazio da idade,
preenchias.
Foste o colorido
de uma tela que eu pintava.
A mão que segurava o meu filho.
O espírito de um cético
que chorava.
A paz esperada
por um homem aturdido.
Foste o barco rijo
que sustenta a onda em fúria.
O pescador que nada
à procura de si mesmo.
Para mim,
a mais incrível criatura.
A doce loucura
do desejo.
Foste na verdade,
o meu mundo.
Hoje, na saudade,
apenas és
um velho convés
com o qual afundo.

GRAMATICAL
(Cabaz)

Só em letras imprimo minha alma.
Mais do que texto
sou contexto indecifrável.
Meu sinônimo é antônimo de si mesmo.
Um sujeito indefinido
que é objeto de um erro
gramatical.
Entre modos e tempos,
triste verbo
que ecoa na forma nominal.
Orações que são subordinadas
aos meus vícios de linguagem.
Um início em letras ordenadas
e um fim
numa expressão oral.

AFLORA UM POETA
(Cabaz)

Assim se fez um poeta.
Como talhe na madeira
esculpi minha poesia.
De uma maneira fria
infundi minha alma no papel.
Nas costas de um corcel
cavalguei por entre versos;
muitas vezes sem regresso,
o poema, me tornei.
De um sono despertei
enquanto escrevia,
da caneta então fluía
as idéias que sonhei.
Quem sabe se eu errei?
Foram mais de trinta anos,
foram tantos desenganos
que poeta, me tornei.

INGÊNITO
(Cabaz)

Seguir os passos
a um lugar perdido na distância;
entrar na dança
de um ritual de acasalamento;
sentir nas mãos
o instintivo dom
que vem de dentro;
ouvir o som
de vozes ecoadas;
e nas entonações
das poesias declamadas,
revelar-se poeta.

LIAME
(Cabaz)

Sou livro
intitulado.
Um desabafo.
Sou todo
em parte.
Um lacre violado.
Sou tudo
num nada
dissipado.
És flor
dissecada
na mão aberta
em palma.
És colo e calma
na casa onde cresci;
moeda encontrada
que perdi;
o berço
em que nasceu
minh'alma.

Foto de Diario de uma bruxa

Em meu pensamento

Senti o leve toque dos seus lábios
Hoje pela manhã
Tocou-me como a brisa leve
Do amanhecer

Eu não preciso estar contigo
Pra te sentir
Sinto-te mesmo de longe
Mesmo não estando aqui
Próximo a mim

Você me faz companhia
Em meus pensamentos
Você esta comigo
Em todos os momentos

Posso sentir sua respiração
Próximo ao meu ouvido
Enquanto escuto a nossa canção

E mesmo em momentos de distração
Você esta comigo
Perdido em meus pensamentos
Dentro do meu coração

Não tem como não pensar em você
Você já esta em minha vida
Já faz parte desta canção
Já cravou sua flecha em meu coração

Poema as Bruxas

Foto de Sweet fw

"Oito meses de amor verdadeiro"

Pra você amoor!!!

Hoje completamos mais um mês de amor,oito meses ao total.
Oito meses que nos conhecemos pelo msn,no começo tudo ñ passava de uma brincadeira pra mim,mais vc com esse jeitinho meigo de menina aos poukos foi roubando o meu coração e hoje eu te amo como nunca amei ninguem.
As pessoas ñ conseguem entender como pode existir um amor sem toque,sem convivencia,eu explico...
É muito facil amar vc msm q de longe...convivencia? Nós temos...
- Dormimos e acordamos juntas.
Toque? Nós nos tocamos...
-Eu acaricio seu rosto todas as noites quando fecho os olhos.
Eu ñ escolhi amar alguem a distancia,meu coração te escolheu.
E eu sei que um dia amoor...um dia todos os nossos sonhos e planos serão realizados.
Nós vamos nos encontrar amoor e mesmo que seja só por um dia nós vamos ser felizes,esse dia vai parar só pra nós,só vão existir eu vc e o nosso amor!!!
Eu ñ tenho palavras pra expressar tudo o que sinto por vc...a unica coisa q eu sei é q eu te amo muito,e apesar dessa distancia que nos separa eu te amo cada dia mais.
Podem me chamar d louka...se é loukura amar assim,então me considerem completamente insana.
O nosso amor começou no msn sim,mas ele ñ é um amor de msn somente,esse amor é real e é o amor mais lindo do mundo(você é meu amor mais lindo do mundo)
Amoor eu prometo que vou te esperar,vou esperar o momento das nossas almas se encontrarem e tornarem-se uma só,pois vc é a minha alma gemea e cada dia que passa, cada mês, eu tenho mais certeza disso.
Você entrou na minha vida e mudou tudo,me fez ser uma pessoa melhor.
Quando estou com vc me sinto uma criança descobrindo o primeiro amor.
Você é a minha felicidade amoor.
Por isso eu esperei oito meses por vc e ainda vou esperar quantos forem preciso.
Eu te amo...te amo muito amoor...te amo muito mais que você ;)

PS: I love you

M&G

Páginas

Subscrever Longe

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma