Lendas

Foto de Edigar Da Cruz

Lenda

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Andei em links e dentre favoritos,
Fiquei em pesquisa dentre contos de lendas,
Que dizia assim!
Não te esqueça do sorrir em dois dias..
Dentre dois dias tudo mudara na vida
Em instantes um conto em poema de lenda urbana.
Em certa noite a Lua quis se esconder na escuridão!, para se encontra com o mar,.
Que desceu até mar e se afogar junto ao mar na mesma prometeu, no susto vaguear.
Na noite como era habitual sem perde e se encontra junto ao mais belo dos sol.
Junto ao corpo de uma linda alma flor,.
Ao sentir e massagear , de nada peculiar ,
Do corpo e da alma suas mãos que fazem massagear!
Queria sai ao mar a fora para encontra o mar das lendas dos piratas dos tesouros,
Que gerou em mim! Em corpo e alma,..
Uma peculiar poesia de lenda urbana falando de toque de amor e aquele misto de carinhos de mistérios,..
Contando os deslizes do amor.

Autor:Ed.Cruz

Foto de vieira061180

Quem é o Dono do Mundo?

Olá espero que esteja tudo certo ... Bom como está escrito no Título, então, quem seria o Dono do Mundo, sei que muita gente diria, bom é Jesus Cristo, certo até compreendo, mas saberiam essas pessoas que o mundo na realidade é do Senhor Hammurabi da Babilonia? Como está escrito em sua Pedra de Leis, que está no Museu Louvre em Paris, que ele conquistou "os quatro cantos do mundo" ... bom enfim ai de quem colocar a Babilonia de lado se dá mal... Isso é fato, eu mesmo que lhido com computador me pego pensando nos conselhos do Bill Gates que a Eletronica é o futuro e ai de quem não se adaptar ... bom enfim acho que com a Babilonia é similar ... Bom mas voltando um pouquinho vou te dizer, por que Jesus seria o dono do mundo, sabe, um dia lendo um evangelho apócrifo encontrei escrito que Jesus dizia ao apóstolo João que ele obedeceu todos as vontades do príncipe deste mundo ou seja que ele Cumpriu todo o Antigo Testamento. Isso eu ate sabia, mas por que Jesus disse que foi o Principe deste Mundo que é o responsável pelo Antigo Testamento. Pois é foi isso que ele disse ao João, que Deus, do Antigo Testamento seria o Inimigo ou "Satã". Bom não tão fácil entender esse apócrifo com essa informação, mas neste tema que escrevo enfim, fica legível que Cristo é o dono do mundo, tendo Ele cumprido toda a Lei e as Profecias, teria Ele se supostamente "ressuscitou", adquirido o planeta de Satã... Bom continuando a dizer dos Antigos donos do planeta, existe tambem a Lenda da Atlântida, com o Mentor dela o Thoth, o Thoth o Atlante seria o dono do mar ou seja se estamos em auto mar o dono ou antigo dono do território seria Thoth o Atlante. Outro ponto que fica suspenço pra mim é sobre o Rei do Roma ou o Rômulo, que direito teria Rômulo no planeta? Será que seria sobre o Ar? As coisas que voam ... bem não sei ao certo sobre Rômulo, apesar de existirem lendas de que ele teria sido levado pra viver no Céu com os Deuses e que disse que queria ser adorado pelo nome de Quirino ... Mas agora quanto à textos míticos sobre Rômulo não encontrei ...

Bom espero não ter te confundido os pensamentos mas quem sabe voce nunca se perguntou sobre essas possibilidades ou nem sabia, não é mesmo? Pois a gente lê sobre religião, apesar de sofrer, se ler Cristianismo, com o tempo vai adquirindo mais informações ... Bom enfim um abraço e obrigado por ler minhas palavras ....

Com Amor,

Rafael Mingatos Vieira

Foto de Rosamares da Maia

UM CALDEIRÃO CHAMADO BRASIL

UM CALDEIRÃO CHAMADO BRASIL

Nos teus céus, o luar é da mais pura prata,
Sob a noite das congadas, exibes tua beleza,
Verde, esplendorosa
Despertando desejo, paixões e a cobiça dos homens.
Por ti, bateram-se nobres cavalheiros,
Também aventureiros, sem eira, beira, ou tribeira.
Todos atravessaram oceanos,
Enfrentaram tormentas, vindos de distantes lugares,
Tudo por ti, prenda preciosa.

Villegainon tomou-te a força.
Na França Antártica pretendeu desposar-te,
Mas, viu o brandir da borduna, E o ar sibilando de flechas,
Defendeu-se a tua honra.
E dançastes para comemorar.

Nassau encantou-se de ti a primeira vista.
Na alta Olinda, o mar invadiu seu sonho,
Esculpindo em obras de amor e arte a sua conquista.
No batuque do maracatu a história desenha traços,
Seguiu jogando pernas pro ar. Rabo-de-arraia,
Jogada de mestre e moleque do garboso capoeira.
Mas perdeu-se o moço nos olhos de uma morena,
E no samba de roda foi namorar.
Ginga, samba crioulo, arranca do chão a vida,
Mesmo na seca caatinga faz o teu destino.

Brasil,
Teu gosto é café, cacau docinho, rapadura, carne de sol,
Churrasco dos pampas, tutu com linguiça e carré.
Tens o cheiro da pele das meninas, das cadeiras mulatas,
Também, da branca estrangeira.
Tudo no liquidificador das raças - misturadas,
Com estilo, para extrair um suco verde e amarelo,
Que enfeita e enfeitiça, traduzindo-se na imensa passarela,
Por onde desfila a mais nova porta bandeira.

Brasil,
Dos contos e lendas, de bravuras e bravatas,
-São filhos de botos cor-de-rosa, que saltam das águas,
Para emprenhar donzelas, Caipora, Curupira,
Mula Sem Cabeça, Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio,
Lágrima de princesa índia que virou Vitória Régia,
E Orfeu, príncipe negro da favela?
Da tua fé mestiça, soam os atabaques, rodam sete saias de rosas.
Do mar, na rede dos humildes, ergueu-se Santa, Aparecida.
Na voz de teu povo consagram-se: Anastácia, Padre Cícero,
Dulce, a irmã da bondade.
Um grito de gol, de bola na rede que apaixona milhões.
Fé, pés, talento e arte. Essa é a tua gente!

Brasil,
Quanto resta do bugre Xingu, do Português, do Holandês?
Quanto ainda corre em teu corpo?
Somam-se tantas outras ocidentais e orientais misturas.
Desaguando todas, finalmente, na grande pororoca amazônica.
Colocamos a massa miscigenada para dourar ao sol de Copacabana,
Faz-se repousar o resultado deitado no colo do Redentor,
- Eternamente de braços abertos, em berço esplendido.

É assim o teu despertar, Brasil.
Se a maledicência diz que a tua certidão é imprecisa,
Que e a tua paternidade é duvidosa,
Pouco importa o despeito desta gente maldosa.
Fenícios, espanhóis, portugueses – Quem primeiro aqui aportou?
Quem afinal, de forma acidental ou intencional te encontrou?

Este é apenas um detalhe.
Estamos aqui! Construímos a nossa história.
Mais que navegar, foi preciso tecer,
Prender o fio de tantas origens.
Somos a raça da verde / dourada flâmula,
“Da loura Bombril e do negro alemão”.
Emergimos do caldeirão da Humanidade.
Mexido com a rica madeira vermelha
Ela que deu origem ao próprio nome,
“madeira de dar em doido”, brasa viva e incandescente,
Que forja e “ergue da justiça à clava forte”, sem fugir da luta.
Somos o Brasil.

Rosamares da Maia

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo – Capítulo 11

Vou começar este texto por uma anedota. O filho chegou ao pai e pediu para que o deixasse trabalhar como cabeleireiro. O pai falou-lhe que era serviço para gay e o proibiu. Depois, o filho pediu para ser costureiro, e o pai desaprovou a idéia também. Depois o filho pediu para ser decorador, e o pai novamente deu-lhe a mesma resposta. Resultado: o filho tornou-se gay e não aprendeu a fazer nada.

Os mais perspicazes já sabem de quem estou falando. Por questão de fazer o texto mais charmoso não citarei o nome da Nossa Excelência. O pretenso fundador do Partido Nazista do Brasil, o elo perdido entre a época do telex e a das redes sociais. Parou no tempo, o “progressista”. Estacionou numa época de inquisição e repressão que de fato, nunca existiu.

Gente, a homossexualidade sempre existiu. Não estou defendendo aquele pensamento de que o mundo é gay e todos deveriam sê-lo. Longe disso. Mas esse negócio de que é novidade é a maior mentira. As instituições foram criadas depois de milênios de selvageria evolutiva. Lá, valia tudo. Nunca existiu Adão de roupa, pecado original, carruagem de fogo. O povo fazia suas lendas para aplacar o medo do desconhecido, criava deuses para explicar o que a mente ainda não podia ou não queria discernir. E lá, se uma pessoa desejava sexo com a outra, não tinha essa história de consentimento, as coisas podiam se resolver na violência. O mundo sempre foi dos mais fortes, mesmo após a consolidação da civilização.

Hoje, nos países um pouco mais livres, como é o caso do Brasil, as relações se dão com aceitação de ambas as partes. Se uma pessoa força a outra ao sexo, vai, na teoria, para a cadeia. A não ser que tenha muito dinheiro, mas isso fica para outra crônica. Se um político confunde homossexualidade com pedofilia, é no mínimo mal intencionado, ou está escondendo algo. É evidente, é só observar um pouco para ver que não há laços diretos entre as práticas. Ouso duvidar de seus propósitos.

Nossa sociedade tida como tão pacífica está repleta de violência. Ou seja, vamos ponderar: melhor dois homens se beijando do que trocando tiros. Se no paraíso que o deputado acha construir não há lugar para os gays, ou para os negros, que ele parece imaginar em uma nova situação de apartheid, está completamente equivocado. Vale lembrar que a representação mais famosa de Cristo que temos é a de Da Vinci. Uma mulher de barba, um anjo feito por um dos tantos artistas homossexuais que misturavam sua condição a sua obra, desde sempre. Uma criação para a qual todos nós os cristãos se ajoelham. Larga a mão de ser hipócrita, meu irmão.

Foto de Paulo Master

Os Grandes Heróis

A eternidade é uma metáfora que para nós seres humanos não têm fundamento, afinal, não somos deuses.
Nossos estágios são contados a dedo e os elementos que compõem a nossa existência têm prazo de validade. Mas uma história pode levar séculos sendo lembrada assim como as lendas de bravos e valentes guerreiros que com ousadia e coragem em seus corações desbravam incontáveis fronteiras e vencem as guerras impostas pela tirania de seus cruéis inimigos.
Valentes na dor e vibrantes no amor.
Assim como as batalhas da guerra devem ser vencidas por grandes e audazes guerreiros, a essência do amor precisa efetivamente ser mostrada e levada por virtuosos e conceituados cavaleiros. O som que emana em suas ações não é o da destruição da guerra e sim de melodias sopradas em seus ouvidos pela voz da própria natureza em constante evolução. Pois sua sensibilidade vai além da capacidade humana, como o sangue que corre em suas veias e permite pulsar seu coração nobre e justo, de sábias palavras e inspiradoras decisões. É verdade o que contam por aí: “Os grandes heróis se consagram por suas ações empregadas em proporcionar o bem-estar a quem necessita!”. Pois sua ânsia e seus desejos estão muito acima do seu próprio entendimento, o que os proporciona poderes inimagináveis, levando-lhes à glória através da habilidade na generosidade e a destreza em oferecer o afeto. Mostrando habilidade e destreza apenas com o coração, com armas, jamais.

Foto de Melquizedeque

Alquimista do poder

O mais que posso lidar é o nada!
Não sou egoísta, nem ao menos cruel
Esta é sua parte. De mim tu és herdeiro
Já comi muitas partes do que já foi um alguém
Não vejo a carne, nem sangue ou nome
Mas pra dentro de mim, milhares devorei

Pessoas distintas engoli sem temer
São homens, mulheres, são terra, são pó
Mas saibas que tudo o que fiz que vi ou escutei
Jamais comerás nem ao menos um grão
Pois meu corpo já arde em um fogo imortal
Talvez seja eu um buraco escuro e sugador
Que engole matéria e ilusões... Um infinito de sinápses

De mim não terás nem meu corpo ou migalhas
Sou um selvagem canibal de terras longínquas
Que come seu totem e mais forte que ele fica
Assim vive meu nome: com as lendas e as vísceras

Eu como o que é forte, desse prato eu saboreio
São heróis que introjeto exaltando com o honrar
Sinto apetite em escutar cada nome desses grandes
Mas tu não comeras nenhuma parte do meu corpo
Sou eu um monstro nato, um vácuo sem desvios
Destruo as trilhas mórbidas de vidas temerosas
Sou essa força que tu não compreendes

Em breves milênios então tu saberás
Como é o salivar no mastigar de cada dente
Com sua dor me tornarei um herói ou faraó
Pela vida imolada que me deste ao morrer
Eterno assim serei: um grandioso mercenário
Um alquimista majestoso que se transformou em rei.

Melquizedeque de M. Alemão, 18 de janeiro de 2011

Foto de Arnault L. D.

Adeus de um anjo

Não existe mais por quem ficar,
a vagar sem motivo sequer.
Se o céu me pede para voltar
deste mundo que não mais me quer.

Vou abrir as asas e largar...
Ser levado, sem lágrima alguma
a me perder em algum lugar
onde até a lembrança suma.

Voltarei a distância, nula,
de morrer o que me faz lembrar.
Sangrar lágrimas e medula
neste sol que irá me incinerar.

Vou fazer o adeus sem dizer
e chorar no vácuo de ninguém ver.
Como as lendas que para morrer
basta apenas se esquecer.

Partido ao léu, partir em asa
no tempo que irá desbotar...
Nesta noite que me abrasa
enquanto tudo some no ar.

Desisto ao vento que tome,
que some ao perdido sonhar
um anjo triste, sem nome,
que não pode mais ficar.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"PARATY"

“PARATY”

Dos casarios centenários...
Das igrejas a beira mar...
Do piso em mosaicos...
Obriga-nos a recordar!!!

Recordar de algo que não vimos...
Mas que gostaríamos de acompanhar...
Historias que nos contam os antigos...
Que começam e terminam além-mar!!!

O ouro que passou por seu porto...
A cultura que insistiu em ficar...
Os homens que tombaram mortos...
Tentando riqueza conquistar!!!

Paraty de muitas lendas...
Muitas dão orgulho de escutar...
As tropas descendo a serra por suas fendas...
Nossa riqueza dando adeus a este lugar!!!

Hoje o mundo te visita...
Através de turistas de muitos lugares...
Trazem de volta tuas divisas...
Tentando tua riqueza restaurar!!!

Paraty terra querida...
Teu lugar jamais será tomado...
Teus herdeiros defendem tuas fronteiras...
Reconquistando todo teu ouro roubado!!!

Foto de jessebarbosadeoliveira27

QUERERES POÉTICOS

Seduzir o ar com fonemas.
Parir Rosas, Palmas, Pérolas Negras,
Acácias, Esmeraldas, Alfazemas, Açucenas!

Morar eternamente
Na vivenda
Do mais acuidoso Poema!

Inalar o pólen da ausência.
Sentir a ressaca martelar
Pregos de langor e dolência no âmago da cabeça!

Ver o ódio gangrenar:
Confiná-lo,
Para sempre,
No necrotério das maléficas lendas!

Contemplar os oceanos de todas as Américas
E só poder derramar corpulentas lágrimas
Apenas!

Ser poeta,
Ser a água fresca da consciência!
Buscar na vida ---
Que continuamente rebenta ---
A face serena da majestosa
Maternal Natureza!

Ovacionar diariamente a quem ama.
Tocar obcecadamente Legião Urbana.
Hastear bandeiras do altruísmo e da libertária chama
Contra a peçonha da ganância, da tirania, da intolerância!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://www.myspace.com/nirvanapoetico
• http://twitter.com/jessebarbosa27

Foto de Marsoalex

ESTORINHA BESTA

ESTORINHA BESTA

Há muito tempo, num reino bem distante, havia uma menina muito só, mas muito feliz.Ela sabia que era muito diferente da maioria dos habitantes do reino, e até achava engraçado, embora estranho, alguns de seus costumes. Um deles era o uso de máscaras. A menina compreendia que a visão que ela tinha do reino, não era alcançada pela maioria de seus habitantes, porque as máscaras impediam que eles enxergassem o reino tal qual era: um paraíso. Por mais que a menina tentasse mostrar-lhes essa verdade, eles não entendiam, não acreditavam, e se ela insistia era chamada de louca por todos.
O reino, como todo reino, tinha suas lendas, seus deuses, seus mitos. Havia, no entanto, um deus e um demônio muito cultuados e temidos mais do que todos os outros:o deus "Dinheiro" e o demônio "Sexo".
A menina não compreendia porque ninguém percebia que um não era um deus nem o outro era um demônio, tudo era apenas uma visão distorcida pela máscara, pensava. Ela, como não usava máscara, podia vê-los tal qual eram, anjos bons, necessário à vida de todos, sem que fosse preciso cultuá-los, temê-los, amá-los ou odiá-los, bastando apenas conviver com eles de uma forma simples e natural.
Não era difícil para a menina aceitar e conviver com os habitantes do reino, mesmo não os compreendendo, sabia que eles não eram maus, apenas estavam tão acostumados ao uso da máscara, que mesmo tendo condição de tirá-la na hora que quisessem, eles não sabiam como fazê-lo. Isto tirava-lhes o direito de trilhar a estrada coração, uma das mais bonitas e importantes que havia no reino. Esta estrada era a única que dava total liberdade, levando qualquer um que a trilhasse a outros mundos, outras dimensões infinitas. Poucos habitantes tinham acesso a essa estrada, por isso, a menina sentia-se muito só. Mas ela sabia que um dia encontraria alguém que teria a visão tão ampliada quanto a sua, a quem ela se aliaria e seguiria a estrada coração acompanhada por seu eleito.
Um dia, ela encontrou um menino muito só e muito triste. Apesar de toda tristeza que ela viu em seus olhos, ele não usava máscara, portanto, podia, com ela, trilhar a estrada coração, indo além dos limites do reino, em direção à liberdade de mundos infinitos.E eles se deram as mãos e caminharam como se levitassem. Sabiam que o que estava lhes acontecendo não era simplesmente um encontro entre duas pessoas. Era como se um fosse a parte do outro que estava faltando. E, apesar das diferenças, eles se completavam, pois, falavam a mesma linguagem.
Ele foi contagiado pela alegria que dela emanava, que adormeceu a tristeza que havia em sua alma, e juntos, através da estrada coração, atingiram o mundo mais distante do reino. Um mundo mágico que tinha a palavra "amor" como senha. Aquele que conseguia adentrar nesse mundo, era contagiado pelo sentimento imprimido na palavra da senha, permanecendo puro, livre e criança enquanto vivesse.Eles foram contagiados pelo sentimento e viveram juntos o tempo curto, mais longo de suas vidas.
Não se sabe porque o destino resolveu interferir na estória separando aqueles dois que, pareciam ter nascido um para o outro.Ninguém no reino conhecia as leis do destino, e por mais que a menina perguntasse "por que?", sua pergunta ecoava no vazio dela mesmo.
A menina mais só do que antes, e muito triste, resolveu colocar a máscara e tentar esquecer como tirá-la, para não saber como trilhar a estrada coração, pois, sem a companhia do menino, outros mundos, reinos e dimensões, tinham perdido toda a importância para ela. Com o uso da máscara, ela ficou igual a maioria dos habitantes do reino, aparentemente feliz.
Assim, ela limitou-se e dividiu sua vida com outro habitante do reino, que nunca havia tirado a máscara, por isso, não sabia nada sobre outros mundos nem tampouco sobre o menino.
O tempo passou e na rotina dos dias que se transformaram em anos, a menina se habituara à vida limitada do reino, mas era extremamente infeliz. Sabia que o uso da máscara lhe vetara o acesso a estrada coração, e ela tinha muito medo do desejo que gritava dentro dela. Desejo de tirar a máscara, pois vidas estavam em sua depedência. Se ela tirasse a máscara e enveredasse à estrada coração, iria em busca do menino esquecendo deveres e obrigações que a nova condição trouxera para sua vida.Continuou infeliz, mas consciente da responsabilidade assumida seguiu o seu destino resignada, sem revolta.
Mas, como o destino tem suas ciladas, suas artimanhas, de repente, um dia, ela se viu diante do menino. A emoção que ela tentou conter, irrompeu através da máscara, tomando conta de seus olhos, de suas mãos, de sua voz...
Ele estava ali, diante dela, sem máscara. E ela pode ver ver nos olhos dele a mesma emoção que estava sentindo e a mesma pureza do sentimento que eles haviam trazido do mundo mágico, único, capaz de remover a máscara que ela estava usando. A chama que irradiava dos olhos de ambos, deu-lhes a certeza que nada havia mudado. O amor brilhava com a mesma intensidade, com a mesma força e a mesma pureza. Nem o tempo nem a distãncia conseguira desmanchar a magia do sentimento que existia entre eles.
A menina estava presa a uma situação muito comum, mas muito respeitada por ser parte dos costumes do reino. Além desta situação, muitas vidas estavam envolvidas com a sua vida. Vidas que não compreenderiam nada, que não sabiam sequer da existência de outros mundos, e ela precisava ensinar aos pequenos, como evitar o uso da máscara, para que pudessem ter acesso a tudo que a visão ampliada podia lhes oferecer, e isto, exigia tempo, muito tempo...
O menino era livre, não estava preso a nenhuma situação nem tinha vidas em sua depedência. E como ele nunca tinha usado máscara, teve como mostrar a menina que, se a chama continuasse acesa, ela seria livre sempre. Falou, ainda, que ela poderia trilhar a estrada coração quando quisesse estar com ele, mesmo ele não estando junto, estaria com ela, pois nada nem ninguém poderia separá-los, já que eram parte um do outro. E a menina voltou a ser feliz, abulindo definitivamente o uso da máscara de sua vida.
Foram muitas idas e vindas do menino.E quando ele voltava, na chama de amor que havia em seus olhos, a menina encontrava razão de viver e força para continuar presa a situação do reino, mas livre através do que sentia, e que, a cada dia aumentava mais e mais. Quando ele estava perto, bastava se olharem e tinham um mundo só deles, mesmo que não pronunciassem uma única palavra, diziam tudo e se compreendiam mutuamente.
Enquanto isso, as coisas no reino haviam mudado.O demônio "Sexo", se transformara em um deus e estava em pé de igualdade com o deus "Dinheiro". Os dois eram cultuados por quase todos os habitantes do reino de uma forma obsessiva.Com as mudanças no reino, mudaram algumas regras e padrões, costumes e valores. Quanto mais as coisas mudavam, mais os habitantes ficavam desnorteados, confusos, porque continuavam a usar a máscara e as mudanças não se ajustavam a ela. Isso gerava uma confusão tão grande no reino, que ninguém sabia mais o que era certo nem o que era errado. Dinheiro e Sexo eram os únicos objetivos dos habitantes. A menina ficava triste por ver anjos tãop bons transformados em deuses sanguinários. Acompanhava as mudanças sem aderir a nenhuma delas, já que, crescera dentro do reino, mas sempre vivera além dele, e qualquer mudança que houvesse, ela estava adiante, dada a sua visão privilegiada pelo não uso da máscara.
O reino era dividido em muitas cidades, e o menino estava muito distante em algum lugar que a menina não conhecia. Mas através da estrada coração, ele sempre esteve perto e ela se acostumou a tê-lo junto de si, mesmo que quiloômetros e quilômetros os separasse.
Ela sabia que o menino se ligara a uma habitante do reino, numa situação um pouco diferente da sua, mas era algo que ela sabia que mais cedo ou mais tarde, aconteceria. E quando, as vezes, vinha o temor de perdê-lo, lembrava do que ele havia lhe dito: que eles seriam um do outro para sempre, e o temor se dissipava.
Outros anos se passaram para que eles se vissem novamente. E quando aconteceu, foi para viverem um dos momentos mais bonitos de suas vidas.Foram momentos mágicos, quando o amor deixou que o anjo sexo, os envolvesse em suas asas, levando-os, através da estrada fantasia, para o mundo dos sonhos, onde o amor falou a sua linguagem mais bonita: a linguagem do corpo, que vibra de emoção na entrega sublime dos que amam. E o amor se fez corpo, alma e sentidos. Parou o tempo para ser eternidade em apenas um momento...
E a vida seguiu seu curso. Eles foram distanciados novamente, cada um levando suas lembranças...
E mais uma vez, muitos e muitos anos se passaram. O reino estava cada vez mais mudado e seus habitantes cada vez mais confusos. A menina continuava livre, presa dentro da situação que assumira perante o reino. Os pequenos já estavam crescidos, e ela já os ensinara a não usar a máscara. Ensinara também ao parceiro com quem se unira,para que todos que convivessem com ela, desfrutasem de uma visão ampliada, tendo acesso a outros mundos, através da estrada coração. Ela, com toda sinceridade e pureza, que o não uso da máscara lhe proporcionava, deu de si o de melhor, para aqueles que as leis do reino havia colocado sob a sua responsabilidade. Mesmo não levando o seu parceiro ao mundo mágico, levou-o a outros mundos onde conseguiu subsídios que tornou a vida de ambos boa, válida de ser vivida. Levou-o ao mundo da amizade, ao reino da lealdade, a dimensão do companheirismo, enfim, a todos os lugares de onde trouxessem substâncias para uma vida harmoniosa. O mundo mágico pertencia a ela e ao menino, somente com ele, ela se permetia adentrá-lo. O sentimento que acionava a senha para abrir a porta do mundo mágico, fora entregue ao menino, que, mesmo distante, era presente, diário, permanente, e ninguém mais podia substituí-lo em mundo nenhum. Mas isso não impedia qua a menina tivesse uma vida normal, tranquila e em paz. Pois o sentimento era tanto, que preenchia a sua vida de uma forma completa, total.
Neste amaranhado de vidas, um dia, a menina teve oportunidade de conhecer aquela com quem o menino se unira. Viu, sem nenhuma surpresa, que ela usava máscara. Mas, confiando na visão ampliada do menino, deixou que o destino se encarregasse de reaproximá-los quando fosse tempo.
Algum tempo depois, a menina soube que, como ela, o menino tinha responsabilidade com outra vida, mas continuou confiando na ampliada visão dele e no que sentiam um pelo outro. E foi levando a vida sem drama, sem sofrimento, sem infelicidade, com naturalidade, características peculiares daqueles que têm o privilégio de uma visão sem máscara.
Décadas e décadas tinham se passado quando o destino resolveu que era hora de reuní-los mais uma vez. Quando eles se viram, toda emoção irrompeu novamente através da chama que brilhava nos olhos de cada um, acionando a senha, abrindo a passagem para estrada coração, que os levou ao mundo mágico mais uma vez.
Passado o impácto do primeiro momento, a menina começou a sentir que algo havia mudado no menino, mas ela não conseguia identificar o que era.Ela o olhava e o via do mesmo jeito. Quando o ouvia falar, as palavras eram iguais as que ela estava acostumada a ouvir, mas havia nesta igualdade uma diferença que ela captava mas não sabia definir. Ele sempre se mostrara complexo, ambivalente, paradoxal, contraditório, mas o quê, em suas palavras tão iguais, tinham uma conotação diferente? O quê, naqueles olhos tão transparentes, embassavam o brilho? Por que ele era o mesmo e não era o mesmo?
E um dia a resposta veio deixando a menina atordoada: ele estava usando máscara! Se tornara igual a maioria dos habitantes do reino. A máscara o havia cotaminado, estava tão aderida a ele, que distorcia toda a sua visão. Ele se tornara limitado, padronizado, regulado pelas leis que regiam o reino e deixara de ser livre.Com o uso da máscara, se identificara com a parceira que´há uito tempo estava em sua vida, vivendo num mundo bem menor do que os limites do reino lhe permitia.Não sendo livre, não compreendia a liberdade da menina, que mesmo presa, era tão livre, que podia voar e chegar até à porta de seu pequeno mundo. Ele esquecera totalmente que a ensinara a ter essa liberdade, quando através do amor, mostrou-lhe que o uso da máscara era uma eterna prisão.
O menino tinha aprendido a cultuar o deus Dinheiro, acreitando apenas na força e no poder que esse deus podia proporcionar.Ele deixara de acreditar no sentimento imprimido na senha que um dia lhe abrira as portas do mundo mágico, e ainda debochava da menina, por ela acreditar e viver a força e a beleza de um sentimento, que para ele, não fazia o menor sentido, não tinha a mínima importância e nenhum interesse. Tudo o que eles haviam vivido juntos, era rotulado de "passado", e, as vezes, até vulgarizado por ele, tirando toda pureza, toda beleza, toda magia que envolviam os momentos vividos com tanta intensidade e simplicidade, que seriam eternos para qualquer um que não estivesse contaminado pelo uso da máscara.
E de nada adiantou todas as tentativas que a menina fez para que o menino removesse a máscara e voltasse a ser livre.
Ele não era feliz, ela sabia, mas nada podia fazer. A não ser, ter esperança de que, um dia ele abrisse as portas da própria prisão e voltasse a voar. Mesmo que não fosse em direção a ela, ela ficaria feliz por vê-lo livre outra vez. Era horrível vê-lo tão comum, tão parecido com os outros habitantes do reino. Ela sempre o viu diferente. Se ele fosse realmente diferente como ela o via, bastaria tirar a máscara para que sua visão voltasse a se ampliar, e través dela, ele tiraria de dentro de si, o menino adormecido, para ser livre, puro e criança enquanto vivesse.
A estória não tem final. A menina segue o seu caminho, tentando entender as leis do destino, sem saber porque a sua vida continua entrelaçada a vida do menino, já que hoje há uma enorme distância entre eles, sem nenhuma possibilidade de um dia trilharem novamente a estrada coração. A menina não sabe se esses laços serão cortados um dia, pois, a única coisa que ela sabe, é que o sentimento imprimido na senha que um dia abriu a porta do mundo mágico, continua a existir nela, e através deste sentimento, ela será livre, pura e criança enquanto viver...

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