Lábios

Foto de InSaNnA

Perfeito Instante

Meus pensamentos são como feras
encurraladas no meu corpo
obcecada de desejos..
pelo teu corpo,passeio ,
em busca do perfeito instante
protegida em teus braços,
deliro sobre as tuas pernas
vigiada pelo teu olhar malícioso
Os teus lábios viajores
percorrem o meu corpo teso
em busca de mais delícias..
Minha alma brilha com o teu calor !
A tua língua despreocupada, brinca
em movimento brandos..
Nessa hora,perco-me fêmea
em teus abraços ,
absorvida de tanto encanto
quando fazes o meu corpo,
na tua boca,
soluçar em pranto.

Foto de M.Veríssimo

Nesse dia

Este nome tu me deste
Este nome eu aprendi
No dia que me conheceste
No dia que te conheci

Olhaste bem para mim
Olhei nos olhos teus
Teus lábios de carmim
Encostei bem aos meus

A partir desse dia
Do dia que te conheci
Para o mundo eu morria
E só para ti vivi

Foto de Observador.Pensador

Noites vazias

É com o meu coração batendo forte
que saiu a te procurar...

ludibriado com a alquimia moderna
de um whisky com energético...
...caio no abraços das noites solitárias

Olhos abertos
Fechados
Cegos...

Beijos sortidos numa única boca

Bocas sem nomes
lábios sem gosto
com gosto de antes
com sabor de depois...

Gosto sem gosto nenhum...

Queria eu... te procurar em outros lugares
Em outros rostos
Outras bocas

Mas meus olhos já serrados
não mais encontram o caminho....

Perdido... sem mais saber...
qual lábio beijar
em que olho te procurar...

Fico só

Pena...
Que um dia alguém quis...
Com os meus olhos olhar

Pena
que não viu direito

E dando-se por sabida
ficou perdida na ilusão
de um cenário montado

Cortesã para sempre
Do achar...
...pensar...
e imaginar...

Foto de M.Veríssimo

Sinto Saudades

Sinto Saudades das palavras
que nunca te disse

Sinto Saudades dos teus lábios
que nunca provei

Sinto Saudades das carícias
que nunca te fiz

Sinto Saudades dos momentos
que nunca tivemos

Sinto Saudades de ti
que nunca te conheci

Sinto saudades de nós
que nunca existimos

Foto de angela lugo

Algum dia sentirá...

Quando teu coração bater mais forte no peito
É porque estou chegando perto de ti
Quando estiver a sonhar... E acordar
É porque saí de teus sonhos
Quando teus olhos encharcarem pelas lágrimas
É porque não estarei mais na tua visão
Quando sentires que está sozinho na solidão
É porque parti e a saudade bateu no coração
Quando estiver a cantar e sua voz emudecer
É porque sua canção chegou aos meus ouvidos
Quando sentir um olhar sobre ti
É porque olho o porta retrato que está tua foto
Quando a insegurança aflorar em teus sentidos
É porque a segurança está em meus braços
Quando perceberes que a estrada acabou
É porque está distanciando-se de mim
Quando olhar para o céu e ver uma nuvem passar
É porque estou olhando para ti todos os momentos
Quando sentires tua alma saindo do teu corpo
É porque ela veio de encontro a minha
Quando na tua boca estiver um gosto de mel
É porque meus lábios estiveram selados aos seus
Quando finalmente se sentires feliz na tua vida
É porque estará completamente dentro da minha
Quando sentir um tremor em tua alma
É porque este dia sentirá todo meu amor por ti
Quando o relógio do tempo parar...
É porque morri de tanto te amar...

Ângela lugo

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de M.Veríssimo

TATTOO

Tatuei-te no escuro
permanentemente
entre a emoção e o delírio
delírio do encontro
da minha pele
na tua pele,
do meu suor
no teu suor
Tatuei-te nos lábios
com a minha língua
voraz, insaciável
refugiado
no teu sabor
arrogantemente
doce, etéreo
viciante
Tatuei-te no peito
alvo, sedoso, belo
espetaste-me com
pontas retesadas
fundidas
pelo desejo
delicadamente
intenso
Tatuei-te no coração
lágrimas doces
impacientes
intolerantes
escorrendo lentas
no teu corpo
Tatuei-me em ti
Tatuei-te em mim

Oeiras - 22.11.2006

Foto de Dileno

A VIAGEM...

Estava Eu Feliz Da Vida Curtindo Uma Bela Viajem
Quando Te Vi Pela Primeira Vez
Suave E Meiga Como Uma Flor Do Campo
Não Consigo Esquecer Daquela Imagem
Uma Linda Flor Em Um Jardim Que Nunca Vi

Estava Eu Feliz Da Vida Curtindo Uma Bela Viajem
Quando Meu Coração De Repente Parou De Bater
Foi Como Se Visse Você Presa Á Um Grampo
Depois Dada A Mim Com Muito Prazer.
Seus Lábios Como Pétalas A Me Perfumar
Suas Pétalas Como Lábios A Me Beijar

Estava Eu Feliz Da Vida Curtindo uma Bela Viajem
Quando Você Entrou Em Minha Vida Como Um Mar,
Um Mar De Rosas, No Mar Vermelho...
Um Vermelho Mar De Rosas... Vermelhas
Encantei-Me Com Teu Calor, Esquentando Aquela Friagem...
Meu Coração Derreteu-se De Amor Por Você Menina Rosa...

Estava Eu Feliz Da Vida Curtindo Uma Bela Viajem
Quando De Repente Te Dei Um Beijo,
Colhi Você Daquele Jardim E
Abracei-Te Forte Em Meu Peito
Desabrochei Tuas Pétalas Em Minha Boca
Deixaste Comigo Teu Cheiro

Estava Eu Feliz Da Vida Curtindo uma Bela Viajem
Quando Nua, A Vi Murchar Em Mim.
Seus Afagos Em Meu Rosto Eram Freqüentes
Como Alguém Pode Amar Tanto Assim?

Fiquei Triste, Curtindo Uma Bela Viagem,
Mas, Por Favor, Não Chores Por Mim,
É Que Encontrei O Amor De Minha Vida,
A Linda Rosa Daquele Triste Jardim.
Voltei Para Casa...

De: Odileno Lima Ribeiro

Foto de Dileno

Á MERCÊ DE VOCÊ...

Você Me Envolve Em Teus Braços Úmidos De Suor
Delicio-Me Em Tua Pele Molhada Como Um Peixinho
Sou Refém De Teu Amor, Teu Olhar Me Pegou.
Começou Como Amizade, Desabrochando Devagarzinho...
Agora, Me Vejo Unido A Ti, Sem Esperanças De Escapatória;
Fiz De Você Meu Refúgio, De Seus Braços(Molhados) Meu Ninho...

Por Quê Você Me Deixa Assim?
Inseguro Sem Ti, Invencível Em Teu Corpo...
Você Me Envolve Em Teus Braços Úmidos De Suor
Perdi... Perdi A Luta
Seu Amor Foi Maior, Sem Compaixão, Fugaz...
Estou Á Mercê De Ti...

Faz Comigo O Que Quiserdes Não Negues A Paixão,
Estou Á Mercê De Ti... É De Ti Meu Coração
Que Nunca Bateste Tão Forte Em Meu Peito
Querendo Dizer-me Algo Já Sabido:
Teu Olhar Me Fascina, Me Atrai...
Faz Comigo O Que Quiserdes
Não Te Negarei o Meu Amor...

Só De Te Olhar, Fico Tonto;
Olho-No-Olho Contigo Não Agüento
Tocas Em Mim, Profundamente...
Eu Te Imploro: Explora-me...
Faça De Meus Lábios Teu Ungüento...
Nocalteie-me Em Sua Cama, Deixe me Zonzo.
Estou Á Mercê De Você...
Amor

De: Odileno Lima Ribeiro

Foto de Dileno

MINHA CLARA NOITE ESCURA...

Estava Eu Olhando O Céu Limpo A Noite
Pensando Em Você, Que Me Fizera Tão Feliz
Ele Estava Limpo (Tão Escuro)
Procurando Nele Você,
De Repente Vi As Estrelas
Comecei A Suar, A Delirar,
Lembrei-me De Nosso Perfume, Da Flor- De-Liz
Dois Corpos Tão Próximos Como As Estrelas
Dois Lábios Que Se Tocam Lá No Fundo
Olhei De Novo. Senti Meu Corpo Flutuar
Lembrei-Me De Nós Outra Vez
Quando Vi A Luz Do Luar
Um Brilho Tão Grande E Intenso
Me Fez Ao Chão Voltar, Depois Meu Mundo Virar
Tudo Então Ficou Tão Claro
Claro Como Aquele Céu
Tremendamente Escuro, Mas Ainda Assim Tão Límpido
Percebi, Minha Flor-De-Liz
Que És A Estrela De Minha Vida
O Luar Que Me Ilumina
E, Ao Amanhecer, Minha Querida
Com O Canto Do Roxinol,
Terei De Volta Teus Lábios
Seras Para Mim A Luz Do Sól.

De: Odileno Lima Ribeiro

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