Jesus

Foto de HELDER-DUARTE

O APÓSTOLO

E quando eu o vi,
Aos seus pés caí!...
E eis, que fiquei, como um morto!
E diante d'ele, permaneci, torto.

Mas este, que é o eterno,
Me tocou, com sua destra.
A mim, João, que fiquei também, trémulo.
E disse-me: Palavra esta...

Olá João amigo, meu!
Porque tens medo?
Sou Jesus, sim, sou eu!

Então, não temas!
Para ti , vim cedo,
E te digo: Vai! Anuncia no tempo, as cousas eternas!...

Foto de Ednaschneider

Atrás da tela

Atrás desta tela somos todas iguais
Não há distinção de raça ou cor;
Nem tampouco de níveis sociais.
O que somos é palavra e o seu teor.

Caso sejamos apaixonadas
Demonstramos na forma de teclar.
Caso sejamos amarguradas
Não adianta disfarçar
Os dedos acabam por nos entregar
Quando no teclado as letras vão procurar.

“É da abundância do coração que a boca fala” *-Reflita
Essa é uma verdade...No nosso mundo real
E do coração saem as palavras que são ditas
Na forma digitada: diálogo do mundo virtual.

Essa máquina chamada computador
Pode até ter menos “Gigas” ou menos “memória”
Não importa...Mas eu passo a minha história
No modo de teclar também mostro meu amor.

Pois a máquina pode não ser a mais potente
Mas por trás dela tem uma mulher...
Um SER de memória e história constante;
Que mesmo distante, tenta passar nas palavras o que quer.

Por isso digo que atrás desta tela somos todos iguais.
Buscamos amizades, lazer, estudo, uma palavra de carinho.
Tentamos ser amigos mesmo sendo virtuais.
E dessa forma não nos sentimos seres sozinhos

Pois o mundo real é mesquinho
Nos afastam uns dos outros
Cada qual no seu “ninho”
Cada um por si e Deus por todos!

Joana Darc

*(Palavras de Jesus livro Bíblico Lucas 6: 45)

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de HELDER-DUARTE

Potestades

Oh gentes do mundo,
E vós outros poderes vários,
Do alto e do profundo,
Israel e reinos outros,

Assim diz o Senhor Jesus:
«Eis que venho já para julgar em minha luz.
Minha espada em acção entrará,
No Vale de Mégido estará.

E eu o mal vencerei,
Que é do bem inimigo,
Naquele dia eu reinarei...

Em Jerusalém estarei,
Anjos comigo,
Cedo virei, cedo virei!...»

HELDER DUARTE

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos II

No cancioneiro brasileiro, até pouco tempo atrás eram muito raras as compositoras. Poucas, como Chiquinha Gonzaga por exemplo, tiveram personalidade para romper a bolha machista e fazer sucesso fora dela. Mas há uma outra característica no contexto musical do nosso país: Muito poucos compositores dispuseram-se a entrar na bolha! E construir letras onde o “eu” era feminino. De cabeça, qualquer um poderia se lembrar de Chico Buarque e Caetano Veloso. Mas existem outros menos famosos. “A Fruta e o Pássaro” é meu melhor resultado:

“Se me guardo navego
Se me entrego não volto
Porque quero me solto
Porque temo me prendo.

Me fendo como a fruta
Que um pássaro perscruta
E me agarro ao meu talo
E me calo
E me odeio e me odeio e me odeio.

Eu receio o seu espaço
Despencar da canção
Ficar só, de cansaço
Ser comida no chão.

Me fendo com a fruta
Que um pássaro desfruta
Mas te sonho e te tramo
E te amo e te amo e te amo”.

Seguindo uma linha poética na qual se solidariza contra o condicionamento e as injustiças da cultura machista, o poeta se arrisca a ser atropelado. Vejam, a maior parte dos conceitos hoje vigentes têm origem no ideário judeu do tempo de Jesus, ou dele derivaram. Ironicamente, não obstante o anti-semitismo fazer parte das idéias de povos e governos, historicamente, ao longo de milênios, com a expansão do cristianismo esses conceitos vieram no seu bojo e se espalharam pelo mundo cristão.

As instituições cristãs, obras do homem com necessidades próprias, e à revelia da mensagem do seu “protegido”, ambicionaram o poder e alavancaram a absorção desses conceitos durante a idade média principalmente. Passaram de perseguidas a perseguidoras, abençoaram as fogueiras e criaram um documento oficial, no qual os depois chamados judeus-novos (designação preconceituosa) declaravam e assinavam serem cristãos, para continuarem vivos. Assim apareceram sobrenomes de árvores frutíferas como Pereira, Limeira e, no meu caso, Oliveira, uma clara alusão à figueira amaldiçoada por Jesus. Dentre tantos conceitos, quero destacar aqui o moralismo egoísta e segregacionista. A falsa idéia de que há um certo e todos os discordantes errados. Uns são ditos filhos de Deus, mas não se diz de quem são filhos os demais.

Pode parecer que eu esteja exacerbando, que não é tão importante. Vou dar um exemplo para provar que não: nunca houve e provavelmente jamais haja um sucesso literário comparável ao da Bíblia! Nem em volume de vendas, nem no poder de convicção do seu conteúdo e nem no poder político das instituições que lhe deram endosso. Sua multiplicação editorial coincidiu com a massificação da alfabetização. E no bojo de qualquer uma delas, está a maior parte do ideário judeu, pois que Jesus era judeu e os principais apóstolos também. Nada pode ser comparado a isso.

Então recebemos por herança um falso direito de fazer julgamentos, como teimam belicosamente em fazê-los até hoje judeus e árabes. Mais que isso, de exilar os “adversários” das nossas convicções em nome de uma identidade divina que nos autoriza. Em um certo ponto da nossa história, com o fim da segunda guerra mundial e toda a explosão tecnológica que se seguiu, nosso ideário saiu dos guetos europeus para recriar antros ideológicos em todo mundo. Suscitaram-se todas as revoltas. Vieram os hyppies, a dita reforma, depois a contra-reforma... Mas a essência de tudo tem sido sempre a mesma: a segregação.

Bem, na poesia, como nas artes em geral, não cabe essa natureza dominadora e egoísta. Na imensa maioria das vezes o poeta se coloca do lado mais frágil. Ele não submete, mas aceita submeter-se para se impregnar das dores, amores e demais humanidades que constituem sua matéria prima. O poeta é um habitué dos antros. A começar pelo seu próprio. E faz dessa “condenação” um caminho escuro, para a luz do seu amor penitente, prostituto, voluntarioso. Encontrei em meus antigos alfarrábios uma letra de música que define muito bem as minhas convicções a esse respeito. Chama-se exatamente “Antro” e foi construída num período da vida em que me senti condenado por todos, exilado em meu pequeno ateliê, de onde tentava tirar minha sobrevivência física.

“No antro em que sou ninguém
Alguém que me faz feliz
Me faz ser a conquista
O herói mais vigarista
Um corpo no chão
Vazado de luz.

No antro em que volto sempre
No ventre em que asilo o ser
Dos lanhos da minha viagem
A chuva molha a tatuagem
No chão da alma
Vazado se luz.

Seria meu santuário
Não fosse o amor um cigano
Seria meu cadafalso
Vagasse profano e descalço.

Um amor que não se detém
Me fez refém, com salvo-conduto
Mas eu luto contra aparências
Eu vivo das nossas essências
É um antro bom... dentro de mim”.

Foto de Carmen Lúcia

...e o planeta chora...

...e o planeta chora lágrimas de ácido,
Que caem sobre os rios como aço
E retornam num ciclo plúmbeo, sarcástico,
Gerando nuvens de plástico,
Exalando gás carbônico que se alastra,
Penetrando os pulmões numa devassa,
Poluição, fumaça, desgraça...
É um vaivém que nunca passa.
A terra seca se racha,
O que beber já não acha...
Precisa se fortalecer
E seus filhos socorrer...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.
O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Acelera o seu ritmo num sádico delírio,
Desequilíbrio mental, desequilíbrio letal...
E nossa casa chora o descaso e o abandono
Lixos contaminam a consciência ambiental.
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

Foto de andrepiui

Quem é Quem...

Queimaduras no corpo
Corpos no chão
Toalhas estendidas em varais
ondas no som
Fumaça se espalhando pelo ar
uma mente que não para de pensar
Quem é quem
milhões de perguntas
Respostas tento encontrar
O brilho da lua
refletindo o brilho do mar
Pessoas pelas calçadas
cabeças teimam a rolar
Um dia me disseram
para que eu nunca
deixasse de acreditar
Se o demônio é belo
Jesus é a olvelha
que não para de berrar
Convidando seu rebanho
para a festa no céu na terra
na água e no ar...

Musica espalhada pelo ar
Mais o homem é surdo
e não para pra escutar
Terra o barro
já não mais existe
Agora é cinzenta
em todo lugar
Um dia à casa cai
todos tropeçam
mas quem vai se importar
Puro mesmo só o bêbê
antes da 1°vez de mamar
Esfera estendida no universo
Processo continuo
trabalhando sempre a girar
Mentes poluidas
frutas podres
O fogo destroi o gelo
O telhado cai quem berrou 1°

Berra convidando seu rebanho
Berra cantarolando
coréografias feitas
por milhares de anjos
Espalhados por ai
Vagando sem conseguir dormir...
(André dos Santos Pestana)

Foto de angela lugo

Significado da páscoa

Festa tradicional associada a muitos fatos
Começou com os festivais pagãos da primavera
Pelo êxodo dos israelitas para o Egito
É a reunificação do espírito ao corpo de Jesus Cristo
Significando ressurreição e renascimento
Para o simbolismo de uma nova vida
É considerada uma festa cristã

É também associada à imagem do coelho
Por ser ele o símbolo da fertilidade
Pela sua enorme capacidade de reprodução
Formando grandes ninhadas em pouco tempo
Simbolizando também a quantidade de fiéis

E é também associada ao ovo devido à existência
De a vida estar intimamente ligada a ele que
Simboliza o nascimento assim pensava-se no
Antigo Egito e foi passando de geração a geração

Os ovos ofertados na Páscoa antigamente
Eram pintados em coloridos brilhantes representando
A luz radiante do sol...

Quanto aos de chocolate chegaram no século XX
Mas o chocolate em si já era adorado pelos
Maias e Astecas que o consideravam sagrado
Por ser ele afrodisíaco e tão valioso quanto o ouro
É tradicionalmente um presente recheado de significado...
Por ser comparado ao renascimento
de uma nova vida.

(Meus queridos amigos feliz Páscoa)

Foto de angela lugo

Sexta-feira da paixão

Naquela quinta-feira te deram um beijo
Não um beijo de amor... Mas de pura traição
Entregaram-te aos soldados do desamor
Aqueles que te prenderam... Açoitaram-te
Ao invés de sentir por ti compaixão
Machucaram-te até fazer a tua carne sangrar
O que tu passaste nesta noite somente a ti
Pertence e aqueles que lá se encontravam
E naquela sexta-feira...
Fizeram-te carregar uma cruz pela Via Sacra
Teu corpo já estava transfigurado pela dor
Caia... Levantava-se e lá caminhava...
O povo simplesmente olhava nada fazia
Com os olhos amedrontados apenas te via
Quando chegou ao teu destino já quase desfalecia
E ainda tinha a pior parte aquela que tu temias...
Vieram os soldados para que lá te pregassem
Naquela cruz que por ti lá esperava
E quando os cravos começaram a ser fincados
A dor quase já não existia já havia transpassado
Tamanho sofrimento já havia passado
Quando terminaram nem sequer se preocuparam
Com teus gritos abafados pela multidão pasmada
E assim tua cruz com teu corpo foram içados
Eles não se contentaram que ainda estavas acordado
Levantaram a lança e teu coração foi perfurado
Mesmo assim ainda os perdoaste...
Oh! Jesus como pôde ter sido tão injustiçado
Esqueceram que ali jazia o corpo do Pai amado

Foto de HELDER-DUARTE

Ana

Ana! Ana! Ana!
Tia minha...
O que em tua alma iria?
Certamente forte agonia.

À tua vida deste fim,
Por aquele modo assim.
Mas fosse o que fosse,
O que à tua mente, isso trouxe...

Para tal ansiedade...
Morte não era a solução.
Mas Jesus que é a verdade.

Ele tem poder
E acção,
Para tudo resolver!...

Helder Duarte

Foto de HELDER-DUARTE

Conhecer-te

Jesus que ser és?!...
Claro que sei, bom seres,
Cheio de todo o poder,
Que me fizeste renascer.
Ainda mais meu ser,
Canta, pelo teu poder,
Que levanta,
Esta humana alma...
Que sem ti, não consegue tirar,
Do meu peito de existência humana,
Força tamanha,
Para te adorar.
Também sei Jesus,
Que para dar vida, aos débeis seres racionais, a cruz
Tomaste, para torná-los espirituais.
Ainda este material de pó sabe...
Que és Deus e Senhor,
Cheio de eterno amor...
Mas deixai-me entoar, esta parte final,
Com todo o ar,
Que de ti vem...
Lutando contra o mal, a favor do bem...
Senhor em conclusão.
Com quanta força tem este coração!...
Em alta voz, em oração,
Clamar: Deixa-me conhecer-te,
Ainda de tal modo,
Que esse conhecimento, em mim,
Faça o mundo, estremecer...
Diante de ti!!!...

Helder Duarte

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