Jesus

Foto de Carmen Vervloet

CAMINHO DO SÓ

Caminho do só...

Fadas do tempo...
Acendam as estrelas em luz...
Levem, este meu sentimento
Às rotas do vento...
Libertem-me desta cruz...
A noite fez-se em breu
E perdi o rastro de Jesus.
Tropeço em sombras...
Esbarro em ondas
Que me levam sem dó...
Neste caminho do só...
A dor machuca... Fere...
Faz sangrar meu coração...
Mas não transfere
Esta minha solidão...
Na vastidão deste tempo
Conduzo meu pensamento
Que retorna a branca areia...
A dor corre entre veias
Da fria madrugada...
No tempo do nada...
No breu da estrada...
Levaram meus sonhos,
Meus lábios risonhos...
E agora sou apenas
Uma triste cena
De uma noite sem luz...
Arrastando a minha cruz...
Socorram-me fadas
Ou acabo em nada...

Carmen Vervloet

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ANJOS DE LUZ"

ANJOS DE LUZ

Fiel companheiro
De todas as horas
Real escudeiro
De lutas inglórias

É tu meu amigo
Meu anjo de luz
Glorioso abrigo
Na paz que me conduz

Por trilhas discretas
Conduziu meu caminho
E nas horas mais certas
Cobriu-me de carinho

Nas trevas mais intensas
Ofereceste-me a luz
Ai senti tua presença
Meu bondoso JESUS.

Foto de Dirceu Marcelino

JARDIM ENCANTADO I - BOM DIA GENTE. Estou muito feliz...

Bom dia gente!!!
Bom dia Musas, Fadas, Duendes,
Poetas e poetisas...
Ontem vocês encheram meu coração.
Hoje acordei muito contente.

Sinto-me como o Marcelino,
Mas sou o Dirceu Marcelino.
Vejam o meu nome fala de
Céu e Mar.
E ainda de hino,
Este é o meu canto:
“Marcelino bom menino”.
Agora moro nesta “Casa Encantada”
No endereço deste imenso
“Jardim Encantado”
“www.poemas-de-amor.net”.

Onde fica?
Ah! Depois lhes conto,
Agora vou me cuidar,
Escutem esse canto,
Estão me mandando
Cantar,
Cantem comigo:
“_Marcelino, bom menino,
"Pega a toalha,
“O sabão e vai se lavar...”

Pronto, já me cuidei
E fiz minha oração,
Agora vamos todos tomar
“Café com pão”.
Há muito troquei o vinho,
Não preciso dele
Sou um menino,
Gosto mesmo do
“Café brasileiro”.

Continuem a cantar comigo,
Vocês são meus amigos:

“_Marcelino bom menino”,
Pegou a toalha foi se lavar...
Agora vai tomar seu cafééé..
“Come, come, come... muito...”
“Limpa todo o prato...”
“Como Frei Donato”,
“Limpa todo o prato”
“Come todo o pããoooooooo...”

Agora vou levá-los à casa vizinha,
É aquela “Casa Transparente”,
Ali mora a Musa CECI POETA.
A casa dela é como a nossa,
“Não tem parede, não tem teto, não tem chão,
É, realmente, como a casa do “grande poetinha”,
Pois, aqui onde vivo é tudo assim,
Vejam a frente são nuvens de algodão,
Tudo limpo, sem poluição,
Olhem ali caminhando
Sobre as nuvens,
Ele anda também sobre os mares,
É meu amigo,
Meu Senhor,
É o menino Jesus.

Vejam o redor do “Jardim Encantado”,
Quantos pássaros, quantas flores,
Sintam o ardor dos seus perfumes,
O aroma da natureza,
Olhem aquele “pardalzinho”,
Ali embaixo daquela laranjeira,
Coberto de folhas e de flores...
É o pardal da Ceci.
Veja lá ao fundo aquelas grandes árvores,
Aquele “Jade imenso e esverdeado”
É a árvore da Carmem...
São tantas musas com nome de Carmem
(Carmem Lúcia, Carmem Cecília, ah!
Aquela é árvore da Carmem Vervloet).

Vejam lá na beira da lagoa,
Aquele sapo é o “Mustang”
E aquela Fada de branco,
Longos cabelos castanhos escuros,
Com flores...
É uma cidadã do mundo,
É a Salomé
Ela está no ensinando a cantar
Em Francês, eu já até aprendi esta:

“_Frére Jacques, Frére Jacques,
Dormez vous, dormez vous,
Sone les matiné, sone le matiné,
"Dim...dem... dom....dim...dem...dom...
Dormez vous, dormez vous...”

Ah! Mas essa é música de criança,
Não importa,
Sou um menino.
Vejam o Carlos,
Transformou-se em um príncipe,
Mas ele já era um Fidalgo,
De Lençóis Paulista,
Terra amada
Deste Rincão Brasileiro.

São tantas poetisas,
E tantos poetas, aquele é Albino Santos.
O vice-campeão.
E, aquele, que acabou de trocar de roupa,
É o Starcaca.
Vivem todos neste Jardim Encantado,
Seria injusto deixar de apresentar
Alguns deles ou delas,
Mas, aos poucos, os apresentaremos...

Vejam aquelas no Roseiral,
A primeira é a Poder Rosa, ela é fenomenal.
Aquela do seu lado com caneta na mão
É a Coordenadora - Fernanda Queiróz.
A do meio “rosinha” é a “Rosita”,
A amarela “Açúcena”,
A azul da amizade é a Carmem, dela já falamos,
A outra com “lume azul” é a Raiblue
Aquela sumidinha: Osvania é a Rosa chá, eu sei onde ela está.
A de traz é a “Rosa Morena” - Baianinha
As outras ao seu lado são Sandra, Bruna, Ivaneti e Vanessa Brandão,
As Musas Morenas, que nos enchem o coração.
Aquela amarela e vermelha é Rosemari -
Ambiance - Ela tem grande parte amarela, que representa o amor e um pouco do vermelho que representa a Paixão.
Ah! Aquela vermelha palpitante,
Como uma dama de vermelho
É a "Maria Flor",
Vivi "rabiscando"
Na Praça da República.

E, aquela, então diz não ser Rosa:
Vejam o que ela diz:
"_Não sou uma rosa,
que é exuberante, formosa
Sou flor do campo
que em meio à simplicidade
a todos encanta
com naturalidade.
Não sou rosa,
sou Teresa,
mulher, vaidosa
com alegria, tristeza,
faço versos, sou prosa.
Não sou rosa,
Sofro assim com a desproteção
de um coração sem espinhos,
um coração de muitos carinhos
que só sabe amar
e no amor acreditar
Não sou rosa,
sou mulher, sou flor
que por ti morre de amor!!!".

Desculpem-me quem já leu.
Mas ela tem o nome de minha mãe
E eu sou um menino muito sentimental.

Às vezes, me torno crítico,
Bem e daí, o que inclui, posso excluir,
Descobri isso a pouco,
Mas desse jeito minha prosa
Não terá fim.

Talvez, não seja ético,
Tem gente que já votou,

Como essa aí em baixo,

Mulher séria e muita visão crítica, com “carinha de anjo”,
É a campeã – Sirlei Passolongo,
E só depois de seu voto,
Eu paro de mexer
É um protesto.

A de cima é a Rose Felliciano,
Sim, aquela no alto da colina,
A mesma de Londrina...

Aquela voando,
Sobrevoando
É a “Joaninha Voa”,
E aquela para qual está apontando
É a Inês Santos,
A mocinha que está viajando,
Conhecendo novos sítios.
Veja a Gracieli é aquela sorridente,
Essas que estão filmando
São Enise e "Civana", amiga do "grande poetinha",
Mas, já entrou nos "entas", ´
Embora, continue muito bela.
E a outra é Carmem Cecilia,
A poetisa dos Corcéis Negros.

Olhem na original registrei todos os créditos,
Como em um trabalho científico.

Esta prosa poética
Está muito longa e você fica mexendo,
Tirando e acrescentando!
Diz-me aquele de branco
Com nome de Anjo,

"_Tá bom! Muito obrigado".
Todos nós lhe agradecemos
Pelo espaço que nos deste,
Caro: Miguel Cunha Duarte.

Foto de Antonio Marcos Dias Alves

so sei que penso que estou sozinho, mas sinto você aqui comigo e não estou so...........

..............Aqui dentro de mim nasce um sentimento que é capaz de ti fazer feliz, se olhares em volta e perceber, que você não está só, e nem sozinho irá perceber que estarei ai com você em seu coração. Vou orar pela nossa união, para que jesus esteja sempre entre nós, vou orar pela nossa união, vou pedir p/ que seja assim por toda a vida. Te quiero amore mio!!!! vejo que a união e o cordão, a corrente que nos prende e nos refligem a nos unir a cada dia, a cada palavra por isso penso em vc a todo instante e não vejo barreira alguma que nos impedem isso, por isso nosso amor e unico e verdadeiro, por isso sempre volto, a trás e consigo pensar em você com sentimentos frutivos, por isso vejo seus olhos brilhando diante de uma estrela nas minhas noites de luares, por isso consigo ama-la e viver em seu carinho que se queima e fruta o meu coração a ti querer mais e mais, por isso vivo porque amo você, porque sei que você e especial em toda minha vida, e por isso sei que não estou escrevendo essas palavras so porque percebo e sinto o seu amor a cada dia e a cada palavra em meu coração, mas sim porque agora sei que não estou sozinho e sim estou com você.....................

Foto de Paulo Marcelo Braga

O DUELO DE JESUS CONTRA OS HIPÓCRITAS

"Tudo o que aqui ele deixou
não passou e vai sempre existir...".
(Roberto Carlos).

Havia, no tempo em que Jesus existiu,
estorvos contra os quais ele duelou.
Os fariseus eram donos do templo vil,
que às criaturas humildes escravizou.
Com as suas aparências enganosas,
de “bons samaritanos”,
eles tinham maledicências perigosas,
adotavam uns planos
cheios de hipocrisias
e sempre ofereciam esmolas à população,
durante certos dias,
em que conduziam cerimoniais de religião.

Nas solenidades vazias,
distribuíam, com ostentação,
oferendas nas liturgias,
onde produziam uma ação
divulgadora de fantasias,
abusavam das afetações
e, com suas faces constritas,
clamavam suas orações,
diante das classes proscritas.
As normas dos hipócritas chefiavam
o estorvo do “partido democrático”
e, de formas despóticas, apedrejavam
o povo tão sofrido quanto estático.
Outro partido, o “sacerdotal”,
era composto pelos conservadores saduceus,
que faziam um fingido cerimonial
e assumiam os postos de “seguidores de Deus”.
Eles eram seres de durezas
secas, comodistas, de crenças
nos seus “poderes” e certezas
tradicionalistas muito intensas.
Esses partidos opositores
tinham uma moral interesseira,
além de fingidos oradores,
promovendo uma total asneira.
Acima deles, só o poderoso
César e seu nimbo encarnado.
Todo esse clima calamitoso
Jesus lutou para ver modificado.
Por isso, o mestre não atacou
as criaturas, mas as doutrinas.
Sem ser omisso, ele duelou
contra as imposturas malinas.
O grande duelo se iniciou nas sinagogas
da Galiléia e teve continuidade
pelo templo de Jerusalém, sob as togas
de uma platéia sem autoridade.
Jesus não atacou seus adversários:
esperou receber ataques irados
e com sua luz, retrucou mandatários
isentos de destaques e respaldos...
Jesus usou como tática
inicial a base de uma mansidão
que produz, na prática
espiritual, a catarse da salvação.
Os adversários não captaram
a mensagem verídica
e, como corsários, zombaram
da imagem pacífica.
Jesus, então, mudou de tática:
Ele passou a atacar
toda aquela hipocrisia enfática
que ousou lhe criticar...
Derrotados, os algozes
de Jesus usaram um deletério plano
e soltaram suas vozes,
acusando-o frente ao império Romano.
As acusações não tinham fundamento.
Mesmo assim, Jesus se viu perseguido,
evadiu-se e só se entregou no momento
em que cumpriu sua missão e foi traído...
A sua jornada fugitiva,
pela Síria e locais pantanosos do Jordão,
foi demorada, educativa,
e trouxe paz aos vitoriosos sem omissão.
Conduz a bela história final
de Jesus à vitória real, sem engodos.
Da cruz, na memória atual,
reluz sua oratória triunfal sobre todos.
É essa a moral duma história imperecível,
impressa, afinal, na memória inesquecível:
Jesus ousou desafiar todo poder fugaz
e nos ensinou a lutar para obter a paz...

Paulo Marcelo Braga
Belém, 20/10/2007
(02 horas e 07 minutos).
Foto de Carmen Vervloet

Poesia no Canto - Um Encanto

Poesia no Canto – Um Encanto

Bordo meus versos
No aconchego do meu canto
Um encanto!
Desenho com palavras
Coloridas telas!
Encho balões com meus sonhos...
Solto-os no iluminado espaço
No exato momento
Em que passa uma corrente de vento!
Sobem aos céus
Lá... Bem junto às estrelas
E são abençoados por Deus!...
Depois retornam
Num rabo de cometa
Pousando aqui e acolá...
Deixando um pouco de mim
Em cada lugar
Onde os silêncios rugem
Em meio às dores que surgem...
Onde o tempo é quando...
A dor passar!
E o amanhã é quando...
A ferida secar!

Preciso plantar o meu verso
De amor e ternura,
Fazer o reverso do sofrimento,
Levar um pouco de loucura,
Fazer voar, sem sair do chão,
Por ponto final no lamento.

Alimentar... Distribuir o pão...
Oferecer as mãos em conchas
De amor...
Abraçar, com a esperança,
De que a dor suavizou
E a treva se acendeu em luz
E a poesia trouxe a paz de Jesus!

Carmen Vervloet

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ESSÊNCIA"

ESSÊNCIA

Oh luz embriagante
Que traça o meu caminho
Figura exuberante
Desenhista do meu destino

É bom contar contigo
Nas horas de aflição
Arruma-me logo um abrigo
E me livra da perdição.

Estrela clara e divina
Que a mim tudo ofertou
Deu luz para minha vida
E Jesus me apresentou.

E em todo meu caminho
A harmonia proporcionou
E trouxe para meu convívio
A paz, a luz e o amor.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"NATAL"

NATAL

É Natal, os sinos dobram...
A alegria tem que estar no ar...
Pessoas choram...
Por quê? É Natal, época de sorrir, de cantar!!!

Na ceia, em cada amigo, tudo tem amor...
No coração de Jesus, precioso abrigo, momentos de louvor...
É Natal, coração aberto, não sei se é bem certo, mas estou chorando...
Vejo o velho, vejo a criança, coração tremendo cheios de desesperanças!!!

É Natal, que meu pão seja dividido...
Que o seu presente seja o mais colorido...
Que a alegria permaneça no ar...
Que os corações só se permitam amar!!!

É Natal, aniversario do filho de Deus...
Que se renovem as alianças com todos os teus...
E que os rancores sumam no ar...
Porque a alegria do Natal nunca pode parar!!!

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Fernanda Queiroz

É Natal

Dia de Natal

Ruas movimentadas, pessoas sorridentes, crianças soltas no parque em uma algazarra diferente.
É Natal
Parentes fazem contatos, visitas chegam de impacto, alegra criando magia, magia fazendo união.
É Natal
Muitas vezes ouvimos, que hoje é tão diferente, que hoje não é a semente, que um dia comemorou.
Que hoje parece utopia, que não é verdadeira alegria, que esqueceram a sabedoria, que é mais mercadoria, que o homem inventou.
Que Jesus homenageado, aparece em um fundo nublado, do comercio que foi plantado, e o presépio sepultou.
Mas quem disse que Jesus, queria você postado, um eterno mudo calado, respirando ao teu lado, para assim ficar gravado em todos os anos lembrado?
Mas quem disse que Jesus, queria criança quieta, sem participar da festa, sem barulhos, sem brinquedos, sem sorrisos e com medo, sem esperança e sem crença, sem amor e sem a presença, do bom velhinho a habitar?
Como é que seria, sem visitas, sem abraços, sem a data para marcar, sem os momentos para encontrar,ou o sino pequenino, seria suficiente, para substituir a gente?
Que seja pai ou seja filho, é o mesmo jeito de amar, e este garoto aniversariante é aquele mesmo que tolerante, deu a vida para nos salvar.
Para que vivamos com alegria, para que saldamos com energia, para que glorificamos este dia, juntos á todos encontrar, com presentes a trocar.
E neste ar de festa, que soa melhor que seresta , ou sino a repicar, fazer viver a esperança, transformá-la em mais que lembrança, e destes encontros presentes, fazer germinar a semente, de quem nasceu para amar.
Este é o melhor presente, que podemos Lhe dar, pois sou capaz de apostar, que foi pensando nestes encontros, nesta troca de presentes, nestes momentos de união que ele escolheu um dia, para ao mundo chegar.
Com esta sabedoria infinita, ele veio para nos salvar, mesmo que tenha voltado, ao teu reino habitar, deixou marca e patente, para alegrar a gente, e fazer comemorar, com abraços e presentes, com saudades a matar, o que o tempo distante,muitas vezes faz brotar.
Afinal dia de festejo, é quando um pai sem medo, vê teu filho abraçar e com carinho mostrar, que aprendeu a amar.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Páginas

Subscrever Jesus

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma