Intermédio

Foto de Paulo Master

Pecado Original

Segundo reza a bíblia, Eva e sua desobediência negligente originaram o surgimento da metáfora do “pecado original” através do fruto proibido. No entanto, Pandora (a primeira mulher, criada por Zeus) trouxe à natureza humana todas as mazelas por intermédio de sua curiosidade. A incúria, porém originou-se através da abertura de um simples artefato. Ao que tudo indica, sem a necessidade do influxo da “serpente”.

Foto de Edson Cumbane

O NOVO NASCIMENTO

Jesus Cristo disse aos seus díscipulos que importava que Ele voltasse ao Pai, mas que não nos deixaria, mas pelo contrário, Ele nos enviaria outro consolador, a saber: o Espírito Santo de Deus. Ele, o Espírito Santo nos revelaria tudo que viesse de Jesus, e Jesus não diria suas próprias palavras, mas sim; as que o Pai revelaria sendo, portanto a direcção e sentido das palavras de Deus a seguinte: Pai- Filho- Espírito Santo- Igreja de Cristo, até ao toque da última trombeta, pois, importa que soframos e padeçamos em Cristo, não vivendo segundo as nossas próprias sensualidades que se traduzem em pecado, mas antes, morrendo com Cristo na Cruz negando a nossa carne para que o espírito seja santificado e salvo no último dia e revestido de um corpo eterno e incorruptível para todo sempre.
Após o arrependimento, importa que sejamos baptizados nas águas por imersão, que é um acto onde sepulta-se o velho Homem e ressuscita um novo Homem em espírito, após o baptismo nas águas importa que recebamos o baptismo no Espírito Santo: o nosso consolador. O Espírito do Senhor desce sobre aqueles que adoram o Pai não só em palavras, mas antes em verdade cumprindo os seus mandamentos e crendo nele, e a verdade é única: Jesus Cristo é o Senhor e Redentor. Portanto Jesus Cristo é a verdade.
Jesus disse que os que cressem expulsariam demónios em seu nome, teriam autoridade sobre demónios e suas actividades, e sobre circunstâncias por eles criadas, e seriam protegidos pela unção que há dentro deles, e falariam novas línguas.
Falar em línguas é a evidência do baptismo no Espírito Santo. Claro, todo aquele que se converte não o faria sem o Espírito Santo, portanto, o Espírito Santo está presente no processo de conversão do Crente porque ninguém pode dizer que Jesus Cristo é o Senhor senão pelo Espírito Santo.
Os olhos do Senhor estão em toda Terra procurando aqueles que o adorem em espírito e em verdade, os tais, que são contritos de espírito e tremem da palavra de Deus. Portanto todo crente que se converte e crê que Jesus Cristo é o Senhor tem o Espírito Santo. Mas ter o Espírito Santo não significa estar baptizado no Espírito Santo, portanto, importa que sejamos revestidos pelo poder do alto por intermédio do baptismo no Espírito Santo para que possamos estar capacitados de fazer as obras que Jesus iniciou aqui na Terra e até maiores, disse Jesus. Eis a palavra de Deus:
• Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (João 3:3)
• Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. (João 3:5)
• O que é nascido da carne é carne, e o que é nasido do Espírito é espírito. (João 3:6).
• O vento sopra onde quer, e ouves sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espirito. (João 3:8)
• Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:12, 13)
• Pois, nem a circuncisão nem a incircucisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura. (Gálatas 6:15)
• Não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo. (Tito 3:5)
• Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. (Tiago 1:18)
• Tendo renascido não, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece. (1 Pedro 1:23)
• Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus. (1 João 3:9)
• A fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra. (Efésios 5:26)
Portanto: Depois de se arrepender e se humilhar perante Deus, procure ser baptizado nas águas por imersão. Busque a Deus em espírito e em verdade e busque também a plenitude do seu poder. Leia a bíblia, pois, ela contém a palavra de Deus. Deus te abençoe. Amém e Amém.

Foto de Edson Cumbane

Arrependei-vos

ARREPENDEI-VOS PORQUE ESTÁ
PRÓXIMO O REINO DOS CÉUS
(MATEUS 3:2)

Nos últimos tempos, temos assistido cenas que revelam que o mundo está uma verdadeira Babilónia (confusão) e uma verdadeira Sodoma e Gomora (distúrbios e desordem), onde os valores morais, tendem a desaparecer a cada dia que passa, porém, o plano de salvação de Deus já foi estabelecido com a vinda de Jesus Cristo, a fim de nos resgatar das mãos iníquas de Satanás. E foi através do sacrifício da Cruz do Calvário, tendo Deus por intermédio do Senhor Jesus Cristo, nos comprado com o sangue derramado pelo Cordeiro de Deus (Cristo), para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha vida eterna em Cristo Jesus. A palavra de Deus é o alimento do espírito, por isso, é necessário ler a Bíblia Sagrada e mudar de vida e passar a viver para o Senhor Deus Todo Poderoso e o Espírito do Senhor descerá sobre ti. Eis a palavra do Senhor Deus:

• Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente morrereis. (Lucas 13:3)
• Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados. (Atos 3:19)
• Lançai de vós todas as vossas trangressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, porque morreríeis, ó casa de Israel. (Ezequiel 18:31)
• Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos Homens que todos, em toda parte, se arrependam. (Atos 17:30)
• Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para salvação, que a ninguém traz pesar, mas a tristeza do mundo produz morte (2 Coríntios 7:10)
• O que enconbre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. (Provérbios 28:13)

REDENÇÃO É ATRAVÉS DE CRISTO SOMENTE

Deus é justo de eternidade em eternidade, de tal modo que nos concedeu mediante e unicamente por Cristo Jesus, portanto, a salvação; que só procede da crença que Jesus Cristo é o Redentor e Senhor de tudo e todos, conforme lhe foi conceido pelo Deus Pai que assim fosse, sendo essa decisão de Deus Pai justa porque ele é justo, pois, Cristo foi o único que morreu sem pecado para salvar um mundo imundo por causa do pecado. Tendo ele vencido a morte e o inferno, mas antes se humilhado, para depois da sua ressureição ser glorioso em glória e poder e detentor da chave da morte e do inferno, as quais ele venceu na Cruz do Calvário. Eis a palavra de Deus concernente a isso:

• Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lucas 19:10)
• Por isso, eu vos disse que morreríeis nos vossos pecados; porque se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados. (João 8:24)
• Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. (João 10:9)
• E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. (Atos 4:12)
• E, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. (Hebreus 5:9)
• Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:25)
• Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. ( Romanos 3:24)

• Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção. (1 Coríntios 1:30).
• E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação. (Apocalipse 5:9).
• Dando graças ao Pai, que vos fez idóneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. (Colossenses 1: 12-14).
• O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. (Tito 2:14).
• Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho , e a verdade, a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:6).

Portanto, fica bem patente e claro, que:
1. Não há outro redentor se não Jesus Cristo,
2. Não há outro enviado de Deus para salvar o mundo se não Jesus Cristo.
3. Não há outro nome que é sobre todo o nome se não Jesus Cristo.
4. Não outro caminho, ou salvação ou vida, se não por Cristo Jesus.
5. Não há outro Filho de Deus sem pecado, sem mácula, sobre o qual é toda honra e glória, e salvação, e remissão, e perdão de pecados se não por Cristo Jesus.
6. Não há outra alternativa melhor, não há meio termo, não há talvez, porque só Jesus Cristo é o Senhor e Redentor. Quem crê e pratica sua palavra está salvo e passou da morte para vida, quem não crê já está condenado, pois, fez de Deus mentiroso e desprezou o conselho do Espírito de Cristo e não há perdão para quem peca contra o Espírito Santo ( é bíblico), todos os pecados são perdoados menos o pecar contra o Espírito de Deus, até quem peca contra Jesus Cristo é perdoado ( é bíblico), menos quem peca contra o Espírito do Senhor.

NEM TODOS SÃO FILHOS DE DEUS

Quando Deus criou o mundo, ele criou o homem e fez dele sua imagem e semelhança e a partir do primeiro homem (Adão) fez a mulher e depois deram ouvidos a Satanás e surgiu a morte e o pecado, portanto, todo homem é criatura de Deus e não filho. Excepto aqueles que aceitaram Cristo Jesus como seu Senhor e Salvador lhes concedeu o dom de serem feitos e chamados filhos de Deus. Porque todo aquele que confessa aos homens que Jesus Cristo é o Senhor e obedece a sua palavra esse sim: é filho de Deus, mas quem nega a divindade de Cristo e que ele é filho de Deus esse tal tem como pai o diabo, o qual peca e renega Deus desde o princípio, o qual ele e os seus anjos caídos (demónios) lhes foi predestinado o lago de fogo e juntos vão todos os seus seguidores. Porque quem não serve a Deus e não crê que Jesus é o Senhor e Filho de Deus esse tal tem como pai o diabo (Satanás), e quem não glorifica a Deus por intermédio de Jesus Cristo, então pelo contrário, glorifica ao diabo porque ele é o pai da desobediência e insubordinação a Deus.
Eis a palavra de Des concernente a esse assunto:

• Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica a justiça não procede de Deus, nem aquele que não a seu irmão. (1 João 3:10)
• Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo. (Filipenses 2:15).
• Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão,para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. (Romanos 8:14, 15).
• Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei. (2 Coríntios 6:17).

NÃO SE ENGANE

• Não vos enganeis: nem impuros ( os quais pecam e não se arrependem e nem pedem perdão a Deus), nem idólatras (os que adoram imagens de escultura, santos, objectos, poder político e económico, o dinheiro, fazem músicas presunçosas adorando-se a eles mesmo do tipo: eu sou isso, eu tenho aquilo, eu posso isso, eu posso aquilo, os que adoram a Maria mãe de Jesus na carne, os que adoram aos apóstolos, os que adoram aos seus pastores, os que amam mais o marido, ou filho ou irmão, ou familiar, ou amigo, ou a sua própria vida mundana do que a Deus) nem adúlteros (os infieis ao seu parceiro, os que se relacionam com pessoas casadas,os que que cobiçam pessoas casadas mesmo sabendo que são casadas, os que tem amantes), nem efeminados (homosexuais e inclui lésbicas), nem sodomitas ( os praticantes do sexo anal), nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes (fofoqueiros), nem roubadores herdarão o reino de Deus. (1 Coríntios 6:9, 10)
• Porque se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. (Gálatas 6:3)
• Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.(Tiago 1:22)
• Ninguém vos engane com palavras vãs; porque dessas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. (Efésios 5:6).
• Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.(1 João 3:7, 8)
• Porque virão muitos em meu nome dizendo: Eu sou Cristo, e enganarão a muitos. (Mateus 24:5)
Portanto: Arrependa-te enquanto é tempo entrega sua vida a Jesus e pratique a sua palavra, porque só pela fé em Cristo há salvação. Deus te toque e te abençoe. Amém.

Foto de ushihaxandre

MAU AMOR

O mau amor corroe e machuca Sangra e nos derruba
Tira-nos o chão e nos deixa sem ação
Mata a esperança e estraçalha a paixão
O mau amor dói destrói, e pra esse mau não ha super herói
Não há remédio nem intermédio
Só incompreensão e a maldita tentação
O ser e o não ser é querer e não poder
O meu mau amor é você!!!!

ALEXANDRE FERNANDES

Foto de Carlos Henrique Costa

Imparcialidade

No rastro do amor verdadeiro, era guiado!
Ministrando o perfeito efeito da paixão,
Intriga ou briga não fazia parte da razão,
Mas as vezes omitia se sentia algo errado,

Talvez... Não sei, o que se passa no coração,
Essas coisas de amor é muito complicado,
Porém quando se ama ou não se é amado,
O ser tenta entender, o outro lado dessa ação.

Solidão, agora é o remédio para esse tédio!
Diz –me que sou imparcial, todavia sou...
Um tolo, na possibilidade desse intermédio.

Na consequência de amar o vento levou...
A folha seca do olhar malicioso do assédio,
E quem te ama, ficará no mistério desse amor.

Foto de Darsham

Sou onde não existo...

Procuro por mim
Remexo papéis, letras e tinta
Acordo na vida para ver onde ando
Olho pra dentro e procuro uma voz
Que me responda
Que me faça perceber
Como devo viver?
Só as letras me entendem
Quando os corações não o fazem
Só as letras me mostram o dia
Quando a noite teima em ficar
Só as letras me dão paz
Enquanto o mundo insiste em lutar
Só as letras me trazem a solidão
Aquela em que estando sozinha
Estou mais acompanhada que com os demais
Pois é nesta calma, doce e solitária solidão
Que me encontro, me descubro
E sou!!!

Só as letras me trazem o mais belo perfume
Só as letras fazem ecoar o mais belo cântico
Só as letras me transportam a alma
Até um lugar que é tudo e nada
É a luz de mãos dadas com o escuro
É a tristeza abraçada à felicidade…
É a coragem presa pelo desespero
É a dor impressa na alma gritando e calando a esperança
É a compreensão incompreendida
É o som que se abafa pelos uivos do silêncio desconcertante
É o auto encontro desencontrado
É a vida e a morte
E o intermédio
É o que somos, fomos e seremos
É o amor que nos atraca o coração
Que também quebra as cordas e nos leva para longe
É a loucura e a sensatez
O riso e a lágrima
O frio e o calor

(...)

Permaneço assim
Ilusão que respira
Sendo onde não existo
E existindo onde não sou…

Foto de Registros do Site

Pedido de desculpas

Notícia

Venho por intermédio deste blog, pedir desculpas a todos os poetas deste site, assumindo meu erro em ter publicado alguns textos usando trechos/palavras de outros poemas de poetas conhecidos e desconhecidos. Comprometo-me em editar os referidos poemas, colocando no rodapé o nome a quem é de direito. Quero assegurar-me de que não há mais nada que possam acusar-me.
Atenciosamente,
Daynor Lindner

Terça, 29/01/2008 - 15:48 — Ceci_Poeta Novo Ceci/Daynor
Daynor

Parabéns pelo seu gesto, vindo a público
se desculpar, acho que nós seres humanos
somos falhos em muitas coisas, não somos
perfeitos e nem nunca seremos, procuramos
dentro das nossas limitações fazer o melhor,
o correto, o direito, sem a intenção de prejudicar
outras pessoas. Em nossa vida tudo o que
acontece de uma certa maneira, tiramos alguma
lição dela...

Um grande abraço a vc.

C/carinho
Cecília

responder
Terça, 29/01/2008 - 15:12 — helo Paulinha Novo p/daynor
bonito gesto...

Foto de Registros do Site

Acusação de plágio contra Daynor Lindner

Pedido de desculpas/Esclarecimento.
Segunda, 28/01/2008 - 19:03 — Daynor
0votar Pedido de desculpas/Esclarecimento.

Abaixo, cópia do e-mail recebido por Miguel:

Dainor,

Estive a ler os emails que me enviaram sobre as acusações de plágio
que fizeram. Alguns evidentemente eu não posso dizer que são seus, ou
são de outra poeta que publicou noutro site. Mas, existem outros, em
que claramente você extraiu trechos de poemas de outros autores (até
bem conhecidos) e usou nos seus poemas.

A partir do momento em que não há cópia completa de um poema de outro
autor, mas apenas uma cópia parcial, misturada com obra sua, não
considero que a gravidade do que fez seja tão má, como eventualmente
copiar um poema na totalidade. No entanto, você claramente errou ao
não indicar (em rodapé), que estava a fazer uma colagem de outros
poemas, dos autores xyz. Bastaria ter feito a atribuição para não
estar a ser acusado de plágio. (a colagem também é criatividade!).

A agravar a situação, chegou-me aos ouvidos que problemas semelhantes
já teriam acontecido noutros sites.

Tendo em conta isto, mas também o facto de você já estar no site há
muito tempo, decidi dar-lhe uma oportunidade. Mas com condições:

- Você criar uma "notícia" no site, com um pedido de desculpas a todos
os poetas, assumindo que errou e que irá corrigir a situação;
- Editar todos os seus poemas que são colagem de outros poemas e
colocar uma atribuição no fim aos poetas originais;
- Assegurar-se que não tem mais nada que possa servir para o acusar.

Esta é mesmo uma última oportunidade, condicional a aceitar estas
condições e a que não hajam mais casos de uso de obra de outra pessoa
sem a devida referência. Até receber resposta sua o seu utilizador
estará bloqueado. Caso não receba resposta, procederei dentro de duas
semanas à eliminação de todos os seus poemas do site...

Um abraço,

Miguel Duarte

RESPOSTA AO E-MAIL:

Olá, Miguel Duarte!
Desculpe a demora em responder o e-mail, pois estava hospitalizado (pneumonia). Antes de mais nada, quero agradecer-lhe pela consideração e pela oportunidade de ainda poder retratar-me. Não publiquei a “notícia” com pedido de desculpas a todos os poetas do site, porque meu utilizador está bloqueado, mas estou fazendo através deste e-mail, o qual terá plena liberdade de publicá-lo.
A vida pra mim sempre foi uma pergunta. Minha cabeça sempre foi um ponto de interrogação. Eu olhava e me interrogava. Escutava e sempre surgia um por que. Donde venho? O que estou fazendo neste mundo? Por que existo? Para onde vamos? Por que nasci? Por que terei que morrer? O que haverá depois da morte? Porque uns são felizes e outros não? Uns pobres e outros ricos? Por que existe sofrimento, tristeza, angústia, dor, ansiedade? É justo este mundo? É certo este mundo? O que é certo, o que é errado?
E nesta busca de respostas li muitos livros, os quais trago armazenado em minha mente. Comecei a escrever aos 17 anos e, sempre que pegava a caneta já me vinham à mente frases prontas, que talvez já tivesse lido ou que estava acabando de formar. É quase impossível falar de “amor”, de “saudade”, de “ilusão”, de “erotismo”, etc...sem usar palavras que outros também já se apoderaram delas. Não me refiro os trechos prontos e sim a sentimentos iguais, que parecem ser plagiados.
Talvez meu único erro foi em não ter colocado no rodapé de alguns poemas a sugestão que me destes no e-mail, pois tive a infelicidade de ter usado frases (trechos) que já estavam prontos e arquivados em minha mente.
Se tenho que pedir perdão, então o faço sem nenhum constrangimento, mas também não posso deixar de reconhecer meus méritos como um poeta amador, começando pelo meu próprio nome e sobrenome exposto no site, que não são fictícios, bem como minha fotografia, embora alguém já tenha plagiado, literalmente, meus próprios poemas e publicados em outros sites. Tenho amigos(as) neste site que podem confirmar, que alguns de meus poemas surgiram teclando com eles(elas) no MSN e, depois me diziam: “não esquece de copiar e publicar no site, pois acabaste de escrever um poema.”.
Eu que tantas vezes fui ingênuo, fui precipitado, fui lento, fui desatento, fui fraco, fui covarde, deixando que levassem o melhor de mim. Eu que tantas vezes permiti que me vissem como menos do que sou, como indigno da história que eu mesmo construí, como se fosse uma fraude e não uma realidade. Eu que tantas vezes me joguei pra baixo, venho pedir PERDÃO a mim mesmo, com o argumento de que a vida é aprendizagem e, de que é preciso viver as coisas para aprendê-las e aprender as coisas para continuar vivendo. Eu que fui tudo isso, tantas vezes, peço PERDÃO às pessoas que me querem bem, que me acolheram, neste site, com tanto carinho; pessoas, que com certeza, guardarão meus comentários no rodapé de seus poemas com muito amor, pois foram escritos com a alma.
Deixo aqui apenas um pedido, para que se alguém quiser fazer algum comentário sobre esta retratação, que não seja para me expor, ainda mais, em situação vexatória, como um comentário que li sobre a saída de uma pessoa, escrita por uma novata no site.
Continuarei sonhando meus modestos sonhos e, escrevendo da forma como sempre o fiz, sendo enigmático, ousado e com uma grande liberdade de expressão.
Atenciosamente,
Daynor Lindner

Terça, 29/01/2008 - 21:47 — Civana Novo Civana/Daynor (sobre plágio)
Assim como fiz anteriormente, pois não nego que fui eu quem deixou as mensagens dizendo que seus poemas eram plágios, faço agora novamente deixando esta mensagem para você.

Não concordo com essa justificativa de que por já ter lido muito (livros, poemas, etc), isso tenha ficado em sua memória e os tenha usado naturalmente sem intenção de plagiar. Foi justamente por também já ter lido muitos livros e poemas que identifiquei diversos trechos do poema de Bruna Lombardi e C. Almeida Stella nos seus. Lembro inclusive que uma poetisa fez um comentário elogiando e destacando um trecho, que era exatamente a parte mais bonita do poema Sedução de Bruna Lombardi:

luz que cintila, lantejoula
purpurina
fugaz como um desejo
talvez te mate
talvez te salve
o veneno do meu beijo

E nem assim você mencionou não ser seu. Pelo contrário, quando fiz meus comentários incluindo os poemas de Bruna Lombardi e C. Almeida Stella para que comparassem, você imediatamente os apagou do blog. Tal atitude para mim é a confirmação e prova de que estava agindo errado. Se eram seus realmente, debatesse sobre o assunto, e não apagasse para que ninguém mais os lesse.
Como tudo que faço gosto de comprovar, para não ser acusada de acusações infundadas e não comprovadas, capturei a imagem dos seus poemas aqui no site, já imaginando que poderia vir a apagar após meu comentário.

Seu poema "Somos uma Mistura":
http://img20.imageshack.us/img20/7457/plagioavq4.jpg
Poema "Sedução" de Bruna Lombardi:
http://www.geocities.com/brunisssima/seducao.html

Seu poema Viajo em Ti:
http://img20.imageshack.us/img20/8931/plagio2aec6.jpg
Poema Descoberta de C. Almeida Stella:
http://cseabra.utopia.com.br/poesia/poesias/0735.html

Quanto ao que Miguel Duarte lhe pediu para retratar-se com pedidos de desculpas a todos do site, acho corretíssimo. Só num ponto não concordo, não sei se estou correta ou não, mas o que já andei lendo sobre "plágio" e "Direitos Autorais", o fato de tomar posse de parte ou todo o texto de um autor é considerado plágio da mesma forma. Em alguns casos os autores não autorizam a divulgação de seus textos de forma alguma, mesmo se estiverem com os devidos créditos.
Algumas fontes:
http://br.geocities.com/direitoaplicado/plagio.htm
http://www.microbiologia.vet.br/Plagio.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio

Sei que não cabe a mim a decisão do que deve ser feito em relação a esse fato, só queria esclarecer também o que havia dito antes e ficou como uma acusação vaga por você ter apagado seus poemas.

Quinta, 31/01/2008 - 18:31 — Daynor Novo >>Civana
Estou considerando este seu comentário como forma "pessoal", uma vez que já publiquei o pedido de desculpas a todos os poetas deste site...e publiquei antes deste seu comentário, conforme abaixo discriminado:
Notícia
Venho por intermédio deste blog, pedir desculpas a todos os poetas deste site, assumindo meu erro em ter publicado alguns textos usando trechos/palavras de outros poemas de poetas conhecidos e desconhecidos. Comprometo-me em editar os referidos poemas, colocando no rodapé o nome a quem é de direito. Quero assegurar-me de que não há mais nada que possam acusar-me.
Atenciosamente,
Daynor Lindner - Dia 29/01/08 às 13:30h
Se eu tivesse escrito alguma coisa como: "acusação infundada", não precisaria eu estar aqui me expondo e publicando o que acima mencionei. O fato de eu ter usado trechos de Bruna Lombardi e C. Almeida Stella, não tira o meu mérito de um escritor amador. Sei o que pensas de mim, pois também tenho, arquivado, o seu comentário enviado a Miguel e a Fernanda, portanto espero que este episódio acabe aqui. Se quiseres falar comigo, não precisa usar o site p/ isto, pois bem sabes meu e-mail: dainor@hotmail.com (enviei-te uma mensagem...lembra?). Caso continues a criticar-me, pedirei definitivamente a exclusão deste site.
Daynor Lindner

Sexta, 01/02/2008 - 23:22 — Civana Novo Civana/Daynor
Se fiz um comentário, é evidente que ele é pessoal, é minha forma de pensar, e não mudo uma linha. Não tenho nada a tratar com você, e isso ficou bem claro ao não responder seu e-mail. Só achei que deveria expor minha forma de pensar aqui porque antes você a apagou, e isso deu margem a outros comentários aqui no site de pessoas que fazem acusações de plágios sem comprovarem nada. Eu não disse que foi você que escreveu isso, se entendeu dessa forma nada posso fazer.

Continuo afirmando que acho errado compor poemas com trechos de poemas de outros autores, que eu saiba isso só é permitido com a autorização dos mesmos. E no seu caso não se trata de uma paródia, o que é admissível, e sim de "copiar e colar", o que caracteriza o plágio.

Quanto ao seu pedido de exclusão do site, isso só diz respeito a você, não deixarei de expor minhas idéias, principalmente quanto a um assunto tão sério quanto "Plágio" e "Direitos Autorais". Eu não admito e não gostaria de ver trechos de meus poemas em poemas de outros autores, mesmo sendo uma principiante. Foram idéias minhas, que nasceram em momentos especiais, e nenhuma outra pessoa tem o direito de usá-las.

Carla Ivana (Civana)

Terça, 29/01/2008 - 00:30 — Fernanda_Queiroz Novo Oi Dainor
Tenho acompanhado este lamentável episódio, desde o momento que você foi acusado de plágio no site de poemas.
Recebi teus e-mails em um dos quais você alegava que:
Os poemas "Louco por ti.." e "Teu cheiro" não foi plágio, pois não poderia plagear a mim mesmo.
Ainda tenho guardado o e-mail de "Angel" me solicitando a publicação do poema. Infelizmente ela nunca mais se correspondeu comigo e pensei até que ela havia esquecido, mas tu me fizestes ver onde estava. Podes entrar novamente no link e verifique meu comentário.

Dai você me enviou á página onde você fez um post pós descoberta do plágio, em um blog que não está mais sendo atualizado.

Teu comente no Blog.
Angel! Ainda tenho o teu e-mail, me solicitando a publicação deste poema com uma imagem. Eu só autorizei com a observação de que deverias colocar meu nome como autor. De repente sou acusado de ter plagiado meu próprio poema...
Daynor

7 de Janeiro de 2008 20:28:00 GMT

Depois de tomar conhecimento de que você possuia o e-mail que comprovava que o poema era teu te pedi que me remetesse. Veja cópia de meu e-mail á você.

Poderia me enviar o e-mail em que ela te pediu a postagem e teu e-mail, onde você autorizou sob condição de preservação de teus direitos de autor?
Verdades são para ser mostradas, assumidas , jamais deletadas.
Aguardo tua resposta
Fernanda Queiroz

Bem, se existe uma coisa que eu não gosto em poemas é esta demagogia, estes tópicos que não condiz nada com o objetivo do site.
Poemas de Amor é uma casa acolhedora, que prisma pelo respeito, é assim que deve continuar sendo.

O que Miguel quer é muito claro, esta bem detalhado no e-mail dele, é o que esperamos que você faça também.

Condição exigida por Miguel
Você criar uma "notícia" no site, com um pedido de desculpas a todos
os poetas, assumindo que errou e que irá corrigir a situação;
- Editar todos os seus poemas que são colagem de outros poemas e
colocar uma atribuição no fim aos poetas originais;
- Assegurar-se que não tem mais nada que possa servir para o acusar.

Tenho grande consideração por todos poetas, mas se faz necessário que se cumpra normas, sem demagogia, sem dar voltas e acabar no mesmo lugar, é necessário assumir em um todo as responsabilidades atuais que foram geradas por atos e fatos impensados.

Errar é humano, reconhecer um erro é sublime, mas que este episódio seja esclarecido com toda lisura e respeito, especificadamente dentro das normas exigidas pelo dono do site.

Agradeço tua compreenção, espero que haja rapidez de tua parte no cumprimento das normas, para encerrar este episódio lamentável.

Obrigada

Fernanda Queiroz

responder
Terça, 29/01/2008 - 13:51 — Daynor Novo >>Fernanda
Já publiquei a notícia com o pedido de desculpas, assumindo meu erro. Estou colando abaixo, o e-mail que enviei a Angel e, reenviei uma cópia a você e a Miguel:

From: dainor@hotmail.com
To: sleeping_angel.69@hotmail.com
Subject:
Date: Wed, 9 Jan 2008 17:19:12 +0000

Recebi um e-mail de uma colega, a qual julgou-me estar plagiando meu próprio poema. É bem verdade que ela escreveu dizendo não saber se era o nome real do autor, conforme link abaixo:
http://entre-as-palavras.blogspot.com/2007/01/teu-cheiro.html
Acredito que podemos resolver esta situação desagradável, se você cumprir com o conteúdo do e-mail que havia me mandado, ou seja, colocar meu nome no rodapé do poema com a imagem.
Atenciosamente
Daynor Lindner

OBS: Até agora não recebi nenhuma resposta de Angel, nem por e-mail e nem pelo blog acima mencionado. Espero com issto encerrar este episódio.

responder
Segunda, 28/01/2008 - 19:34 — PoderRosa Novo Para Daynor...
Daunor, poeta...

Sabe...somente um homem digno consegue reconhecer seu erro, e tem a hombridade de pedir ''perdão''.
Como eu mesma disse certa vez, que pedir perdão é fácil, quero ver perdoar...
Portanto, poeta, parabéns pela atitude.
Espero poder continuar a ler as coisas lindas que vc escreve e também lhe estender a mão quando você precisar, porque amigos são pra isso...pra apoiar o outro não só nas horas de alegria, não é?
Conte comigo.
Um abraço
Ro.

ah..............continue sonhando, assim como eu tenho feito... beijooooooooooooooo

PoderRosa...o poder da mulher...

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Comentários
Segunda, 18/02/2008 - 01:02 — Registros do Site Reconhecimento do erro
Somos uma mistura...
Sexta, 01/02/2008 - 19:42 — Daynor

Juntos somos uma mistura...
Mistura de perfume e suor;
Cheios de humor, temos a qualidade da extravagância,
O prazer de transgredir...
Selvagem somos tigres,
A paixão é sempre escarlate,
É nervosa,
Espalhafatosa,
Seca de sede,
Uma sede que não acaba.
Somos lindos,
Cheios de malícia,
Íntimos de nosso íntimo,
Feras,
Loucos,
Delirantes, nos amando de todas as maneiras...
Em mim germina uma força perigosa que contamina...
Uma paixão vulgar que corta o ar e que nenhum poder domina;
Explode em mim uma liberdade que te fascine,
Sopro de vida...
Brilho que se descortina,
Eu sou tua alma,
Tua resina, que cicatriza feridas,
Sou tua loucura mais gostosa.
Nossas peles se roçam,
Nossas pernas se entrelaçam,
Nossos corpos se abraçam...
Somos uma mistura...
Luz que cintila, lantejoula, purpurina...
Fugaz como um desejo,
Talvez te mate,
Talvez te salve,
O veneno do meu beijo

Daynor c/ trechos de poemas de Bruna Lombard

Sexta, 01/02/2008 - 19:46 — Sirlei Passolongo Novo Sirlei/Daynor
e fizeste uma lindo dueto com a Bruna Lombardi,
tbém gosto muito do textos dela, são sensuais e bem escritos.
mas, ese teu está divino, tem cheiro de mato verde
misturado com maça do amor, tem brilho do sol depois
da chuva... tem traços de um coração apaixonado...rs

Abraço querido!
Sirlei L. Passolongo

Sexta, 01/02/2008 - 20:11 — Daynor Novo >>Daynor/Sirlei
Obrigado pela consideração. Espero continuar tendo meu espaço em teu coração.
Com carinho,
Daynor

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Homem Martinho

Morrer de solidão-III

Acompanhou-o até à presença da sua filha, Júlia, uma linda rapariga de vinte e poucos anos, que ao ver sangue no braço do pequeno, perguntou de imediato:
- O que se passou meu pai? Não me diga que foi o Faísca que mordeu o miúdo.
- Não minha filha, não foi o Faísca, mas podia muito bem ter sido, este é o Miguelito, o filho do Martinho, o tal miúdo de que te falei para te ajudar.
Miguel ficou contente com o que ouviu, com que então iria trabalhar directamente com a filha do patrão, as coisas corriam-lhe de feição.
Júlia tratou do braço do garoto e ficou encantada com os seus modos.
Miguel foi conseguindo granjear a confiança do Engenheiro Campos e ainda mais da sua filha Júlia, foi aliás por intermédio desta, ou melhor dizendo por intermédio do seu namorado, que dois anos após ter chegado à “Quinta das Lágrimas” o jovem conseguiu emprego numa das melhores mercearias da vila mais próxima.
Os comentários em relação á sua partida tomavam duas direcções, uma que era partilhada pelos patrões, pelo namorado de Júlia por alguns empregados e por quem visitava a quinta, enquanto que do outro lado se colocava a grande maioria das pessoas que trabalhavam na Quinta das Lágrimas...

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