Intensidade

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa XX - Amigo

Já não via a Rosa há muito tempo,
mas não a esquecera em nenhum momento.

A raiva já tinha se dissipado,
mesmo tendo como mentiroso passado.

Sabia que em nenhum ponto,
seria possível o reencontro.

Caminhando encontrou um conhecido,
seu nome era Joan, colega de um amigo.

Sem ninguém com quem conversar,
resolveu com ele desabafar.

Tigre: “- Eu a amo...amava !”
“- Como encontrar alguém que me fez tanta desgraça !”

Joan: “- Esqueça seu orgulho, fale com ela !”
“- A vida é curta para quem espera !”

Joan: “- Você ainda a tem em seu coração !”
“- Não acha que a Rosa possa dar explicação ?”

Joan: “- Se soubesse que ela não está mais magoada,
sairia agora e pegaria a estrada ?”

Tigre: “- O coração diz que sim, a razão diz que não !”
“- Mas eu sempre fui mais coração do que razão !”

Conversaram por muitas horas,
que se passaram sem muita demora.

Pensou nas palavras do conhecido,
que se tornara um grande amigo.

Antes que o Tigre dissesse que era hora,
Joan disse uma coisa antes de ir embora.

Joan: “- Converse com ela antes que seja tarde !”
“- Não se perde algo com esta intensidade !”

Tigre: “- Inútil, ela nunca mais falará comigo !”
“- Não toque mais nesse assunto, se quiser ser meu amigo !”

Foto de Jessik Vlinder

Eu não Aceito

Eu posso fingir que você não existe? Bem que eu gostaria de conseguir... Eu realmente prefiro pensar que você não existe. Que nunca existiu. Ou ao menos que nunca te vi, nem ouvi... nem senti... Eu queria te apagar completamente da minha memória pra não ficar me questionando se eu vivi mesmo ou se foi só mais um sonho dessa nobre... pobre poetisa. Eu não quero mais ficar fugindo louca das lembranças e me vigiando o tempo inteiro para não pensar em você. Não quero ficar tentando me conformar com a tua indiferença, inventando desculpas tolas pra mim mesma na tentativa de justificar tua frieza. Não quero mais gritar de hora em hora dentro dos meus vácuos sentimentais que você não me merece e que tenho que esquecê-lo. Estou cansando – com medo – de perceber que estou começando a sofrer de novo depois de tanto tempo. Não quero me conformar com isso. Quem pensas que és? Meu Deus...! Quem é você pra me fazer sofrer? Pra me deixar assim! Tu não deves passar de mais um moleque de vinte anos, insosso, imaturo, inseguro e incapaz de me fazer feliz. Só mais um rosto (e corpo, e voz, e olhar, e beijo...) bem desenhado no qual eu pintei um semblante que não existe, uma máscara ao meu gosto atropelando tudo – ou o nada – que você é. Te tendo pra mim exatamente como desejei... até a tinta da máscara se esvair totalmente, me fazendo perder a vontade de te ter, pois já não é mais o que eu pintei, inventei, fantasiei. Serás o que realmente és e isso – esse – não me apaixona, não me faz feliz, não me satisfaz... Injusto? Muito! Eu sei que fazer isso é injusto. É como se eu “os” tratasse como telas brancas, vazias, prontas para serem o que eu quiser que sejam. Mas isso não é problema meu? Não sou eu que me iludo e me desiludo quando minha obra prima perde o prazo de validade? Eu os uso? Talvez... Mas eu me dou! Me dou tão intensamente que eles acabam ganhando mais do que eu! E eu ganho? É como se não houvesse uma partilha, como se só eu me doasse – pra eles e pra mim mesma – já que eu recebo deles uma realidade – uma mentira na verdade – que vem de mim! Por tanto o defino como só mais um... Mais um que vai me pertencer e não me ter. Não esperarei mais nada de ti além da tua insignificância, além do que tu tens de igual a todos, além da tua insensibilidade e incapacidade de me ver, me ver como realmente sou. Vai ser simples como sempre é, como sempre faço. Vou acordar amanhã e levianamente dizer “Não te amo mais” com a mesma facilidade de todas as outras vezes. E mais fácil ainda porque – acho – nem cheguei a amá-lo. Sim, eu sei... Antes que alguém venha me ‘informar’ do lado bom das coisas, tipo: “Ah, mas nós sempre aprendemos... Claro que foi uma partilha... Você não pode tentar esquecer assim já que foi tão bom... foi bom enquanto durou... blá blá blá...”. Eu sei... Sei disso. Sei bem o que aprendi. Mas se eu me perguntar “Faria novamente?”? Sinceramente? Tenho medo da resposta. Foi tão bom que talvez eu trocasse “dez noites mais felizes da minha vida” só para senti-lo e tê-lo em meus braços novamente. Agarrar-me com mais intensidade ainda – se é que é possível – a cada detalhe daquela noite e extasiar-me da mais pura troca de prazer, de sentimento e talvez de felicidade. Porém, eu também seria capaz de trocar “dez noites mais tristes da minha vida” só para não sentir essa angústia que quer me destruir agora! Que vem tentando me diminuir e me convencer que sim... estou sofrendo novamente por um homem...
Estou buscando desesperadamente orgulho dentro de mim para poder superar essa loucura. Já que não vou pedi-lo para me esquecer, vou esquecer da fração de mim – que agora é imensa! – que tanto te quer e desprezá-la como deveria fazer com você – e não consigo. Vou dar a ela a indiferença e a pouca importância que está dando a mim e ao “que vivemos”, porque talvez assim eu consiga dormir. Porque talvez assim, fingindo que te atinjo ao me atingir eu volte a minha realidade e pare com essa ideia boba de sofrer por você...

P.S.: Pelo menos para inspirar-me tu serves – mesmo sem saber.

Foto de M_Costa

Amor Proibido, que difícil!

É tão difícil amar alguém que, por uma convenção social,
está proibido prá gente...

É difícil ter de lidar com a falta de alguém que
a gente sabe que num lugar bem perto,
também está sentindo o mesmo sufoco, a mesma angústia,
a mesma falta... mas tem também a mesma
impotência diante da situação...

É difícil não poder ser dono de si mesmo
e fazer o que se tem vontade e necessidade,
por se estar preso a um compromisso do qual a gente não
pode simplesmente se desvencilhar, porque existem
muitos outros fatores a serem considerados e não se pode
ser tão egoísta e pensar só no bem estar da gente...

É difícil não querer magoar as pessoas que nos cercam e
por isso mesmo a gente ter de magoar a si próprio...

É difícil não ter nem a chance de poder dividir com alguém
que a gente ama, mesmo que só por telefone,
o que se está se sentindo num dia tão especial como hoje...

É difícil não poder, no momento que se quer,
dizer pessoalmente a alguém que a gente ama, por exemplo,
um Feliz Natal Meu Amor, ou um Feliz Aniversário,
ou uma Feliz Páscoa, ou um Parabéns pelo novo emprego...
enfim, não poder comemorar as datas e os momentos que
mais nos tocam e que mais nos fazem desejar estar com
a pessoa que realmente amamos...

É difícil sufocar isso tudo dentro da gente e ter de disfarçar
e fazer de conta que está tudo bem, tudo certo...

É difícil não poder assumir nossa verdadeira escolha e ter de
continuar a vida insossa que se tem até sabe-se lá quando...

É muito difícil não poder ser a gente mesmo
e viver com toda a intensidade o amor
que finalmente chegou em nossa vida...

É difícil demais viver um amor proibido...

É difícil demais não poder ter você aqui e agora comigo
Meu Amor e juntos podermos comemorar essa data
tão especial...

Ah! como é difícil !!!

Foto de airamasor

Presente!

Existe somente uma idade para a gente ser feliz...
Somente uma época na vida de cada pessoa,
em que é possível sonhar e fazer planos...
E ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldade e obstáculos...
Uma só idade para a gente se
encantar com a vida e viver apaixonadamente...
E desfrutar tudo com toda intensidade...
...Sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida à nossa própria
imagem e semelhança...
...e vestir-se com todas as cores...
...e experimentar todos os sabores...
...e entregar-se a todos os amores...
...sem preconceito nem pudor...
Tempo de entusiasmo e coragem...
Em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição!!!...
...de tentar algo novo...
... de novo...
...e...
...de novo...
...e quantas vezes for preciso!...
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se...
PRESENTE!!!
e tem a duração do...
...INSTANTE QUE PASSA...
(Aira, 07 de fevereiro de 2011)

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa VIII – Ampulheta

Momentos totalmente inesquecíveis.
Sensações embriagantemente incríveis.

Assim o Tigre descrevia,
o motivo de toda a sua alegria.

A Rosa que preencheu de perfume e cor,
sua vida cinza, de tristeza e torpor.

Os últimos dias,
só poderiam ser descritos em poesia.

A caminhada do tempo,
não podia ser parada, assim como o vento.

A volta de sua Responsabilidade pendente,
vinha com o passado, para invadir o presente.

Não queria pensar no retorno a realidade.
Viveria todo restante com intensidade.

Tinha muito ainda para a Rosa contar
e com ela, na suas histórias viajar.

Mostrar tudo de bom que tinha visto um dia,
para que ela aproveitasse tudo que não conhecia.

Provar que o mundo enfim,
era muito maior do que o seu belo jardim.

Prometeu a si mesmo que o faria,
quando se lembrou das lágrimas da Rosa um outro dia.

Quando a viu pela primeira vez, ao seu lado chorar,
dizendo que não tinha história para contar.

Pediu atenção no que iria dizer,
e afirmou: “- Terás ainda muitas histórias para viver !”

Tinha que apressar o passo,
antes que o tempo ficasse escasso.

A ampulheta estava virada
e cada grão de areia, diminuía o tamanho da estrada.

Foto de Caio Eduardo de Lima

- Castelos de Areia -

- Castelos de areia -

Eu senti o mundo parar num beijo
Eu vivi com toda intensidade..
E à flor do desejo!
Eu jurei de meu coração
Todo dia um sorriso seu arrancar
Para alimentar essa paixão
Que a todo sempre poderia durar

Como ingênuo eu fui...
Joguei-me de cabeça
Nessa desilusão que não diminui
Eu sempre tão seu, e você sempre tão alheia
Mas foi por ti que senti o mais puro
E belo sentimento minha sereia
Que me encantou e iludiu
A construir meus sonhos em castelos de areia

Foto de airamasor

Razao para viver...

Como a noite necessita da Lua
Meu coração precisa do seu,
Nossas almas derramam lágrimas de felicidade,
Quando se encontram pelo amor.
Meu corpo vive por você e em você,
Minhas noites são iluminadas pelo seu amar,
Nossa bocas se desejam,
Nossas mãos percorrem de forma desalinhada os caminhos
Que nos levam ao prazer,
Corações unidos, almas em delírio,
Tudo isso só é possivel com você,
Eterno amor,
Na noite nos amamos com tal intensidade e volupia,
Que o tempo parece parar, para admirar esta paixão louca,
Esta loucura se torna razão, quando pronuncio teu nome,
A vida nos reserva momentos intensos e de grande prazer,
Teu coração me reserva moradia para o meu amor,
E quando canto versos de paixão,
Até a noite admira esta loucura intensa,
Que nos leva a desejar a eternidade para os nossos sentimentos,
E te amar para todo o sempre.
(Aira, 30 de janeiro de 2011)

Foto de giogomes

Eu e ela em quatro estações

Vivia acuado em meu mundo acomodado.
Parado.

Com a vida passando junto aos carros das grandes avenidas.
Em ambas as pistas

Algemado a uma rotina sem rumo ou sentido, cíclico.
Um pássaro ferido, amargurado, impedido.

Quando a encontrei pela primeira vez,
foi quando o meu mundo se refez.

Entrou em minha vida como brisa de primavera.
Fria, mas com promessa de acalentar a quem espera.

Por algum tempo manteve-se a parte.
Como se observasse tudo do alto de um estandarte.

Aos poucos conheci suas grandezas de menina,
que espera uma mão acolhedora para cruzar a esquina

Mas ela cresceu, mudou os rumos de sua vida.
E, me disse que estava de partida.

Como a adolescente que tem medo, mas enfrenta a sua vez,
nesse momento o meu mundo novamente se desfez.

Ela se foi, mas não por muito tempo,
pois algo maior mudou a direção do vento

Ao encontrar seus olhos, vi que algo tinha mudado.
Só não entendia a intensidade do que tinha enxergado.

E ao encontrar toda aquela altivez,
disse adeus ao velho mundo e um novo se fez.

Com a primeira manhã de verão,
acordamos cedo para aproveitar toda a estação.

Vivemos o melhor possível tudo isso,
mas não mencionei a quem lê, que era um amor bandido ?

Tudo era farra, alegria e nada comedido.
Afinal, não é gostoso tudo o que é proibido ?

Por um tempo, tivemos tudo o que precisamos.
Amor, carinho, cumplicidade e até planos.

Aprendemos muito e rimos um com outro.
Mas ela começou a se questionar, se isso não era pouco.

Nossa relação oscilava entre o calor e o frio do abandono.
Então, ao fim do verão, entramos no outono.

Ela percebeu que não é só o amor que mantém,
e sim as provas de amor que se obtém.

O que eu podia provar já não era suficiente,
pois a maior de todas , era totalmente inconseqüente.

Minha adolescente, finalmente cresceu,
e com a fase adulta, a dor das escolhas apareceu

Ela não podia viver desse jeito.
Vida de concubina não era algo perfeito.

Ela resolveu por um fim da "sua" melhor maneira possível,
e o resultado foi dor a ambos, de maneira indescritível.

Ela disse o que não podia ser dito.
E eu respondi o que não podia ser respondido.

O estrago estava feito.
Conhecemos o lado negro do amor que parecia perfeito.

A primeira bonança, minha vez de ser humano,
cometi o erro de mentir e ser desumano.

Esquecemos tudo o que tínhamos dito.
Finalmente descobrimos o fim de um amor bandido.

E ao fim do que parecia eterno,
finalmente chegamos ao inverno.

Após ânimos contidos, tentamos ser amigos, pois restava emoção.
O único dia quente desta fria estação.

No começo foi bonito.
Um vínculo assim, não podia ser partido.

Mas ela tinha outros planos, queria outras emoções,
viver novamente a sua vida, sem se lembrar das outras estações.

A cada encontro, ela tomava mais decisões.
Infelizmente, não era levado em conta minhas emoções.

Minha vida tinha se tornado um lugar tórrido, sofrido.
O quê mais em nossa relação seria restrito ?

Não poderíamos fingir amizade,
se o que desejávamos era nos possuir de verdade

Finalmente o inverno tinha se firmado.
O vento frio, desta vez não tinha como ser enfrentado.

Até a última vez, ao tomar sua última decisão de dor.
Tomei coragem, e pela primeira vez disse não ao amor.

Estava sofrendo muito, totalmente corroído.
Sentindo as dores dos anjos caídos.

Pensei comigo , "Se esse é o preço que tenho que pagar",
"Infelizmente não estou mais disposto a lutar".

Já haviam sido ditos vários "Adeus",
mas dessa vez foi com a convicção dos ateus.

"O que ela sentiu ? O que fez ? Aceitou o fim ?"
Sinceramente, creio que sim.

"E as outras duas perguntas estreitas ?"
Não procurei saber as respostas feitas.

"Ela ficará bem ? é o fim ?"
Acredito de coração que sim.

Ela é uma mulher corajosa.
Qualquer homem desejaria sua pele de rosa.

E o cheiro dela que sentia em mim tão profundo,
se esvai a cada minuto, segundo.

E agora, com toda esta convicção e a vida que me espera,
aguardarei uma nova primavera.

Foto de Shyko Ventura

7º Concurso Literário - As Faces do Amor - "A FINALIDADE DE SER LIVRE"

...
Na fragilidade do existir
E de um período tão breve;
Permanecem constantes na memória
Os instantes em que o sentir foi mais forte;
E por todos os caminhos que se passou
E de todas as cores que se escolheu
Por todos os amores que se experimentou e
Que o viveu em intensidade
Pelo indeterminado fator do tempo
Que ora marca-nos com sua presença.
De tudo que se decidiu
Em tudo que se sonhou
Por todas as escolhas que
Tudo e todos podem fazer
Por serem livres,
Por escolherem,
Por optarem,
Por desistirem,
Por se odiarem,
Por conhecer-se,
Por se tocarem;
Enfim, por tantas e tantas razões;
De sua livre liberdade de ser,
Escolhi Você!
Pois todos os caminhos por onde passei
Cruzavam com o teu;
Em todos os sonhos que preferi guardar,
Eram feitos de Você;
Por todas as vezes que desisti,
Era justamente por Você não estar lá;
Em todas as aventuras em que me lancei
Todas foram pra te alcançar;
Por todas as decisões,
Optei por aceitar que a razão
Que rege minha liberdade,
É a finalidade de ser livre só para te Amar!!!

_________________by Shyko101108.

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