Qual espinho cravado em meu peito,
Carrego comigo esse sentimento.
Mesmo que eu consiga extraí-lo,
Ainda me ficaria a marca.
Não te amar, é impossível,
Mesmo sofrendo... mesmo assim,
Teimo em carregar esse espinho...
Teimo em não extraí-lo.
Não sei ao certo se não consigo,
Não posso ou não quero extraí-lo.
Mas sei... há como sei, a dor aguda,
Que cada momento ele me proporciona,
A cada lembrança uma fisgada maior,
A cada dia, hora, minuto, segundo...
Penetra, Fere, Magoa, e ainda assim,
Teimo em não extraí-lo.
Teimosia, inconsciência ou necessidade,
Sofro por que quero, por não entender,
Ou por ainda assim, achar que extraindo,
Tiro parte de mim, parte do meu ser.
Não sei se tento, já tentei ou finjo tentar,
Mas sei que não consegui, e a cada dia,
Penso que não conseguirei,
Ou não quero conseguir.
No fundo sonho com a possibilidade do amanhã,
Com o que o futuro tem pra me oferecer,
Com as forças que posso adquirir...
Sonho com nós, a cura da dor, com as cicatrizes...
Estou aqui, estarei aqui, e ainda que,
Como um espinho cravado no peito,
Esse sentimento também está e estará aqui.
A espera do futuro, do que ele nos irá oferecer.