Identidade

Foto de Osmar Fernandes

Aqui, tem alma pra todo o corpo... E, lá, corpo pra pouca alma.

Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.

Já encarnei corpos diversos.
Vivi todo tipo de aventuras.
Conheci os dois lados do sexo.
Mergulhei em várias loucuras.
Agora, desencarnado,
Sofro, choro triste, vivo só.
Preciso voltar a me evoluir,
Pagar meus pecados.
Quero voltar a ter identidade.
Minha esperança é sonhar...
Estou na fila dos abandonados.
Não há luz, nem vela.
Tudo é revolto.
É pressão desalmada.
Habito um céu de insanidade.
Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.
Sou aprendiz. Preciso me humanizar.
“Estou solitário no lago dos afogados.”
Aqui é frio, não tem calor humano.
Ninguém espera a sua vez.
Quem é forte, fura a fila.
Há muita insensatez.
Quem renasce, grita!...
O ser humano precisa fazer mais amor.
Muitas almas precisam renascer de novo.
Não agüento mais conviver com essa dor.
Aqui o sol não tem lua.
Ah! Como sinto saudade.
Quero um corpo, não importa seu tipo físico.
Quero ser eu de verdade.
Quero em minhas veias sangue latejante.
Quero ter casa; o nome da minha rua...
Quero voltar a ter a alegria, tristeza.
Preciso salvar meu mundo místico.
Quero ser piedoso, bom, amável.
Preciso de perdão!
Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.

Do poeta Osmar Soares Fernandes
Respeite o direito autoral.

Foto de Graciele Gessner

Será Que Somos Sinceros? (Graciele_Gessner)

Pense com calma. Será que somos sinceros? Será que em algum momento não mentimos? Estive observando tudo e a todos. E observei bastante para chegar numa conclusão. Alguns provavelmente garantem que jamais falaram nenhuma mentira. Eu diria que não conseguimos viver sem mentir.

Tudo que ouvimos e falamos, vemos e fazemos; tudo nos parecem verdades, e muitas vezes é uma bela e pura mentira. Você já parou para pensar nisso?

Já parou para cogitar que um perfil virtual do fulano muito bem elaborado e bonitinho pode conter uma falsa informação? Tudo que é belo nos enche os olhos e se torna fato verídico. O que nos interessa é disfarçar a nossa verdadeira identidade, mas isso só confirmaria a minha tese.

Outra ideia que pode auxiliar na compreensão. Mulheres gostam de roupas, perfumes e maquiagens, tudo isso para obter a imagem daquilo que muitas vezes não são. Perfumes disfarçam o seu cheiro de felina. Roupas disfarçam as suas gordurinhas extras. Maquiagens muitas vezes escondem a sua beleza natural. Então, o que é verdade e mentira?

Criamos ilusões, fantasiamos o tempo todo. Até mesmo quem escreve, escreve imaginando ou não. Contudo, uma mentira sempre terá uma pontinha de verdade.

Sabemos também que algumas verdades ditas transformam uma pessoa dócil num monstro, mas depois da tempestade abre-se uma porta de oportunidade para novas possibilidades. Imagine então o inverso, mentiras proferidas ao vento, quais serão as oportunidades? Mentiras só nos fecham as portas. Mentiras são só destruição e não construção.

Pense muito bem, antes de qualquer resposta. O melhor mesmo é reaprendermos o verdadeiro significado da sinceridade.

25.01.2009

Escrito por Graciele Gessner.

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Foto de LUIZ NEVES

ESPIRITUALIDADE

ESPIRITUALIDADE

Partindo da idéia de que cada religião tem a sua verdade e importância, por que não ser, então, todas religiões verdadeiras? Vamos ver: ____Segundo as Testemunhas de Jeová existe o céu e nele estará reservado um determinado lugar para uma quantidade escolhida de simpatizante da tal religião, ou seja, alguns viverão no paraíso, enquanto que outros estarão renegados a um lugar menos apropriado.

Os Católicos dizem que o corpo morre junto com o espírito, que vira cinza e fica a espera da ressurreição para no fim, os condenados irem para o inferno {queimar no fogo eterno}; os bons irão para o paraíso.

Os muçulmanos esperam o fim do mundo e, será recriada uma nova terra para eles {a terra prometida}. É, talvez, a religião que se registra mais fanáticos.
O Candomblé absorve a idéia de que o espírito se liberta do corpo e sobrevive numa outra esfera, volta mais tarde num outro corpo, uma espécie de reencarnação.

A Doutrina Espírita diz o seguinte: ____O corpo morre, o espírito é eterno e reencarna diversas vezes até chegar a um aperfeiçoamento espiritual. Diz o espiritismo que fazemos por merecer o nosso sofrimento e, ou a nossa felicidade; construímos e, possivelmente, destruímos nossa estrada, tornando assim a estadia mais ou menos aprazível aqui na terra.

Suponhamos que todos estejam corretos, que tudo o que acreditam realmente virá acontecer, por que não? Ora, Deus é ou não é um ser que tudo pode? Então vejamos que seja realmente dado a cada crença, o poder de fazer realizar-se o desejo de cada um. Se as Testemunha de Jeová acreditam na terra prometida, por que Deus não pode conceder a tal terra prometida? Por que existir uma só verdade, se na verdade, ninguém conhece realmente nenhuma? Os seguidores de Alá podem seguir o caminho que achar verdadeiro, por que não? Acredito que Deus, na sua sapiência, concede ao homem o poder de fazer existir o que imagina existir; para não desagradar a nenhum, ele liberta a imaginação do homem. Ele nos concede uma espécie de Universo paralelo, cada crença determina o caminho para o seu rebanho. Deus faz com que imaginemos o paraíso, o inferno, o fim do mundo!

Na verdade, quem criou tudo isso, transforma cada religião numa única salvação para os seus seguidores, portanto, existem neste universo, lugares para todos, todo tipo de verdade mesmo não sendo a verdade dos outros a nossa verdade.

Agora vejamos: ___Alá, Jeová, Maomé, Cristo, Buda e, ou o Espírito Santo, não importa, todos estavam certos, para cada religião uma realidade; uns vão para o inferno outros para o céu a depender da religião.

Assim, acreditando nos desígnios, cada um segue seu caminho a procura da paz, da perfeição de uma eternidade ao lado do seu criador. É a criatura buscando uma identidade.
É assim o condicionamento espiritual do ser humano, sabemos que a verdade é uma nota desafinada e que ninguém saberá tocá-la perfeitamente; sabemos que o Deus que criamos foi o mesmo que nos criou e, fez de nós, prisioneiros de uma sensação única que intimamente chamamos “vida”. Na realidade é tudo uma fantasia, tudo uma busca fútil que no final descobriremos.

Sigamos então o percurso que melhor nos fizer bem, não importando muito se isso ou aquilo esteja fora do contexto de outras pessoas; buscamos apenas a felicidade e a paz do espírito.

LUIZ NEVES

Foto de Carmen Lúcia

O caçador de sonhos

Andava pelo mundo
fazendo-o sobreviver...
Resgatando a alegria,
espalhando transparecer.
Despojado e arrojado,
perseguia sua missão,
admirado, ridicularizado,
traçava seu caminho dourado.
Entre loucura e sanidade
procurava a identidade,
a essência que faltava
pra saciar procedimentos,
ímpetos de atrevimentos,
quando tentava voar...
E até conseguia,
sentindo a alma levitar...

Girava com o mundo
e os sonhos mais profundos,
agarrava-os no ar...
E batia as asas sem parar.
Eram bem diversificados...
Alguns, muito bem sonhados,
outros, ansiosamente aguardados;
havia os que nem eram sonhos...
(sonhadores desmazelados)
Sonhos coloridos, atrevidos,
ousados , doridos,
distorcidos, empedernidos,
que ganhavam vida
afagados por suas mãos,
soprados na direção
de quem os havia sonhado,
para vê-los realizados.

Não desperdiçava nenhum!
Pois sabia que se os perdessem
viveriam na solidão...
Ou quem sabe até morressem.
Almas vazias...
Isentas de emoção.

Carmen Lúcia

Foto de Graciele Gessner

Somos Pequenos Perante a Natureza. (Graciele_Gessner)

Diante dos destroços, diante da destruição que o Médio Vale do Itajaí sofreu, a bela e Santa Catarina arregaça as mangas em busca dos seus sonhos. Nesta reconstrução de identidade, muitas coisas não serão mais as mesmas.

A destruição foi o alerta total, muitas vidas se perderam; muitas casas arrastadas e desfeitas em segundos; muitos sonhos apagados... Infelizmente seremos sempre pequenos perante a natureza. Jamais poderemos ir contra o “manifesto natural”, pois teremos a devida resposta com o passar do tempo.

Os deslizamentos de terras, casas submergidas das colinas e vindo a destruir os demais em terrenos planos. A natureza mostra como destruímos a sua verdadeira geografia. A avalancha de terra foi uma amostra que a natureza está revoltada e não está mais suportando as nossas irresponsabilidades.

Será que ainda insistiremos em denegrir a natureza? Será que aprendemos com o sabor amargo da perda? Será que teremos que sofrer outras catástrofes para entender que somos pequenos? O que falta para termos a consciência de que não devemos destruir o que Deus criou?

Pense! A natureza está se manifestando e não estamos dando a sua verdadeira importância. Será que precisaremos perder mais entes queridos para perceber que estamos vivendo contra o princípio da vida?

Somos os únicos responsáveis por tudo que está acontecendo. Esta é a verdade! O aquecimento global tanto comentado e ninguém fazendo nada para evitar. As enchentes que sempre foram a nossa maior manifestação natural e continuamos a construir residências perto das margens.

Não adianta! Seremos sempre pequenos perante a natureza.

Ninguém precisa concordar comigo, mas pode refletir um pouco sobre tudo que já fez a favor e contra a natureza.

30.11.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Darsham

O Amor...Incómodos à parte

Tenho um problema com o amor, um grave problema! Ouço dizer por aí, pelas bocas do mundo, pelas letras soltas que vejo e revejo em papéis perdidos em cada canto de vida que o amor é a coisa mais bela que existe…
Chega a cansar os meus ouvidos de tanto ouvir a palavra AMOR!!!
Enaltece-se de uma forma sublime…em filmes…em palavras…em livros…em poesia…na música…Vê-se e ouve-se amor em todo lado (para os ouvidos e corações atentos, claro está) que chego a sentir-me profundamente enjoada.
Não, ao contrário do que possam pensar, eu não sou uma pessoa insensível, pragmática, vazia, distraída…Eu escrevo poesia, sou a voz do amor para quem não pode ouvir… Eu ouço Beethoven, Chopin, fado…choro ao ver uma peça de ópera, comovo-me com filmes românticos, voo para longe enquanto leio cada linha que Nicholas Sparks escreve…e tenho em mim todos os sonhos do mundo…
O que me incomoda não é a existência do amor, ou até é, não sei…é tudo muito dúbio…
Incomoda-me a banalização, o dizer por dizer, o falar por falar…e o coração? Será que ainda alguém sabe o que é amor? Amor sem razão, daquele que nos atraca o coração e nos despe a alma? Daquele que nos sacode os bolsos da sensatez…daquele que nos amarra sem cordas, nos cala a voz…daquele que nos tira a respiração e nos faz acreditar que vamos morrer por não termos espaço em nós para estacionar este avião que invadiu o nosso coração…
Será que entre a pausa para o café, e os pagamentos do mês ainda se tem tempo para reflectir sobre o amor? Será que todas as bocas que expressam a palavra amo-te atribuem o verdadeiro valor a este sentimento tão sublime e majestoso?
Incomoda-me, claro que me incomoda ver almas vazias e desprovidas de sensibilidade, que faria revirar na sepultura grandes poetas que a historia não esquece, verbalizar, assim, como se fosse uma pancadinha nas costas a palavras amo-te…amar não é só falar, é praticar, é encher-se de vida e gritar ao mundo que no peito nada cabe mais…
Incomoda-me também que não existam teses sobre o amor, em que expliquem tudo o que há a ser explicado sobre ele, para que o possamos conhecer e reconhecer, para que saibamos quando encontramos o nosso amor, o verdadeiro, a outra metade de nós, que nos completa…podemos viver toda uma vida com a pessoa errada, sem sabermos onde está a certa, ou sabermos, mas nada podermos fazer, porque o tempo já é outro e construíram-se outras histórias, das quais não fizemos parte, por termos construídos outras, paralelamente…
O amor rege a nossa existência; determina quem somos; representa-se nas nossas convicções, princípios, crenças e atitudes e descreve a sua rota nas linhas do nosso rosto, no brilho do nosso olhar, abrigando-se no nosso sorriso…à espera da noite…ou do dia…
A dualidade do amor… isto também me incomoda, de verdade, esta sombra dúbia que me chicoteia por dentro, que me finta o discernimento e me espanca a razão…tanto nos pode elevar às estrelas, como nos faz cair e bater em cheio com a cara no chão…sussurra ou grita-nos, queima-nos ou gela-nos, dá-nos o sorriso ou a lágrima, protege-nos ou abandona-nos…e aquilo que é contrário do bom, não é bom e dói…
Quando temos amor por alguém a vida fica tão mais fácil, não temos medo de nada, somos capazes de atravessar o mundo se for preciso e sorrimos muito, muito mais …se o amor parte, uma parte de nós também vai com ele e tentamos dia após dia, encontrar razões que nos façam sorrir, procurando formas de conviver com a solidão, para que não doa tanto…o coração fica apertado e lentamente vamos encontrando o nosso caminho, descobrindo novos horizontes, navegando para outras margens…renascemos numa nova vida e colocamos mais uma pedra no castelo da nossa identidade e unicidade. Encontraremos outro amor, que nos devolverá o sorriso, de uma forma espontânea e tudo faremos para que os erros que sejam cometidos nesta nova história (sim, porque os erros fazem parte de nós) tentem ser compreendidos e ultrapassados, tentando edificar estruturas sólidas em termos relacionais…
Porventura, voltará a suceder-se o mesmo e o ciclo recomeça, ou poderá realmente dar certo naquela vez, mas por mais voltas que a vida dê, por mais labirintos que percorramos, haverá sempre uma porta aberta para o amor.
O amor transporta-nos em viagens alucinantes por caminhos desconhecidos no nosso interior…já procurei mil e uma maneiras de descrever este sentimento tão…tão…indecifrável e transparente ao mesmo tempo e nunca consegui passar para as letras a magnitude, a cor, o som, a temperatura, a textura, o odor, a mistura, a mescla de coisas unas e simples que nos invadem a alma e nos descabelam a lucidez que se apossa de nós quando experimentamos o amor…
Porém, encontrei uma “definição” que até hoje me pareceu a mais perfeita e a mais simples. É uma pequena parte de uma passagem da Bíblia, que integra «1Cor.13», e é assim:
“…O amor é paciente, o amor é prestável, Não é invejoso, não é arrogante, nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê. Tudo espera, tudo suporta…”

Digo que para mim esta é a definição mais perfeita do amor que já li, pela sua simplicidade e no entanto faz-me questionar e pensar tantas coisas…ou o amor entrou em vias de extinção, e as únicas espécies sobreviventes que o encarnam vivem no outro lado do globo, ou então esta pequena passagem sobre o amor, que tanto gosto, não passa de uma utopia, um discurso naif…publicidade enganosa?
O certo é que, aparte as utopias, a publicidade enganosa e os incómodos de que me queixo, o amor é o pão-nosso de cada dia, é o nosso alento, a nossa motivação, muitas vezes o perdão…sem ele, o amor, a vida é a preto e branco, o mar é só uma enorme porção de água, os dias não têm propósito, a música é só mais um barulho que chega aos nossos ouvidos, somos gelo…somos parasitas...
Incomodam-me muitas coisas no amor, mas o que me incomoda de verdade, é não amar, muito mais do que não ser amada…ao não amarmos não reconhecemos nem valorizamos o sentimento do outro, não sentimos, não somos, não se é! Porque o amor é o milagre, é o sentido, é a matéria de que somos feitos, é como que um culto a seguir…
Porque o amor é querer ser muito mais do que ter! É a harmonia entre histórias, atitudes, pessoas, credos, cores, partidos, clubes…a vassoura da diferença e indiferença, é a medida certa…qb (quanto baste) …
Prefiro amar, e só amar, ainda que nunca amada, pois de contrário não serei abençoada…
Beberei eternamente pelo cálice do amor, mesmo que sede não tenha e darei a beber de quem da secura padeça…

Depois de dar nós ao cérebro para tentar tirar o itálico do resto do texto, acabei por desistir, antes que o computador ficasse com ferimentos graves (risos). Se alguém me puder ajudar agradeço!

Beijinho
Darsham

Foto de Darsham

Unicidade e Diferença...

Há coisas que definitivamente nos passam ao lado. Os dias vão passando, a vida sucede-se e de uma forma quase imperceptível, forças há que limam as nossas arestas de uma forma gradual e progressiva e nos fazem crescer…quem é que nos dias que correm tem tempo para olhar dentro de si próprio e perceber quando as mudanças ocorrem? Quem consegue situar o momento em que deixou de gatinhar para começar a andar, ou o momento em que deixou de ser criança para começar a ser mulher/homem? Quem se deu verdadeiramente conta quando deixou ter os brinquedos como companhia e começou a experimentar diferentes personagens na vida real até se ir lentamente descobrindo e começando uma construção que leva toda uma vida: a construção da nossa identidade?
Agimos de uma forma tão standard, na sua generalidade, que não prestamos atenção em pequenos detalhes que são tão importantes e que são o verdadeiro milagre da vida…a transformação, a adaptação, a construção…o emergir… é como vermos um pintainho sair de dentro do ovo…e dar os seus primeiros passos…
Dentro de cada um de nós está um poço de sensações e descobertas que são únicas e preciosas e quantos de nós se perdem na vida procurando por respostas e nem por um momento param para olhar para o seu interior, constatando que é lá que está a resposta…
É triste reconhecer que a grande maioria das pessoas acaba por falecer sem se conhecer verdadeiramente porque durante toda a sua vida acreditaram que eram iguais a todos os outros e nunca deixaram que a emoção, a sensibilidade fizessem parte dos seus dias, por achar que isso só atrapalharia, que demonstraria fragilidade…
A verdade é que cada um de nós é um ser único, semelhante, mas cheio de diferenças, que completam a nossa unicidade…a forma como pensamos, como vemos, como sentimos, como amamos…os significados que atribuímos a gestos, a momentos, as lembranças e recordações que guardamos dentro de nós e tantas outras coisas que são só nossas, porque não existe ninguém no mundo que as vivencie e sinta como nós…
Então, penso, afinal de contas qual é o nosso papel aqui? De que vale termos a enorme dádiva de vivermos para além da realidade, termos sonhos, ilusões, sensibilidade, 5 sentidos para absorver tudo ao nosso redor…se permanecem fechados, ignorando todas estas possibilidades?
Nascimento…ser protegido, acarinhado… aprender na escola…ser adolescente…descobrir que o coração pode bater mais forte…arranjar um trabalho…
Comprar uma casa…casar…ter filhos…viajar…ver os filhos crescer…ter netos…pertencer a uma comunidade...envelhecer…este é um modo simplista e talvez egoísta de analisar a vida, mas é assim que a maioria das pessoas passa pela vida, não vivendo, mas sobrevivendo.
É mais importante mostrar aos outros o que eles querem ver, do que nos tentarmos conhecer e afirmarmos a nossa identidade…e no fundo é tão mais fácil…
Mas se perdermos um pouco de tempo a tentar conhecermo-nos a nós mesmos iremos descobrir o que dá sentido à nossa vida e veremos o “outro” de maneira diferente, porque ao nos apercebermos do que vai dentro de nós ganhamos uma nova visão sobre aqueles que nos rodeiam. E assim a vida tem um outro sabor…pois olhar para dentro de nós próprios é conhecermos um mundo que só tem uma morada: a praceta do coração…

Foto de PoderRosa

A CONSTELAÇÃO

Amigos queridos

Estive ausente por um grande período, sentindo saudades da boa casa que sempre me acolheu tão carinhosamente e fiquei muito feliz ao receber a notícia que um amigo nosso ganhou o primeiro lugar de Crônicas Concurso Machado de Assis.
Como foi aqui que eu o conheci e que conheci a todos os poetas que sempre me trataram com tanto carinho e atenção, resolvi postar o texto em homenagem a este amigo.
Acredito que todos fazemos parte da constelação deste lindo e imenso universo e que há lugares pra todos, inclusive pra mim...

A CONSTELAÇÃO

No palco estelar de um imenso céu azul escuro, pequenos brilhos conviviam, iluminando os corações apaixonados de fãs que assediavam as mensagens poéticas das letras e das palavras, formando o cenário real e imaginário de raro espetáculo, ora impressionante, dramático, ora de enredo cômico e hilariante.

Uma estrela, em especial, relutava diante da constelação, em expor do seu interior o que possuía de mais fulgurante que era o seu passado e presente que a tornava a mais brilhante do ambiente. Por pura e singela modéstia de quem já nasceu grande e reluzente.

Eis que surge um cavaleiro andante, desses D. Quixote de La Mancha que impressionado pelo toque mágico de suas inebriantes palavras, se acerca, se aproxima e a convida a desvendar o seu próprio mistério.

Seu interesse? Conhecer o que se passa na alma dos poetas e por que tanto mistério em resguardar a sua identidade? Que para seu espanto completo se viu diante de um exemplar raro, nunca dantes visto assim de perto tão brilhante.

O cavaleiro se aproximara apenas para certificar-se de que a identidade de sua futura parceira de versos, não se tratava de mais uma farsante no mundo da arte e da poesia, tão repleto dessas subespécies que navegam suas dores, frustrações e desencontros afetivos à caça de um marido poeta.

À medida que se aproxima do foco de sua lente persistente, indo ao encontro daquela raridade, mais seus olhos se encantavam diante do que presenciava.

E assim nasceram duetos mágicos que deixavam alguns participantes com os queixos caídos diante do espetáculo saltitante do onírico, dos versos daqueles dois maestros das letras e dos sentimentos mais belos e nobres, naquele ambiente artificial, por onde antes só uma tênue luz se desprendia de uns poucos esforçados escritores, alguns é bem verdade, com talento e jeito para a sublime arte.

O que se viu adiante é que algumas, até então consideradas estrelas na constelação de poemas, começaram a ter questionado o seu brilho diante da inevitável comparação estelar. O que se chama de uma presença extasiante que apaga, ofusca, assusta, causa a pior das sensações e dos pecados capitais que é a INVEJA!

Então algumas estrelas que já possuíam luz própria se sentiram estimuladas a mirar-se naquela celebridade e mais ainda ensaiaram versos que enalteciam a presença feminina na magia da riqueza inesgotável da poesia.

No entanto, tamanha descoberta, despertou a ira nada santa de algumas até então notadas luzes, que aos poucos foram se transformando em toco de cigarro aceso e hoje poetam na sarjeta daquela privada fétida, por onde se destila o fel ardente e delirante de uma busca incessante de encontrar novamente a celebridade estonteante que revolucionou o manto do pecado que ela transformara em sagrado.

E tudo agora virou trevas... Entregue aos domínios da escuridão...

Hildebrando Menezes

1º LUGAR CRÔNICAS DO CONCURSO MACHADO DE ASSIS DA ''POEMAS À FLOR DA PELE''

Um abraço pra todos os amigos
Ro.

Poder Rosa, o poder da mulher.

Foto de Rosinéri

APAIXONADA

Tenho um momento rasgado em minha vida
Procuro-me, mas não me encontro
Essa paixão que abriu tão grande ferida
E transformou meu ego em nada

Nunca pensei que existisse neste mundo
Alguém que num andar de passos firmes
E num trocar de sorrisos quase mudo
Pudesse do meu coração quebrar as trancas

Agora tudo o que faço dedico a ti
Me vejo perdida e sem identidade
Pois sem saber se poderei viver sem ti
Antes de te perder já sinto saudade

Saudade de te ter junto de mim
E de lambuzar desse amor sem parar
Saudade de me encontrar novamente enfim
E de novo ao meu ego me amarrar

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Cores da dor (do amor)

*
*
*
*
Dor de amor, cores cinzas
Mágoa, tristeza, lágrima que na face rola
Pedaços de sentimentos negros
Partículas do tempo imperfeito
Dor de amor, cores mortas a tingir o vermelho pulsante
Cratera profunda que inunda ...dói!
Chorei...perdi a identidade... Arrisquei!
Dor de amor, cores foscas acordando sentimentos
Medo, solidão, mágoa. Recheios podres da massa
Requintes de crueldade...e dói!
As palavras choram, os poemas nascem
Solto o grito na noite sem luar...
Dor que bebo sozinha...que embriaga...e dói!
O amor não é dor...mas é dor de amor, irmã gêmea da alegria
E como dói!
E antes que a dor se transforme em loucura
Transformo a dor em Amor!

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