Humanos

Foto de Amandynnnha

Eu e Você...

Eu e você somos mais que dois corpos disputando um lugar em um mesmo espaço,somos duas almas que se amam e se completam em um espaço desconhecido na matéria;

Eu e Você somos mais que dois olhares que se perdem em algum lugar deste mundo,nós somos dois olhares que se encontram em um lugar definido que se perdem em um tempo indefinido pelos humanos;

Eu e Você vivemos mais que uma paixão cheia de razões,vivemos um amor que se esquece da razão só para ouvir as batidas unânimes de nossos corações;

Eu e Você nos perdemos em nós mesmos...

Hoje não sei dizer quem sou eu ou quem é você...
Meus pensamentos tomaram conta de mim, foi quando ouvi sair do mais profundo de meu ser que "sou uma parte de você e você é uma parte indefinida de mim".

Foto de Amandynnnha

Eu e Você...

Eu e você somos mais que dois corpos disputando um lugar em um mesmo espaço,somos duas almas que se amam e se completam em um espaço desconhecido pela matéria;
Eu e Você somos mais que dois olhares que se perdem em algum lugar deste mundo,nós somos dois olhares que se encontram em um lugar definido que se perdem em um tempo indefinido pelos humanos;
Eu e Você vivemos mais que uma paixão cheia de razões,vivemos um amor que se esquece da razão só para ouvir as batidas unânimes de nossos corações;
Eu e Você nos perdemos em nós mesmos...
Que Hoje não sei dizer quem sou eu ou quem é você...
Meus pensamentos tomaram conta de mim, foi quando ouvi sair do mais profundo de meu ser que "sou uma parte de você e você é uma parte indefinida de mim".

Foto de heterônimo

Amores, Paixões, Saudade

Os amores são sentimentos planos,
uniformes, estáveis, salvo engano,
e mais duráveis entre nós, humanos,
porque fluem de forma natural.
Atravessam o tempo, e pelos anos
se consolidam em relacionamentos
que ao envelhecer vão, na verdade,
viver à custa de lembrar momentos
ou então se transformar em amizade
e assim então prosseguir até o final.

As paixões atropelam tudo à frente,
embolam coração, razão e a mente
liberam em tudo os fluidos e a libido
e pensam que está tudo resolvido.
Como fogo morro acima, a paixão
queima o que estiver pelo caminho,
mesmo que seja orgulho ou o carinho
que não for, como ela, assim voraz.
E mais cedo, ou tarde, isso é fatal,
toda paixão vai chegar ao seu final,
pois só com o fim ela se satisfaz.

Assim nós aprendemos que na vida
tanto faz uma paixão mal resolvida
ou amor que prometia a eternidade,
o destino dos dois já está traçado
e até será igual, pois transformado
no maior dos sentimentos: a saudade.

Foto de Carmen Lúcia

Babilônia

Difícil conviver imune de pecados
ou conviver, simplesmente,
em meio a essa Babilônia que se espelha
e se prostra a minha frente
tentando dominar corpo e mente,
impondo um sol brilhante, ilusório,
que cega e se apaga de repente
priorizando decretos humanos
acima dos humanamente divinos...

Desfilando por tortuosos caminhos
uma verdade anacrônica, desgastada,
deteriorando-se passo a passo
num confronto irreversível com meu tempo,
com o que penso, com o que faço...

Vestes escarlates e púrpuras bailam
convidando para uma dança sensual
onde a razão e o bom senso
se desequilibram nesse ritual
e se afastam dos princípios certos da moral.
Impossível beber do cálice sagrado
e conciliá-lo ao pecado mortal.

Procuro outros jardins que não sejam os da Babilônia,
onde as sementes plantadas gerem frutos do bem,
onde a vida transcorra simples como os rios,
embora chorem o que o homem deflora
maculando suas águas límpidas que cristianizam
navegadas pelo amor, luz e serenidade
numa trajetória imaculada.

_Carmen Lúcia_

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de BRUCE ALEX

A Deusa dos Poemas

Como posso representar
Em versos tal beleza
Seria menosprezar, transformar em pequeno
Uma grandeza!

Como poderia escrever algo para simplesmente ser lido
Enquanto mesmo usando todos os sentidos
Somos humanos,
Incapazes de interpretar uma deusa em letras.

Como poderia encontrar nas linhas
Nas palavras ou rimas
Aquela que me inspira
A deusa dos poemas!

Foto de maria rodrigues

Onde anda o amor?

Uma pergunta que faço a mim própria.
Onde anda o amor?
Eu ainda acredito no amor, penso mesmo que todos os seres humanos acreditam no amor.
Se assim não fosse, quando olhamos à nossa volta não viamos como os jovens se olham embevecidos, se abraçam e se beijam, não viamos como as pessoas, mesmo sem se conhecerem são capazes de trocar sorrisos e por vezes palavras afáveis.
E depois há o outro tipo de amor, o amor que se dá pela partilha, pelos gestos, pelas coisas simples, o amor que não escolhe idades, que por vezes, é a própria idade que nos mostra esse amor de uma maneira diferente.
É nesse amor que eu acredito, é desse amor que ando à procura.
É por esse amor que eu me questiono onde anda o amor?

Foto de MarcosH

Esperança

Não existem minorias...
Não existem diferenças...
Somos todos UM...
Somos todos humanos...
Somos uma única consciência
dividida em bilhões de mentes
e infinitos pensamentos...
- Marcos H. R. da Rosa

Foto de Deni Píàia

Terminal Rodoviário

-Pipoca é cinquennnn... té cinquennnn... té cinquennn
-Meus irmãos, está aqui na Bíblia.
-Amendoim torradinho só setenta.
-Pipoca é cinquennnnn...
-Tem um trocadinho pra me ajudar?
-Chocolate Suflé, só num é mais doce que mulé.
-Um é dois, três é cinco.
-E Jesus falou...
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Moçô, passa na rodoviária?
-Água só um e vinte.
-E a pipoca?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Torradinho, torradinho!
-Vrrrrrummmmm...
-Peraí, moçô!
-Quando Jesus perguntou aos seus apóstolos...
-Tem uma moedinha?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Suflé é da Nestrê!
-A que horas vai sair?
...
Marqueteiros, vendedores, pastores, pedintes... Povo. O terminal de ônibus me parece uma grande colcha de retalhos humanos onde cada um busca seu lugarzinho ao sol, embora seja noite. Sentado num banco tentando registrar o que vejo e ouço, fico perdido num turbilhão de ofertas, pedidos, perguntas, conselhos, freadas, aceleradas, passos, correrias e pernas, algumas bem bonitas! Fico imaginando de onde vem toda essa gente que, de alguma forma, em sua maioria, tenta levantar uns trocados. Verdadeiros profissionais de vendas, desdentados e maltrapilhos, que vivem de seus parcos negócios, enquanto eu não consigo vender nem pra mim mesmo. Onde estão suas famílias, seus amigos, suas casas?
Resolvi experimentar o amendoim torradinho-torradinho, acondicionado em tubinhos de papel dentro de uma espécie de balde que, embaixo, tem uma abertura onde uma brasa mantém a iguaria aquecida. E não é que estava quentinho! Achei que valeu o preço: só setenta centavos. O “Suflé” até que provoca a gente, mas naquelas mãos quentes deve estar uma papa. A água mais quente ainda. Quanto à pipoca tenho vontade de chutar o pacote, de tão chato que é seu anúncio: -É cinquennnn... té cinquennnnn...
Um caso à parte é o pastor. Bela oratória! Um sujeito bem vestido, terno limpo, puído, mas limpo. Pasmo com seu nível de informação. Fala do diabo disfarçado de roqueiro, citando Led Leppelin, John Lennon e Nirvana, discorrendo sobre Raul Seixas no cenário nacional, entre outros. Faz uma profunda e excelente crítica sobre a programação televisiva onde, logicamente, lá está o capeta de novo, em todos os canais e horários. Mete o pau em religiões, todas! –Minha religião é a Bíblia, diz ele. Pisoteia sobre a moral de pastores que pedem e tiram dinheiro dos fiéis, até deixando alguns expectadores contrariados.
À primeira vista lembra uma feira onde ninguém conhece ninguém, onde todos estão sós. Ledo engano. Observando melhor percebo que, atento ao pastor/orador, outro espera ao longe para substitui-lo ou acompanha-lo no caminho de volta. O vendedor de “Suflé” acompanha o da pipoca, que é amigo do amendoim. A mulher que vende água é mãe da moça que vende frutas na outra plataforma. O pedinte de moedas é parceiro do outro que já pediu, ganhou e agora está fumando sossegado. Os motoristas são companheiros entre si e conhecidos da maioria dos passageiros. Enfim, acabei por concluir que só eu estava sozinho. E como num passe de mágica, de repente o terminal se esvazia. Para onde foram todos? Vendedores desapareceram, o pastor silenciou e sumiu, os ônibus escassearam, os pedintes já se acomodam na calçada. Fico com a impressão que se diluíram e escorreram para as bocas-de-lobo, de onde agora me observam irônicos. Seguiram seus caminhos e eu fiquei só. Vou tomar o próximo ônibus e também seguir o meu, para chegar em casa e continuar só. Mas amanhã eu volto.

Foto de Nailde Barreto

Memórias Póstumas de Mim Mesma.

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Eu quero três coisas: amor, sabedoria e paciência para esperar-te no infinito, grande vacância notória, da sua ausência.
O amor — disse minha alma repousando nas nuvens — é magnífico!
A sabedoria, disse meu eu silencioso ecoando no universo, é humilde!
A paciência (disse meu coração que já não bate em matéria humana) é virtude!
O tempo é minha matéria, o tempo passado, o homem do passado, a vida do presente que sempre me remete a ti...
O caminho para a eternidade, finda a matéria, transcende o tempo, converte em luz, e agora, por tê-lo deixado sem o aviso prévio da minha partida, só o amor me conduz...
Pude ver as lágrimas encorpadas de dor, que entristeceram seu olhar e desfizeram seu sorriso...
Não pude impedir o seu choro, não pude estender-te as mãos e enunciar um abraço, não pude dizer o quanto te amo antes da dor do meu último passo...
A magnitude do meu amor, fez-me ter humildade para admitir que falhei, a vida sempre de tantos planos, não pude em vida te amar o quanto sonhei...
A paciência faz-me aceitar o plano da ausência, me faz evoluir para a incansável espera da sua chegada, que já está escrito, ma não pode ser apressada...
Enquanto humanos, muitos ainda hão de sofrer e se desesperar, para aprender que o amor, a qualquer vida ou tempo, é tudo; e suas faces tudo pode brandar...
Enfim, o meu amor convence os seres celestiais, que permitem todas as noites minha silenciosa presença, afagando-te serenamente, até que adormeças...

Nailde Barreto.
09/01/2011

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