Hoje

Foto de TrabisDeMentia

8 meses e 11 dias depois

Conseguem imaginar a sensação de não se saber se um ente querido está vivo ou não? Quando tudo indica a sua morte mas, por falta do corpo não o podemos velar? Quanto tempo terá que passar até termos a certeza? Algum dia a teremos?
Pois é assim com o meu amor. Um amor que parece ter morrido sem o meu consentimento. Um amor, que se teve um fim, eu não vi. Só ela me pode dar a certeza que eu necessito, para ao menos deixar de escrever.
O meu amor iniciou a sua vida sexual. Não, não foi comigo! Agora deixou de ser uma sereia, uma meia mulher que não se encaixa em mim. Agora é em pleno uma menina sem vergonha de ser mulher. É um diabo que ganhou asas. É qualquer coisa parecida com um anjo endiabrado. Sei lá.... É o que quis ser. Hoje ela conhece de perto o prazer. De tão perto que deixou de o ver. Hoje ela sente na pele o desejo que lhe vai na alma. Sente a carne, sente o calor, sente o corpo fundir com a mente. Sente o tempo num compasso diferente. Sente que sente! Hoje ela pode falar de sexo á vontade, sem ter que imaginar ou recordar o que ouviu ou leu. Hoje ela diz: “DE SEXO PERCEBO EU!”. Hoje?! Como quem diz! Hoje ela te um parceiro! Um parceiro de cama! Um parceiro que a ama! Um parceiro que a ajuda na descoberta do corpo! Na aventura do louco! Um aventureiro de quem ela não quer abdicar, não pode, é seu parceiro. O corpo quer e a cabeça ajuda! Aprender, aprender! É a corrida para o conhecimento! Cá estou eu, não vás cair! Não te esqueças que DE AMOR PERCEBO EU! Mas não era para ti que eu falava. Era de ti, mas não para ti. Ela já tem atenção que chegue. Eu não lhe posso dar mais do o que ela me pede. Digo eu. Sim, digo da boca para fora. Eu já não lhe apeteço mais. Digo eu. Sim.... digo da boca para fora. Eu a amo. Esta engulo

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1 dia depois

Te alimentaste nas minhas lágrimas. Te foste entre os meus dedos. Dedos que já tocaram os teus, mas que hoje estão separados por um vidro embaciado. Um vidro pelo qual já mal te vejo. Me estendeste a mão. Me tiraste do poço. Me mostraste o sol e a seguir me empurraste de novo para o buraco. Me disseste que foi um engano, uma ilusão, uma desilusão. E agora já nem quero olhar para cima. Fico apenas lembrando o eco das tuas palavras, do silêncio em que me deixaste. Quem ama não esquece quem ama. Tu te esqueceste de mim, aqui. Eu que já tinha aprendido a lidar com o meu destino... Tu me confundiste. Me mostraste um caminho e eu acreditei. Mas me mentiste. De mim levaste tudo o que eu ainda tinha. A minha resignação. O meu amor por ti. O meu amor por mim. Secaste as lágrimas do poço quando eu quase me afogava. E agora que quero morrer, não consigo. Vai levar algum tempo, mas espero conseguir ultrapassar estes momentos de aflição. Porque eu sei que não mereço estar assim. A onda gigante passou por mim. Eu bem a senti a chegar. Me deixou vazio. Sem objectivos. Mas hei-de encontrar algum que me dê novamente forças para me levantar. Quanto a ti. Desejo que nunca sintas um terço do que sinto neste momento, minha roseira cor de limão.

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0 dias antes (O fim)

Tentei por muitas vezes convencer-me que o melhor para ti seria seres livre para gostares de outro e até amar quem sabe, mas hoje o ciúme se agarra em mim e me morde o coração feito cão enraivecido. Sinto o coração aos pulos, não de amor, mas de medo, um medo imenso, um medo tão intenso que me faz até sentir mal, que quase me leva ao desmaio. Tenho medo de te perder. Que é feito da confiança que eu devia ter em ti? Eu não te conheço. Cada vez duvido mais desse teu amor. Cada vez mais eu julgo que sempre tive razão. Que o teu amor era uma ilusão. Apenas uma paixão que veio de longe mas que logo morreu. Só porque não te dei logo aquilo que tu querias. Sexo. Será? Foi? Bom? Até tenho medo... outra vez o medo... de te perguntar como te correu a noite. Será que desta vez te entregaste por inteiro a um homem. Porquê não esperaste por mim? O que te mudou tão depressa? Foi o vento? Viste o meu reflexo num poço?
E ainda gozas comigo! Será que fiz por merecer isto? Estas horas de sofrimento e de dúvida? Será que te dá gozo me veres sofrer? Tu que dizes que não és capaz de magoar aqueles que amas?! Isto é bem pior que uma estalada! É por isto que achas que és má?
Porque é que o meu anjo me abandonou? Tanto amor que eu tenho para dar e tu me deixas assim? Com ele no peito e o coração nas mãos? Que é feito de ti Sara? Que é feito de ti? Porquê me fugiste? Ainda por cima sorrindo. Eu não merecia esta crueldade.
Ou será que mereço? Será que me vais dizer que não se passou nada e que tu sim duvidas do meu amor? Vais dizer que só penso em sexo? Que o amor duma mulher não conhece limites? Ou será que vais desviar os olhos para o chão e sentir remorso? Tu seguras o punhal Sara. Porque o apontas a mim? Porquê me deste esperança? Porquê Sara? Porquê? Esta história só pode ter um final feliz. Tu e eu juntos sem ninguém pelo meio. Porque hoje eu sei o que é o ciúme e eu não o suporto. Doutro jeito só pode haver ódio, raiva, lamentos, e o desejo de nunca te ter conhecido! Tu me sugas a alma, Sara! Não sei por quanto tempo aguentarei viver assim, sem ti.

Foto de TrabisDeMentia

1 dia antes (do fim)

Ontem duvidaste e disseste que te magoei. Hoje não duvides, pois vou-te magoar ainda mais. Bem podes começar já a chorar pois vou-me abrir contigo. Tu não és um anjo, és uma sereia... Tu não voas, tu nadas. Tu sentas-te nos rochedos e encandeias os marinheiros com a tua beleza, cantas-lhes músicas de engano e os levas á morte. Obrigas-me a me amarrar ao mastro para não cair na tentação de me afogar. Vendo os meus olhos para não me iludir. Tapo os ouvidos para não te ouvir. Sinto o teu encanto na pele e me arrepio só de pensar. Que queres de mim? Queres me ganhar? Tens tido azar. De mim só tens levado derrotas e desilusão, não é não? Então diz-me porquê te meteste na boca do lobo. Tu gostaste? Ou és assim tão ingénua? Disseste que não eras um anjo pois eras má. Será que tens razão? És má para quem? Para mim? Para ti? Dizes que és feia? É só para me picar? Dizes que és feia e depois te encostas a uma parede a ouvir elogios de cem?! Enganas quem? A mim? A ti? Dizes que tens que os ir aturar e que nunca mais és salva! Mas quem foi que se deixou ir? TU orgulhosa de TI foste “salva” a sorrir. Pois é... São peças que se encaixam mais tarde na memória. Hoje... como foi que te encontraram. Como foi que combinaram? Foi no café? No jardim da escola? Por telemóvel? Boca a boca? Ouviste elogios que chegassem?! Adoraste quando brigaram por ti não foi! És assim tão má? Tão feia? Beijinhos, beijinhos para todos! O último é o primeiro! O que a malta quer é beijinhos, quanto mais fofos melhor. Isso e nanar bem! Sonhar muito! Que sonhem contigo aposto! Sim pois apostas não devem faltar. É só olhar á tua volta e contá-los pelos dedos... E dizes que és feia. Desculpa, mas pelo que vi não acredito que te aches feia. Tu sabes que és linda. És a nossa sereia! Hoje faço-te um xeque. Fico há espera de um mate. Quero que me dês um estalo por cada mentira que disse. Quero que me odeies. Quero que acabes com o meu sorriso sarcástico de vez. O amor?! Queres que te diga o que é o amor? O amor é um misto de amizade e de paixão! Paixão implica sexo ou desejo! Amizade implica partilha, compreensão, confiança. Pois eu não te compreendo e teimo em não confiar em ti. Desejo uma sereia, uma meia mulher que não se encaixa em mim. O que queres de mim?! Eu que tenho jeito para sofrer. Eu que gosto de dar e receber. Eu que sou merda. Eu que te quero feliz mas a chorar. Eu que te amo e te invejo, mas que te deito ao chão e te espezinho. Eu que sou nada e que sonho com tudo. Eu que não suporto a ideia de perder para ti. Eu que não sei o que digo nem o que faço. Que te sinto já entre os dedos. Eu que desvio os olhos de remorso! Quero drenar toda a alegria que te rodeia. Quero chupar toda essa falsa ilusão. É verdade? A paixão, já me esquecia. Quando foi que me tocaste? Não me lembro. Quando foi que me beijaste sem eu te pedir? Já me disseste porquê mas eu não entendi. Vais juntar esta carta á tua colecção de triunfos? Quem sabe para mostrares ao próximo? Vais-me reenviar uma mensagem de imagem? Uma frase feita? Vá lá! Mata-me de vez. Diz-me que me odeias! Que nunca me amaste! Só assim te levarei a sério! Eu não suporto sentir ciúme.
Me desculpa... Desculpa-me, beija-me e abraça-me.

Foto de Catarina Cathy

Medo...

Sinto um medo enorme… não fui a primeira. Quero ser a última na tua vida… mas de cada vez que penso que não fui a primeira, a ideia de ser a última fica mais distante.
Quero ser só eu agora, para sempre, mas quando te oiço sinto que não será assim.
Depois dizes “amo-te” e eu peço-te desculpa. Não gosto de te mostrar o medo. Fico mais fria, calculista, escondo-me…
Desculpa…
Desculpa duvidar quando não devia! Quer dizer, nem é bem duvidar… é mais um aperto! Preciso até que chores…! Estarei eu bem para desejar isto?? Não… não quero que chores… quero só que me prometas, vezes sem conta, que não me vais deixar… quero que prometas e que proves que irás cumprir para sempre. Não! não vou pedir-te isso… não é justo.
Sim, tu disseste hoje “é mau para mim porque tenho que me justificar todos os dias”… mas… tenho medo! Nunca me senti assim! Confio em ti, juro que confio…
Deves pensar que isto não tem sentido, que me estou constantemente a contradizer, sei lá!
Simplesmente, amo-te… e é contigo que quero ficar. E tenho medo, um medo enorme de te perder. Se dizes que não devo, só tenho que ter confiança em ti e deixar-me ir.
Tenho que esquecer este medo, que não me deixa ser eu.

Foto de meu rei

VOCE...sob o meu olhar

...Blusinha verde com detalhe vermelho.... calça
branca...tamanquinho branquinho...andar
maravilhoso...linda...simplesmente linda!!!!
Meu coração disparou quando deparei com essa cena hoje de manhã, eu
não poderia ter desejado algo melhor se quisesse para o meu dia...
ali estava vc... serena... tranquila... caminhando como se nada
pudesse tocá-la... tudo ao seu redor parecia estar parado... nada
por mais lindo ou mais interessante que fosse poderia desviar meus
olhos de vc... ali somente a alguns metros de distancia.
Acho que vc não me viu, mas no meio de tantas pessoas, carros,
somente algo fixava meu olhar... ao seu redor tudo parecia cinza,
sem vida, só voce irradiava um brilho, uma luz, com certeza até um
aroma delicioso que eu não pude sentir, mas tenho certeza que
deixavas no ar o seu perfume... observei também que outros olhares
te acompanhavam quando passavas, eu fiquei imaginando o que poderia
estar passando pelos pensamentos deles vendo tal imagem...
acompanhei cada passo seu, cada desviar das pessoas, e vc passou de
um lado da plataforma para o outro e foi de encontro ao seu onibus
... acho que inspirei quando meus olhos te encontraram e só fui
expirar quando vc sumiu dentro do onibus... senti como se tivesse
parado meu coração e minha respiração por alguns segundos... pensei
que sentado no meu banquinho, vendo o por do sol, tivesse sido a
cena mais linda que já tinha visto... que erro o meu... percebi que
voce...o sol...e a lua...são na verdade a harmonia das luzes que
brilham todos os dias, e um depende do outro para completar a beleza
do universo... se o sol não nasce... a lua... triste não
aparece... e cada dia que passa e eu não posso ver o seu semblante é
como se o sol e a lua estivem desaparecido... tudo perde o brilho.
Voce nasceu para ser luz por onde passa... iluminar a alma dos que
te comtemplam... e dar brilho aos olhos dos que te amam...
Por um momento eu desejei que o tempo parasse naquele instante, mas
que sua lembrança permanecesse...... que ninguém pudesse se mover...
nem voce... somente eu... então eu caminharia até voce... deslizaria
minhas mãos pelos seus cabelos... até sua face... encostaria meu
rosto pelo seu pescoço e sentiria aquele adorável perfume... depois
iria aconchegar meus lábios junto aos seus e como um ladrão roubaria
o mais doce beijo... voltaria para onde eu estava e obeservaria voce
sorrindo como se estivesse sonhado com aquele momento, porém, com o
sabor daquele beijo ainda nos seus lábios, na dúvida se tinha ou não
sido real... ah! se eu pudesse controlar o tempo...
Voce não percebeu, mas mesmo sem nenhuma palavra, sem nenhum gesto,
sem nenhum olhar...mesmo assim voce transformou meu dia somente com
a sua presença, mesmo que de longe... ali diante dos meus olhos a
mulher mais singular... vc teve o poder de transformar meu dia...

Foto de TrabisDeMentia

2 dias antes (do fim)

Quem te disse que o amor era um mar de rosas te mentiu!
O amor traz saudade e a saudade sabe ser cruel.
E o tempo que nos separa parece ser infinito não é?
E o tempo que partilhamos? Curto? Ínfimo? Eu sei que é!
Adoro quando te vejo e tenho pena que não possamos falar... á vontade.
Longe de olhares mais atentos.
Escrevo-te esta carta porque não sei quando poderemos falar... á vontade.
Escrevo-te para te dar respostas... as que posso dar.
Sinto muito medo quando te ouço perguntar se tens razões para viver, porquê que a vida ainda não te deixou. Quando te ouço dizer que és má...
Mor... Tu deves te estimar, deves te amar, ter orgulho em ti! Todos temos maus momentos! Todos cometemos erros! Mas todos aprendemos! Hoje choramos mas amanhã sorrimos! Uma futura psicóloga devia saber melhor! São fases na vida! A idade dos porquês! Se chora sem saber bem porquê. Quando choramos sentimos tanta pena de nós! Não tenhas pena de ti! Eu dou graças por seres quem és e como és! Ás vezes até sinto inveja por não seres assim só para mim! Meiga, carinhosa... Bem, também hás-de ter os teus dias. O teu lado lunar. Todos temos. Mas sabes que eu te aceito de qualquer jeito.
Quanto ás dúvidas... Muito complicado. Sabemos que este amor é certo mas... e agora que é que faço, damos o nó ou só um laço?! Eu tenho muito tempo! Tu não! Eu não te posso prender, nem te quero presa. Quero-te livre que nem um pássaro. Para poderes voar para patamares mais altos. Já te tinha dito! Mas tu só me queres a mim!
Vou tentar não ter ciúmes. E tu? Dizes que o tens de 2 pessoas! Pois tenta não ter!
Cada vez é mais difícil lhe tocar. Beijar? Quase impossível. Porquê? Porque me perturba imenso trair-te. Sim, porque só se trai quem se ama. Quando lhe beijo não penso em ti, nem nela, penso na traição. Quando lhe toco não imagino o teu corpo, não quero, não posso. E quando os nosso corpos eventualmente se unem... Sinto-me porco, porque só penso em mim. E tenho muita pena... vou tentando evitar... sei que não mereces que eu te faça isto. È também por isso que não me sinto no direito de te prender. Será que me entendes ? Ao menos desculpa-me.
Se te desejo?! Muito! Quantas vezes dou por mim a olhar teu rosto, teus lábios, a ler as tuas expressões! Imaginando os meus dedos entre teus cabelos! A tua boca se abrindo de desejo! Se encontrando com a minha! Sem pressas, nem euforias! As minhas mãos te descobrindo, te procurando! Numa paz imensa! Quantas vezes dou por mim a sorrir quando penso em ti! E tento disfarçar a felicidade para que ninguém estranhe! Ás vezes é bom amar e ser amado. O pior é quando vem essa maldita saudade! Somos duas metades que a vida teimou em separar. Continua a faltar uma peça no puzzle. Maldição!
Já me pus muitas vezes no teu lugar. Não sei qual é o melhor. Acho que foste muito corajosa em dares o primeiro passo. Confiaste em mim . Me contaste um segredo. E eu te agradeço. Não tenhas medo de destruir o meu casamento. Ele para mim nunca existiu. Foi a continuação de uma asneira. Tu não vieste para estragar nada na minha vida. Só para arranjar. Vieste arranjar o meu jardim. O jardim da minha alma. Com lindas flores cheias de cor e alegria.
Queria que me contasses o que nunca contaste a ninguém. Quero que me contes mais segredos. Quero me sentir único. Confia-me os teus medos, os teus receios. As tuas fantasias, os teus desejos. Há tanta coisa que ficaste de me dizer. Quando te pergunto dizes que eu não te posso ajudar. Deixa-me tentar... Deixa-me ser também o teu melhor amigo. Amo-te tanto!

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Sábado 6 & Domingo 7

Sábado :
Amanhã?! O amanhã é passado...Hoje, o amanhã foi ontem. Ontem, foi o futuro! Foi um pequeno dia que me marcou em grande. Por pouco não te via, mas te vi. Por pouco chorava e por pouco não chorei. É que ontem tudo mudou e hoje não sei como será amanhã. Ontem a mesa virou e as cartas mostraram a face, e o mais interessante foi que os copos permaneceram de pé. A fobia abraçou-me com tal força que me sufocou. Senti-me embriagado com as tuas palavras. Pegaste-me no pulso e me obrigaste a ajoelhar. Tremi. Tudo o que era mentira tornou-se claro como a verdade. Não havia enigma que disfarçasse. Tinha que ser ali e já, preto no branco. E eu embaraçado não distingo as cores. Prometi uma resposta sem que houvesse pergunta. Um simples quem não arrisca não petisca, sim ou não? Foi de cair o queixo. Os olhos, esses perderam-se no horizonte. Senti-me perturbado, desorientado , feliz mas triste. Feliz porque tive a confirmação de que a minha imaginação não estava assim tão fértil, haviam realmente sinais. Triste porque não tinha resposta. Nem um sim nem um não matariam a questão. E porquê? Porque não havia questão. É muito complicado, muito complicado. Ou desculpa-me ou desculpem-me. Muito, mas muito complicado. Pelo menos para mim. De que me serve a balança se não consigo descalçar o sapato?
Domingo :
Mais um dia passou e as resposta prometida foi-se em forma de carta, esta carta, da qual estas frases ainda não faziam parte. Foi um toma lá ... mas não dá cá. Mentira. Aquele sorriso! Aquele sorriso... Não diz tudo! Há mais, sei que há muito mais. Foi um alívio mas por outro lado... Como é costume tive pena. Pena por não ter completado a carta. Mas completá-la pode demorar uma vida, a minha. Não é drama, é uma trama, é um problema, é um dilema. É e sabe tão bem. Disse-lhe adeus como quem não quer a coisa!!! Uhff ,correu bem. Não descalcei o sapato mas tive direito a uma mensagem. Obrigado, não era necessário! Conta-me dessas! “Xonha mt”! Será uma ordem, uma sugestão, ou um pedido? Seja o que for é bonito! Ah pois é! Ultimamente tudo é bonito, quer dizer, quase tudo. Dou comigo a sorrir, feliz , pensando nos ques, nos porquês, nos mas, nos mas, nos mas, mas a noite já caiu. Está na hora de ir dormir... com as estrelas!

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Quinta-Feira 4 & Sexta-Feira 5 (O início)

Sobre o dia de quinta-feira :
Ontem deitei-me, fechei os olhos, lembrei-me de ti! Havia tanto mais para te dizer, tantos poemas para acabar de escrever. Tantos olhares por trocar. E lembrar-te, lembrar-te fez–me sonhar. Sonhar com coisas que me dão que pensar. E foram tantos os pensamentos, e tão confusos os sentimentos, que, por falta de espaço ou de bom senso, extravasaram. Mancharam uma folha virgem com algo que me enlouquece, mas que por falta de verdade, apenas nela permanece. E quando exausto adormeci, percebi, que até dormindo sonhava, esses sonhos que a realidade negava.
Sexta-feira :
Hoje sinto–me feliz, não por ter acordado, mas por estar aconchegado nos pensamentos. Relembro os poucos mas bons momentos. Sei que não é possível viver noutra vida, e nesta vida, neste corpo, nesta prisão a que só a alma escapa, receio bem que só me reste mesmo sonhar. Mas sinto-me feliz, sinto-me bem, sinto-te! Sou livre ao menos de pensar! Trago comigo uma balança que me pode ajudar e pedras no sapato para servirem de peso! Sim, talvez noutra vida! Numa vida que não leve á desfeita nem ao desrespeito de quem o merece.
Sobre o dia de sábado :
E pensar que amanhã te verei! Com sorte trocaremos beijos e estranhas palavras, que, como que encriptadas, formam frases que para quem não sente não dizem nada. Frases que me desafiam a dizer o que sinto, o porquê de eu tremer por dentro. Talvez por vezes se note um brilho, noutras um sorriso ou algo que não passe despercebido. Ás vezes faço que não percebo, pois evito tremer quando sinto medo. Me guardo em segredo. Engulo em seco. Não posso beber e a fonte está mesmo ao lado, a fonte do pecado. Talvez um dia me cures, talvez um dia me mates. Eu não faço questão. Observo-te com atenção... não vás cair. Meço-te com intenção... de te esculpir. Leio-te com sofreguidão ... quero saber no fim, quem se vai rir. É verdade! Amanhã... Amanhã será um grande dia! Vou conviver com a minha melhor fobia, esta grande, grande amiga! Parece que me vejo esfregando as mãos, como um louco esfomeado diante de um recheado prato. Que refeição! Não, claro que não. Um oásis num deserto é pura ilusão! Querer fazer casa no meio de um vulcão?! Mas ás vezes... Deixa para lá. Fogo e gás, sei bem no que dá. Se calhar amanhã faz sol, ou se calhar não faz. Se fizer sol fico á sombra, mas se chover...Se chover já sei o que vou fazer! Pego em mim e vais ver o que é correr! Vou apanhar o arco íris.

Foto de TrabisDeMentia

Ela

Olho de novo para as maciças portas. Tento olhar para as maciças portas. Imagino que olho para as maciças portas. Não vejo as maciças portas, mas que importa? Passam doze minutos e não aparece. Há doze minutos que deram as doze badaladas. Há vinte sete minutos que eu entrei, e não aparece. O pé treme no chão, não de impaciência, mas de receio. Antes não apareça.
A sala é quadrada, a mesa é quadrada, os bancos são quadrados, alguns redondos. A sala é estranha, a musica é estranha, a minha voz é estranha... eu sou estranho. Porque é que as minhas palavras soam a falso, a premeditado?! As luzes de LSD, vermelhas e verdes, bailam por entre as quatro beatas no cinzeiro e o copo de whisky outrora cheio. Mando vir mais um... e mais outro. Outra badalada, outro cigarro e os meus lábios secos pedem por mais. O fumo a haxe intensifica-se, semicerro os olhos como que embriagado, mato e vegeto. Olho o relógio, o meu negro relógio, que já tão pouca falta me faz e olho de novo para as tão frágeis portas... tão frágeis... tão... Que linda música!
As portas do bar erguem-se á sua volta. Olho o relógio sem ver as horas. Só penso nela e no que lhe hei - de dizer... e as minhas palavras soam a falso, a premeditado. Não me cumprimenta. Como eu queria que ela me beijasse! Perdi a deixa. Sacudiu a camisa desfraldada e sentou-se. Sorriu, e como eu gosto desse sorriso! Inclinou ligeiramente a cabeça, deixando cair os seus longos e belos cabelos castanhos sobre os ombros, fitou-me com os seus profundos e belos olhos negros... e perguntou-me com a sua bela doce voz:
- Como vai a vida?!
Engasgo. Tremo. Eu sei lá. O significado chega-me pouco depois. Olho para a mesa quadrada e riscada e penso, ou melhor, tento pensar. O seu olhar incomoda-me, e hoje está mais penetrante do que nunca. Sinto-o, mesmo por entre o fumo denso e azulado. As palavras esfumam - se e o torpor aumenta. Que letargia!
- Como tem que ir! Vai como tem que ir!- Gritei para me fazer ouvir, tentando retribuir o sorriso. Mas cedo ele se esvai. Olho para o lado e tenho a incómoda sensação que fui ridículo. Soou a falso e a ridículo. Sem dúvida que fui ridículo. Por entre a música surge o perturbador silêncio, que não deixa de ser ridículo também. Meu deus! Que ridículo! Só espero que ela assim não pense. Que tudo é estranho, quadrado e ridículo.

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