Gosto

Se do amor eu sinto o doce gosto
é porque sua boca beija a minha
e se de mel e pólen ele é composto
eu sou sua ardente abelha rainha

Envolvo-lhe em meu vôo nupcial
seduzo-lhe... e feliz me fecunda
alimento-me da sua geléia real
mas posso causar ferida profunda

Eu sou abelha livre e guardo defesas
você é ciumento... zangão por natureza
não ouse me iludir com falsas delicadezas
Sou feroz, sagaz, impulsiva e cheia de ardilezas

Sou fêmea incendiada e vitaminada
Sou soberana, inflexível e determinada
Posso ser sua eterna namorada...

Mas se sair dos trilhos... perder a linha
e me trair com outra açucarada abelhinha
Elimino-lhe com uma só ferroada.

Sou abelha rainha, impetuosa e apaixonada!

Carmen Vervloet

Saudade é uma dor que dói de um jeito diferente
Saudade é aquela dor que faz sangrar o coração da gente
Ainda me lembro do brilho dos seus olhos
Quando vimos aquela estrela cadente

Saudade é saber que você não esta mais aqui
E ainda assim acordar sentindo seu perfume
saudade é olhar para as estrelas
E sentir o gosto da sua boca

Saudade é o amor que foi embora e ainda não acabou
Saudade é saber que no meu coração
Alguma coisa ainda sobrou

Saudade é uma dor que dói de um jeito diferente
Saudade é aquela dor que deixa um vazio na alma da gente

carlos loures
30/06/10

um dia... "sem querer",
um beijo lhe roubei
por tua boca não se esquivar
em teu calor tão distante
de repente tão presente me encontrei

a idéia,talvéz louca!
mas não pude resistir
quando bem de perto,
sutilmente vi você de mim...

senti meu corpo trêmulo
invadindo o teu espaço
e você que eu tinha tão ausente,
de repente se envolveu em meu abraço

senti tornar realidade
o que antes so pudia imaginar...
como um sonho, um sopro
se fez real seu desejado gosto.

do amanhã não sei,
parace até loucura
e se fez cúmplice,o sol sorrindo
da minha louca travessura.

Renata s. oliveira

Um miraculoso ponto de pele que sucumbe leve noutra pele desprotegida, levando os dias de espera que nela se escondem despidos, e foge logo em seguida. Um segundo de aconchego quente que destrona a eternidade e reina na palma da mão. Um vento que brota e morre no mesmo instante na raiz da própria morte. Um país que invade os sonhos e os deixa perdidos no ar. Um suspirar fumegante de um silêncio sussurrado pelo balanço do chão, onde os passos cantam e a calçada teima em desfazer-se com o luar. Água que queima a sede. Terra que se evapora em calma tremida. Calor que transpira o olhar onde a alma tépida transparece vencida pela paixão.
O toque. Lágrima que escorre pela pele vazia, sacudindo célula a célula, a imensidão e a melancolia. Noite que se esquece de escurecer. Noite que se casa com o dia e detêm o entardecer. Tempo suspenso no amanhã que se esquece de pisar e confunde o pensamento. Palavras indecisas trocadas pela pele e tocadas pela vontade de amar. Silêncios amachucados pelo respirar dos dedos que se soltam descuidados, sem momento ou direcção.
Sobre este toque, o sabor a infinito, o perfume da ilusão, o gosto pelo desconhecido, e a pele da emoção.
O toque, impossivel viver sem ele,
(Marisa Cruz)