Fúria

Foto de Vanessa F.

Remar contra o rumo da maré

A vida mudou de direcção,
sem aviso prévio…
Tentas compreender os novos rumos por ela tomados.
Consultas mapas de navegação
E bússolas que não te indicam o Norte…
Perguntas sem respostas
Inundam a tua realidade
E flutuas num mar de incertezas
Onde navegas sem ter controlo do leme,
Encontraste á deriva.
Sem conseguires mudar as direcções do vento,
Tentas ajustar as velas para que este se torne favorável.
Torras ao sol, enfrentas marés e a fúria do vento.
Gritos de alma
Percorrem mundo.
Sentes-te atraiçoado
Revoltas-te contra o tempo
Amaldiçoando o dia em que entraste em tal
Caravela,
Cujas promessas aliciantes
Se tornaram em pesadelos
Reais e cortantes.

Foto de Anja Mah

Meu Prazer

Não faça do meu prazer algo efêmero.
Não transforme meus instintos em algo abstrato.
Meu corpo vibra ao som de tua palavra,
Meu sexo inunda-se pelo êxtase que me provoca.
Assim nos devaneios de nossos diálogos
Sou levada pelo instinto de mulher a desejá-lo.
Cada fibra de meu corpo vibra
Desejando tua carne nua a saciar me.

Assim embalada pela canção do prazer
Que agora me inunda,
sou levada a desejar ti.
A querer-te tão somente você,
Para extasiar meus impulsos.
E o desejo consumindo meu ser,
Aflorando meu instinto de fêmea.
Sinto-me uma fêmea no cio
Desejando que teu delicioso corpo
Desperte-me toda minha fúria,
Todos os meus desejos adormecidos.

Serei a tua fêmea
Entregue aos teus caprichos,
Saciando tua fome.
Serei tua fêmea realizando tuas fantasias.
Deixando você deflorar cada orifício,
Deixando você me inundar com teu mel
Saciando minha sede.

Te amo M.D.

Foto de yurirbraz

Doce Vampira, tem pena de mim!

Doce Vampira, tem pena de mim!

Yuri Rodrigues

Minha doce vampira, não me sugue assim

Não vês a morte em meu jeito taciturno?

Não piore a cólera desse ser noturno

Sanguinária vampira, tem pena de mim!

Meu rosto pálido não diz-lhe que estou exangue?

Faz-me um vampiro defunto

Pare! Traz-me de volta ao mundo

Derrama em minha boca o teu sangue!

Minha mórbida vampira tem pena de mim!

Não me permita, por ti, ter ódio em avidez.

Lembra-te quem desfaleceu tua pálida tez?

Não podes, criança da noite, me exumar assim.

O meu ritual já foi lido

Sofrerei agora, as obras da tua imaginação

Quando terminar, enfim sentirás a minha destruição

E... Será tarde... Tudo já terá acontecido...

Terás perdido o vampiro que mais te amou

O sangue na lua cheia, não terá o mesmo sabor.

O cemitério, minha pequena, será apenas um monótono dissabor.

Jamais escapará dos meus olhos condenando o que se passou.

Tem pena de mim, princesa de atrocidade.

E escaparás ao meu vertiginoso fragor

Sangue por sangue, tua morte, meu vigor.

Sobreviverás à fúria da minha insanidade?

Minha dama-defunta ouça o que lhe direi:

Consome-me com tuas presas

Mas sabes se é isto que realmente desejas,

Conviver com o fantasma da maldição que te lançarei?

Pense no meu fim como o seu fim

E saberás; Ter ou não pena de mim?

Foto de jairokour

Beijo Para Flor

Ela não me saía da cabeça. Se entranhara tanto em mim que por mais que eu tentasse, não conseguia tirá-la de meus pensamentos.
Sonhava com ela, imaginava milhares de situações, sentia uma vontade louca de ouvir sua voz, ver seu sorriso, estar junto dela, tocá-la, sentir sua pele.
Eu me controlava, mas era evidente que eu a queria demais, que morria de tesão por ela. Apesar de tudo que vivêramos, tinha dúvidas se ainda era correspondido, mantinha-me então discreto e evitava avançar o sinal.
Certo dia por um motivo qualquer, estive em sua casa. Na hora de ir embora, ficamos conversando no portão. Estávamos sozinhos. Ao despedir-me, beijei-lhe o rosto como de costume. Segurava sua mão e senti que ela apertou a minha retendo-a na sua, como se não quisesse que eu fosse. Isso me deu coragem. Puxei-a para dentro e fechando o portão, venci a timidez inicial e toquei seus lábios com os meus. Um lampejo de resistência e espanto apareceu em seu olhar, que logo foi substituído por um brilho intenso e senti sua boca macia pressionando a minha, correspondendo e provocando em mim imediata reação, excitando-me, deixando meus sentidos à flor da pele.
Perdi o medo e com minha boca colada à dela, envolvemo-nos num beijo intenso, quente, úmido, cheio de lascívia e paixão. Adorava a pressão de seus lábios contra os meus, enquanto nossas línguas se encontravam e se enroscavam, lutando frenéticas, procurando cada uma absorver da outra toda carga de luxúria reprimida em nós até aquele momento, buscando desvendar nossos segredos, revelando os mistérios de nossos corações, fazendo aflorar todo desejo contido, enclausurado.
Ah, o beijo. Mais que o sexo, o beijo é a demonstração e a procura dos anseios mais recônditos. É a entrega perfeita, sincera. O sexo é instinto animal, o beijo é o desnudar da alma. O sexo é o prato que nos sacia a fome, o beijo é o alimento que nos revigora a alma. Mostramos no beijo todos os nossos sentimentos. O sexo é gozo efêmero, rápido, o beijo, gozo eterno. O beijo faz o sexo e é o sexo. Sexo é físico, beijo é alma. Revelamos nele toda a nossa fragilidade frente aos sentimentos que nos assolam e toda nossa força criada pela paixão. O beijo agasalha nosso frio, livra-nos de nossas amarras, liberta-nos de nossas vergonhas, estimula nossas emoções e provoca o toque. E o toque, num círculo vicioso, excita o beijo. Mais uma vez eu tomava consciência do porque as cortesãs oferecem o sexo e recusam o beijo. Sexo pode existir entre corpos desconhecidos, beijo verdadeiro e sincero, só entre corações que se querem.
Ao beijá-la sentia meu sangue fervilhar, minha pulsação disparar e todas as minhas sensações concentrarem-se em nossas bocas. Meu coração almejava querer e ser querido. O contato de seus lábios com os meus variavam de intensidade conforme o fluir das emoções, ora suave feito brisa de outono, provocando leves arrepios, ora intempestivo como furacão, provocando tremor, nos deixando ofegantes. Nossas línguas viajavam de encontro ao céu de nossas bocas, acariciavam-se, descobriam-se e completavam-se. Ao comando do beijo nossas mãos nos procuravam, respondendo com afagos de amor. Nossos corpos se entregavam ao contato da paixão e à chama do desejo que se avolumava e se intensificava.
Afastei-me, tomei fôlego e segurando suas mãos a conduzi para dentro de casa, procurando um lugar mais confortável.
Sentados no sofá, Flor, procurando a minha, ofereceu-me novamente sua boca sôfrega. Aceitei-a, ávido de mais carinhos e beijei-a arrebatadamente como sempre desejei, como sempre sonhei. Guiado pelo desejo fiz com que minha boca percorresse seu pescoço, seu colo, sua orelha. Pousasse em sua nuca beijando-a suavemente, provocando suspiros e arrepios de excitação. Minhas mãos descobriam seu corpo em suaves, mas decididos toques. Ela retribuía beijando meus olhos, mordiscando meu queixo, meu pescoço, acariciando meu rosto. Voltava, procurando o agasalho de minha boca, o abraço da minha língua. Prendia meu lábio inferior entre os seus, mordia levemente e deixava sua língua tatear pelos cantos de minha boca provocando-me e levando-me ao paraíso. Por cima do tecido de sua blusa, meus dedos atrevidos encontraram seu mamilo rígido e minha mão apertou suavemente seu seio, arrancando dela um gemido de prazer. Procurei os botões e a soltei. Deixando minha boca deslizar ao encontro daqueles mamilos maravilhosos, rodeei-os com minha língua, sugando-os delicadamente, depositando neles beijos úmidos e calorosos. Flor contorcia-se de excitação. Encorajado por suas reações tirei completamente sua roupa. Contemplei extasiado aquele corpo celeste. Ah, como descrever aquela visão de beleza exuberante? Ela nua, recostada no sofá, olhos semicerrados esperando ansiosa pelo meu próximo toque, adivinhando meu próximo beijo, se oferecendo, se entregando inteiramente a mim.
Decidi naquele instante que meu prazer, meu gozo, seria o dela. Resoluto distribui delicada e demoradamente centenas de beijos em seu colo, em seu ventre maravilhoso e, ousado, explorador, percorri seu corpo com minha boca, beijando, lambendo, sentindo a suavidade e o sabor de sua pele. Voltei aos seios, refiz o caminho de sua boca, mordisquei a pele de seu ombro, beijei seus pés. Partindo da parte de trás dos joelhos deslizei a ponta da língua alternadamente pelo interior de suas pernas, e subindo, guiado pelos seus murmúrios de aprovação, aproximei-me atrevido e pousei meus lábios nas pétalas macias daquela flor maravilhosa, sentindo sua suavidade, seu sabor divino, néctar propagado dos deuses. Deliciado, entre seus tremores e gemidos ouvia os murmurantes sinais inequívocos de seu delírio, que me orientavam e conduziam: “assim..., mais..., continue...”.
Beijava-a agora com a delicadeza do amor mesclada com a fúria da paixão. Flor respondia com movimentos ondulantes de seus quadris, suas pernas pressionando minha cabeça, fundindo-nos no mais íntimo contato. Minha boca e minha língua, como se estivessem em um parque de diversões, beijavam e brincavam loucamente, saltitando de um ponto a outro, alimentando seu prazer, amplificando seus sons, tonificando suas sensações. Estendi os braços e toquei novamente seus seios, brincando com seus mamilos, navegando por suas curvas, escalando suas colinas. Busquei sua boca e senti meus dedos, qual sorvete sabor prazer, sendo lambidos e sugados, umedecidos e envolvidos por sua língua. Continuei, distribuindo por onde minhas mãos alcançassem, as carícias que fluíam das pontas de meus dedos, descobrindo seus pontos de loucura, ligando chaves do seu prazer, desvendando as trilhas da sua paixão.
Sentindo o aumentar do ritmo dos seus movimentos, a frequência de seus ais, o balanço do seu ventre coordenado com a intensidade de meus beijos e o pulsar de minha língua, pressionei suas nádegas de encontro a mim, mantendo aquele cálice preso à minha boca, evitando sua fuga. Com as mãos crispadas no tecido do sofá, Flor aumentou a pressão de seu corpo sobre meu rosto, permitindo que eu sorvesse a intensidade de suas sensações, o mel dos amantes, querendo que seu prazer também fosse meu, e desmanchou-se com um tremor vigoroso na melodia fluida do gozo profundo, num êxtase sem fim, trêmulo, intenso, sonoro.
Segurando minha cabeça, manteve-me ali, preso por instantes em seu pulsar, compartilhando e transmitindo-me seus impulsos, suas delícias, agraciando-me com uma parcela de seu céu, me fazendo morrer de paixão e de felicidade. Acalmada, levou meu rosto junto ao seu e beijou minha boca suave e demoradamente. Acomodou minha face em seu colo, para que eu ouvisse, nas batidas de seu coração, os acordes de seu amor.
Sorridente, saciada, satisfeita, sem proferir uma palavra sequer, me fez feliz por tê-la feito feliz.

Foto de Andrea Lucia

Aquelas Tardes... (Andréa Lucia)

Aquelas Tardes... (Andréa Lucia)

Tenho saudades daquelas tardes:

Você tinha um compromisso profissional
E o nosso compromisso era apenas sexual...

Entrava correndo e apressado
Com um olhar desejoso e safado
Vinha logo me despir e me beijar
E ficávamos perdidos a nos amar

Eram momentos felizes e fugazes
Onde éramos lascivos e vorazes
Onde nos entregávamos com fúria
Transformando o amor em luxúria

Quando nossa festa se encerrava
Você sorria saciado e se levantava
Calmamente começava a se arrumar
O seu público estava a lhe aguardar

Guardo as lembranças daquele tempo
Meu pensamento é triste e só lamento
Não ter seu corpo e nem lhe pertencer
Não ser tocada na alma...não mais lhe ver

Tenho saudades daquelas longas tardes
Saudades das nossas loucas belas artes
Saudades dos risos e de todo contentamento
Ah...dá-me, novamente, seu instrumento!

Foto de Senhora Morrison

Coração Tranquilo

Mais um gole
Enquanto observo lá fora
Do alto,
Desta janela...
Sentindo o ar frio em meu rosto
Encolhendo-me como a querer proteger...
Proteger do que?
Se minha vontade...
É saber voar
Ir pra onde nada pese...

Meu corpo frio,
Meu cérebro a mil...
Somos pensantes
Ha, Ha, Ha...
Nunca somos um todo
Inteiro, de verdade.
O que me falta, já não sei.
E essa melancolia
Essa gana de não sei o que
Essa precisão...
Essa lucidez saudosa
De tempos, atitudes, horizontes...
Que se foram? Existiram?

Se tem alma
Este corpo a aprisiona...
Este corpo que padece
As ações do tempo
Das irresponsabilidades
De noites mal dormidas
Sabe-se lá com quem...
Sabe-se lá por que...
Dos tragos e tragos a mais...
Das risadas por diplomacia...
Dos choros por conveniência...
...desde o berço...
Dos amores por necessidade...
...de um colo no fim da noite de gemidos e fingimentos...
É tudo irreal, superficial...

Sou sozinha,
Sou uma peça,
Sou o desfecho...
...fundamental
Essa subserviência desnecessária
Esse interesse proposital
Essas décimas quintas intenções...
Não quero mais isso
Isso tudo me acaba
Isso tudo me sufoca

Mas não mata
Nunca mata
Nunca morre
Nunca mata...
O dia seguinte sempre segue
E ainda abro meus olhos
E ainda respiro este ar fétido
De gananciosa poluição
Não vale mais
Nunca valeu
Não tenho mais credibilidade
As fichas acabaram

Os sorrisos sinceros são milimetrados
Esporádicos, anulados
Por bombas caseiras e de efeito moral
Não dá pra ser inteiro,
Sou parte disso
Meus fragmentos sofrem
Como sorrir
Sinto meu sangue pulsar
Do outro lado dos continentes...
Com os mesmos olhos...
Que vêem o que não querem

Calo-me
Mas ainda vejo meu reflexo
Neste maldito espelho
Que não refleti o que o mundo determina
Mas...
Transparece a límpida alma
Que pouco importa
Sempre consigo me anular
Vou à busca dos meus
Este mundo não me pertence
Mas continua a flagelar
Pobres mortais
Dignos da esperança...
De etnias impostas por outrem
A condenar sem motivos
Desencorajando sonhos
Cortando as garras
E começando tudo de novo
Sem um fim plausivo

Agora recosto minha cabeça ao travesseiro
Sem alardes e acontecimentos
Deixo a inércia tomar conta
Do corpo
Da mente
Permitindo...
Querendo mais uma vez
Acalmar minha fúria
Atravessando uma senhora no farol...
Contribuindo pra cola com uma moeda...

Quem irá mudar o prisma do mundo...

Senhora Morrison
28/05/2006

Foto de fer.car

O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?

O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?
Que olhar mais triste, sem esperança, tão cheio de dor...
O que faz ainda esperando que algo aconteça de especial, sem que se mova deste lugar escuro que você mesmo criou?
O que faz grande homem, com a cabeça baixa, olhando ao além?
Estou aqui para lhe auxiliar, para estender minhas mãos sobre seus ombros...
Para levar comigo sua saudade
Sua desilução de dias, seu amor não correspondido
Seu coração está tão vazio, tão cheio de nada, um nada maior que pode suportar...
De-me suas mãos, venha ao meu lado, siga-me, deixe-me mostrar como vale a pena viver e sonhar
Amigo, você é um homem como eu
sente a fúria de um grande amor
Chora arduamente esta febre que não cura
Esta falta que não cessa
Mas acredite grande homem... tudo passa, acalme esta sua alma
Este amor ainda viverá dentro deste peito
Fará moradia por toda a eternidade´
Mas não esqueça que viver está acima de tudo, não desista
Pode ser que um novo amor ainda esteja por vir
Por isso o que faz aí sentado, extasiado, contemplando a vida passar?
A vida simplesmente não espera
levante-se por mais que não acredite ter forças
Esxugue esta face molhada de lágrimas, esta alma tão calejada
A vida simplesmente não espera você decidir que amanhã pode viver um grande amor novamente
Por isso...
O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?

Foto de fer.car

O que sou

O que sou senão esta porta aberta ao vazio
Ao destino que eu mesma traçara de forma estúpida
O que sou senão este silêncio pausado no meio de meus anseios
Esta dor incessante diante da ausência que um homem me causou
Que temor tenho do amanhã , da perda daqueles que tanto amo
O que sou senão a busca constante pela tão almejada felicidade
A ama calejada, dolorida, mas cheia de vida para viver
O que sou senão a ira diante da mediocridade destas pessoas cegas
Que não conseguem ver o mal que causam com sua indiferença
Indiferença de ações , de palavras, de amor
O mundo precisa de mais compaixão, de mais abraços e calor
O que sou senão o sangue fresco a correr entre as veias que pulsam por vida
O amor mais pleno e intenso à procura de minha metade, força que me mantém
O que sou senão a parte de uma história atrás do perdido, recuperando o que não existe mais
O amargo fel de línguas ferinas, e aqui distribuindo a mão e erguendo pessoas da escuridão
O que sou senão a esperança dos olhos de uma criança, o choro puro de um bebê
O que sou senão parte de você que me desprezou um dia e me disse adeus
E hoje sofro por saber que tentei de todas as formas arrancar este sentimento
E quedo-me na mesma posição, em seus dias sou como uma passagem
O que sou senão a fúria atrás de minha justiça própria
Teimo em dizer verdades quase que tão cortantes
E firo fundo meus adversos amigos
Quem sabe inimigos sabem o poder de minhas palavras
Não aceito o errado, o mau caráter, e a falta de fé
O que sou senão a luz no fim do túnel
Buscando o brilho , a paz, a vida de dias
A inquietudade de passos atrás de sonhos
O amor que renasce a cada amanhecer
O vida que teima em explodir quando meus olhos se encontram com os seus
O que sou senão o retrato de um ser que amou, que chorou, que acreditou
Que nada foi em vão
nada será em vão
Por isso sou o que sou
Um alguém que ainda acredita....

Foto de fer.car

ESCREVER UM POEMA

Escrever um poema é uma arte de poucos
É uma dor latente, que pulsa em minhas veias
Uma saudade constante que tortura a alma
Uma alegria festejada ou uma lágrima que escorre em minha face
Escrever um poema é como falar de si mesmo
Abrir o coração para um mundo de sentimentos
Tornar-se escravo de descrever situações, erros e acertos
Poeta é ser triste, que sofre e ama
Por vezes cruel, frio e desumano
Escrever é como despir-se de seus mais profundos segredos
Transcrever aquilo que não pode ser dito e explode num momento de fúria
Escrever um poema é escrever com lágrimas nos olhos
Falar da linguagem do amor, daquilo que mais tenta se esquecer e não consegue
Escrever é uma magia constante nos olhos de um sonhador
É calar a pessoa amada com declarações de amor regadas de intensidade
Escrever um poema é algo complexo
Toca aqueles sensíveis de coração, puros da alma
E até o mais frio do ser humando não resiste a um poema feito com algo mais...
Escrever um poema é como deixar o orgulho de lado, abrir-se aos outros, ao mundo
falar coisas que sequer poderia imaginar que estavam lá dentro do peito marcadas
É acreditar, sonhar com algo melhor, pensar que nada é em vão
Ser poeta é ser triste e ser alegre
é dizer das inconstâncias da vida, de suas peças e suas passagens
falar de pessoas, de momentos, de saudades
Escrever um poema é escrever palavras de sangue
Tiradas da alma
De dentro de si

Foto de InSaNnA

FeBriL

Exploras o meu corpo,
dedilhando-o em passeios vagos,
Viajor dos meus desatinos,
escorregando a tua boca em minha pele,
suga-me loucos arrepios
a minha alma entrega-se louca,
à tua boca,abrindo-se em delírios
Sentindo o teu pulsar ,
acariciando os meus seios,
beijo a tua boca febril
com lambidas indecentes
penetrando a minha língua
devorando a tua,
como uma fera carente
Te entregarei o meu corpo,
ao som dos meus suspiros cedentes !!
Caminhas sedento,pelas minhas margens
para, preencher- me os vazios..
encaixando a tua fúria dentro de mim,
como um bom menino obediente..
enquanto sobes e desces
aflito sobre meu ventre,
o meu coração dispara com a maresia,
fico tonta,
perco o ar,
perco-me louca,nesse teu balançar !!
Tormenta perigosa ,
agitando o meu mar..

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