Fracasso

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 3

Ficção é ficção. Arte é arte. Coincidências são coincidências. Na nossa realidade, chegava enfim o mês de setembro, a primavera dos campos e das pessoas, o dia mais claro, a aura que sopra possibilidades inéditas. Os parvos, de sangue quente e mente fraca, suspiravam por uma chance de perverterem a ordem quase natural onde estavam brutamente inseridos e sufocados. Seu fracasso era óbvio e evidente.
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A troca de peles é um ritual intrínseco aos seres de sangue frio. A cada três meses, ou seja, a cada ano em nossa realidade, isso ocorria uma vez. Trocar de pele, como quem troca de nome ou identidade, é tão repulsivo, tão nojento que nem mesmo os que o fazem suportam a manutenção dessa necessidade. Cabem em tarefas, aos engolidores, os maiores submetidos da sociedade vigente instaurada, dar cabo de sumir com os restos dessa sujeira, cabe aos engolidores auxiliarem e obliterarem quaisquer problemas que aflijam seus patrões e superiores, e cabe aos engolidores viver na miséria para não morrer a míngua, cabe aos engolidores sustentar o lucro e o luxo ao custo da própria dignidade ofuscada pela rapidez das coisas, a cópia de novidades, os valores em bolsas. Cabe aos pobres sustentar aos ricos, por motivos desconhecidos talvez justificados apenas pela ganância e pela sede de poder daqueles que mais podem, numa hipocrisia em tom que de tão cômico chega a ser trágico, um retrato de tantas realidades, inclusive as mais familiares. Política? Filosofia? A resposta é negativa. Trato de humanidade mesmo, de sentimentos, de coisas concretas na sua energia que teimam que colocar como abstratas. Trato de paixão, de suor, de um grito que irrompe da alma e que se afirma acima das expectativas conformistas dos ditos vitoriosos. Trato de algo que não se explica com palavras, do viver com simplicidade, de modo leve e até ingênuo. Trato do amor pelo amor, pelo sentir bem, pelo querer, pelo conciliar. É uma pena não haver o triunfo da paz sobre a guerra, da tranqüilidade sobre o conflito. É uma pena que a evolução carregue essa destruição, dita como inevitável.

É uma pena não encontrarmos o que tanto procuramos, tanto os frágeis como privilegiados.
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- Somos seguros. Temos tudo o que queremos. Pois então qual a causa de achar-nos tristes?

- Olha dona Clarisse...

- Dona? Dona, não. Somos amigos.

- Pois bem, Clarisse... Isso não sou eu quem tem que saber. Não tenho que saber e pronto! Mas que vocês me parecem tristes, me parecem.

- Você está certo... Mas precisamos dessa infelicidade... A vida é assim, o Luís me falou... Ele tem razão...

- Isso é você quem está dizendo.

- Ah, mas é verdade...

Meu coração batia como nunca antes apesar de eu não estar apaixonado.
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Desabafar por vezes faz bem.

- Clarisse, eu te trato tão bem, te dou tudo... Eu te compreendo... Mas você tem que entender que os meus atos são apenas vendo o seu melhor... Não fique assim tão pra baixo, eu te amo...
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Desabafar por vezes faz bem.

- Escuta aqui seu miserável, se eu ficar sabendo que você falou uma só palavra com a minha mulher eu vou te quebrar no meio, mato você, e ela nem vai ficar sabendo, e se você ou ela der qualquer sinal de que estão me passando pra trás eu arranco suas tripas e piso em cima delas, eu taco fogo em você, está me escutando?

Achei justa e aceitável a forma como o patrão me advertiu.
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- Dimas, você é muito resignado. Dimas, não é assim que se vive! Tenha vontade! Eu me preocupo contigo. É verdade. Você é uma das poucas pessoas em que eu confio de verdade. Eu sei que você não tem o melhor, mas o que você tem é muito bom. Você é uma boa pessoa, Dimas! Eu acredito que você pode ser feliz!

Continue calado, e agora com raiva.

- Dimas... Que mal eu te fiz...?

Senti ódio. Continue firme.

- Dimas... Fala alguma coisa...!

Jurei por dentro que nunca iria abrir a boca.

- Dimas... Por favor...!

- Meu problema é que eu te amo e nunca vou ter você.

Agora não tem mais volta. Vou morrer.
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No escuro do silêncio, chorando em um canto, esperei até que meu patrão surgisse e enfim me matasse da forma que eu merecia ou ele pensava, eu tremia o medo dos impotentes, o medo mais humano possível que se sente em vida, que é o medo da morte, o medo de ter existido em vão, ou melhor, ou pior, o medo de não ter existido de fato, o pânico dos julgamentos divinos contrários e da falta de um paraíso, o medo da verdade, mostrada por seres falsos e oportunistas.

Mas quando se abriu a porta não era o Luís Maurício.

Uma mulher linda e negra se confundia com a quase escuridão do quarto.

Foto de Edigar Da Cruz

Para Saudade

Não tem preço de quem me deixou aconchegar em braços
Sabe que entre nós não há mais espaço.
Que dentro dois pólos que vivem na mesma energia
Estão inter ligados no mesmo sentido de momento.
Saudades não têm preço, mais o tamanho e infinito..
Não tem preço de quem lhe entregou o coração
De quem disse que ama de verdade,..
Sentir em pensamentos, dormir e não conseguir..
Em minha cama me faz querer controlar o tempo..
No tempo das lembranças transformadas em saudades.
Dessas saudades lindas que vem a imagem de uma linda estrela de feixe de luz
Das vontades de sempre, que fica, parado somente para imaginar..
To até
É com medo voltar amar além da conta
Tentando uma força onde não existe mais.
Estou em mente em frente às saudades sem fim.
Você me olha desse jeito que na saudade se desmonta.
Sou maduro para falar de amor
De um amor que um dia sonhávamos em realizar juntos
Aqui ou em algum outro lugar desse pequeno grande mundo.
Sou um menino apenas falando de amor
Querendo sentir o calor do colo acolhedor..
Com você posso dizer eu aprendi amar de verdade..
Fui feliz por deus desde o dia que te encontrei..
Sou infeliz por não ter conseguido ter sido forte nesse amor.
Mais contigo descobri o que é amar de verdade..
Sou comum! No comum do seu amor me fez bem!!
Fez-me rei!!!
Fez-me de mel doce.
De um maravilhoso favo de mel...
Tive sorte descobri você
Tive azar no fracasso fiz tudo se perde
O que restou foi somente um pequeno solo
Tentando se reencontra
Com toque saudades de doces lembranças
Que não falta sentir e falar tem que escrever que..
Não tem Preço a saudade

Autor :Ed.Cruz

Foto de Paulo Gondim

PRISIONEIRO

PRISIONEIRO
Paulo Gondim
25/058/2011

O que faço com minha solidão,
Se ela já se acostumou comigo?
Já faz parte de mim
Nem disfarça, ela é assim
Uma parte torta de meu castigo

Sou o prisioneiro da torre
Que não desceu ao calabouço
Mas que diferença faz viver na torre
Apenas se muda a forma da pena
Nem por isso ela se torna mais amena

Minha solidão me acompanha sempre
Como sombra, não muda de lugar
Onde quer que eu esteja, lá, ela vai comigo
Não tem jeito. Ela veio pra ficar

E por mais que me esforce, pouco faço
Não consigo dela me livrar
Minha solidão e meu fracasso
E, assim sendo, não consigo mais amar

Foto de Edigar Da Cruz

VENENO

VENENO

O bater de porta os gritos exagerados desesperados e inquietantes

A tristeza e a magoa aparente..

Todo o fogo da paixão que se tornou veneno e dor..

Frios e calculistas a dor..

Do veneno pior que de cascavel...

Assassino feito Veneno de Escorpião...

Alucinador. Como um inseto de floresta tropical..

Se tornou veneno o amor...

Que tenta chamar atenção...

O que mais chama ! e mais dor...

Quando um vive..o outro se faz de vitima do acaso...

Tentando um entender onde não existe...

Se sente frustada,..não aceita ficar por baixo

Anexa mil palavras sem nexo....

Se considera o rei ou rainha da pedaço..

Que tem ao sangue ...não e mais vida..

O que corre nada mais passa que puro destilador de Veneno De Viúva negra assassina...

Bonita por fora..assina sem escrúpulo algum adentro..e marca e dor...tristeza que exala de fora para adentro..e de dentro para fora....

Sentir pena e fracasso..

Sentir carinho pouco custa..

Olha o próprio o eu e nunca o que tem, fora..

Coisa de hipócrita triste e cruel que somente o tempo jugar,,,o que diz !

Nada faz que as pessoas que estão próximas não ter carinho mais medo ! e ficam intimidados com tanto pouco amor ao próximo..

VENENO NÃO TENHA ISSO CORRENDO DENTRO VCÊ!!

Autor:D.Cruz

Foto de Paulo Gondim

Prepotência

PREPOTÊNCIA
Paulo Gondim
11/08/2011

Não se prende o ser amado com corrente
Quem age assim, não demonstra sentimento
Não é ninguém, é só veneno de serpente
No desvio louco de ser comportamento

A vida não comporta falsidade
O amor precisa ser acalentado
Pra se amar, é necessário liberdade
Não se destrói de forma vil o ser amado

Há quem diga, eu posso tudo, tudo faço
E se transmuta em monstro no seu ser
E cava a cova de seu próprio fracasso

Mata o amor, na caminhada, em cada passo
Cospe no prato que acaba de comer
Põe a cabeça na forca e puxa o laço

Foto de Carmen Lúcia

Imagem-Inspiração(De mãos atadas)

Enrosquei-me nos jogos da vida, atrevida,
arrisquei-me a todos eles, avidez descabida,
preparei armadilhas a mim mesma
sem deixar vestígios para a saída.

Quis ser vencedora e me esquivei da luta,
joguei cartas marcadas adulterando a disputa,
preferi os atalhos às longas e árduas estradas
levada por sentimentos que não levavam a nada.

Hoje a vida passa, inatingível e calada,
silêncio que me cobra o fracasso da jornada...
Aceno com os olhos, pois de mãos atadas,
já não posso alcançá-la e cada vez mais se afasta.

_Carmen Lúcia_

Foto de Edigar Da Cruz

Céu Sem Estrelas

Céu Sem Estrelas

. Percebo um céu diferente sem estrelas,..
A ele um limo sem fim!..Uma decida desenfreada,..de estrela indo embora
Um céu enorme de uma fria noite, sem estrela
Não vejo nada somente uma escuridão sem fim...
Um negro céu escuro sem brilho algum..
Ate a lua esta mais, triste sem estrelas do céu!..
Esta tudo mais triste! Mais saliente a dor,..
A falta de brilho de um calor que fazia parte da noite! Era a estrela ,maior e cadente de amor e carinho,..
Dessa estrelinha que deferia eu ter tomando conta,..e foi embora feito um lindo cometa...
Foi triste magoada pelas faltas que o insano cometeu..com essa estrela do céu...
Foram todas outras mais juntas deixando um céu interno sem brilho algum..
Cadê a luz do céu! Cadê aquela estrelinha linda
Que era um céu lindo que se foi!
Falta algo! Por Falta de ser um fracasso...
Que a estrelinha linda se foi..deixando um céu nu e negro sem luz ..

Autor: Ed Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nunca da Terra – Versão Intermediária

O mundo não faz sentido
Mas há quem está tentando nos fazer à cabeça do contrário

Pelo que presenciei
A vida
É decidida em instantes
E as aparências contam muito
E os confidentes contam tudo

Essa é minha linha curva de raciocínio
Você sabe,
Eu acho...
Todas as coisas não são explicáveis,
Todas as coisas não são bem assim:
O que te dizem que é verdade é mentira
E o que te dizem que é mentira,
Talvez

Porque a gente é madura
Quando reconhece o acaso
Por trás de uma certeza

Porque o detalhe é complexo
E o complexo é superficial
E tanto faz como tanto fez

Porque o segredo das coisas não é viver bem
E sim morrer por uma boa causa

Eu vejo as pessoas com ternura
E acredito que todos têm sua chance
Por que o Sol é milhares de vezes
Maior do que a Terra

Contradição, gritante e tímida
Corta a carne do próprio pescoço
Depois de se engolir

Rasurando o destino
Irreverente em ser peão
De um jogo sem as peças

Se ganha um Cristo para a cruz
Formando o sucesso de mais um perdedor

Corajoso em ser covarde
Sendo mais em ser ruim
Sendo bom em adiantar meu fim
Revirando o estilo socrático
Espalhando a desinformação pelos quatros ventos e pelos sete mares
Violando o túmulo da esquerda
Atravessando o samba
Retirando medalhas fincadas em peitos de bronze
Curtindo o couro do inimigo
Glorioso de sua grama verdejante

Graças aos lampejos de uma genialidade absurda
Cabeças são servidas ao molho
De chaves que abrem o mundo para a porta

Com doçura
Sendo repartido:
A pátria que me dá o nome não me dá a vida
Eu não pedi pra nascer
E é minha culpa
Não fazer questão de sumir

Sumir devagar
O mais lento possível,
Sumir no tempo
Abraçado ao descaso,
Desaparecer minguando aos poucos
Encolher e diminuir
Na sina do meu fracasso,
Caindo como estrela
Como cometa já apagado,
Sendo esquecido pelas pessoas e devorado pelos organismos
Olhando para o lixo e sorrindo
Feito palhaço esfomeado
Que se mistura aos gurus pensantes das calçadas

Toda importância é injustificada
Visto que o caos é quem decide os meios

Nunca a impossibilidade foi tão exaltada

Foto de Arnault L. D.

Sinto tua falta

Ah, meu tudo, deste que foste
sou apenas luva sem mão,
o mundo tornou-se tão triste,
o relógio perdeu a razão...

As horas se emendam iguais,
só se travestem doutro dia.
Apenas luz que vem e vai
mas, sempre a mesma que eu via.

O que foi riso é chover,
o horizonte, fez-se aos pés,
cada dia, acordo em morrer,
desde quando não me és...

Meu prazer foi junto a ti,
cor da flor, calor do sol,
todo o amor que vi e ouvi,
todo tom tornado em bemol.

Sou-me apenas eu e não basto...
Um fragmento, ou pedaço,
ou quem sabe, talvez, um resto.
O resultante do fracasso...

Mirando o chão me enterro,
na inanição e inércia calo,
no erro, o por que encerro,
no encontro da alma ao ralo.

Sempre é o tempo do quando
é tornado insuportável.
Quando estavas foi voando
ao partiste... o interminável.

Foto de Carmen Lúcia

Só quem sabe...

Só quem sentiu na carne, o espinho,
sabe expressar a beleza de uma flor...
Só quem pisou as pedras do caminho
sabe que ao chegar, supera a dor...
Só quem molhou a terra de suor
sente na chuva, gotas de frescor...

Só quem se perdeu no breu da escuridão,
vê, mais intenso, das estrelas, o clarão...
Só quem viveu o rigoroso inverno
consegue ver de perto a primavera...

Só quem sobreviveu a um fracasso
sabe do calor de um abraço...
Só quem soube realmente perdoar
revela sua capacidade de amar...

Só quem faz de seus sonhos, poesia,
sabe que tem asas pra voar...
Só quem sofreu a dor de uma partida
sabe que apesar da dor, é lei da vida...
Só quem sentiu o fogo do inferno
sabe da felicidade de se alcançar o céu...

(Carmen Lúcia)

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