Força

Foto de Rute Mesquita

Um misto de sentimentos

Num velho baú,
no meu interior,
guardei… sentimentos…
Que agora se soltam dançando o nu
E dúvidas surgiram no pior
dos momentos:

Inspiração,
é algo concreto ou abstracto?
Sedução,
é um sentimento discreto ou acariciado?
Amor,
é ciúme ou dor?
Paixão,
é ardor ou lume?
Alegria,
é sinfonia ou explosiva?
Rebeldia,
é uma mera polissílaba ou instintiva?
Felicidade,
é bem-estar ou liberdade?
Mágoa,
é melancolia ou arrependimento?
Saudade,
é ausência ou inexistência?
Coragem,
é força ou mitologia?
Tristeza,
é insatisfação ou carência?
Solidão,
é acomodo ou preferência?

Sei que uns poderei fazer rir,
mas, outros fazer pensar,
e será que poderei algum dia concluir,
que sei o que é amar?
Será que todo o sentimento é como uma recta,
com princípio e fim?
Será que sem dar por mim
estou boquiaberta?
O que é certo é que não é só um jardim,
uma fonte de descoberta.
Com isto quero dizer,
que todos os sentimentos
se misturam, na definição de um nomeamos outro.
Consegues entender
estes pensamentos?
Aqui pairo noutro:

Tudo é uma coisa UNO,
somos nós quem define o que nos rodeia,
pelas sensações que este nos transmite
E por isso aqui os reúno,
nesta folha que incendeia,
este poema a grafite.

Foto de Rute Mesquita

Os três desejos e os cinco sentidos

Quando sonhamos de olhos fechados tudo se realiza. Todo o impossível se torna possível. Todo o ocasional se torna evidente. Todo o curto se torna demorado e intenso. Todo o celeste se torna terreno. E é após esta breve apresentação que vou fechar os meus olhos e sonhar…

Vejo uma pena, que baloiça no ar à música do vento, vai para lá e vem para cá… e falta pouco para nas minhas mãos quentes e ansiosas pousar. Talvez eu possa apresa-la, dançando com ela. Balanço-me para cá… balanço-me para lá e aqui está ela nas minhas mãos.
Traz consigo um recado, diz que peça três desejos que ela mos irá realizar esta noite. Pois vou pedir muito silenciosamente o primeiro.

I.Desejo: o seu encontro, o despertar dos cinco sentidos.

Avisto a sua casa, entro por aquela porta pela primeira vez sem precisar de chave ou de um convite, atravessei-a por e simplesmente. Sinto os meus pés a gelarem com a fria madeira do chão de uma sala colorida. Continuo a andar… atravessei outra porta e eis um corredor. Um corredor estreito e confortante que acaba numa pequena varanda. Sinto presenças vindas de dois quartos situados na lateral direita do corredor e uma atracção que me chama ao segundo quarto. Eu deixo-me ir, deixo de conseguir resistir de controlar o meu corpo. Entrei… vejo um quarto cheio de memórias de momentos de amor, de paixão, de partilha, de cumplicidade, de entrega. Vejo recordações, vivi-as em milésimas de segundo, mas mais que isso vejo o seu corpo coberto de um lençol fresco. Pareceu-me que fiquei uma vida a contempla-lo. Aproximei-me, como se os meus cinco sentidos quisessem mostrar-se apurados. A Visão foi o primeiro sentido a fluir. Contemplei aquele corpo durante uma vida sem um único pestanejar, com as pupilas contraídas, fazendo o seu trabalho, regular toda aquela luz vinda daquele ser angelical.
O Olfacto seguiu-se. Cheirei a sua pele, cheirava a um aroma único e só vindo daquele corpo, chamava-se ‘sedução’. Qual será o cheiro da sedução? Não sei responder, pois ainda só vi e cheirei.
A Audição apressando-se, foi o terceiro sentido a fluir. Ouvia atentamente o seu respirar, que me lembravam o som das ondas do mar, ora avança onda, ora rebenta onda… retrocede areia e assim repetindo-se infinitas vezes. Oiço um palpitar desequilibrado, quase que um chamamento. Oiço os seus olhos adormecidos a mexerem-se, estará também a sonhar? Estará à minha procura?
Irrequieto o Tacto quer ser o próximo. O Tacto que se concentra todo em usar as minhas mãos. E é então que começo a sentir um manto fofo, que pica um pouco e se entranha por entre os meus dedos, é o seu cabelo confirma a Visão. Continua o Tacto… percorre a sua face com todos os pormenores, as sobrancelhas, as pálpebras, as suas pestanas, o seu nariz inconfundível e os seus lábios carnudos. ‘Como são belos, Tacto’, diz a Visão. E o Tacto não pára… sente agora as suas orelhas perfeitas de tamanho ideal. Desço mais um pouco… as minhas mãos descem o seu pescoço como se fosse um simpático escorrega. Finalmente o seu peito… um peito que sobe e desce em curtos espaços de tempo. ‘Está a respirar’, diz a Audição. ‘E o seu coração está a bater mais que nunca, Audição’, acrescenta o Tacto.
O Paladar impaciente quer acabar em grande mas, o Tacto pede-lhe que o deixe pelo menos sentir as suas parceiras, as suas outras mãos. Então lá foi o Tacto percorrendo aqueles seus longos e musculados braços até às suas metades. As suas mãos, grandes, suaves… onde as minhas encaixam perfeitamente como o sapato no pé da Cinderela. ‘Agora tu Paladar’, diz dando uma força a seu sortudo contíguo.
O Paladar, como seu instrumento usa a minha língua. Sinto um gosto doce… um gosto que sabe a amor. Como se saboreia o amor? A Visão diz, ‘ao ver este corpo esbelto’, o Olfacto atropelando diz ‘ao cheirar a sua pele’, a Audição unindo-se ao Tacto responde: ‘É mais que isso meus caros companheiros, o amor provém do batuque do seu interior’.
Curioso e surpreendido continua o Paladar. Sinto que estou a passar a minha língua agora na sua orelha, tão macia com pequenos pelos que cobrem provavelmente todo o seu corpo quase que imperceptíveis. Pairo agora nos seus lábios, provo a sua sede, o seu desejo. Como se prova a sede? Como se prova o desejo??
O Paladar continua sem se surpreender pelo silêncio dos outros sentidos. Percorro agora o seu queixo, o seu pescoço e agora o seu peito… encontro uma pequena cova por onde passo e passo lambuzando a sua pele. Até que o Paladar indignado sente uma outra pele... uma pena, é isso era uma pena e pede ajuda à Visão para que lhe explique o que significa. E a Visão atentamente observa a pena e lê no seu verso: ‘Pede agora o teu segundo desejo’ e ai os sentidos perceberam que o seu tempo tinha acabado…
Pedi então o meu segundo desejo, levando todos estes aromas, todos estes sons, todas estas cores, todos estes relevos e todos estes gostos.

II.Desejo: o despertar do corpo adormecido.

Pedi, pedi que este corpo adormecido acordasse. E assim aconteceu, o corpo esbelto que havia explorado despertou e eu estava deitada a seu lado contemplando-o. Ficámos eternidades a olhar-nos olhos nos olhos… e sei que não foi um desperdício de um desejo nem de tempo.

III.Desejo: A união dos dois corpos e os seus respectivos sentidos.

No seu olhar vejo ‘Pede agora o teu último desejo’ e foi então que pedi, pedi que os sentidos se unissem de novo e provassem a sedução, o amor, o desejo, a ardência, a paz, a magia, a sintonia, daquele corpo e assim se realizou… por entre aqueles lençóis que antes frescos e agora quentes e transpirados, numa luta escaldante e exploradora entre os cinco sentidos de ambos os corpos.

E ainda bem que não há um quarto desejo e sabem porquê? Porque não queria pedir para acordar…

Foto de andrelipx

Tempo Perdido...

Passam-se dias, passam-se horas e eu aqui, sem ninguém e abandonado, quero um relógio novo, quero um que me faça voar e descobrir este mundo, quero um que me tire e que me mude, mas quero um que acima de tudo me torne alguém... Quero descobrir o que está para alem daqueles prados verdejantes onde reina a borboleta e trabalha a abelha, onde cheira a framboesa e deitamo-nos na erva, quero viajar e descobrir o mundo, quero perder-me num campo de flores num campo de frutas, porque aqui não sou nada, dentro dos segundos eu não sou nada, sou mais um ponteiro que roda e conta os segundos, eu quero ser o tempo, para poder viajar e descobrir tudo o que há de bom. Não quero desistir, mas sim lutar, quero sair desta prisão de segundos e passar para a liberdade de tempo. Quero recordar-me do passado de tudo de bom, das alegrias, das vivencias e de tudo de bom...Mas tenho um problema, o tempo parou, o tempo ficou perdido e por isso choro...Choro de tristeza de não puder ver o que quero ver, de não poder sentir o que sinto de não poder olhar o que quero, por isso está perdido, nestas magoas que o ponteiro dos segundos tem, nestas tristezas que ele possui, o ponteiro dos segundos começou a perder a força...Perde-a porque está perdido, neste mar de tristeza, neste mar de emoções más, neste areia sem fim, nestas memorias perdidas, já não trabalha, nem com alimentação vai lá, só chora, só grita, só perde a felicidade... Quer voltar a ser o mesmo, porque ele está perdido, passam-se dias, horas e eu e ele aqui sem saber o que fazer, por isso já não diz nada, fica imóvel, aquele Tic..Tic... deixou de tocar, deixou de falar, porque está a perder as forças, está a perder a vida, porque este tempo perdido reflecte em mim, porque somos um só, num tempo perdido, onde queremos encontrar o que há a encontrar, mas não temos força, para conseguir tudo o que queremos... Estamos perdidos, o tempo está perdido e por isso não há volta a dar, peço-te ponteiro não pares, toca, com força e vivacidade, não me deixes, dá-me o teu Tic...Tic... porque juntos vamos conseguir encontrar este tempo, a guardar este tempo e assim voltaremos a ser felizes... Não pares ponteiro não pares porque se para eu paro... e assim não seremos felizes... Luta e sê forte...

Foto de andrelipx

Espelho do Momento...

Eis que surge em nós uma espécie de espelho, um pequeno olhar torna um pequeno momento numa coisa grande. É verdade, quando menos esperamos surge em nós este espelho que nos leva a reflectir alguma coisa em nós, podemos dizer que é um espelho do momento, porque tão depressa ele surge nas nossas mentes como se vai embora, é um espelho que emigra temporariamente e imigra permanente, sim imigra permanente, porque as vezes quando entra em nós nunca está visível, mas sentimo-lo, sentimo-lo que quando ele aparece, nos ficamos estupefactos com essa aparição. As vezes esse objecto fica triste, sim triste, porque não consegue omitir tanta verdade, é certo que é um espelho de momento, mas custa-lhe a ver tanta verdade, por isso emigra temporariamente para ver se esquece algumas coisas e nós ficamos desamparados sem ter algo que nos mostre a verdade. É um momento, mas é verdadeiro, somos o reflexo desse espelho, somos a verdade escondida dele, porque ele reflecte em nós a sua tristeza, é uma tristeza cheia de magoa, é uma tristeza cheia de rancor e de ódio, é uma tristeza com tanto ódio que as vezes nos obriga a chorar e a derramar toda a nossa pureza e assim ainda ficamos mais tristes e o espelho do momento começa a romper-se e só existe uma maneira de o concertar e deixa-lo num lugar melhor para que ele volte a ser novo, volte a ter força para encarar a verdade, para encarar o mundo, porque este mundo é cruel, está enfermo, desgastado, apodrecido e este espelho do momento não consegue aguentar por isso porque ele é demasiado sensível e qualquer coisa ele rompe-se por isso emigra temporariamente, para que ele não possa ver este mundo tão partido, tão feio e com tanto rancor nunca mais volta e nós ficamos perdidos como se estivéssemos no mar a ser levados pelas correntes, correntes essas que nos levam e nos tornam infelizes e sem vida por isso espelho do momento fica connosco porque necessitamos de ti...Fica...

Foto de Edigar Da Cruz

O Que eu Quero! É para Agora!!!!

. Não quero para amanhã ou para daqui alguns dias a espera! Pois o espera nada mais cansa ,..
Tudo o que mais queria era encontra-te em braços
Entre, lançar aos toques seus..sentir aos encontros dos poros junto aos meus....
Tudo o que mais queria era conseguir expressar todo sentimento que se encontra, dentro do coração
Que chamo de MEU..
Quere expressa-lo exatamente do tamanho que ele se encontra em meu coração.;;
Esse espaço grande imenso...
Querendo ele ser totalmente seu....
Falar de amor não e suficiente!
Palavras insatisfaz do tamanho que tenho dentro de mim
.Queria conseguir pelo menos mostra como e importante!!!! E como foi especial,..
Você foi para mim e minha vida!!!!,...
Na hora certa!!! Exatamente naquela hora que eu mais precisava aquela estrela tímida e forte chegou de jeito
E foi ocupando um espaço que era vago deixando toques seus..bem torneados e pintados a mão e a vida..
Queria eu ter o poder de mostra cada toque seu nesse quadro de minha vida...
Em cada ponto pincelada pela artesã, do meu coração
Tudo que vejo e sinto!!! É maravilhoso,..da força linda que foi pelo menos te amar...
Queria poder ter uma, forma mais sensata de agradecer a você ,,
E ter feito tanto por mim!..e eu nunca ter feito nada...
Somente fazia um tipo de agradecer
Todo toque daquele amor que vinha ao lado seu..
Para o lado meu do coração
Olhar-te
Sentir e lhe ter...
Contigo aprendi a viver...
Contigo encontrei o caminho dos sonhos!!!
Sempre me lembrarei dessa pintura linda de ser ..
Que adentro de você pincelada de amor de afeto e carinho
Eternamente te adorarei...

Ed.Cruz

Meteoro Das Emoções

Foto de MAD

Sozinha

Olá, chamo-me mariana.
Decidi escrever esta carta para que todos possam ficar a saber tudo pelo que passei.
Era uma menina pequenina, mas já com muitas liberdades.
Como já era normal um dia á noite fui sair com amigas e alguns amigos mais velhos.
Durante a noite fui conhecendo e socializando.
Era quase 3 da manha e eu ainda estava na festa. De repente senti uma mão a puxar o meu braço. Não entendia o que se estava a passa, tentei fazer força mas era mais forte do que eu.
Já cá fora, no escuro, encurralada, num local pouco movimentado, sentia alguém me tocar…
Tocava, tocava e não parava…
Levantou a minha camisola ao mesmo tempo que me tentava beijar. Eu resistia, tentava-me soltar mas era praticamente impossível.
Não sabia quem era, não conseguia perceber se era novo ou velho.
Cheguei a um certo ponto que desistira e apenas chorava e chorava. Ele não disse uma única palavra e eu gritava e pedia para que parasse, mas era inútil parecia que todos assim do nada ficaram surdos, ninguém me ajudava naquele momento de desespero.
Estava a ser violada e ninguém fazia nada, ninguém sentiu a minha falta.
Custou tanto…
Nunca mais me consegui ver ao espelho, não consegui olhar para o meu corpo. Sempre que tomava banho e me tocava para lavar relembrava todos os minutos daquela angustia que vivera sozinha.
A minha vida era passada com muita dor. Não sorri mais e apenas me isolei. Era uma pessoa amarga. Tanta dor que não aguentava viver mais assim. Tinha de fazer algo. Tinha de tomar decisões e uma atitude drástica para que tudo fosse esquecido e eu pudesse estar em paz, bem comigo. Tomar uma atitude de forma a que pudesse dormir e não acordadar a meio da noite, aos gritos porque tivera pesadelos com aquele triste episódio.
Só tinha uma solução…a morte.
Não era tarde nem cedo.
Olhei para a janela do meu quarto, que ficava no 16º andar não tive mais nenhuma reacção se não ir até lá largar uma lágrima e dar um pequeno e grande salto para a morte…

Foto de MAD

Sozinha

Olá, chamo-me mariana.
Decidi escrever esta carta para que todos possam ficar a saber tudo pelo que passei.
Era uma menina pequenina, mas já com muitas liberdades.
Como já era normal um dia á noite fui sair com amigas e alguns amigos mais velhos.
Durante a noite fui conhecendo e socializando.
Era quase 3 da manha e eu ainda estava na festa. De repente senti uma mão a puxar o meu braço. Não entendia o que se estava a passa, tentei fazer força mas era mais forte do que eu.
Já cá fora, no escuro, encurralada, num local pouco movimentado, sentia alguém me tocar…
Tocava, tocava e não parava…
Levantou a minha camisola ao mesmo tempo que me tentava beijar. Eu resistia, tentava-me soltar mas era praticamente impossível.
Não sabia quem era, não conseguia perceber se era novo ou velho.
Cheguei a um certo ponto que desistira e apenas chorava e chorava. Ele não disse uma única palavra e eu gritava e pedia para que parasse, mas era inútil parecia que todos assim do nada ficaram surdos, ninguém me ajudava naquele momento de desespero.
Estava a ser violada e ninguém fazia nada, ninguém sentiu a minha falta.
Custou tanto…
Nunca mais me consegui ver ao espelho, não consegui olhar para o meu corpo. Sempre que tomava banho e me tocava para lavar relembrava todos os minutos daquela angustia que vivera sozinha.
A minha vida era passada com muita dor. Não sorri mais e apenas me isolei. Era uma pessoa amarga. Tanta dor que não aguentava viver mais assim. Tinha de fazer algo. Tinha de tomar decisões e uma atitude drástica para que tudo fosse esquecido e eu pudesse estar em paz, bem comigo. Tomar uma atitude de forma a que pudesse dormir e não acordadar a meio da noite, aos gritos porque tivera pesadelos com aquele triste episódio.
Só tinha uma solução…a morte.
Não era tarde nem cedo.
Olhei para a janela do meu quarto, que ficava no 16º andar não tive mais nenhuma reacção se não ir até lá largar uma lágrima e dar um pequeno e grande salto para a morte…

Foto de andrelipx

Amor

Puderam surgir vários textos que descrevam o "amor", sim...Mas será que é descrito de formas iguais...Amor, é um sentimento forte que de um momento para outro sai de uma caixa...Caixa essa que esteve fechada durante vários anos, já coberta de pó e teias de aranha dentro de nós, mas de repente surge alguém que com a sua força e com a nossa força nos faz abrir essa caixa...Fica diferente, mais viva, mais colorada, mais fantástica, mas acima de tudo mais aberta, ela abre o nosso coração e desperta algo que irá encantar uma pessoa, com palavras, actos, cenas e apartes...Sim o amor é também uma peça de teatro...Ele começa muito bem, dura muito tempo, mas eis que surge um aparte, sim, um aparte, algo que irá fazer virar o nosso amor, não acaba, mas sim fazê-lo virar, fazê-lo crescer, porque muitas das vezes necessitamos de um aparte no nosso amor para que ele cresça ainda mais... Surgem por vezes analepses, surgem em nós momentos que já tenhamos vivido, talvez seja devido a esse aparte, mas depois tudo volta ao normal...É verdade o amor é um teatro belo, com a autoria de cada um, porque todos nós fazemos um teatro diferente, uns com mais beleza e força outros com mais emoção e ternura, e ainda uns com mais duração que outros e com mais sentimento... Não é uma telenovela, porque se fosse o amor tinha que estar divido em várias partes e surgiam ainda mais apartes e analepse, é um teatro...Cada um faz os cenários a sua maneira, porque há quem sonhe e construa os seus próprios cenários, e a outros que não sonham e daí mandei construir os seus cenários... O Amor é assim, difícil como uma peça de teatro, se alguma vez desistires do amor, é porque não gosta de essa pessoa realmente... Temos que lutar para que o amor seja assim, porque é normal surgirem analepses e apartes no amor, porque a raiz que agarra o amor é assim é extremamente presa e agarrada...o amor é assim...

Foto de andrelipx

Já não tenho mais palavras para dar...

Sinto que todos os dias vou perdendo palavras, essas consoantes ou vogais que se formam na minha boca, vão-se perdendo sem ninguém as encontrar, talvez surja o dia em que alguém com sua alma e tenra idade as capte, fico a espera, porque esta a; este m; este o; e estas outras palavras que se formam em minha boca, ou melhor que se formam em meu coração estão a desaparecer, daqui a pouco sinto-me como se fosse uma espécie em desaparecimento. Voltem, necessito de vocês, digam algo, escrevam algo, procurem algo, mas não desapareçam. Pelas manhãs procuro no meu dicionário para que possa constituir uma bela frase para dizer a quem a merece, mas essa frase nunca e dita, porque falta um receptor, ninguém me liga, ninguém me fala, ninguém me ouve, ninguém me lê, ninguém nada. Procuro escrever e dizer aquilo que sinto, procuro fazer sentir e ser sentido, mas nada... Parece que como senão existisse, parece que como senão falasse, senão escrevesse, senão me fizesse entender, parece tudo e parece nada. Lá do fundo surge do meu dicionário, frases belas que ninguém as quer ouvir, porque será? Já diziam as pessoas, quem quer ser ouvido tem que ser sentido, mas eu nem sou ouvido, nem sou sentido, minhas palavras são como algo congelado dentro de mim...Tudo que eu escrevia, tudo o que eu sentia era para alguém me ouvir e sentir o que sinto, tudo que fazia, e faço são para que ne vejam e que não passam em frente e me olhassem com uma parede, tudo tem um sentimento, tudo tem uma origem, tudo tem um fim, mas nada tem inicio, simplesmente um meio e um fim... Cada palavra que é escrita é escrita com sentimento, com amor, com verdadeira força, costumo dizer que cada palavra tem um significado assim como cada texto, procuro dar ênfase e força as palavras, com a ajuda de uma força extraordinária que se forma em mim, dei conta, sem fazer contas que não era necessário números para escrever, mas sim sentimentos, ninguém se dá ao trabalho de dar uma vista de olhos, ninguém se dá ao trabalho de falar para saber o que quero eu dizer com estas palavras, palavras estas que saem do meu coração para entrar no coração de alguém, esse alguém que tenta abrir o coração para que as minhas palavras possam entrar, nunca tem um inicio mas sim um meio e um fim, porque tudo que não tem inicio, tem sempre um fim, procuro palavras na escuridão, nesta escuridão de solidão e de fim, que me penetra dentro das minhas entranhas que ficam em redor de uma coisa chamada coração, de uma coisa que bombeia o ar que respiramos, de uma coisa que dá conta de nós sem utilizar qualquer objecto de conto e de divisão... Estas palavras saem do vazio do nada, apenas ficam a espera de que alguém as tire um pouco de si, e procure ler estas palavras que saem do vazio, são uma mistura de metáfora com personificação, são palavras que choram, palavras que riem, palavras que por si dizem muito, mas que ninguém as ouve, para quê? Dizem...Sim para que é que elas se dão ao trabalho de se manifestarem aqui e noutro lugar se ninguém as ouve, se ninguém as lê, talvez desistir, talvez desaparecer, talvez nunca mais escrever algo, sinto-me dentro de um escafandro, mas ao mesmo tempo uma borboleta, ninguém entende o que quero, ninguém consegue descobrir o que eu sinto, simplesmente porque ninguém se dá ao pequeno trabalho de ler as minhas palavras que saem deste escafandro, que saem desta caixa, deste vazio, elas querem correr a boca do mundo, deste mundo grande e belo, mas porque ninguém as ouve será que pouco têm esta capacidade de entender algumas palavras, estas palavras que não tem inicio, mas que tem meio e fim... Quero que alguém as ouça, mas ninguém, gostava que alguém me ouvisse, que alguém me levasse daqui para fora e tentasse entender as minhas palavras que não achassem que estas palavras são uma simples chamada de atenção, mas sim que são uma forma de eu expressar aquilo que tenho, aquilo que sinto, aquilo que conquisto, aquilo que guardo no fundo mar da solidão será que as verdadeiras palavras têm algo em comum com os verdadeiros sentimentos, conheço todos os sentimentos, desde a felicidade até a tristeza, acredito que com várias palavras os podemos definir, mas acredito também que ninguém tem a capacidade de definir correctamente com palavras o que sente... Quero pinta-las em alguém que as entenda, alguém que as compreenda, quero escreve-las e dar a lê-las a alguém que as sinta como eu as sinto, alguém que as compre pelo que elas valem, alguém que as aceite dentro do seu coração, será que existe alguém que goste delas como eu, um simples amador que tenta escrever em forma de prosa textos com treze mil ou noventa mil palavras, que tenta colocar metáforas e comparações para que o texto se torne mais apelativo, mas mesmo assim este amador não consegue despertar a atenção de alguém que saiba compreender as minhas palavras como eu as quero fazer compreender, mas sim despertar a atenção de certas algumas pessoas que sabem dizer criticas e afirmar que os meus textos são plágio, estas palavras escritas aqui e noutros textos saem do meu coração do meu vazio no meu poço, do meu reservatório de palavras, porque eu só quero ter "amor" para com elas e dar-lhes muito amor, porque são a minha melhor companhia são as minhas melhores amigas, porque sempre que necessito delas, elas estão aqui, no meu reservatório de palavras, porque eu uso-as e reciclo-as e têm sempre muito valor para mim, são como barras de ouro brilhantes, tenho pena é que ninguém ou quase ninguém as entenda, porque uma pessoa com um coração de ouro entenderia as minhas palavras.. Penso que ninguém lhes vai dar valor porque quem ler isto sentira o que eu quero dizer, e vai fazer mover mundos e fundo para que alguém com um coração de ouro as queria escutar e as queira compreender, era capaz de escrever muitas mais coisas, mas já não tenho mais palavras para dar...Ficam as que aqui estão escritas e logo se verá se haverá reciclagem de algumas...Compreende aquilo que quero escrever...

Foto de Rute Mesquita

A batalha: a Voz e eu

Onde estou?
O que aconteceu?
Pergunto-me.

‘Não sei para onde vou,
mas, o meu Mundo estremeceu’
A voz respondeu-me.

Não sei quem és,
porque me baralhas e escoas na minha cabeça?
Fazes-me alucinar,
Dizes-me que fui traída pelos meus própios pés,
enquanto corria como uma criança,
Disseste-me que o meu Mundo acaba de abalar.

‘Disse e digo mais. Estás perdida…
A tua luz esvaneceu por entre as águas.
Se de algo estás arrependida,
Restaram-te apenas mágoas.
O teu Mundo hoje tremeu,
e tu caíste…
Salvei o teu Romeu,
como me pediste’

Salvaste-o?
Onde está ele? Porque não está a meu lado?
Magoaste-o?
Já não sinto o seu odor requintado…
Eu não estou perdida…
Estou confusa e tu sabes disso e apoderas-te da minha alma!
Estou arrependida,
pela sua ida,
mas, vou com calma...
Vou primeiro confrontar-te
para me erguer firme.
A mim, vais juntar-te
não vais? Afirme!
Desnorteaste-me,
tentas que eu caia nas tuas malhas,
pareço-te vulnerável?
Pois tu despertaste-me
encontraste a agulha errada por entre as palhas,
não te parece impecável?

‘Não… tu és indefesa,
estás acabada, de rastos,
tentas sempre ser forte,
guardas tudo dentro de ti.
És tu a minha presa,
nesta minha teia inacabada.
Vamos acabar com os pastos,
entrega-te a mim, à tua sorte.
Sorte ou morte?
Apenas uma letra de diferença,
parece-me que vais precisar de muita crença.
Estou farta de viver presa a um corpo que se rebaixa.
Por isso peço: Parta, esta caixa!
Quebra o que nos une,
Corrompe e sairás impune’

Não me vou render,
vou lutar, até te vencer!
Por mais fracassos que tenha tido
sei que tenho pessoas que me querem bem,
a quem faço falta,
O panorama pode não ter taxa alta,
mas, é perfeito e equilibrado também.
Tenho sofrido,
mas, não quero fazer sofrer.
Por isso, para teu castigo,
a ti não me vou submeter.
És apenas uma voz,
uma voz de revolta,
numa foz,
que brava se solta,
mas, acredita em mim,
está tudo bem.
Une-te a mim,
e seremos como um Jasmim.
E assim podes ver,
como não sou fraca,
vou-me eleger,
e largar esta faca.
Sei quem sou,
sei quem procuro,
sei bem onde vou,
e não temo caminhar no escuro,
pois quando vir uma luz,
irei apanhá-la,
é o meu Romeu, numa forma que me seduz
e jamais irei largá-la!
--
Fez-se silêncio por momentos,
até que a voz interrompe:
--
‘Agora, sem mais argumentos,
corrompe,
este manto escuro.
Enganei-me,
tens uma força quase que infinita,
não sei como, mas salvei-me,
de arder no meu arrependimento.
De provar a minha própria ira.
Não sei se nisto és perita,
mas, neste momento,
esta conversa me inspira.
Não te vou abandonar,
vou continuar-te a dar vida
e a ouvir-te.
Obrigado, meu corpo ideal,
julguei-te mal parado,
mas, és bem real’

--

Porque a vida é feita de pequenas guerras e todas elas começam por ser travadas 1º em nós. É o sabermos lidar connosco mesmo que nos permite compreender o Mundo. A compreensão de tudo o que nos rodeia parte da nossa aceitação.

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