Fascínio

Foto de Sirlei Passolongo

Encanto e Magia

Sou fascínio
Mistério
Encanto e luz
Menina que encanta
Mulher que seduz

Às vezes, fada
De alma pura
Às vezes,
Bruxa malvada
Que te leva à loucura.

Sou como as estações
Se apaixonada,
Sou primavera
E quando desejo,
Sou verão.

Menina,
Mulher, mas
Fada que te aquece
E bruxa que te enlouquece.

Feitiço, encanto e perdição.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Lede Poeta Paulista

FASCÍNIO

03/09/07

Queria eu parar a volição
Que invade meu pensar
Tomando conta do coração
Trazendo fascinação
Olhos que me hipnotizam
Boca a enfeitiçar
Sonhos que invadem
Alma que diz idem
Desejos que me seduzem
Encontro com minha alucinação
Determinando minha loucura
Atraindo irresistivelmente
Ao cativo de minha alma
Tendo um objetivo
Num corpo atrativo
Desprendendo meu fascínio
Estou perdendo o domínio
Nesse seu deslumbre
Dum corpo esculpido
Conseguiste seduzir-me
Vejo seu sorriso
Em todos os rostos... Expostos
Loucura dum fascínio
Trazendo a volição
Do meu ato
Que se resume a vontade
De iludir meu ser
Nesse fascínio...

Ledemir Bertagnoli

Foto de Carmen Lúcia

Evocação à Lua

Quero te sentir bem perto, coração irrequieto,
Pisar de leve tua aura branca, clara, mansa,
E derramar recônditos sentimentos
Em teu manto de luz que a dor abranda.

Levam-me a ti, meus pensamentos,
Teleguiados por anseios e tormentos,
Que de tão sedentos já chegaram aí
Em busca da mais pura inspiração,
Latente, na alma ardente dos amantes
E que aflora, submissa à tua atração,
Quando à noite tu despontas tão vibrante.

Não... Não ouças as serenatas doidivanas,
As juras mentirosas, dolorosas, levianas,
Nem uivos de lobos, falsos, traiçoeiros,
Agourando desventuras aos amores verdadeiros.

Ouve-me hoje... tão somente a mim,
Pois, desafiando a noite, abraçar-te vim,
Estou só e minh’alma clama tua afável chama,
Ajuda-me a delinear palavras, que apagadas,
Tento reacender com tua magia, imbuídas de poesia,
Veste-me com as rimas mais ousadas, mais lunáticas,
Pra compor meus versos de amor sem fim...

Batiza-me em tuas fases, com o teu luar,
Pra que eu consiga transcender e ser lunar,
Capta minha essência, me vejas nua,
Intensifica meus sonhos, clarifica meu poetar,
Envolve-me em teu fascínio...Possui-me, lua pura,
Torna-me, enfim, poeta... para que eu possa gritar
Com as inaudíveis vozes da alma, o que é amar!

E ainda que as nuvens te encubram, já dormente,
Ver-te-ei reluzir como um céu torvo que se estrelasse
de repente!

Foto de Gabriel Luís

Entre Versos e Vícios (Soneto)?

Fernanda Queiroz: espero ter correspondido ao desafio. Ao que parece, esse é o primeiro soneto que fiz na vida. Igualmente, o primeiro poema em que falo de amor após 13 anos.
Fer.Car: não preciso dizer que seu poema sobre esse sentimento complexo ajudou bastante.
Izaura: de certa forma, você também foi mãe desse soneto.

Também agradeço aos demais poetas: vocês estão fazendo com que meu sentir poético saia do coma. Obrigado.

Entre Versos e Vícios

Quão estranhas são estas palavras a fazerem minha mente cintilar,
Penetra em sussurros a angústia: sigo as notas de clamor profundo,
Sentimento complexo meu peito inunda, vejo em papel sinuoso burilar,
Violino em frenesi: cansado queda-se o espírito, a abandonar moribundo,

Em minha profícua solitude, parto ao encontro da letra indolente,
Do âmago deste ser surge tímida estrofe: sofrível descortinar,
Debalde, está linguagem a descrever algo com o qual a razão não assente,
Suor, batidas descompassadas de um coração: tortura antes do guilhotinar,

Íris minha com aquilo a captar não esconde esperneante fascínio,
Com vagar, verbo e letra anunciam da arte o nascimento,
A cada linha desfiro facadas, vislumbro do símio em mim assassínio,

Enfrento mudez: dela não ouso falar, embora ouça seus auspícios,
Toca-me o candor do amor, êxtase a findar com incômodo tormento,
Num átimo o poeta deixa o recinto: suspiros entre versos e vícios.

Gabriel Luís de Almeida Santos

Foto de Isa Castro

Folhear a memória

Na esperança de um novo clarear,
Desfolho as recordações que latejam,
Na minha memoria, no meu coração, no meu ser…
Revivo a coragem da tua própria impotência
Contra o fascínio do vento que te galopa velozmente.
O teu olhar desatento trilha novos caminhos.
Embalada em inseguranças e incertezas,
Carregas contigo as tuas lembranças
Que se vão lentamente dissipando no ar.
Olhando os teus olhos vejo um raio de sol que brilha.
Acalento no peito o grande tesouro que me doaste:
Um oceano de misericórdia que transborda
Em cada gota uma lágrima de saudade.

Foto de Sirlei Passolongo

O AMOR DIZ À PAIXÃO

.
Sou vento
Você, tempestade
Sou riso
Você, gargalhadas

Sou fascínio
Você caricia
Sou inocência
Você malicia

Sou perfume
Você é sabor
Sou confiança
Você é ciúme

Sou mar
Você as ondas
Sou puro olhar
Você apenas sonda

Sou alma
Você é corpo
Sou luz
Você é reflexo

Sou beijo
Você, desejo
Sou emoção
Você é razão

Sou coração
Você, sensação
Sou amor
Você é a Paixão.

Sou brandura
Você, calor
Sem você,
Eu não seria o AMOR.
(Sirlei L. Passolongo)

.

Foto de josedourondo

DONZELA

Ó donzela de rosto de criança
onde se casa sonho e ilusão,
vive o prazer e a esperança
do brotar do amor e da paixão.

Abraça o encanto da rosa
presa na trança do teu cabelo,
cobre-o com a aurora formosa
de um alvorecer límpido e belo.

Desabrocha como flor perfumada
e abre o convento do teu coração
que na suave brisa orvalhada
Te inundará de encanto e sedução.

Desperta para um amor primeiro
na pureza da tua louca alegria
e solta o fascínio verdadeiro
fechado num sacrário que inebria.

Amadurece em ti a menina-mulher
e deixa prender-te pelas ilusões
que encheram teu coração do viver
colorido de sonhos e de paixões.

Foto de João Marcelo

Teus Olhos

Poema são teus olhos
Espelhos de minha alma
Olhar terno e profundo
Dentre as belezas do mundo
Teu olhar me acalma....
Estrela que brilha enfim
Olhar meigo e sincero
Meu amor tudo o que quero
São teus olhos para mim...
Castanhos por natureza
Amendoados brilhantes
Parecem dois diamantes
Fascínio, rara beleza...
Orquídeas do meu jardim
Néctar da mais bela flor
Poema são os teus olhos
Espelhos do meu amor...

Foto de Senhora Morrison

A Dança

Na escuridão observo-te dançar
Movimentos que me chegam anestesiados
Estou hipnotizada, imersa.
É como se o mundo tivesse parado
Estando sós, eu e você.
Juntos
Dançando
Sentindo um frio em minh’alma
Aproximei-me
Ah! Estranho o que tens de tão enigmático?
Suas mãos descobrem meu corpo, embaladas pela música.
Como a desejar...
Ah! Estranho me leve para seu mundo...
Faça o que tiveres vontade
Esta noite te pertenço...
Esta noite...
Sua respiração em meu ouvido
Seus braços me enlaçam a teu corpo
O sinto num vil arrepio
Estará certo?
Ah! Estranho me faça esquecer as indagações...
Sugere pensamentos sórdidos a minha mente
O que se passa?
Sei o que queres...
Assumo também querer...
Fascínio instantâneo, pecaminoso.
Sinto-me uma fêmea no cio
Quero me entregar com apenas uma dança...
Ah! Estranho me peça o que quiser...
Serei tua esta noite...
Esta noite...
O momento se intensifica
Já não posso dizer-te não
Não quero dizer-te não
Despeço-me da moral
Não faço nenhum mal
Ah! Estranho me tire esta vergonha...
Força-me
Faz-me
Faz-me tua esta noite...
Esta noite...

Foto de Dulce Mendes

O Anjo e o Demônio

Anjo: luz; Demônio, escuridão. Como conciliar esses dois aspectos da personalidade? Não há conciliação. Anjo: candura, leveza, amor, caridade, afeto (que abranda o nosso coração).
Demônio: ódio, apego, trevas, luxúria (que nos persegue ferozmente...).
Queremos alçar o vôo mais alto e fugidio e ao mesmo tempo queremos reforçar os grilhões que nos prendem ás paixões mais baixas. Pobres escravos!!! O amor quando chega já nos pega de assalto, preenchidos de egoísmo, ciúmes. Apego e malícia. Anjo e Demônio, duas faces resplandescentes de fascínio, que nos atraem, nos arrastam, nos levam ao céu/inferno. Como fugir, se o desejo de experimentar certos prazeres é justamente a parte mais cruciante da minha dor?
Em minha alma trava-se uma batalha fatal e eterna, do bem contra o mal. Quem vencerá? O Anjo/Bem, com sua espada de luz, sua caridade que acolhe; sua suavidade, que abranda; seu amor, que perdoa? Ou o Demônio/Mal, com seu magnetismo, que prende; sua voz, que seduz; seu olhar, que promete? Não! Não! Nessa guerra não há vencido, nem vencedor, pois um não vive sem o outro. Essa dualidade é parte intrínseca do ser humano. Somos o nó que une as divindades. Somos o campo fértil e latente de amor, ódio, desejo, apego, bondade, suavidade... Somos ricos e privilegiados; desgraçados e perdidos. Vivenciamos a VIDA em todos os seus aspectos: positivos e negativos. Atormentados joguetes do destino, possuímos o suposto direito ao livre-arbítrio. Livre (restrito) arbítrio, e uma consciência que nos aponta com seus dedos de garras, acusadores...
Quero fugir Quero ficar! Quero fugir do ódio que me agrilhoa; Quero ficar no amor que me liberta...

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