Essência

Foto de Carmen Lúcia

De poema em poema...

"Meus cumprimentos aos poetas desse site pelo Dia do Poeta."

De poema em poema vou rasgando o meu véu
feito stripper figurada, desnudando-me ao léu ...
Desvestindo a couraça enroscada a minha pele,
agarrando-me à coragem que a esse ato impele.

De poema em poema vou gritando os meus ais...
Revelando o meu eu sem pinturas tão banais;
sem disfarces, camuflagens, mas aquela que eu sou,
que chorou por tantas vezes e o pranto sufocou.

De poema em poema quero ser, amar, sentir...
Envolver-me com a vida, ser eu mesma, não fingir;
encarar qualquer problema, resgatar a autenticidade
que ficou por trás dos tempos, quando eu era verdade.

De poema em poema, eu deslizo pelos versos
e bendigo ou maldigo os reversos e inversos...
Sou essência, transparência,
corpo e alma em comunhão;
sou carência, sou querência
e sou pura emoção!

(Carmen Lúcia)

Foto de Miguel Vieira

Poemas diários

Miguel Vieira

“Traz no peito a tristeza mórbida dos poetas malditos e lança a última maldição: O suicídio irreal que é a vida na sua mais absoluta crueldade”.

VÍCIUS*

Sonhei desertos dos sorrisos fáceis
Majestosamente pus minha solidão
No espelho do quarto escuro
Reluzia um espírito triste

Avesso a afetos e alegrias
Subitamente e, de estranho fato
Aproximei-me da luz de cores claras
Igual a mim, antes do contágio pela cor!

Fiz-me inerme, soluços e desejos
De quem procura mesmo que na memória
Fragmentos de uma alegria para sempre

Dispersa em sombras, desfiz os sonhos
Para não acordar ao pasmoso destino próprio
Dos que sofrem misteriosa dor.

*em homenagem a Vinícius de Moraes

Miguel Vieira

SOL NEGRO

Um dia eu tenho que pagar por tudo que devo
O dinheiro, o amor, a dor, o tédio e a solidão
A loucura, a depressão...
Os dias de sol negro e a angustia dos que vivem
A verdade e o medo da mediocridade
Os sonhos e a total falta de esperança
A lascívia de quem já passou em minha cama
A morte e a escuridão da vida
A fé e toda a idéia maldita
O poder e a necessidade de nos tornarmos livres
Ser mesmo que invisivelmente forte, colher cada
Pedaço de carne de nossos próprios corpos que
Talvez sobre, voar mesmo que tarde , gritar
Seu nome quem sabe um dia se pode
Criar versos na miséria que nos cobre
Ejacular nas suas vísceras apodrecidas
Toda maldição que você suporte
Dizer que sou livre e estou farto de pedir
O pão, compaixão e seu perdão.

Miguel Vieira

TRUST ME II

Estou tão triste, baby.
Que chego a pensar,
Em tudo que já passou,
E na memória um grito de amor,
Simbolicamente delírio em paixão,
Loucuras e saudades
De um eterno abandono
Isso é o meu amor
Você nem imagina, baby.
Toda essa dor no peito,
Ontem, chorei...
Pedindo socorro,
Beija-me, baby,
Salva-me...
Não suporto mais os dias,
Por favor, resgate-me!
Mostre o lado claro da vida,
Com seu amor é possível, baby.
Só seu amor é capaz,
De curar minhas chagas
Nesse longo dia há um paraíso distante,
Feito para nós, baby.
As flores têm seu cheiro,
E cada amanhecer é de puro amor.
Sou louco por seus olhos
Agora eu tenho paz
Ajude-me
Ame-me, baby.

Miguel Vieira

FULGAZ

O que sou afinal?
Sou apenas
Vestígios!
De toda
Afirmação humana
Choro
E morro
Ao entardecer...
Se toda minha poesia
Coubesse em meu
Sofrimento
Talvez de fato
Seria poeta
E, não essa carne
Podre
Que insiste
em estar
de pé.
Gostaria de sorrir
Mas a dor é maior
Maior angústia
Maior que o amor!!!
Pois sendo assim
Não cabe a mim
A alegria,
Mas a demasia
De ser infeliz.

Miguel Vieira

ATRIZ DE FILME PORNÔ

Minha alma é negra
Como é negro o meu olhar
Como são negros
Os meus sentimentos.
Já que não tenho coragem
De botar uma bala
Na minha cabeça...
Deixe o colesterol
Tomar toda artéria!!!
Sou suicida indeciso
Poeta maldito...
Homem frustrado!
Praguejei à vida
Sorri para à morte
Abracei o tédio
E, cuspi na sorte!!!

Miguel Vieira

DEMÔNIO DA TANZÂNIA

Lágrimas de cicatrização
Em conteúdo utópico, ilusório
Quase... solidão
Procuro o êxtase
Dos dias mais brilhantes
Talvez, seja algo de incorreto
Do cérebro
O meu coração
É apenas uma bomba
De sangue sem valor
Vivo toda essa dor!!!
Sinto frio
Saudades dos dias de sol
O que devo encontrar
Arco-íris?
Ou sombras
De presente cruel?
Gosto de estar só.
Sozinho, solitário, solidão!
Que minha doença mental
Não progrida
Já basta pensar
Ser... poeta!

Miguel Vieira

SUAVE MOMENTO

Imagino eu,
Em nova orleans
Pairando em cada casa,
O seu canto!
Até parece que já estive lá,
Será que eu pertenço a esse tempo,
Talvez seja apenas um sobrevivente
Que não sente mais o tempo passar
Estou aqui repetindo todas essas retóricas
Lembrando do passado e fico triste
Com esse som que inunda a alma e a vida.
Frases soltas de um louco suicida
Que quer apenas mais um dia
Ame-me com furor
Capaz de derreter o sol
Com força e suavidade
Dos que vêem na sua própria retina
Toda maravilha que senti
E não importa as lágrimas
Também sou parte e criador
De todos esses mistérios.

Miguel Vieira

NOSSA LINGUA

Não acredito mais no amor
Ou é não creio?
Não sei
Só sei que ignorei
Regras simples do saber amar
Não só dizer do amor
Mas do sentir
Sentir cor, dor e calor
Sentir seus beijos
E ainda assim não sentir
Disfarçando o sentimento
Que seu ser representa
Uma fortaleza...
Na imensidão do mar vazio que sou.
Ouço os pássaros á cantar
Igual aos versos portugueses
Que sua boca pronuncia
De amores e solidão.
Canto os versos de nossa mãe: A língua!
Único elo do amor desconhecido
Não só por mim
Sangro, sangue liso
por que é de mim a essência
e de ti esse amor.

Miguel Vieira

ABRIU-SE

Primeiras horas do outono
Planto milho ao cair chuva,
Na ilusão da colheita,
Nesse desafio constante pela vida,
Pensamentos e sonhos,
Chocam-se em minha mente,
Já não sei se é calor ou frio? !
Se é censura ou punição?!
Sei que é estação do mês de abril!
Uma voz canta dentro de mim,
Melodias já ouvidas,
Sentidas em todas partes,
Mesmo em caminhos distantes,
Camuflam cores e vícios
Sons e saudades em pleno mês de abril!
Sinto o verde do mato
Enxergo o cheiro da terra
Bebo o doce do mar
Choro as lagrimas do vento
Sim, faz calor no mês de abril!
Canto estradas errantes,
De destino próprio das causas perdidas.
O mar evapora gotas de azul anil
O rio recebe gotas de amarelos cintilantes.
E, eu? Contemplo tudo isso
Nos meus poucos meses de abril!!!

Miguel Vieira

TIME OF DAY

A incerteza...
Mãe de todos os medos!
Senhora das dúvidas,
Irmã do sofrimento;
Capaz de chorar
O mais forte dos homens
E lamentar o covarde em soluços...
Diante de ti,
O limite transforma-se em sonhos,
Em ecos...
Sombras do passado,
Reprise do presente,
Incapaz este de viver plenamente,
O mais simples dos dias.
Grita bem baixinho,
Seu lamento,
Não desperte as ninfas do impossível,
Não seria bom,
Acorda nas frustrações do desejo,
Melhor caminhar,
Tranqüilamente pelo vento,
Abrindo as asas lindamente,
Bebendo silenciosamente os seus beijos,
Disfarçando misteriosamente com o tempo...

Miguel Vieira

RUA ÁGUAS BELAS, 12

Andei pelas ruas
De minha infância
O sentimento de solidão
E abandono voltou
Em saber que antes pisei
O chão de terra da época
De inocência
E hoje, velho
Relembro o passado e o
Presente
Procurei nos rostos o
Reconhecimento, só havia
Estranhos, separados de
Mim pelo tempo.

Miguel Vieira

A BELEZA

Ao poetas sonham
E em seus sonhos
Buscam enigmas
Que antes acreditavam
Ser pesadelos.
Alimento pequenas ilusões
Pois é necessário tê-las,
Antes do homem
Sonhar com o universo...
Pensou primeiro em
Sua mediocridade
E para compensar
Suas frustrações
Imaginou ser grande!
Ser belo.

Miguel Vieira

Poeta : Miguel Vieira
E-mail: mvsprofessor@hotmail.com

Foto de Ana Rita Viegas

Índole

Minha índole
Pertence ao teu espírito
És aquele
que da força e vivacidade
És aquele que me da fundamento
Ânimo, coragem, valor
Na minha essência
Fortaleces-me quando enfraqueço
És vida
És a parte imortal
És humano
Não és ilusão nem ficção
És a minha realidade irreal
És essência
És exclusivo
Tua alma é límpida, genuína
Sem mistura
Tuas palavras são vernáculas (puras)
Tua inocente imperfeição
É verdadeira e maviosa (agradável, doce)

http://drafts-of-my-life.blogspot.com/

Foto de Ana Rita Viegas

Vazio

É um vazio
Sou livro em branco
Longe da tua essência
Sinto uma picada
Quando estou longe de ti
A tua ausência doí
Fecho os olhos
Para o tempo voar
Só agora percebo
Que sem ti
Fico simplesmente
A deambular pela calceta
Da noite gélida
Longe de ti
Torno-me como
Um pobre vagabundo
Sem rumo
Há deriva
És tudo o que eu preciso

Foto de Ana Rita Viegas

Loucamente

Loucamente te recebi
Entre meus braços
Teu corpo esfomeado espera-me
Meus olhos imploram por ti
Quero devorar-te inteiro
Louca pelo teu corpo
Dispo-te provocantemente
Perco-me em ti
Sedenta
Perco-me em ti
Desejosamente
Mergulho no teu corpo
Rastejo-me no teu olhar
Loucamente perco-me em ti
Na tua fonte
deliciosamente de mel
Beijo-te completamente
Na essência suprema
um do outro

Foto de Eveline Andrade

Cuide da minha essência.

Não quero perder e nem quero deixar que tu percas o que tenho de melhor para te dar. Gostaria tanto meu amor que tu percebesses, sentisse e se encantasse com a essência do meu ser.

Só te suplico meu amor não deixe que “a situação” leve isso de mim. Não deixe meu coração endurecer, não me faça amargurada por conta do peso das circunstâncias que enfrento.

Só quero que Deus e ao amor que ele me concedeu me faça forte para seguir contigo no teu caminho errante.

Quero seguir contigo pura na minha essência e não dura, insensível ou amargurada. Pois o amor que te devoto é tão sublime e perfeito que não merece e não pode ser ou estar carregado de mudanças ruins e impuras.

Meu coração e minha alma só querem dedicar a ti a pureza divina desse amor. Portanto, meu bem, cuide do meu ser, cuide desse sentimento que é seu, pois será o mais beneficiado que desfrutará de algo tão perfeito e imensurável que homem nenhum jamais teve.

A minha vida te escolheu, como pessoa que merece ter meu coração, por que me sinto completa ao teu lado e tenho a plena certeza de que tu és a outra parte do meu ser. E eu sei e você sabe que unidos pelo amor o mundo conspira a nosso favor sempre.

Evelyne Andrade

Foto de junior coelho

Fora de Mim

Poema= Fora de mim
Autor= Junior Coelho

Sinto-me
Um nada ao pensar
Que fora de mim
Não sinto você
Pois a persistência desse amor
É minha alma incessante
Que luta sem medo do amanhã
Pois nada é tão completo
Que seu simples ato de sorrir
Pois o sorrir é a expressão da alma
E te amar
É uma força que me impulsiona
A te querer a cada dia
Onde o ar que respiro
É a brisa intacta
Da essência do Amor
Ainda fora de mim
Você é o poder e a razão
Que me conduz
A viver além de mim
Pois vivo é o amor
E absoluto é meu sentimento
Pois tão raro
É o mesmo amor
E feliz é aquele
Que se expressa através do coração
Onde o amor é o templo da verdade.

Foto de Tuela Lima

AMOR EXATO

Na exatidão do amor minha alma entalhada!
E quão eterno amado e doce é o meu TOM!
Expressão afável de um sereno dom
Confissão escorre na palavra abalada.
.
Luz radiante que ilumina o som!
Colho flores em especiais e orvalhadas
Contemplo o amor devotado e asas abertas
Na tela pinto um tema inciso e cor marrom.

Brisa que vem do norte em ritmo suave
Componho linda poesia com muito amor.
Selo no coração a meiguice que o amor alimenta

Fecundo transbordar da essência que acalenta
E descortinando-se brotam sinais de fulgor
Mistérios na quietude do amor que é chave.

Um poema dedicado ao meu esposo Alberto Araújo

Foto de junior coelho

Verdade

Poema = Verdade
Autor = Júnior Coelho

Ela move a felicidade, é um ser que alimenta o amor.
Tudo se torna absoluto a partir do instante que a usamos com dignidade,
Palavras se completam na plenitude sábia de suas virtudes
Tira-nos lágrimas no momento certo e faz nascer à esperança no coração.
Ao sermos verdadeiros é estarmos sendo precursor de nossa maravilhosa felicidade
É frio o seu agir, mas não tem arrependimento ao se provir da realidade,
Tornamo-nos fiel a parti do momento que a usamos
É o amor que agi no fascinante momento eternizado.
É a certeza que o tempo traz a tona a cada ser humano,
A prova de que quando chega seu momento,
Não importa quão grande seja sua dimensão
Ela nasce para nos conduzir a um caminho moldado por sua benevolência ou infelicidade.
Não importa se irá ferir alguém ou tirar lágrimas de solidão,
O importante na vida é ser verdadeiro em quanto é tempo,
Pois o amor é verdade e humildade, para se amar eternamente.
Tem-se o minucioso cuidado ao lhe proferir da boca,
Pois tão cruel é sua realidade, seja onde você estiver.
Sabemos que todos passam por esse momento,
Pois a realidade da vida é uma só,
É só termos a certeza desmedida da sua felicidade,
E veremos que tão grandioso é seu mundo que nos espera a contemplarmos a sua ESSÊNCIA.

Foto de OComum

Onde estás?

Onde está a Lua que me prometeu luz durante a noite?
Onde está o Sol que me prometeu aquecer durante o dia?
Tudo o que mais desejo é sentir o calor da tua pele na minha; os teus lábios encostados suavemente aos meus, num beijo doce e meigo; ver a cor e o brilho dos teus olhos pasmados nos meus; um olhar sereno que me seduz e hipnotiza dominando-me por completo que chego a desejar perder-me nesse olhar. Que loucura de pasmo que me impede de pensar em alguém que não sejas tu. Que loucura de paixão que vai para alem do tempo e da distância.
Onde está a vida que a morte me prometeu?
Onde está o sonho quando abro os olhos e acordo sozinho?
Onde estás tu afinal? Quando toda a vida te procurei e não fui capaz de encontrar; mas que mesmo assim sou capaz de sentir, capaz de te ver, e num último fôlego de desassossego vejo o esvoaçar dos teus belos e longos cabelos, dançando com a passagem de uma suave brisa criada pelo bater de asas de um anjo. Oh! Como eu invejo esse anjo, ele pode tocar-te com um sopro e levar-te ao paraíso. Como eu queria ir contigo! Tocar-te, sentir-te, beijar-te! Mas só o posso desejar, tocar-te seria morrer, e eu não te consigo encontrar, mas se algum dia, por acaso, isso acontecesse, morreria de bom grado, nem que fosse só para te beijar uma única vez!
Sim, sonho! Sonho ver-te, sentir-te. Tocar o teu corpo num desejo real. Beijar-te os lábios docemente, percorrer lentamente os meus dedos pelo teu corpo divino, pousar as mãos no teu ventre ao de leve! Ouvir-te respirar, passar os dedos no meio do teu cabelo. Cheirar o teu perfume que me inebria. Sim, sonho, com a loucura do primeiro beijo, do primeiro abraço, da primeira visão, da primeira noite de amor. Ao sonhar, sou teu, e tu, só minha!
Será assim tão infantil sonhar com um momento infinito? Porque há-de ser apenas um sonho?
Quero-te mais que querer, desejo-te mais que desejar, preciso-te mais que precisar, sinto-te mais que sentir; como um latejar pulsante e vibrante de vida e paixão no meu peito, corpo e alma. E agora que posso, amo-te mais que amar.
Que parte é que não entendes, não sou um puto que pensa que ama, não tenho nenhuma confusão a assombrar-me, tenho certezas e simplesmente tenho coragem de dizer o que sinto.
Amo o que nunca vi, o que nunca conheci, o que nunca toquei nem beijei. Amo, porque sei, simplesmente porque sinto!
É a primeira vez em toda a minha vida, por entre lágrimas e sentimentos incertos e confusos, que tenho a certeza do que sou, estou mais sóbrio que nunca. Não sei explicar o porquê nem o como, apenas sei o que sinto, e é verdadeiro, não uma ilusão.
Por seres eu sou, por sentires eu sinto, por viveres eu vivo, por amares eu amo. Tu não és tu só, e eu não sou eu só, mas sim, juntos, nós somos!
Sinto que somos um, tu não surgiste por mero acaso, chama-lhe o que quiseres, destino, sorte, intervenção divina, ou talvez tudo isso ao mesmo tempo. Coincidência, não creio.
Foi nas trevas cerradas, num momento de cegueira dos sentidos, numa altura de pesadelos temidos e desesperos perdidos que, num clarão invisível surgiu, um anjo de luz que me seduziu e pacificou, devolveu a esperança de um lugar etéreo.
Vieste para me salvar de mim mesmo, impedires-me de desistir, e é nisso que acredito. Sinto-te como nunca senti ninguém, e tu sentes o mesmo, o que poderá ser isto senão amor.
A nossa alma, a nossa essência, o nosso ser e existir são um só, separados apenas por distâncias intoleráveis ou tempos longos mas que se acabarão por encontrar.
Desejo a oportunidade de te dizer nos olhos o que sinto, que estou aqui, que sou teu.
"Como é duro amar em silêncio, sofrer em silêncio, quando tudo o que se deseja é sussurrar ao ouvido da pessoa que faz bater o coração: ‘amo-te!’ Como é duro não poder fazê-lo, não porque não se quer mas porque não se pode. Imaginar ou pensar será que ela também sente como eu a sinto no peito sempre que fecho os olhos? É duro amar o que está distante da vista mas perto do coração" (Pedro Vasco)
Sonho contigo, este foi um deles: vejo teu corpo, espelhado contra a água desse mar azul, dançando ao ritmo da chegada das ondas à margem, estranhamente não possuem o dom da rebentação, significando talvez, que ele (o que sinto) é infinito. Aproximo-me de ti pelas costas sem que te apercebas, abraço-te enrolando os meus braços à volta da tua cintura, beijo-te o pescoço com paixão e ficamos ambos a observar a beleza desse mar azul. Sussurras-me ao ouvido, mas não ouço o que dizes, e queria tanto! Caminhamos descalços sobre a areia aquecida pelo sol, o teu vestido branco de anjo serpenteia ao sabor da brisa que traz consigo o inconfundível cheiro a água salgada, a água do mar. Há uma gruta perto, escavada de propósito para nós entre as rochas que povoam aquela imensidão de areia. Entramos. Sentamo-nos sobre pedras que parecem bancos. Abraço-te e acaricio-te os cabelos dourados, ficamos a ver o pôr-do-sol, ele desaparece tão lentamente, arrastando consigo o dourado e prateado que pintou sobre esse mar azul. As ondas continuam sem rebentar, apenas se dissipam ao chegar à margem. À medida que o Sol se esconde atrás do horizonte, tu adormeces tão meigamente nos meus braços, com a tua cabeça repousada sobre o meu ombro. Anoitece. Beijo-te a testa e fico a ver as estrelas. Começo a contá-las, cada uma é um ano do meu amor por ti, e são tantas! Desejo ficar assim contigo para sempre.
Acordo. É apenas um sonho e choro! Mesmo sem te ter realmente beijado nem tocado consigo sentir-te, tenho no meu corpo o teu suave cheiro e na mão um fio de cabelo. Não me digam que foi apenas um sonho, foi algo mais, algo mágico. Acredito nisso, tenho de acreditar.
Sinto-te à distância, porém anseio um abraço ou beijo teu!
Acredita que eu não me queria apaixonar, simplesmente aconteceu e não sei explicar.
Eu permiti apaixonar-me. Simplesmente agora já não consigo suportar o sol, nem a lua, nem as estrelas, nem as árvores, nem o frio ou o calor, ou mesmo a paz e o sorriso de uma criança, até o nascer de uma flor; não suporto a solidão, nem o azar ou a sorte! Não suporto a vida se tiver que a passar sem ti. Só entendo a morte!
Porque tens de estar tão longe? Porque tens tanto medo? Sei que me sentes! Receio tanto não te ver, não te tocar que me faz sentir desesperado. Eu não penso que amo, sei que amo, quando amo e porque amo. Não amo a tua imagem, mas sim quem és e pouco importa o que foste ou virás a ser, só me interessa quem és, simplesmente porque és!

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