Espetáculo

Foto de JGMOREIRA

FUGA Nº 1

FUGA Nº 1

Não tenho mais como me esconder
Todas as portas estão fechadas
Todas as luzes apagadas
Restando apenas esse clarão dos teus olhos
Alumiando meus suores na madrugada.

Todas os lugares são descobertos
Todos os dias decupados
Para o grande espetáculo.
Cerro os punhos com ódio
E amo em desespero alucinado.

Nada consegue separar minha vida
Das tuas lembranças.
Já fiz de tudo para esquecer
E continuo amando apesar de tudo
Embora odeie viver dentro do túmulo.

Abro a janela para a chuva de repente
Ameaço uma música antiga
Falando do paraíso
Derroto uma tristeza nociva
Embargo teu nome reptício.

Todas as ruas vão ao mar neste lugar
Os dias alimentam-se de tempo
As noites recolhem os meninos
Todas as minhas horas são nominadas
Todos os dias por ti contaminados

Não tenho como me esconder
Todas as fugas foram tentadas
Resta-me, apenas, esse alarde
Essa derrota, esse fingimento
De lembrança o que é sofrimento.

Foto de Marta Peres

Maio Maria Mãe

Mês consagrado a Maria.
Meu espírito exulta
como um grande espetáculo
de Fé, Amor, em honra à Rainha do Céu.

Flores, com delicadeza
para Maria em sua simplicidade.
Senhora de rara beleza neste
dia vou ofertar.

É dia colorido, alegre,
lembramos Maria,
toda natureza fica em festa
é sua homenagem a Rainha!

Maria Mãe de Jesus e nossa
quero louvar
quero festejar a Esta Mãe
a mais bela das criaturas!
Marta Peres

Foto de Lou Poulit

ARTE VIRTUAL

Em menos de duzentos anos a velocidade das transformações da nossa identidade aumentou vertiginosamente, como um cometa de rumo duvidoso. Na proa dessa nave vai a tecnologia, na propulsão o capital e, no leme, o capitalista. No bojo desse processo, a maior mudança está na massificação da informação (que contempla todas as outras), entretanto, uma mudança interessa particularmente à arte e ao artista. E a sua compreensão deve ser considerada imprescindível ao bom admirador de arte também: a imagem virtual. Ela nos é oferecida (e quase sempre aceita) como a melhor imagem possível, um dos principais pratos do cardápio tecnológico. E de fato o é, como produto da tecnologia moderna.

Não se deve questionar que seja possível fazer arte virtual. Mas será que ela será sempre melhor, apenas por ser virtual? Sem dúvida, uma imagem virtual pode expressar uma linguagem artística, transmitir e despertar subjetividade, quer através da criatividade inusitada quer por capturar um realismo que seria inviável de se repetir (nesse último caso, a tecnologia atual já se coloca além dos limites puramente humanos). Como tecnologia, repito, é maravilhosa. Contudo, o superficialismo e o gosto pelo descartável, a preferência por preços pequenos, enfim, o consumismo a que nos deixamos levar, tende a nos velar os olhos da alma para virtudes outras, mais tradicionais. Além de fazer-se presente desde o berço da intelectualidade, como meio de transmissão de idéias e sentimentos, da divindade e de fenômenos sobre-humanos, de conceitos e padrões comportamentais, ou seja, meio de perpetuação do entendimento, não é isentamente presumível que a arte deixe de ser útil. A arte, como o que é belo e bom para o espírito (atributos seus irrecusáveis), tem um papel em relação à humanidade, mas já havia tido desde a criação do universo, pois há razões para que se creia que nele todo, ela esteja presente. Seria muito mais razoável imaginar que a matéria física (meio comum da arte tradicional) seja, futuramente, menos necessária como veículo de subjetividade.

Como o efeito da arte nas pessoas independe dos recursos utilizados para construí-la, resta sermos menos consumistas, menos imediatistas, mais zelosos de nós mesmos. Ainda podemos, apesar do fortíssimo condicionamento que recebemos desde a infância, resguardar as boas coisas tradicionais, cujos resultados são bem conhecidos, inclusive a longo prazo. Podemos ser criteriosos em ceder à sedução das novidades. Podemos ser mais lúcidos, a respeito do que fazemos, e entender que, queiramos ou não, fazemos parte de um processo de enorme amplitude. E que a fórmula mágica do capitalismo moderno, que não pressupõe apenas investimentos e lucros, mas principalmente a fabricação de preferências populares e a substituição de produtos por outros de menor custo e maior lucratividade para os fabricantes, ainda que seja um direito desses, não se constitui (ainda) uma obrigação generalizada para os consumidores.

Portanto, caso no próximo fim-de-semana você se decida a admirar pinturas e esculturas, ou ir a um espetáculo de dança, ou preferir um recanto sossegado para ler poesia, com certeza qualquer dessas alternativas (além de muitas outras não virtuais) lhe fará muito bem. Caso, em vez de admirar a de outros, prefira construir sua própria arte, poderá vislumbrar o quanto lhe seria possível partilhar o espírito da arte na condição de criador, e descobrir depois, mesmo se passando muitos anos, que suas criaturas artísticas lhe serão sempre fiéis. Talvez a perspectiva que você tenha para sua vida (e a dos seus filhos) até seja modificada, pela simples canalização da sua boa energia. Mas, com muita segurança, isso já estará acontecendo, caso se preocupe em educar mais de pertinho as suas crianças, em termos do uso que fazem dos computadores.

Foto de Logan Apaixonado

Fim do Espetáculo

Apagam-se as luzes
Fecham-se as cortinas
O espetáculo maravilhoso
Finda em um escuro aterrorizante
Sinto meu peito dilacerado
Agora mais do que nunca
Sinto o gosto da derrota
Meus olhos molhados estão cobertos
Por um manto de dor
Sem teu calor
Minha angustia infinita
Companheira tão cara
É a dor minha parceira
E a saudade minha esperança
Sentado em meus anseios
Esqueço que sou tão só
Porque ao meu redor
Só há dor e culpa
Padeço diante do fel
Amargo do desamor
Selado nosso destino
Quem sabe há uma razão
Para tamanha desilusão

Foto de Carmen Lúcia

Passou

Passou feito canção,
Sem deixar rastros,nem marcas,
Só o som de melodia
Da mais doce sinfonia.

Passou feito um sussurro,
Um murmúrio de riacho,
Calmo,carregando a lua,
Refletida em seus braços.

Passou feito uma brisa
Como carícia em meu corpo,
Leve,soprou meus cabelos,
Secou o suor de meu rosto.

Passou feito o raiozinho,
Último do sol poente,
Que não aquece...Ilumina!
Deixando a alma reluzente.

Passou feito uma pluma
Tocada pelo vento,
Rodopiou com leveza,
Tendo que ir,não querendo.

Passou deixando poeira
Tal qual estrela cadente,
De um brilho real,surreal,
Espetáculo comovente.

Passou deixando poesia
Seu lirismo e fantasia,
Sem pressentir que passava,
Falou-se em harmonia.

Passou deixando no ar
Perfume da mais pura essência,
Quem o sentiu,reviveu
O seu tempo de inocência.

Passou percorrendo o mundo
Pedindo socorro e guarida,
Muitos nem viram que era...
O Amor...Simbologia da Vida!
Passou...

Foto de Ednaschneider

Agradeço

Obrigada por teres feito parte da minha vida
Obrigada por fazer-me por um tempo feliz.
Agradeço-te quando em teus braços sentia-me querida.
Agradeço-te por ter-me feito por algum tempo sorrir.

Obrigada por ter me desejado
Agradeço por me pertenceres por alguns momentos.
Obrigada por ficar um pouco ao meu lado.
Agradeço-te por ter tido por mim algum sentimento.

Mesmo que esse sentimento tenha sido pouco
Porque muito mais eu desejava
Esse amor que sinto por ti, é um amor meio que louco,
E meio louca eu também ficava.

Mas eu só tenho que agradecer
Cada minuto que passei contigo
Foram os minutos mais felizes que pude ter
Momentos estes que sempre ficarão comigo.

Mesmo que eu viva um século
Não esquecerei por onde eu for
Não esquecerei do espetáculo
Tendo como personagem principal o Amor.

No palco da vida interpretamos
Palco este que intensamente participei
Onde nos entramos
Onde eu te amei.

03/05/07 Joana Darc

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de Carmen Lúcia

Bailarina

Palco iluminado

Multidão calada

Grande expectativa

Pulsar de corações

Rostos sem faces

Vultos que se avolumam

Em cada espaço da platéia incógnita.

Cortinas sobem...sorrisos se abrem...

Olhares se fixam,penetram,inquerem...

Ei-la que surge sob etéreo foco de luz,

Figura minúscula,suave,frágil...

A reverência...aplausos febris.

A música ecoa... sétima de Chopin...

Os primeiros passos,trêmulos,leves,tímidos,

O rodopiar lento,compassado,ligeiro,rápido,

Um salto inusitado,

Um vôo inigualável...

Perfeito desafio à lei da gravidade...

A fragilidade que se quebra,

O minúsculo ser que se agiganta,

A suavidade que se supera

Nessa dança que expressa

A alma,o amor,a dor,a vida...

Lágrimas brotam...Quem as vê?

Sorriso triste...Quem o percebe?

Coração que sangra...Quem há de???

Alma aflita...voa bailarina,voa...

Num gesto sôfrego cai,coreografia extrema

Levando ao chão a tristeza,a dor,a emoção,

As lembranças daquele dia...

Luzes se confundem,vozes se ampliam...

Corpos se aproximam,a música termina...

Bravo!!! Bravo!!! Bravo !!!

Portas que se fecham,cerram-se cortinas,

Encerra-se o espetáculo,adeus à bailarina.

Foto de Karine K.

REBULIÇO

Hoje não quero falar do funcionamento das coisas
nem da instrumentalização dos corações
quero deixar as páginas solitárias

Sem grande laboro
pequenas melodias crescem sem razão
sem perdão

minha face no espelho das convenções
fica quase disforme
a alma chora calada
a métrica se desfaz
a ciência se desmente
e a fé desteme a certeza da linha da vida.

Mas esse universo é galopante

veja o espetáculo que o circo na TV mostra
para a mente descamar

veja os discursos-escudos
falácias das bocas que só contém dentes

o medo agora vem em forma de fantasia

Se eu paro, o lixo merece minha boca
mesmo que seja saboroso e hilariante
a negação de uma proposta de um projeto corroído

Não sou palco pra ser acometido
onde até o racional malabarista desequilibra e cai
e o crítico ofegante se afoga no seu próprio grito

Mesmo quase querendo estar cega
vejo no fundo do poço, no lampejo da água suja
que ainda somos apenas soldados criando matéria.

Foto de francineti

Amo-te Maratauira.

Maratauira imenso e belo rio
contemplei você novamente,
a beleza do teu espetáculo
imundou- me de alegria.
lembrei da criança que fui
orgulhei-me da mulher que sou.
Ao olhar para tuas àguas
lembrei-me da menina assustuda diante de tua imensidão
Lembrei-me do meu amado pai me ensinando a nadar
a tarde eu contemplava as canoas e barcos livremente em teu curso passar.
Amo-te, ó rio da minha terra,
amo-te por tornares a minha vida mais leve,
amo-te por seres a morada de peixes e camarões,
amo-te por seres sustento do meu povo,
amo-te por alimentares a minha imaginação,
amo-te por seres fontes da minha inspiração,
amo-te por testemunhares cenas de paixão,
amo-te simplismente por seres o rio do meu coração.

Foto de betoquintas

Sarcanomia - Introducão

Ritos do prazer

A celebração dos deuses

De todas as partes da eternidade
Vem todos os deuses e deusas
Até os Elísios fazer Assembléia,
Cada qual seguido pelos devotos
E caravanas de criaturas.
Começa a grande congregação
Entre deuses, criaturas e homens.

Os deuses oferecem como exemplo
O espetáculo do ecumenismo carnal.
Enfim se pode Amar,
Conhecer e manifestar
Tal maior e máxima lei.

Todos os corpos,
Dançando, se encontram.

O Cordeiro afaga o Leão,
Acabou a fúria da homofobia.
As ovelhas virgens
Se oferecem, despudoradas,
Ao velho lobo sombrio,
Acabou a hipocrisia da pedofilia.
As pombas pulam entre os ninhos,
Experimentando muitas uniões,
Acabou a falsidade do adultério.

O Exú Trovador
Pode aplicar sua pena
A contar os atributos de Fátima,
Cuja carne não conhecia
Tão prodigioso pincel.

Pela força do Amor,
Pelo poder da Paixão,
Baixam-se os estandartes,
Depõe-se as armas.
Dissolvem-se os exércitos
Entre anjos e demônios,
Acabaram as diferenças e rivalidades,
Trocam a insípida questão religiosa,
Por uma bela competição lúgrube.

Cessam as predicas fanáticas
Dos sacerdotes farabundos
Com um bom boquete.

Este pobre mendicante das letras
Vitorioso, assiste sentado a cena
No colo daquela deusa,
A quem roubou a sabedoria,
Donde registra aos sucessores
Todos os louvores do êxtase.

Sob o perdão destes herdeiros
Pela letra tremula
E falta de esmero,
Posto a dificuldade
Em por a termo o que é interminável,
Em descrever o que é indescritível,
Ainda tendo as mãos ocupadas.

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