foram eternos dias a te procurar até que enfim desistisse, guiado por uma inútil esperança até que esta em pó se desfizesse. tanto foi o tempo a te modificar que te tornaste como quando não existias. voltaste a ser como se nunca tivesse te encontrado, quando não sabia que havias nascido, alguém que passava por mim anônimo na multidão. os lençóis que nos envolviam já não existem. somos o que não éramos, o que poderíamos ter sido, o que nunca fomos. foram dias e dias, insano e cego, oco e roto, até me convencer que nunca te conheci, que minhas mãos nunca te tocaram e te percorreram, que nunca me enrosquei na textura dos teus pelos, que nunca conheci teus medos, que nunca deitaste a meu lado e repousaste tua cabeça sobre meu peito, que nunca fizemos planos, que nunca invadi tuas fendas. me concedeste a chance de estar livre de meus enganos.
Poema do livro Crônicas do Amor Impossível
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