Espera

Foto de Henrique Fernandes

SOU HOMEM QUE SAI DE SI

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Perco a noção do meu exterior
Excepcionalmente frágil
Hipnotizado pela dor
Dentro de mim tão hábil

Sou homem que sai de si
Sem fascínio daquele instante
Na pele designo o que já sofri
Pelo meu percurso de gente

Fui aliado de tanta arrogância
No meio de uma multidão
Trocando a fé pela ciência
Os Deuses não gostam desta opção

Sentia-me poderoso e inusual
À espera do que de mim saísse
Contudo não deixei de ser animal
De um corpo que me abolisse

Foto de wellingtondias

Amar é

Cada um ama de uma maneira,
cada qual, ama como pode.
O amor é lindo!
O amor é tudo.

Não importa como se ama,
só importa o que se ama.
Se amas és amado!

Temos várias forma de amar e ser amado,
mas estas formas levam ao mesmo lugar.
Sabemos bem a quem amamos,
mas sabemos também como amar.

Quando amamos nos libertamos
é no amor que encontramos vida,
é nele que nos alimentamos e nos fortalecemos.
O amor é lindo!
O amor é tudo.

O amor é doação, é viver o outro, é querer o outro.
É dividir o seu amor com todos.
Se você vive o amor, não espera resposta.
Se é amor não importa,
no amor nada se perde só se acrescenta.
O amor é lindo!
O amor é tudo.

Só quem ama sabe, só quem ama sente,
só quem ama respeita o sentimento do outro.
Só quem vive o amor,
só quem quer o amor investe nele.
Quem ama não fala, quem ama não recomenda.
Quem ama vive cada momento
e administra as suas carências.
O amor é lindo!
O amor é tudo

Foto de Cecília Santos

MINHA OUTRA PARTE

MINHA OUTRA PARTE
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Te espero com saudades,
Todos os dias, todas as horas.
Contando as horas e os minutos.
Na ansiedade da tua volta.

Te espero com o sorriso no rosto.
Com meu olhar de ternura.
Com beijos em meus lábios.
Com calor nos meus braços.

Te espero como quem espera a vida.
Como quem espera a brisa.
Como quem espera o riso.
Só pra viver de alegria.

Te espero porque te amo.
Porque minha vida é tua vida.
Porque meu carinho é teu carinho.
Te espero porque te quero eternamente.

Te espero porque você é a razão
do meu viver.
Porque você é minha outra parte
Partes que se completam.
Partes que se encaixam.

Partes que não vivem separadas.
Como o a noite e o dia,
Como o sol e a lua.
Como o céu e as estrelas.
Como a luva e a mão.
Como eu e você...

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de Paulo Gondim

Espera

ESPERA
Paulo Gondim
01/03/2008

Sabes, eu já falei tudo o que pude
Procurei frases novas, inventei palavras
Criei novos enredos, revisei tudo
Corrigi os erros, grifei parágrafos
Mas acabei ficando mudo

Não consegui te convencer

Todo o meu esforço foi em vão
Expus meu peito, abri o coração
Desvendei todos meus segredos
Afugentei todos os meus medos
Mesmo assim, só ouvi um não

Mas vou ficar por aqui. Baixo a guarda.
Como cordeiro que se imola, não berro
Quero ver até quando eu te espero
Vou disputar comigo mesmo
E quando tu voltares (há sempre a volta)
Estarei aqui, com flores, a te abrir a porta

Foto de Carmen Lúcia

Uma Maria entre tantas...(homenagem à Mulher)

Na favela era ela
Que descia a ladeira
A semana inteira,
Uma trouxa na mão...
E lavava contente
As roupas com sabão
Na bica, de contramão;
Em seu ventre levava
O filho que esperava
O que mais desejava
E a fazia sorrir...

Sentiu dores...
Chegara a hora
De seu filho nascer...
Deitou-se num colchãozinho
Num cantinho, no chão.
Ajeitou-se sozinha...
Enfim, era Maria,
Nada tinha a temer
E sim agradecer
Pelo sonho realizado...

E os anos passaram...
A criança cresceu...
Os trabalhos dobraram...
Pra ver o filho criado
Tinha que haver sacrifício
Renúncia e dedicação...
E assim ela o fez...
Revirou-se ao avesso
Pra lhe dar educação...

Mas como toda Maria
Traz consigo triste sina...
O pior aconteceu...
Na favela anoitecia,
(ou seria em todo lugar?)
Hora da Ave- Maria!
Trouxeram seu filho querido
Num lençol branco manchado
De seu sangue derramado,
Onde jazia, sem vida,
Vítima de bala perdida
Que achou seu coração...

Hoje Maria ainda chora
A saudade jamais vai embora,
E em seu peito mora...
Ah! Saudade!
“É o revés do parto...
é arrumar o quarto,
pro filho que já morreu...”
E espera que chegue a hora
De tê-lo de novo em seus braços...
Sonho que nunca descreu.

*trecho de Chico Buarque

(Carmen Lúcia)

Foto de Henrique Fernandes

NÃO POSSO PROMETER O AMANHÃ

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Não sei a qual deus deva agradecer
Por te ter a meu lado num caminho nosso
Mas é a mim que vou provar que te mereço
E agradecer a mim próprio o ser capaz de amar
De ti apenas quero que sintas na alma e no corpo
O quanto és importante porque te amo
E vivas o quanto te respeito minha mulher
Pois se o sentires serei recompensado
Com a graciosidade e privilégio de um deus
Amado pelo teu amor nos meus novos nossos dias
Até conhecer-te foi a demora de começar a vida
E entendi que tudo quanto perdi está á minha espera
Nos sorrisos sinceros que me entregas inocente
E recebo das tuas mãos um reforço de confiança
Para a luta do ainda muito por ganhar com alegria
Adorando tudo o que tu escolhas ser
Por tudo que avivas nos meus sentimentos
Requintados por conceitos de família que decoram
Com a verdadeira luz da vida de um lar
Não posso prometer o amanhã
Como mortal não tenho poder para tal capacidade
Mas sabes que lá estarei contigo sem hesitar

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de Henrique Fernandes

BEM-ESTAR DE ESTAR BEM

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Deito-me sobre a erva que me conserva
Fresco num jardim plantado por mim
Apaixonado por recordações que tragam
Emoções ao meu rosto e rasgam sorrisos
Com gosto de encantos em tantos juízos
Inocentes de outrora em histórias presentes
Agora memórias do que aconteceu sem hora
Pelo meu caminhar fora e ora
No bem-estar de estar bem e ser alguém
Recordo encontro, acordo desencontro
A paz do quanto era rapaz chegando homem
Por ilusões que consomem o que sou capaz
Dou azo ao que me atrevo e sou o que escrevo
Versos confessos que rimo com o meu cimo
Poema de quem ama alguém que excita
A voz que grita a sós o poder de nós
Numa prosa misteriosa que se esfuma na pluma
De momentos ordinários em sentimentos áureos
De quem persegue o amor sem pudor e consegue
Descobrir a flor antes de florir nos amantes
Desejos e beijos na partilha de dois seres
De saberes no cume de uma maravilha sem ciúme
Ateando o lume que toca a troca de carícias
Sem malícias nem segredos na ponta dos dedos
Em espera que cai num olhar que desespera
Num levantar de saia sob um sol no lençol
Como quem rebola na praia ao som de uma viola
Mas enfim, tudo que sai de mim é pouco
De tão louco quão a loucura e doçura
Que exponho nas letras que componho tretas
A verdade é só saudade em dó de realidade
Doente e somente pó de maturidade que socorre
E a alegria nunca morre nunca

Foto de rafaelbtf

sinto-me

Sinto-me perdido sem saber o que fazer a angustia a incerteza já fazem parte de mim.Hoje já não sei mas se vivo ou morto estou sem ela,quando dela me recordo meu coração chora a cada batida,e novamente a incerteza toma conta de mim pois se com ela eu já sofria sem ela sofro ainda mais.Diante de tal situação minha vida se tornou um posso sem fim onde um garoto cai e espera que a luz chegue até ele ao invés dele ir a procura dela.

Foto de rafaelbtf

sinto-me

Sinto-me perdido sem saber o que fazer a angustia a incerteza já fazem parte de mim.Hoje já não sei mas se vivo ou morto estou sem ela,quando dela me recordo meu coração chora a cada batida,e novamente a incerteza toma conta de mim pois se com ela eu já sofria sem ela sofro ainda mais.Diante de tal situação minha vida se tornou um posso sem fim onde um garoto cai e espera que a luz chegue até ele ao invés dele ir a procura dela.

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