A poesia que sonho, desde menina,
é uma poesia doce, discreta,
de imagens singelas e completas...
Versos livres de amor vivido e feliz, feito esses
que as meninas escrevem no quadro a giz.
A poesia que sonho tem rosas e açucenas,
lua e estrelas às centenas... Palavras
intensas e serenas, mas ricas em essência.
A poesia que sonho deve ter a cor da paixão,
capaz de partir em dois a centelha
A poesia que sonho... Espera você
para escrevê-la.
Ao sentir que o tempo me foge na pele
Deixo cair o pensamento num fosso de razão
Parando o meu respirar no conforto de uma reflexão
Que não desmente o sentido sem prática que me adoece
As fantasias inóspitas que me enganam o ego
Sendo tocado por um vento frio de norte
Chegado numa nortada de sentimentos carentes
E desabrigados nos meus gemidos de socorro
Que me gelam o olhar com melancolias sóbrias
Quebrando-me a voz na alma embriagada de nada
Por vácuo de silêncio que exibo nas mãos
Mantendo-as estendidas a uma esperança ténue
Que ganha corpo no longínquo que me chama
Com chamamentos de um amor que não se apresenta
Nem a mim chega através de uma cortina de medos
Ao de leve absorvo uma paixão que bate á porta
Sinto-a como um chá bem quente de loucura
Um fervor percorre a todo o vapor o meu corpo
Vigorosamente desmaiado sobre um ninho de solidão
Onde evito lamentos e atiro-me em queda livre
Ao desconhecido que tão bem conheço
Tratando por tu os mistérios dos meus desejos
Após ter reflectido sinto-me perto de um sol verenal
E caminho pelo meu defeito por defeito de sempre
Em ilusões de uma guilhotina suspensa á minha espera
Baixada por desilusão que abraça o meu chegar até hoje
“Imaginava-te”? Como nessa imagem.
Morena, esbelta, elegante, altaneira.
Eu me imagino, que sou essa miragem
Sobre o mar de forma sorrateira.
Espectro a interromper tua passagem,
Uma nuvem de verão e passageira,
A envolver-te em atos de libertinagem
E carregando-a para uma alvissareira,
Noite sob o luar desta paisagem
Num colchão de ar sobre a areia
A flutuar no balanço de vai-e-vem
De teu corpo belo de sereia
A entrelaçar-me com a voragem
Da Ninfa que em mim faz uma ceia.
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O C H A L É
Hoje é segunda-feira
Mas não quero que saia
Desse belo Jardim Encantado
Em que te vejo andando
Em terras brasileiras.
Fizestes-nos ouvir
O canto dos pássaros,
Numa suave melodia
Que aqui chega em encantada
Melodia.
Fizestes-nos consigo pisar
A relva molhada e macia
Desse belo e florido jardim.
Ora enriquecido
Com a mais bela das flores.
Flor que se cheira
E deixa impregnado em nosso nariz
O perfume de jasmim.
Trazido dos jardins de Paris
Para mim.
Ainda sinto
A brisa suave que acaricia
E acariciou tua pele macia
E, ontem, despiu-a assim,
Voluptuosa
E ardentemente.
Naquele chalé encantado
Que existiu em meu sonho,
Mas que será todo o dia
Como uma verdade para mim! (Dirceu Marcelino)
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RETORNO DA TARDE
No silêncio da tarde, regressei ao lindo jardim encantado..
Senti a brisa fresca sob meu rosto,
A doce sensação da relva sob meus pés nus,
O embriagante perfume de jasmim
Banhando meu corpo em sua sensualidade...
E no ardor dos meus olhos,
Avistei o chalé que antes não havia notado...
Em seu pleno
ardor. (Marisa Dinis )
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T U A A U S Ê N C I A
"O amor nem sempre vale a pena ser falado,
Uma palavra ofegante em sua mera verdade,
Mas em toda liberdade, o mais intenso verbo
No livro da humanidade e infinito do tempo...
Me perguntais se há mais bela aposta na vida
Eu eu vos respondo... que a vida sem amor
É um mero vazio repleto de profundo desilusão
Todos não somos mais que corpos sem condição
É muito fácil falar sobre amor por ser muitas vezes
Por ser o mais belo escape para o nosso desanimo,
Por ser a bela resposta a uma vida repleta de vazio
Mas uma situação temporária e uma queda abrupta
Difícil é ter que esperar por a embriagante junção,
De duas almas predestinas a ser um além do corpo,
Na perfeita e pura harmonia daquele amor merecido
Que nos faz vacilar na mais profunda e doce melodia"
Enviado por Carmen Lúcia em Seg, 28/04/2008 - 02:15
O sol estava se pondo...
Tarde de outono...
Observo minha mãe
Num denso sono...
Nem percebe as folhas que caem
E amareladas, se esvaem,
Tocando seu inexpressivo rosto.
Parece querer de pleno gosto
Ir de encontro ao sol se pondo,
Sem resistência, sem confronto...
Espera que a leve a luz tênue da tarde
Sem barulho, sem aviso, sem alarde...
Frágil como a pluma a dançar no ar.
Logo ela, que se lançava aos desafios,
Entrega-se agora...Nem luta, nem chora...
Desiste a cada dia, definha a cada hora...
Espera ver o pôr-do-sol levá-la embora.
Triste saber que ela desiste...
Vacila entre o existe e o inexiste.
Tão triste vê-la
Triste...
Enviado por Joaninhavoa em Sáb, 26/04/2008 - 20:25
Olhas para mim... Olá!...
É tão bom ver-te.....
Tu até sabes isso... como eu gosto...
Como me apetecia, beijar-te!
Já neste preciso momento...
Puxa! Não vai ser possível...
Todos a olhar... se o fizesse
Qual seria tua reacção?
Aceitarias?
Repudiarias?
Defenderias-te?
Falarias... dizendo, que é isto?
Como eu adoraria ousar!...
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(Ele)
Que bom amor... pensava nunca mais chegar o amanhecer, só para te ver!...
Estás com os cabelos despenteados... vieste a correr atrasada, que andas a fazer?...
Deitaste-te tarde... andas a escrever!...
E ficas sem energias pr`a mim...
Uhm! será que hoje não vais fazer nada?
Não vais tentar me conquistar...
eu estou à espera...
só prá ver como vais fazer...
se tens coragem, parecias tão arrebitada...
Uhm! vai ser outro dia sem nada!
Estou à espera! De ti!
Eu não faço nada!
Tu é que tens de decidir!
Ou tudo ou nada!
Até quando vou aguentar!...
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(Ela)
Eu bem que me apetecia
Apanhá-lo de surpresa!...
Tapar-lhe os olhos por detrás
Beijá-lo à desgarrada!...
Lamber-lhe o nariz
Morder-lhe os lábios
Sentir-lhe o sabor da língua...
Mas ia-me olhar espantado
Na certa!...
Preocupado que vissem
Esse apanhado!...
E até era capaz de dizer:
A senhora ponha-se no lugar!
Sei lá!...
Eu até lhe podia escrever
Num postite (adoro postites)
«... Hoje às 15H no marquês, etc... e tal....»,
mas se calhar ainda me perguntava
onde é que ele assinava...
E pronto!...
Sei lá!...
Outro dia, disse que tinha à pouco tempo uma lua lá por casa!
Safado!
Será que tem?
E porque não haveria de ter?
Assim não! Cai tudo por terra de vez!
Que fique com a lua!
O Gato Maltez!
Ah
Meu amor
Se tu me queres
Não me deixes assim
Nesse abandono
Essa espera
Faz-me tanto mal
Ah saudade
É longa
Vira a noite
E não me abandona
Porque dizes
Que o que sentes
É paixão
E amor no peito
Com sofreguidão
Se me deixas
Assim
Nesse abandono
E faz doer tanto
O meu coração