Especiais

Foto de Oliveira Santos

O Besouro Azul

Era outubro do ano passado, mês do meu aniversário e estava decidido a me dar um presente especial. Algo que marcasse uma época, sim, meu primeiro carro.
Iniciei minha cruzada em busca daquilo que seria um divisor de águas na minha vida. Diuturnamente pesquisava, não dormia direito, não comia direito, era pura ansiedade na minha procura incessante, e quando menos esperava lá estava ele. Uma jóia, um achado, raridade automotiva que habitava as memórias dos mais velhos e aguçava o desejo dos mais jovens. Um lindo, restaurado e personalizado Fuscão oito meia, motorzão mil e seiscentos, estofados em couro, som potente, instrumentos esportivos, lanternas especiais, rodas liga-leve quinze polegadas, levemente rebaixado, detalhes cromados, pintura impecável perolizada, coisa de colecionador. Era ele, eu tinha certeza, foi paixão fulminante. O Besouro Azul.
Tudo acertado com o antigo proprietário que o beijou como um pai que se despede de um filho que dificilmente verá novamente fui buscá-lo com um grande amigo que tinha mais experiência em direção veicular para levá-lo comigo. Enfim ele era meu, todo meu, somente meu.
Era como se tivesse nascido um filho que seria cercado de todos os cuidados e mimos, afinal era uma relíquia única em toda a cidade, talvez em todo o estado.
Foi uma das melhores sensações que tive na vida, de realização, de conquista. Eu era o cara.
Por onde passava era a sensação. As pessoas elogiavam, faziam ofertas, tiravam fotos, queriam vê-lo de perto, tocá-lo, sentí-lo.
Alguns amigos criticavam pelo fato de ser um carro velho. Ei, velho não! Antigo, é diferente. Mas eu não me importava com o que diziam os consumistas. Eles que ficassem com seus carros zero quilômetro, mas todos iguais. Hoje todos os carros se parecem, quase não se consegue distinguir um do outro com suas linhas retilíneas e formas geométricas. Eu queria algo ímpar, que fosse só meu, exclusivo!
E eu tinha, claro, o Besouro Azul arrancava suspiros até mesmo dos mais abastados com seus luxuosos veículos, todos automatizados e que só faltavam falar.
Até que na noite de Natal do mesmo ano, num piscar de olhos eu e aquele meu amigo do início da história vimos um vulto branco em nossa direção e tudo acabado. Acabado num muro de puro concreto do canteiro central de uma avenida muito movimentada da cidade.
O Besouro Azul parou de voar.

Foto de Elenildo

Ao longo da vida

Ao longo da vida conhecemos pessoas especiais, amigos de infância, nos apaixonamos, choramos ás escondidas, sonhamos e planejamos um dia nos declarar para pessoa a quem nos apaixonamos, queremos demonstrar o quanto a amamos, o quanto ela é especial para nós etc...
e a vida continua passando...
naturalmente nos lembramos do nosso primeiro beijo, de nossa primeira namorada (o), da nossa primeira escola e os primeiros colegas, os quais se tornaram nossos melhores amigos, e a vida continua a passar...
então chegamos a adolescência onde pensamos que estamos grandinhos e que ja sabemos o que estamos fazendo, então nos arriscamos,confiamos e vivemos com intensidade essa fase, então nos machucamos e nos decepcionamos o tempo todo, e a vida continua a passar...
então as experiências das fases passadas começam a influenciar nas nossas preocupações e cautelas, ou em outras traduções começamos a ficar com medo de nos relacionar e nos entregar de corpo e alma como nas vezes passadas. e uma terrível guerra acontece dentro de nós sem "ninguém" ter o conhecimento disto, e a vida continua...
então, depois de várias cicatrizes em nossos corações, conhecemos "a pessoa certa", a que nos abraça quando precisamos, que mesmo sem concordar com nossos erros não nos acusa mas, nos aconselha e continua acreditando em nós, que não fala da boca pra fora "eu te amo" como nas falsas paixões que vivemos no passado, e o tempo passa e nos mostra mais uma vez que a vida não é um conto de fadas, então começam, as discussões, afinal, é um relacionamento entre sexos diferentes, com mentes diferentes e formas diferentes de pensar, e a vida continua...
então, percebemos que aquele amor não está mas como no início, e infelizmente está se esfriando, então fica raro os momentos de reencontros, são raras as mensagens e ligações, mas mesmo assim não paramos de pensar nesse amor que tanto nos faz sofrer, afinal foi esse amor que fez a diferença em nossas vidas, então não poucas vezes vemos o seu nome na agenda, uma vontade de ligar e ouvir sua voz invade nosso peito mas... não queremos "dar o braço a torcer", e o tempo passa, e várias perguntas fazemos a nós mesmos, "-será que ela (e) me ama de verdade? será que ela (e) pensa em mim assim como eu penso nela...?" e os problemas continuam surgindo, e esse amor nos pede um "tempo" para pensar e ficar a sós consigo mesmo. então pensamos: "e agora? acabou assim? será que nunca serei feliz nesta vida...?" e o tempo, desta vez passa em "câmera lenta"...
então, os dois chegam a conclusão de que este tempo que passaram longe um do outro só aumentou o sofrimento, então decidem recomeçar, porém, agora estão mais determinados e dispostos. então nos casamos, e a vida continua a passar...
então mas uma vez começa a vim os altos e baixos, afinal, as nossas vidas é como uma "roda gigante" e não é todos os dias que estamos em cima. e o tempo passa e, os momentos tristes nem se comparam aos momentos felizes que passamos, pois foram eles que, através do amor nos inspirarou a chegar até aqui. então caimos na real e descobrimos que a vida é muito curta , então resolvemos mas do que nunca demonstrar mais uma vez tudo o que sentimos, só que desta vez com mais intensidade ainda, então vamos descobrindo coisas novas juntos, a cada dia que passa descobrimos que, aquelas lutas, aquelas "briguinhas" aqueles embaraços não foram tão ruins assim, afinal, passamos juntos, então descobrimos que somos felizes e que não chegamos até aqui juntos por acaso. e o nosso amor continua a estar mais firme a cada dia, os problemas continuam vindo, a diferença é que desta vez o nosso amor está mais maduro, e os problemas seja la qual for o tamanho deles, não são suficientes para abalar este amor... e as nossas vidas continuam até que a morte nos separem!

(Elenildo Soares) =) Twiter: @Lehsoarez

Foto de Mitchell Pinheiro

As Faces do Amor

O amor pode ser representado pelo gostar muito
Esse é o carinho enorme que sentimos pelos mais próximos
O amor pode representar também apenas Eros
O prazer da carne sobre as rédeas de um romance
Mas quando se trata do amor de estar junto do seu par
Da união desmedida das mentes e dos corpos
Esse amor só existe nos envolvimentos mais especiais
Nem adianta dizer que sua paixão que beira a insanidade merece tal mérito
É aqui que nasce a poesia
Onde os astros se alinham pra compactuar com um casal feliz
Onde a realidade confunde-se com a fantasia
Onde os olhos falam o que a boca não diz

Foto de Edigar Da Cruz

Como uma AVE FENIX

Como uma AVE FENIX

Somos capazes de ressurgir das cinzas,

Como uma fênix

Reerguemo-nos dos destroços como grandes guerreiros,.

Somos seres especiais celestiais..

Todos os dias em cada novo desafio,.

Em cada bloco de situação aparece a vida..

E SUPERAMOS..na HONRA E NA CONQUISTA.

Ressurgirmos

Seja na vida PESSOAL ou PROFISSIONAL e sentimental,

A cada novo minuto um novo aprendizado

Em cada aprendizado uma nova obra contada escruta e terminada,..na vida

Uma nova visão da vida um novo

Desejo, e convívio com pessoas distintas,

Um novo amor uma nova amizade,.

Descobertas que te faz colocar um ponto alfa maior na vida..de estrela maior,..

E esperanças muitas buscadas e conquistadas e acredite..

SEMPRE E TEMPO DE MUDAR,..

SEMPRE E TEMPO DE CRESCER,..

SEMPRE E TEMPO DE APRENDER,..

E SEMPRE E TEMPO DE ENSINAR,..!

E SEMPRE E TEMPO DE RENASCER!,

E VIVA a cada minuto da vida

Intensamente, Afinal todos são

Uma AVE FÊNIX

Quando acham que chegou o fim

Ai que recomeça o novo trajeto da vida..

Simplesmente viva como um AVE FÊNIX

Foto de cnicolau

Hoje

Hoje o dia começou mais calmo,
mais limpo,
mais aberto...

Hoje o dia será mais tranquilo,
mais produtivo,
mais bonito.

Por quê?

Simples,

Descobri que não devo pensar nos
algozes da vida, e sim nos momentos.

Momentos esses que Deus tem colocado
em minha vida.

Momentos especiais,
Momentos inexplicáveis.

Deus nos da tudo o que precisamos,
porém,
temos que deixar que Ele entre em
nossos corações...

Sempre quando estiver aflito, pense
com seu coração aberto em Deus.

Verá que o Sol se abre a você,
as pessoas sorriem para você.
Sentirá o melhor sentimento
de todos, o Amor.

Tempo

Não deixe que esses algozes o
impeçam de prosseguir.

Existem feridas, concordo, que
somente o tempo há de cicatrizar.
Existem feridas que se curam rapidamente,
e outras que demoram a secar, porém
mesmo assim, não deixe que a dor o
abata e o faça entregar-se.

O Tempo e a paciência são os senhores
de todas as coisas.
Com eles, a engrenagem da vida volta
a girar normalmente.

Não pense em tristezas.
Não guarde Mágoa,
Não seja orgulhoso,
Não maltrate com as palavras.

Tempo

É o senhor da razão.

Tempo

É o momento que Deus nos da, para reflexão.

Então busquemos utiliza-lo de forma
correta e produtiva.

Buscando a Deus,
Lendo,
Aprendendo,
Refletindo sobre os erros, porque sim,
todos os comentemos.
E somente com Paciência, Tolerância e Amor
é que conseguiremos experimentar todo o
prazer deste mundo.

Senhor Deus, dai-me forças todos os dias
para prosseguir e me manter sempre em sua
estrada de Tranquilidade, Amor e Paz.

Amo-te, como Amo a mim mesmo.

Cleverson Luiz Nicolau
30/05/2011

Foto de cnicolau

Acontece

Acontece

Porque as coisas acontecem dessa maneira?
Porque temos que passar inúmeras dificuldades,
para nos darmos conta de que o que mais importa
nessa vida somos

NÓS MESMOS.

Dedique um tempo, todo dia de sua vida para sua
reflexão interna, sua hora para com você mesmo.
Não se esqueças de você.
Não apague sua chama por outra pessoa.
Ame a você primeiro, e aí sim, ame ao próximo.

Parece até redundante e por que não piegas
o que vos digo aqui, porém vos digo com
experiência de vida. Com vivência de causa.

Você abdicando de você mesmo, pode ter certeza,
estará abdicando de sua finalidade aqui neste planeta.

Todas as nossas experiências e testes terrenos tem um fim,
porém muitas vezes somos levados pela maré da comodidade e
passividade, do amor que achamos por muitas vezes ser o correto.

Digo-lhes:

AMEI - sim
MUITO? - sim
ME ENTREGUEI - sim
ABDQUEI DE MIM - sim

porém,

ERREI - sim
SOFRI - sim
PERDOEI - sim (A todos e a mim mesmo)

Tenho certeza que sou uma pessoa boa, com caráter e humilde,
e não preciso que ninguém me diga isso.

No andar desta vida posso ter me deixado abater por diversos
acontecimentos bobos e alguns até de caráter mais grave.

Não quero aqui relata-los, porém, agradeço a Ti meu Pai por me
fazer enxergar, mesmo que de forma tão bruta e dolorosa, o quanto
deixei-me escapar de suas mãos.

Em minha vida sempre procurei nunca fazer o mal a ninguém,
nunca desejar o mal a ninguém, sempre corrigindo quem o fazia.

O coração hoje já sofre menos, graças à família, amigos e pessoas
especiais que me cercam.
A mente, já não pensa mais tanto no que ficou para traz.
O corpo aos poucos vai deixando de sentir a fraqueza.
E a alma?

Minha alma segue o seu novo caminho,,,
Caminho de paz, de luz e de esperança,,,,,,,

Nunca mais deixarei de ser eu mesmo, nunca mais,,,

Hoje cresci,
Hoje mudei,
Hoje me tornei Homem,
Homem este que aqui vos diz,

NÃO OLHE MAIS PARA TRAZ,
O CAMINHO A SUA FRENTE É REPLETO DE LUZ E ESPERANÇA.
VIVA SEMPRE UM DIA DE CADA VEZ, UM PASSO DE CADA VEZ.
SEJA FELIZ

Cleverson Luiz Nicolau
20/05/2011

Foto de Edigar Da Cruz

Jardins dos Amigos

Jardins dos Amigos

Amigo (a) Querido (a)

Você chegou aqui no Jardim, e agora eu te convido para um passeio vamos,..andar aos jardim dos amigos vou mostra a você tudo de bom que a ele!VAMOS?

Imagine estar caminhando ao meu lado em uma manhã qualquer de um dia quaisquer!e muito ensolarado...
Por este JARDIM DA CASA, que fica no meio da
FLORESTA, aqui você entra em HARMONIA com a natureza... Descobre a liberdade

A paisagem e mesmo bela veja a ordem aqui e relaxar esquecer da vida agitada do corre corre do dia a dia ,..
E recupera a paz interior, a esperança e a alegria de viver.
De paisagem bela e tranqüilizadora, com muito verde ao redor nesse todo redor de espaços, cobertos de amigos ouvindo ao som de BOB MARLEY com uma musica bem romântica como.
No Woman No Cry aos pássaros cantando nas arvores barulho gostoso ao pisar da liberdade nas folhas secas que forram o chão.
Com um tapete marrom feito a um manto sagrado dos amigos,...
Ao longe barulhos de água que jorra de uma cachoeira
Sinta ao frescor da brisa tocada ao seu ao meu rosto
O vento desalinhando os seus cabelos e aos meus,
E o toque de liberdade que nos mostra tudo isso...
Aqui uma sensação que faz sentir a paz como e gostosa de sentir e invadiu a sua mente e numa alegria no coração
Por estar em um lugar assim onde as ONDAS DA NATUREZA falam liberdade que encanta.
Onde sentimos aqui uma sensação boa gostosa de paz invadindo a sua mente e uma gostosa alegria por estar em lugar assim um momento ideal para lermos mensagens especiais e pensamentos e lindos poemas sobre o Amor, Amizade e A VIDA..e relacionamentos,..
Sentemos a um banco branco começamos a escrever mais um conto de amor e carinho
Enviando beijos de carinhos aos

JARDINS DOS AMIGOS VIRTUAIS
Ed.

Foto de Fernando Vieira

Quero-te

Quero-te
(Fernando Vieira)

Não quero que sejam banais
Os versos de amor que te fiz
Ao contrário, sejam especiais
Uma lembrança gostosa e feliz

Não quero que perca o encanto
O sabor doce dos nossos beijos
Nem que brigas acabem estragando
A magia dos nossos desejos

Quero que sejas só minha
Quero conhecer-te a fundo
Dividir um pouco da rotina
Conhecer mais sobre o seu mundo

Quero-te hoje mais que ontem
Quero-te amanhã e acho que pra sempre
Quero-te como minha companheira
Quero poder te amar eternamente

Foto de Rodnei Monteiro dos Santos

Vida

Vida
O nascer de um ser tão especial
Quanto você,
Torna-nos pais tão especiais
Quanto à vida.

Sem saber como você seria,
Imaginávamos uma criança
Bela saudável cheia de vida.

Ao desabrochar e florescer,
Provou-nos a mais bela flor nascer.

Oh! Criança querida,
Bela saudável cheia de vida.
Trouxe-nos alegria
Para suprir a partida
De outra vida querida.

Poema dedicado à Nicole Abreu Santos.

Rodnei Monteiro dos Santos
Fabiana A. A. Santos.

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

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