Tu, só tu...
Transformas cada noite singela
Enregelada pelo impiedoso Inverno,
Criando a mais bela tela de aquarela
Com um intenso Verão pintado nela.
Tu, só tu...
Emanas esse brilho constante,
Sobressaindo as cores da nossa amizade,
Moves-te com arte provocante,
Deleito-me com a tua divindade.
Tu, só tu...
Com esse teu desejo intenso
Que me põe em suspenso,
Fico curioso propenso,
Neste enredo imenso
A que eu pertenço.
Tu, só tu...
Me fazes planar numa galáxia estelar,
Rumando-me a ti para teus lábios beijar.
Apenas aproveitar cada luar,
Unidos, fundidos em qualquer lugar,
Eterna chancela que nos apazigua,
Minha alma em tua alma por fim desagua.
Tu, só tu...
Me provovas, convocas ao altar do prazer,
Cada respirar, cada arfar, cada falta de ar,
São sinónomos famosos que fazes acontecer,
Saber o teu corpo de cor
Percorrê-lo com a mente,
Dá-me um intenso calor.
Vermelha é a côr do meu corpo em fervor,
E solta-se a corrente deste erotismo premente!
Tu, só tu...
Me fazes delirar,
Agitas o meu Mundo,
Fazendo-o girar.
É o pensamento profundo,
É o meu temperamento,
Apesar do crescendo,
Só a distância lamento.
Tu, só tu!
Me envolves assim,
Estimulas o melhor que há em mim,
Imagino palavras que sorriem para mim,
Construo castelos que palpitam sentidos,
De muralhas bem fortes e guardas destemidos,
Elaboro versos submersos em pranto perdidos,
Escrevendo poemas que jamais serão esquecidos!
Hugo Andrade 2007/03/1