Emoções

Foto de Nailde Barreto

Acústico de Emoções.

Mistura de tudo, cheio de tantas coisas e cores...
Dentre elas, emoções!
Em azul, vermelho ou lilás...
Estas graves ardentes, agudos carentes, serena e voraz,
Nos conduzem para o timbre perfeito e envolvente, tenor do amor!
Êxtase conotativo, cheio de efeitos e variações,
É assim o som do seu acústico entre lençóis...
Que abala as entranhas emotivas,
Reavivadas com o lírico suave da sua voz,
Cujo efeito, enaltece o amor e embeleza canções.

Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

SARÇA ARDENTE

SARÇA ARDENTE
Por: William Vicente Borges
CANTO I

1
Há um fogo que arde na sarça.
Ela está na minha frente.
Eu tremo. A terra treme!
A sarça arde, mas não se queima.
Continua viva, continua verde,
continua sendo sarça.

2
Há um fogo que arde na sarça.
E meu coração é pequeno demais
para entender este fogo que não queima.
Esta sarça que arde e não se consome.
Esqueço quem sou quem eu fui,
esqueço de tudo, até de meu nome.

3
Há um fogo que arde na sarça.
O deserto está muito quente.
Mas o fogo, este é diferente.
Fogo sem combustível, mas ardente.
Não sei o que faço, se corro, ou fico,
mas não dá pra ficar indiferente.

4
Há um fogo que arde na sarça.
Nunca vi nada assim antes,
como isto pode acontecer?
Será miragem de sol escaldante?
Será que fiquei louco neste instante?

5
Há um fogo que arde na sarça.
Não consigo ver nada ao redor.
Só eu e esta sarça que arde.
O chão não pára de tremer.
Ou são minhas pernas que tremem.
Será aqui que vou morrer?

6
Há um fogo que arde na sarça.
Ouço o crepitar do verde que não queima.
Ouço o crepitar de meu coração batendo forte.
Meu peito também está ardendo.
Sabe que está diante de algo não natural.
Será isto do bem, ou do mal?

7
Há um fogo que arde na sarça.
Devo me aproximar, ou não?
Há algum perigo que a espera?
Não sinto o perigo, mas temo.
Sairei daqui, machucado? Ferido?

8
Há um fogo que arde na sarça.
Quem me trouxe aqui pra ver?
O acaso? O destino? Não sei.
Não acasos ou destinos, creio.
Há propósitos e caminhos,
há na minha mente muito receio.

9
Há um fogo que arde na sarça.
Minha vida, sempre sem pressa, espera.
Preciso aqui aguardar.
O que vem depois da espera?
Deveria ser outro neste lugar.
Não eu diante de estranho queimar.

10
Há um fogo que arde na sarça.
Não irei mais me preocupar.
Uma paz estranha invade minha alma.
Posso neste fogo confiar.
Quero ficar aqui afinal.
Não preciso realmente recuar.

CANTO II

11
Há um fogo que arde na sarça.
O tempo parece que parou.
Começo a pensar em muitas coisas.
Lembranças antigas de outro tempo.
Não sei por que penso nela aqui,
parece que encontrei o infinito.

12
Há um fogo que arde na sarça.
Lembro-me menino ouvindo histórias.
As histórias de um único Deus vivo.
Ouvi de um menino lançado num rio.
Que não foi almoço de crocodilos.
E se tornou um príncipe no Egito.

13
Há um fogo que arde na sarça.
O meu povo escravo naquele país.
Tantos anos longe da terra de seus pais.
Da terra dos antigos adoradores.
Terra que mana leite e mel.
Vivendo, hoje, todo tipo de horrores.

14
Há um fogo que arde na sarça.
As lembranças não param de vir.
De minha mãe ouvi tantas histórias sem fim.
Dos sonhos do jovem José, que sofreu,
que usava capa colorida,
e que em terra estranha venceu na vida.

15
Há um fogo que arde na sarça.
Que faz arder meu peito.
Tenho um povo, tenho uma missão?
Mas não volto mais de onde saí.
Estou velho, tenho medo, não sei falar.
Nada posso fazer nesta situação.

16
Há um fogo que arde na sarça.
Melhor eu parar de pensar.
Esta loucura tomou conta de mim.
Meus olhos doem, estou tonto aqui.
Não quero mais recordar tanto.
Não quero lembrar que fugi.

17
Há um fogo que arde na sarça.
Isso não faz o menor sentido.
Ou será que todo sentido faz?
Não parece haver caminho de volta,
Perdi o sentido de direção
Por quer arde tanto este coração?

18
Há um fogo que arde na sarça.
Quer confrontar minha identidade.
O que espera de mim?
Não respeita minha liberdade?
Como pode me afetar tanto
logo eu nesta minha idade.

19
Há um fogo que arde na sarça.
As lembranças, teimosas, vem e vão.
Objetivação ou subjetivação?
Sim, eu feri, eu matei, em vão.
Meus pecados queimam meu interior.
Não vou reviver mais esta dor.

20
Há um fogo que arde na sarça.
Não vou lutar com estas recordações.
Queria eu, não ter mais memória
Aqui fiz nova vida, estou muito feliz.
Tenho esposa, família, filhos.
Estou como sempre esperei e quis.

CANTO III

21
Há um fogo que arde na sarça.
Volto-me finalmente para o hoje.
Detenho-me diante deste instante.
Como a vida se me apresenta dura.
Mas nada muda o que observo
A sarça cujo fogo perdura.

22
Há um fogo que arde na sarça.
Numa desconhecida relação universal.
Neste dia de um tempo qualquer.
Quem sabe na história ficará.
Ou apenas na lembrança de um homem velho.
Definitivamente não sei o que será.

23
Há um fogo que arde na sarça.
Parece elaborar uma nova ordem.
Acabará com o caos da minha vida.
Sabe bem aonde quer chegar.
Irá iniciar uma jornada definida.
E nada vai lhe embaraçar.

24
Há um fogo que arde na sarça.
Não há como isto contestar.
Há saída para o sofrimento.
O mal não irá triunfar.
Há dia para o fim do tormento.
Heróis com ou sem medo irão lutar.

25
Há um fogo que arde na sarça.
Há belos hinos angelicais.
Há milagres sendo gerados.
Há ventos que sopram do norte.
Há uma obra metrificada.
Há cheiro de vida e de sorte.

26
Há um fogo que arde na sarça.
Há segredos que nele se escondem.
Há verdades que serão reveladas.
Estou perdendo a respiração.
O fogo não vai se apagar?
Não sinto mais nenhuma aflição.

27
Há um fogo que arde na sarça.
Algo que jamais irei esquecer.
Momentos que jamais passarão.
Parece sonho, mas é vulcão em erupção.
A sarça arde com grande poder.
Aumenta minha palpitação.

28
Há um fogo que arde na sarça.
Que beleza sem igual esta visão.
Que mais eu poderia ver depois disto?
O que me chamaria mais a atenção?
Nunca mais esquecerei tal dádiva.
Será minha maior recordação.

29
Há um fogo que arde na sarça.
E que grande ponto de interrogação.
Quantas perguntas me estrangulam.
Quão grande minha imperfeição.
De onde me virão respostas?
Quem me dará a solução?

30
Há um fogo que arde na sarça.
E ninguém segura minha mão.
Que profunda é esta situação.
Como roda minha mente.
Estou ficando sem forças.
Tenho que ficar alerta novamente.

CANTO IV

31
Há um fogo que arde na sarça.
O tempo vai passando sem passar.
Minhas pernas continuam bambas.
Há um silêncio difícil de explicar.
As respostas ainda não vêem.
E eu não paro de suar.

32
Há um fogo que arde na sarça.
Estou com os nervos à flor da pele.
Este lugar parece não existir.
Quero gritar, mas não consigo.
Como suportar este mistério?
Preciso que alguém fale comigo.

33
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz retumba no ar.
É perturbadora, forte, tensa.
Fico paralisado de pronto.
Meu coração reconhece o estrondo.
Minha emoção se torna imensa.
34
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz sem igual sai dela.
Uma voz que não confunde.
Não posso estar delirando.
Não é o calor do deserto
É a voz que estava esperando.

35
Há um fogo que arde na sarça.
Tudo está tremendo mais.
Eu tremo absurdamente.
Não haverá misericórdia?
Quantas coisas na minha mente.
O coração e a razão entram em discórdia.

36
Há um fogo que arde na sarça.
Não sou tão corajoso.
Algo então me acalma.
A voz entra no meu interior.
Sinto que ela me abraça.
Ela é expressão maior de amor.

37
Há um fogo que arde na sarça.
Voz que é igual a de muitas águas.
Que faz até o céu enrolar.
Simplesmente Toda Poderosa.
Voz que tudo transforma.
E ao mesmo tempo formosa.

38
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz que está a me chamar.
Quem fala me conhece bem.
Sabe tudo o que sinto.
Sabe o que penso se,
digo verdades ou minto.

39
Há um fogo que arde na sarça.
Ela não se consome nunca.
Dela vem a voz não natural.
Nada pertence a este mundo.
É tudo para mim estranho,
Tudo é muito profundo.

40
Há um fogo que arde na sarça.
Sei agora que alguém comigo.
Nesta voz que tudo estremece.
Mas sinto nela um amigo.
Estou mais descansado,
Aqui se tornou meu maior abrigo.

CANTO V

41
Há um fogo que arde na sarça.
Há um comando que dela vem.
Ouço em alto e bom som:
E eu obedeço de pronto
__ Tira as sandálias dos pés.
Este lugar é santo!

42
Há um fogo que arde na sarça.
Há foco também na voz.
Há fogo em cada ordem.
Não há como não obedecer.
É a verdade personificada.
Sou parte do seu querer.

43
Há um fogo que arde na sarça.
Tirei as sandálias empoeiradas
Meus pés sentem o chão santo.
Nada é como dantes era.
O passado, o presente, o futuro.
Não existem mais nesta esfera.

44
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz que se deixa ouvir.
Um solo de santificação.
Pés descalços então.
Um poder que sente no ar.
E quase pára meu coração.

45
Há um fogo que arde na sarça.
Ouço atentamente quem fala.
A voz que os antigos ouviram.
O sonho que se tornou real.
O poder que os antigos sentiram.
Neste tom e sobrenatural.
46
Há um fogo que arde na sarça.
Ele esteve comigo no rio.
Guiou meus débeis passos.
O que quer ainda comigo?
Logo aqui no meu sossego.
O que quer meu amigo?

47
Há um fogo que arde na sarça.
Esse fogo existe e não come.
Muita coisa para este finito ser.
Diminuto verme neste mundo.
Tão pobre quanto inútil.
Um simples pastor imundo.

48
Há um fogo que arde na sarça.
A voz continua a falar.
E eu a ouço forte e potente.
O chão treme, estou tremendo.
Um misto de emoções me surpreende.
Mas eu escuto e compreendo.

49
Há um fogo que arde na sarça.
Eu vejo, escuto e sinto.
A cada dito sou atingido.
Não posso sair daqui.
Estou preso fora do tempo.
Não há nem como fugir.

50
Há um fogo que arde na sarça.
Tudo isso é tão possível.
Àquele que fala; àquele que vive.
Nunca de mim se esqueceu.
Em todo tempo me preparou.
Mas porque logo eu/

CANTO VI

51
Há um fogo que arde na sarça.
Ele ouviu o clamor dos aflitos.
E eu aqui livre e contente.
Sem ouvir de todos os gritos.
E daí, se um dia fui valente.
Hoje sou sombra de velho mito.

52
Há um fogo que arde na sarça.
Eu digo que não quero ir.
Vendo o fogo, ouvindo a voz.
Mesmo assim me mostro covarde.
Mas ele transforma a mão e o cajado.
Fortes argumentos de sua parte.

53
Há um fogo que arde na sarça.
Eu não imaginaria jamais isso.
Ter agora este “chama-mento”.
Sair da paz deste meu momento.
Para buscar um povo que chora,
Por que ele viu o seu tormento.

54
Há um fogo que arde na sarça.
Não há como a ele dizer não.
Convence-me de forma plena!
Subjugou minha teimosia atroz.
E quando me indagarem quem és?
Dirás que “Eu Sou” enviou a vós.

55
Há um fogo que arde na sarça.
Uma jornada de volta vou enfrentar.
Um grande inimigo me espera.
Mas este amigo me acompanhará.
Não sei o que verei daqui em diante.
Mas o poder me acompanhará.

56
Há um fogo que arde na sarça.
E tudo se transforma novamente.
Com Ele é assim, não há discussão.
Nada do que pensamos, quase? Vale.
Planos? São todos em vão.
Mas é melhor repousar em sua mão.

57
Há um fogo que arde na sarça.
Jamais irei saber por que eu?
Diante de tantos outros mais fortes.
Logo a mim, fugitivo de outrora.
Um homem sem nome ou atrativos.
Completamente destituído de glória.

58
Há um fogo que arde na sarça.
Este fogo agora arde em meu coração.
Sigo em frente, cajado na mão.
A voz ressoando em meus ouvidos.
Caminho agora para minha missão.
Ouço como ele dos irmãos os gemidos.

59
Há um fogo que arde na sarça.
Fogo para consumir a escravidão.
Que faz tremer o pior opressor.
Ai dos que oprimem o povo do grande “Eu Sou”.
Ai daqueles que tocam em seus ungidos.
Pois é o povo que ele sempre amou.

60
Há um fogo que arde na sarça.
Olhando-os livres, e dançando após o mar.
Vendo os milagres que Ele realizou.
Vendo as mulheres sem correntes nos pés.
Ainda me ressoa a voz onipotente:
__ Agora vai! Moisés!

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Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

É PRÓPRIO DE NÓS DOIS

É PRÓPRIO DE NÓS DOIS
Por: William Vicente Borges

É próprio de nós dois , esquecer do mundo que nos cerca só para ficarmos juntos num momento eternizado na história da esperança.
É próprio de nós dois, permitirmos que o dia vire noite e a noite vire dia sem nos apercebermos que o tempo está passando a nossa volta tentando nos parar.
É próprio de nós dois , olharmos um para dentro do coração do outro e ainda assim imaginarmos que de alguma maneira ainda existem sentimentos que ainda não foram examinados em toda a sua intensidade.
É próprio de nós dois, rirmos até o extremo da alegria e logo em seguida chorarmos a distância que nos é imposta , que nos é proposta e que ainda assim é a nossa sorte.
É próprio de nós dois, rirmos um do outro e chorarmos um do outro num misto de prazeres e dores que inoxorávelmente nos arremetem ao limiar das nossas emoções mais profundas , que nos deixam as vezes mudos e sem ter a mínima vontade de entender nada.
É próprio de nós dois, corrermos o risco de estarmos num interminável colóquio emocional onde permeiam o amor e o respeito em doses nem sempre homeopáticas.
È próprio de nós dois, lermos os pensamentos um do outro, ou será lermos só o que nos interessa saber numa cumplicidade total de vontades.
É próprio de nós dois, nos darmos as mãos e não querer soltar mais, querendo que tudo nos fosse favorável até que o infinito nos presenteasse com a segurança que ansiamos.
É próprio de nós dois, tentarmos disfarçar sentimentos que hoje nos são totalmente impróprios, mas que cabe bem em nossa concha submarina que se chama amar.
É próprio de nós dois, sermos mais que amigos , sermos mais que almas, sermos mais que dois, sermos um, um só momento, sentimento, cabimento, acanhamento, e ainda assim não admitirmos nada que vá além do puro e simples momento de conversar.
É próprio de nós dois, querermos olhar o futuro e não nos vermos lá, juntos, caminhando, ou de joelhos a orar, como se tudo já estivesse traçado e que nada nem no céu e nem na terra fosse capaz de alterar, mas ao mesmo tempo vagueia no interior mais distantes de nossas almas uma esperança bem vaga de que pelo menos antes do tempo final de cada um, possamos ter a chance de pelo menos uma vez só, só uma vez, talvez possamos nos encontrar para sempre.
É próprio de nós dois, querermos ir além do que os outros podem ir, sem receio de sermos felizes novamente sem medo de fracassar ou do que os outros irão pensar.
É próprio de nós dois, nos olharmos no espelho e nos sentirmos um pouco pequenos, sem jeito e pensarmos: já que Deus ousou nos abençoar , Ele poderia ter nos feito um pouco maiores ou mais bonitos, e é aí que nos enganamos mais uma vez . Pois Deus quer nos abençoar como Ele nos fez.
É próprio de nós dois, amarmos intensamente e por isso sofrermos também e para piorar ter a terrível mania de sempre se apaixonar na hora errada, pela pessoa certa, no tempo errado.
É próprio de nós dois, olharmos demais para as nossas incapacidades ao invés das possibilidade, e se rompemos e seguimos em frente é por pura obra da providencia.
É próprio de nós dois, ser, e realmente ser quem somos , sem máscaras ou dissimulações, e isso é o mais chocante, pois sendo quem somos estamos fadados a parar de nos contatar, a parar de nos alegrar.
É próprio de nós dois, não fazermos loucuras, não agora,não neste momento, não neste tempo, não neste contexto de vida, tua vida, muitas vidas que estão ao redor das nossas e que no sugam sem parar.
É próprio de nós dois, sonharmos um com o outro, mas sem deixar que tudo não passe de um sonho, só para lembrar depois.
É próprio de nós dois, nos abraçarmos, darmos as mãos, olhar nos olhos e dizer coisas um para outro que nunca serão esquecidas vivendo o vértice da imaginação e realidade.
É próprio de nós dois, pegarmos o papel e nele colocarmos nossas palavras mais vivas, mas ao mesmo nunca escrever o que no coração foi gravado com fogo, e que só nós podemos ler.
É próprio de nós dois, esta razão sempre presente, este juízo sempre inerente, que nos refreia, que inibe as palavras, os sentimentos, que nos induz a não continuar e que um dia dirá de forma implacável: __Se afastem!
É próprio de nós dois, esperarmos pelo dia do não, pelo dia do adeus, pelo dia da separação, pelo dia da distância, pelo dia do inevitável fim de nossos momentos, sonhos, ilusões e tudo o mais que acompanha este amor infinito.
Mas ainda bem que é próprio de nós dois, guardarmos as lembranças.
Mas ainda bem que é próprio de nós dois, nunca se esquecer de quem foi especial um dia.
Mas ainda bem que é próprio de nós dois, nutrirmos sempre uma mínima fagulha de fé de que Deus marcará na eternidade um momento para nos revermos.
Mas ainda bem que é próprio de nós dois, entender bem que tudo o que nos aconteceu foi inicio e que os sentimentos foram únicos, que os motivos foram puros.
Mas ainda bem que é próprio de nós dois, remexermos nas lembranças antigas e nos depararmos com algo que nos faça lembrar um do outro, então choremos de saudade, mas também de alegria agradecidos porque tantos momentos maravilhosos existiram.
Porque tudo isso é bem próprio de nós dois.
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Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

HOJE QUANDO OS CAVALOS ME ACORDARAM

HOJE QUANDO OS CAVALOS ME ACORDARAM
Por: William Vicente Borges

Hoje quando os cavalos me acordaram, abri a janela e a neblina ainda tomava contas dos campos. Vinha da cozinha o cheiro do café quentinho, eu respirei fundo para sentir todos estes ares da vida. Todos estes cheiros da felicidade. Tomei uma ducha quente e relaxante, barbeei-me, usei minha colônia preferida, aquela que não me arde o rosto. Vesti-me com uma roupa feliz e fui em direção a você que torrava os pães, abracei-a por trás e senti teu perfume de mulher carinhosa. Beijei teu pescoço, você se virou ainda com as mãos na faca de manteiga, e beijou-me levemente os lábios. Sentamos os dois na mesa bem posta, com queijo de Minas, o café, o leite os pãezinhos. Mas sinceramente só queria mesmo ficar olhando pra você a manhã toda.
Hoje quando os cavalos me acordaram, o dia parecia perfeito, e era perfeito, não há dias imperfeitos com você por perto. Ajudei a lavar os copos após o café e peguei você pelas mãos e fomos caminhar, neste nosso dia de preguiça e amores. Fomos em direção a ponte sobre o ribeirão, quantos poemas nasceram naquela ponte, todos para você, todos por você. Paramos um pouco sobre a ponte e a água passava veloz sob nossos pés, o tempo também passou veloz sob nossos sonhos. Agora não quero e nem desejo que o tempo corra, quero que ele pare, quero continuar mirando teus olhos que me miram e que me dizem de forma veemente que sou o homem da tua vida.
Hoje quando os cavalos me acordaram, senti que meu coração batia tranquilo, senti que quando a neblina se dissipasse ante o calor do sol, o céu se mostraria mais azul que nunca. Saímos da ponte sobre o ribeirão em direção ao pomar, ao pomar que meu avô plantou e que quando eu era criança me presenteou com os gostos mais doces desta terra, como o gosto da laranja, com o gosto da jabuticaba, com o gosto do pêssego, com o gosto do cajá, com o gosto do maracujá. Mas em você, minha amada, neste pomar de paixão, descobri o gosto mais doce, da fruta mais doce, do beijo mais doce, da certeza mais doce, dos momentos mais doces, dos sonhos mais doces dos sentimentos e emoções mais doces que um homem podem experimentar na vida.
Hoje quando os cavalos me acordaram, não me parecia que seria mesmo um dia qualquer, um dia para apenas ser vivido. Saímos correndo do pomar, eu te puxando pelas mãos te levei até o jardim que vovó plantou e mamãe regou, escolhi a rosa amarela que tanto gosta coloquei em teus cabelos que são feitos de fios de ouro. Quando coloquei a rosa, seu rosto que já brilhava, brilhou ainda mais. E eu derramei involuntariamente uma lágrima salgada, uma lágrima de alegria de poder olhar para a imagem mais bela do universo. Abraçou-me como quem abraça a esperança e eu não queria mais larga-la, quando finalmente deixamos de abraçar, a neblina da manhã havia de todo se dissipado, e como imaginava o céu se mostrou de um azul lindo e profundo.
Hoje quando os cavalos me acordaram, não pude explicar toda a alegria que me cercava e o sorriso que abundava em minha face, mas agora enquanto voltamos para a casa da fazenda e você correu um pouco a minha frente a fim de pegar mais uma rosa, descobri que o meu dia de alegria começou bem antes, antes dos cavalos me acordarem, este dia de alegria começou a algum tempo atrás. No exato dia em que me disse que me amava e que seria minha para sempre.

........................................
Primavera de 2007

Foto de carlosmustang

DISPLICENTEMENTE

Pedi algo, em confiança, sim
E apesar de inegável, em compreensão!
Segui desejos, vontades,deslumbramentos
Respeitei regras, dores lamento

Abstimei desejos,paixões, almejos
Fundamentos, opiniões, expectativas
Desilusões, reflexões,modo de vida
Sem palavras, contei minha vida

Triste existência, tão sofrida
De amores indo dolorida
Vans existência,Coloridas

De aprender, entender, sentir
Emoções, subalternas
Me vem sensações, RECEBI

Foto de Rosamares da Maia

Emoções

Emoções

Teus olhos são lagos turbulentos,
Onde Minh ‘alma insiste em nadar,
Exposta, desarmada e indefesa.
Meus segredos são teus, todos,
Mesmo os incontáveis, desvelastes.

Tua voz é como a flauta de Pan,
Converte-me às tuas vontades,
Não há lógica ou qualquer razão,
Somente emoção servil, a me servir,
Na bandeja dos teus caprichos.

Não há generosidade em ti, não!
Mas emoções densas, dissonantes.
Somente jogo de cena, sedução.

Teus cabelos, como de um anjo barroco,
Emolduram o sorriso de menino.
Posso sentir de longe o teu cheiro.
E lembrar o gosto da tua pele,
Sonho contigo noite a fora e desejo.

Não há generosidade em ti anjo,
Mas as sensações que desejo sentir,
Somente emoções, pecado e loucura.

Repudio o pensamento e cultivo o desejo.
Estou perdida, mas, quero perder-me.
Sabes de tudo e atiças perversamente,
Sussurras ao meu ouvido tua melodia,
Sensual que a boca ousada premeditada.

Sopra inocentemente a minha nuca.
Inocente? Por certo que não!
Malicioso, deliciosamente sedutor,
Caçador que espalha as armadilhas.
Mas, sou presa espontânea e fácil,

Deixo-me abater sem lutar, vencida.
Depus todas as armas, cativa.
Jamais pretendi uma saída vitoriosa,
Teu amor é um julgo, mas é minha emoção,
Uma explosão do sol que me faz viva.

Rosamares da Maia /06.11.2002

Foto de carlosmustang

METALSFES

Como barata esmagando em emoções
Tiro o'que resta do meu sangue branco leite
Pra alimentar-te, em saúde e ilusões
Gizamentos e paixões

O'Que eu lhe peço, só pedi perdões
E os arrasto da passagem, deixa pra lá
Deixe ao menos um buraco na gaiola
Pra eu respirar o seu ar

E tentar caminhar na sua estrada lisa
Nas suas palavras imprecisas
No seu amor de bosta

Deixa eu tomar um fôlego, pra sobreviver
Sem ti querer
Sentir todas emoções

Foto de carlosmustang

SEM RISCO

Dançando num caminho
Muitos tangos(outras danças)
Só curtindo,sem fé
Emoções demais, até Deus quizé

Acompanhado da sorte, o azar
Uma puta faca no caminho(deixada pra trás)
Que pelo meu adiantamento,asperou as costa
Me desvencilhei na capoeira, maracatu, mangueiro

Permaneci recapado num canto
Em planto enquanto a ambulância vinha
Meu amor descontente temia, que eu a não mais tinha

Mas bebe não se despreza
Se ama se se realiza, se da volta por cima
Se eu tenho, vale a conquista

Foto de carlosmustang

CILIAR

Em planos vivi!
Num só momento
Tantas emoções
Querendo acreditar

Ignorante no amor
Amando até o fundo
Tentando a vida sem fim!
Absorvendo ilusões voluntárias

Sem sentir o essencial
O poder de sentir
E querer ser!

Num só conhecer(me conhece tbm)
Senti meu fim
Mesmo amei assim

*Dedicado á MARLY CACHAÇA*

Foto de Maria silvania dos santos

ESTOU TÃO TRISTE

ESTOU TÃO TRISTE

Pela dor do coração ferido, pelo amor não correspondido.
Ou talvez por um mal entendido,
Por uma esperança não alcançada, na solidão vivo abandonada.
À noite sonho e choro calada, a vida é uma longa estrada, mas temos que seguir nossa jornada.
Na esperança que no decorrer da nossa caminhada a musica que seja tocada,
Seja nosso coração vibrando, por uma felicidade, que cobre toda saudade trazendo novas amizades com muitas lealdade.
Amizade de verdade, elimina saudade, em nosso coração forma um ninho de novas e novas emoções!
Renasce alegria, que irradia e contagia toda família.
Acredito que a amizade é formada de qualidade, sem notar idade, pois são lealdade pra toda humanidade!

AUTORA;
Maria silvania doa santos
Silvania1974@oi.com.br

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