Embaraço

Foto de angela lugo

Um beijo teu

Um beijo deferido com paixão
Doce sensação
De sentir na boca o teu sabor
De hortelã fresca
Refrescando minha boca sedenta
Destes teus lábios macios
Que envolve minha total emoção
Descontrolo-me diante de ti
Ter tua boca na minha é união
Salivares da nossa alma
Entrego-me ao teu beijo
E lá permaneço extasiada
Sentindo cada pulsar do coração
Levitando entre teus braços
Que sem embaraço
Beija-me infinitamente
Não esquecendo nenhum pedaço
Deste corpo que se entrega
Sem contestação apenas a...
Um beijo teu


Foto de Soninha Porto

INFINITO AMOR

INFINITO AMOR

Sem começo e sem fim
sem ponta e sem laço
é o infinito amor
que se conta o segredo
vira embaraço
tudo fica sem graça
rouba o mistério enfim
parece tão banal
meio sem jeito
restos do medo
diante do imprevisto
ao se dar conta
transforma o casual
em momentos perfeitos
apesar de tudo já ser dito
parece novo sem igual
as formas se confundem
sonhos são restabelecidos
velhas frases inspiram
o sentimento infinito
cantado aos quatro ventos
tantos amares,
pilares do amor
que se erguem sem argumento
diante dos amantes
que se perdem nos ares
é eterno enquanto dura
é alucinante
sensação de para sempre,
a vida vira aventura
torna-se vício, desejo, ânsia
no corpo e na alma fica inscrito.

soninha porto

Foto de Ana Dias

Doce Abismo

Pule!! Vá!!! Arrisque!!
Que voz é essa que me atira nesse abismo?
Será a sua? Sim! Mas por que você?

Para cair no aconchego dos seus braços,
No embaraço do seu laço,
No doce afago do teu amor.

Pulei sem olhar para trás
De olhos fechados, de braços abertos
No último sopro de vento,
No que restou do meu tempo.

Pularia, mil vezes, se preciso fosse,
Para me aconchegar nos seus braços,
Me embaraçar no seu laço,
Viver afagada pelo teu amor.

Foto de elcio josé de moraes

CHORO DE AMOR

Chorei ao ver você em outros braços.

Tentei sair do meu próprio embaraço.

Não consegui, fui um fracasso.

De tanta dor que eu senti.

Não sei o que eu pensei naquele instante.

Chorei, não quis chorar, chorei bastante.

O seu amor foi inconstante.

E muito grande a minha dor...
Escrito por Elcio Moraes

Foto de Jorgejb

E de um poema, nasceu…

Foram muitas as palavras, trocámos poemas e comentários, avolumou-se a caixa postal. Cada vez, as palavras faziam mais sentido, olhava cada frase, cada poema e só sabia que todos os dias, ia querendo mais e mais. O gosto da cumplicidade preenchia os nossos tempos, e percebemos que tínhamos criado algo único e pessoal onde só nós podíamos entrar, como os cantos secretos dos adolescentes, onde o mistério e o segredo animam cada fracção do nosso corpo. Tremia só de pensar nela, percebia nas palavras dela, a mesma intimidade, a mesma necessidade de algo diferente e especial, que só cada um de nós podia dar ao outro.
Um dia acabamos por ir mais longe, trocamos telefones e e-mail, soubemos como era o aspecto físico um do outro (como se isso interessasse), e combinámos encontrar-nos. O medo e a ansiedade iam tomando conta de mim, já sabia quem eras, quanto esse teu coração podia entregar, a profunda sensibilidade que criavas em cada poema, a forma como sentias a vida. Decidi abandonar-me a esta paixão, nascida da emoção das palavras, sem qualquer destino, sem qualquer certeza. Apenas como se o mundo fosse um recanto ingénuo, onde nos faríamos felizes, para além de qualquer coisa. Decidimos encontrar-nos.
Olhei-te demoradamente, como se já te conhecesse, como se o teu olhar estivesse para além de ti, da tua forma, da tua roupa. Pousei meus olhos nos teus lábios, segurei tuas mãos, sentindo nelas a força da tua escrita, e quis meu peito contra o teu, como se já fosses minha e te abandonasses sem receios.
A verdade de um beijo formal e um “como estás?”, parecia não fazer parte do nosso quadro, mas foi assim que aconteceu. Procurámos uma esplanada, agradecendo a mesa que nos dava a distância suficiente a nos entendermos, e tentámos começar a conversa, que no nosso canto era tão fácil e fluida. Percebemos rapidamente o nosso embaraço. O nosso desejo contido pela formalidade física, as nossas limitações do outro lado da vida. Formais e inquietos, entregávamos sorrisos tímidos, perguntas esbarravam com os tiques nervosos – tu meneavas o cabelo, eu arrependia-me quanto podia, de ter deixado de fumar.
Acabámos por começar a conversa, acerca do teu poema que escolheras não sei para onde, o tal que me pediras ajuda. E depois foram conversas sobre mais um e mais outro, a vida começava a fazer sentido outra vez. Perdemo-nos nas horas, nos compromissos, fomos papel e caneta, escrita a dois, poemas inventados, a felicidade de nos termos, e por fim um poema em cima da mesa, que copiaste numa letra soberba e me entregaste. Já não sei se nos despedimos ou ficamos, se nos beijamos ou nos amámos.
Essas são as memórias que o nosso canto irá guardar para sempre, como nós dois guardámos esse poema que só nós, sabemos dizer de cor.

Foto de pedacinhos de mim poemas

Quando Te Vi

Quando te vi por um acaso
sem laços, sem procura...
Um encontro casual aconteceu.
Como do nada,
mas já marcado para acontecer.
Assim vejo você;
meu pedaço,
meu lampejo,
meu embaraço.
Que diante de tanta graça;
me inspira,
me faz voar,
na imaginação desprendida
de um poeta sonhador.
Em busca de delírios...
Que em momentos de calor
surgem como raios
numa noite de tempestade.
Magnético!
Deslumbrante!
Assustador!
Que vislumbro encantada,
e como num passe de mágica,
que do meio do nada,
fez brotar o verdadeiro amor.

Autora: Célia Torres

Foto de shades

O nosso momento

Desperto os olhos
Descubro-te aqui
O cérebro já não pensa
Só o coração sorri

O batimento acelera
Como que a querer falar
Quer dizer que te adora
Que contigo quer ficar

Subitamente tudo aquece
Nada mais me distrai
O teu corpo encarece
O teu rosto me atrai

Tento olhar-te nos olhos
Algo que nem sempre consigo
O teu olhar ainda me finta
Não me serve de abrigo

Pelo meio deste tumulto
Vou tentando falar
São palavras de embaraço
Por de ti gostar

Depois, tudo mitiga
Com a crescente confiança
È uma norma antiga
Para gerar uma aliança

E pouco tempo depois
Algum tem que se ir
Acaba-se este instante
Um novo está para vir

Então, penso em ti
Anseio para te ver
Sonho outro momento
Que te possa ter

A cada minuto que passa
A ansiedade aumenta
O cérebro ainda maça
O coração já não aguenta

Resta-me esperar
Que o tempo decida correr
Por enquanto ainda passeia
Enquanto estou a sofrer

E quando menos espero,
Tudo recomeça!
O cérebro já lá vai
O coração também se apressa!

Desperto os olhos
Vejo-te aqui
Começa o processo
De gostar de ti!

Pedro Peixoto
13/05/06

Foto de joão jacinto

Mortais pecados

Olho-me ao espelho, debruado de talha,
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens,
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas,
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?

No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.

Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.

No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.

Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.

Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.

Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.

Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.

Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.

Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.

Foto de sonhos1803

A verdade

Como descobrir,
A verdade que nem quero ouvir,
Um suave ruído,
Que entra pela porta,
A esfriar meu corpo,
A circular,
A criar,
Formas de se anunciar,
Uma verdade tímida,
Corrente de agonia,
Que me faz arrepiar,
Palavras que ficam presas,
Represa de orgulho,
Que afoga meu dia,
Choca meu peito,
Entre a agonia e o desejo,
Ter tão pouco ou quase nada,
Como escolher sem sofrer,
Na perca de mim ou na ausência de você,
Muros de solidão,
Risos de alegria,
Caminhos que me transportam,
Que me fazem confundir,
O querer?
O que posso ter?
Quase nada,
Muito pouco,
A despertar,
De um sono triste,
De uma alegria que brota morna,
Na boca que beijo,
No corpo que me abraço,
Sem embaraço,
Mas estranho,
Esse desejo de perda,
Sem ser meu, sem ser tua,
Um misto de ternura,
Que acompanha teus passos,
No silencio do teu orgulho,
Um ser teimoso e tolo,
Desejando,
Queimando até o fim,
Longe de você e longe de mim.

Foto de Graça_da_Praia_das_Flechas

NOSSA FANTASIA ! ( desaconselhado para menor!) por Graça da Praia das Flechas

Sou a mulher de teus sonhos,
não adianta tentares me odiar,
porque durante toda
tua vida carente,
tu me esperavas para em teu corpo,
habitar....
Sou aquela por quem anseias,
sangue em ebulição nas veias,
ao sentires meu perfume,
em teu corpo penetrar....
Quando passo diante de ti,
com meu andar serpenteante,
com meus seios empinados,
os biquinhos por ti arrepiados,
vejo o volume que em ti se forma,
muito evidente para esconder agora....
Teus olhos parecem soltos nas órbitas,
tua boca ressequida,
tua respiração ofegante,
enquanto te olho altaneira,
mas, minha gruta está toda molhada,
querendo ser por ti
penetrada....
Tu não agüentas mais,
em tuas elocubrações mentais,
fazes um sinal discreto para mim,
eu balanço a cabeça
como se a dizer um sim....
Vou para uma rua deserta,
sob uma frondosa árvore
te espero, porque a hora é esta....
Está anoitecendo,
o luar doirado nascendo,
parecendo já saber,
e preparando-se para nos envolver....
Tu chegas de mansinho,
me aconchegando em teus braços,
palavras não são ditas,
porque só criam embaraços....
Me beijas avidamene à boca,
eu sugo tua língua,
lambo tua face,
em meus ouvidos sussurras
coisas proibidas e sem pudor,
pois é aqui que faremos Amor....
Me levas de encontro à parede,
tuas mãos percorrendo minhas pernas,
vão subindo devagarinho,
e percebes que eu não uso calcinhas....
Ficas completamente doido,
teu membro crescendo
em furor enrijecido.
parece querer das calças
furar o tecido....
Eu abro o zíper e o pego nas mãos,
massageio-o louca de tesão,
de tamanho e grossura
bem maior que o normal,
aumenta meu cio
de forma fenomenal....
Deixa-me gemendo em tórridos "AIS",
estamos grudados agora,
como dois loucos animais....
Perdemos completamente o juizo,
imprensada contra o muro,
com minhas pernas te enlaço,
tu me seguras pelas nádegas,
sem nenhum embaraço....
São estocadas fortes e penetrantes,
eu digo : não pare amor, vá adiante,
estamos em delírios como lobos uivantes....
E neste louco vai e vem,
nem vimos se na rua passava alguém....
Era uma coisa de ensandecer,
nossas seivas misturando-se
enquanto gemíamos de prazer....
Depois virei-me de costas,
e foi em pé mesmo,
que me penetrastes por trás,
do jeitinho que tu gostas....
Loucura,
Tesão,
Na Rua,
Penetração,
Sugação,
Vai,
Vem,
Gozando,
Loucamente,
Sem medo
De Ninguém....
E assim,
Neste prazer
De Folia,
Realizamos
Mais um
Delírio,
Revestido
De nossas
Sensuais
Fantasias!....

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