Dor

Foto de JGMOREIRA

ENCANTADO

ENCANTADO

A mim tu me pareces mais bela.
Comparo-te à flor que águo
toda manhã ao acordar e abrir a janela.

Não consigo imaginar viver sem ti
É exercício demais para minha dor
Verdade, não consigo imaginar-te sem mim

Essa proeza de viver cada dia
seria impossível sem tua existência
A tua presença do mundo me alivia

Quando contigo ao meu lado, estremeço
O estômago gela, o coração dispara
A boca seca e a Deus, apenas, agradeço.

Agradeço por cada dia vivido ao teu lado
por cada minuto concedido do teu abraço
por todas as noites que velei acordado

admirando tua beleza durante o sono
Pelo jeito de aconchegar-se ao meu corpo
procurando meu calor no teu sonho

Nesses anos, todos as coisas mudaram
Tantos inventos, novidades que são magia
Mas meus olhos de ti nunca se cansaram

Entraste em mim um dia, despretensiosa
Sem que eu quisesse, sem que pretendesses
Desde então nunca mais horas mortas

Todos os dias foram vividos ao frenesi
Meu coração sempre esteve em festa
Eis um dos motivos pelo qual nunca trai

Depois de ti, todas as outras eram pessoas
Os desejos foram moldados para teu deleite
Nunca mais me convenceram de outra coisa

Os nossos anos foram passando, esbeltos
Tudo o que criamos foi tomando rumo
Mas nada do que passou construiu deserto

Nossas mãos, de tanto caminharem unidas
fundiram-se em uma só, que não se desgarra
Os braços, de tantos abraços, são uma só vida

Quando acabarem os passos
quando cerrarem os olhos
permaneceremos no abraço

Em outro lugar, qualquer que seja
estarei debruçado sobre ti, velando
ainda, embevecido pela tua beleza.

Foto de NiKKo

Soluços do meu coração.

Andei sozinha por tanto tempo que me perdi
pois em todas as ruas e esquinas busquei te encontrar.
Procurei nas pessoas que atravessaram meu caminho,
a mesma luz que um dia, vi em seu olhar.

Em cada rosto eu busquei teu sorriso,
em outros braços eu fugi da solidão que sentia.
Em meio a tristeza em que eu vivia, me perguntava,
onde estava você, que tinha sido minha alegria.

Eu andei sim por caminhos longos e tristes
e nesses caminhos muitas vezes eu quase desisti.
Meu coração perdeu a vontade de viver que tinha
mas, mesmo triste e amargurada, eu sobrevivi.

Hoje trago em mim as marcas deste amor desfeito,
e em cada segundo, eu escondo a minhas dores.
Brinco com todos. Sorrindo eu digo que estou feliz,
que minha vida é perfeita e cheia de flores.

Mas minha alma está vazia de sentimentos,
meu coração triste e amargurado em silencio chora.
Ao te perder, minha vida fugiu me pelas mãos,
eu morri por dentro quando você foi embora.

Por isso quem me vê, nem imagina o que sofro.
Pois de todos eu consigo a minha dor esconder,
brinco que sou feliz e que vivo contente,
mas a cada segundo, em minha alma estou a morrer.

E é somente quando eu me encontro sozinha
que em meus versos, as minhas tristezas eu dou vazão.
Assim ninguém percebe que minha poesia esconde
Os soluços que trago escondido, na alma e no coração.

Foto de NiKKo

Solidão

Quantas vezes eu sozinha em meu quarto
Desejei ter alguém ao meu lado pra me aquecer
Talvez a solidão me doesse tanto, como agora
Se eu tivesse mais alegria em meu viver.

Mas a solidão é minha amiga constante
E por causa dela eu descobri que posso voar
E percorro estradas de sonho e aventuras
Tendo muitos amores sem contudo, me entregar.

Sigo por esses caminhos que eu mesmo escolhi
Onde a alegria é uma bebida que sorvo lentamente
Pois para mim ela é tão rara e difícil de ser encontrada
Que quem me diz que é feliz, eu acho que mente.

As vezes acho que a solidão por mim se apaixonou
E por me amar, não quer mais me abandonar,
Por isso em forma de compensação
Deu-me o dom da escrita para do amor falar.

A solidão esta comigo há quanto tempo
Que não sei poderia viver sem ela ao meu lado
Mas acho que a ela é o único remédio
Que irá fazer meu coração ser remendado.

Coração esse que tanto amor quis lhe dar
E que por muito amar jamais ousou te prender
Mesmo que em troca tenha recebido a solidão
E descoberto que amar, nem sempre é viver.

E quem sabe um dia em futuro distante
Eu possa me olhar sem sentir amargura ou dor
Talvez eu descubra que fui usada pelos deuses
Pra derramar na terra as lágrimas benditas do amor.

E nesse dia eu sinto que a solidão
Era muito mais que uma amiga constante
Talvez eu veja que foi forma que meu anjo descobriu
Pra andar comigo nessas noites errantes.

Foto de Flower Medeiros

E Agora ?

Não era para ser assim,
Você apoderou-se de mim,
Deixou-me atordoada,
Com medo de ser outra vez enganada.

Você sorri,
Mas é tudo falso.
Você me ama?
Não sei mais o que faço.

Se tudo que fiz não adiantou,
Preciso aceitar que tudo acabou,
Mas tem horas que penso,
Que não são apenas pesadelos.

Não estou aqui,
Você nunca esteve aqui.
Tem horas que é tudo tão real.
Que custa acreditar,
na dor, na angústia, na solidão de agora,

E Agora?

Definitivamente

E Agora?

Foto de Flower Medeiros

Felicidade????????

*Como cão sem dono ando perambulando pelas ruas da solidão, faminta, mal cheirosa, com pragas a me acompanhar. Com tudo de ruim que já me aconteceu, já não ligo mais para o odor que exala de mim.
*Pensamentos doentes, sem força para me manter em pé. Mas minha inquietude não me deixa descansar.
Minha angústia é minha melhor amiga, e já não a suporto mais sussurrando em meu ouvido. Chega! Ao menos me deixa morrer em paz!
*Meus medos já não apavoram mais. Com tudo que já fiz, acho que ele, o medo, tem medo de mim.
*Eu não tenho paciência para as coisas boas, elas são muito instáveis, não param quietas por muito tempo no mesmo lugar, isso me deixa enlouquecida. a dor sim ela demora sair, fica ali por mais tempo saboreando meu sofrimento, e a alegria que se dizia minha amiga de vez em quando ia embora sem me avisar.
*Felicidade a só conheço por nome, nunca fomos apresentadas. Mas também não quero mais saber dessa tal Felicidade, me parece tão arrogante, é muito difícil manter contato com ela. Não diz onde mora, não manda noticias, é tão esnobe que nem aparece para esnobar ninguém.
*Se um dia ela aparecer prometo tomar banho, comer alguma coisa bem gostosa e até perdôo a alegria por desaparecer.
*Então trato feito!
*E você o que vai fazer quando a Felicidade chegar?

Foto de Jorgejb

Crónicas de Monoamor.

Por uma última vez, não volto a perguntar se me queres. Ponto final e não ponto de interrogação.
Arre, que um homem tem uma dignidade, tem uma espinha. Parece que quando te sinto, é mais fácil mentir. É na solidão que me desatino, é na tua ausência que passo ao contra ataque a mim próprio. Porra, os sentimentos são tão parvos, tão ao contrário do que quero. Parece que há gente que nunca tem destes problemas. Afinal, quem vive melhor?
Sinto a forma como desvias o olhar, nem sei o que queres dizer. Pareces fugir, ao mesmo tempo como se te desgostasses de não quereres exactamente o querias querer.
Chatice das palavras. E se falássemos por telepatia? - e se nos entendêssemos sem ser preciso falar?
Que tal inventar uma comunicação mental. Bem, isso não era bom, não podia guardar segredos, seríamos nus a todo o instante.
É de tanto te querer que me calo, que emudeço e paro. Uma vez perguntaste se desisti. Nunca, porque não posso, não porque não queira. Que pode fazer alguém se ama? Não se inventou ainda um chá de desamor, que me tire deste todo, dum corpo pegado a um olhar, dum desejo sereno, às vezes louco. É como uma dor que não sai, mesmo que me queira distrair.
É de tanto querer que me dói o teu não? – Não, não é. É mais, de não encostar o teu não na beira da estrada e seguir. É de me embrulhar nesse teu corpo, lindo, desejado, desse teu rosto, desses teus olhos. Nem me lembro se é lindo, porque não existe onde me apoiar, onde comparar.
Sais de mim, com uma simples frase, o teu movimento é um não movimento, as tuas mãos fecham-se escondidas no meio dos teus braços, encostadas nesse teu peito que queria alcançar e sentir.
Tens as mãos nuas, envergonhadas – olho-me no vazio, na estranha sensação do ridículo, nessa tua expressão vazia de quem nada tem para me oferecer.
Olho o teu rosto – não quero o teu beijo prolongado, não quero estar aí, quando te despedires na lembrança de um adeus, cruel.
A minha esperança são os poemas, o acreditares que vou ter sempre essa pequena luz se quiseres regressar – ao menos terei sempre a esperança que voltes, e tu porque a luz brilhará, mesmo fosca, o convite para te deitares, cansada, gasta de procurar quem te ame mais, ao lado desta pobre paixão inacabada.
Há um ar fresco de fim de Verão que se recalca no final das tardes. O Sol esgueira-se, tu permaneces, cercada da soma dos olhares onde nunca mais dançarás a roda, eu por aqui fico falando ao destino destas histórias. O destino aborrecido, diz que sim, pois é, pois é, complacente, cheio – afinal não há nada de novo nesta história..

Foto de Logan Apaixonado

Talvez...

Existe um porque...
sem razão, sem sentir...
sem nexo, sem sentido...
porém existe um porque...
porque talvez a felicidade
queira ter presente
seus beijos ardentes
seus sonhos tão lindos
talvez ela queira
meus sonhos embalados seda pura
talvez...
seja uma promessa esquecida
talvez...
eu seja só um cara...
talvez exista um porque
fundamentado em sentimentos
tão sinceros quanto honestos
talvez exista uma razão
pra sentir que o coração
muitas vezes nos pede
uma emoção sincera
uma prova infinita
de que ele realmente exista
e sinta o amor em toda sua plenitude
talvez...
as sombras se recolham
e revelem um mundo infinito
repleto de cor e sensações
nunca antes experimentado
talvez....
exista uma ser
simplesmente maravilhoso
que tome meu pranto
e torne em encanto
uma dor antes vivida
em esperança agora surgida
talvez exista
um sentimento esquecido
no fundo do meu ser
que diga ao seu interior
que existo, sou e estou
apaixonado por você...

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

O Show

Terça, 26/09/2006 - 23:23 — Fernanda Queiroz

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Edilson Alves

DIA SEM COR

O homem de cor negra
Precoceito de cor
A noite é negra!
Sinônimo de amor.

Tiránia, covardia, ironia!
Negros passeando na rua...
...Homens caídos no chão,
Preconceito, cor, negros!

Uma rosa caida.
Uma flor: Ex-clavo.
Uma dor: Escravo.

Tudo terminado!
Dia sem preconceito;
Tudo sem defeito
Dia de finado!

Foto de Homem Martinho

Fui falar com Deus

Um dia fui falar com Deus,
Montei-me no meu cavalo alado,
Percorri nuvens e mais nuvens
Até chegar a territórios seus,
Mandou-me entrar, sentiu-me cansado.
E logo me Perguntou “Ao que vens”
Respondi –Lhe prontamente:
“Venho em busca de felicidade
Não só para mim, mas para a minha gente”
Fitou-me nos olhos e Exclamou:
“Felicidade; Paz; Amor; Liberdade
Tudo isso, eu há muito vos dou,
Vós é que não vos contentais
Tendes tudo mas quereis sempre mais”
Fiquei como que petrificado
Não sabia o que Lhe responder,
Ele ao ver-me tão atrapalhado
Disse “Se vós vos preocupásseis em viver”
Pedi licença para me retirar,
Precisava voltar ao meu mundo;
Regressar á minha terra, ao meu lugar,
Precisava falar com as pessoas,
Dizer-lhes que tinha novidades,
Mas mais que isso, que eram boas,
Não, não lhes iria mentir
Somente dizer-lhes as verdades
Que temos andado com medo de ouvir.
Deus deu-nos a paz
Nós fizemos a guerra,
Deus deu-nos o amor,
Nós espalhámos o ódio pela terra,
Deus deu-nos a felicidade
Nós semeámos tristezas,
Deus deu-nos a liberdade
Nós fizemos dos outros presas.
Afinal para que pedimos paz, amor,
Ou até mesmo felicidade e liberdade
Se depois provocamos a dor
Em quem só nos pede a nossa amizade.
Admitamos a grande realidade
Só temos o que semeámos,
Destruímos a liberdade
E este Mundo que herdámos,
Esta é a grande verdade
Destruímos algo que não é nosso
Destruindo o futuro da nossa gente
É o quero, mando e posso,
Destruo quem se coloque na minha frente.

Francisco Ferreira D’Homem Martinho
2007/09/12

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