Distância

Foto de Azahhy

O que aconteceu com a gente?

Hoje acordei pensando na gente...
Fiz uma recapitulação de nossas vidas...
Acabei descobrindo que
Você faz parte dela desde sempre...
Você nunca deixou de existir em minha vida
Descobri que você é o sentido dela.
E já que eu só tenho uma vida
Você deveria ter cuidado melhor dela.
Mais você não cuidou...
Você levou a vida na brincadeira
E acabou ferindo meu coração.
Achou que eu estava brincando quando te disse:
Eu te amo!
Esnobou meus sentimentos...
Como se esnoba algo que repugnamos!
Usou minha alma carente de tapete
Para limpar seus pés.
Me mostrou que no amor não existe só alegrias
E nem sempre acaba com um final feliz!
Minha história, meu filme de amor,
Acabou com muita dor...
Mais você nada sente... parece não
Ter coração!
Olha em meus olhos cheios de lágrimas...
Não diz nada, sorri...
Como posso explicar para meu coração que
Não vale à pena sofrer por você
Se ele insiste em bater mais forte
Toda vez que você passa por mim???
Se ele sente a quilômetros de distância
Quando você está por chegar???
Não tento me aproximar mais,
Não tento te fazer-me notar...
Pois, descobri que
Sou invisível aos seu olhos...
Então resolvo parar de pensar em você...
Penso somente em mim...
Descubro que não fiz nada nesta minha vida
À não ser te amar e amar...
Me abandonei por você!
Não valeu à pena!
Então, querido,
Vou viver, vou ser feliz...
Sem você...
Só assim perceberá que você não é
O centro das atenções mais...
Que já não te quero mais...
E vai vim correr atrás de mim
Como eu corri atrás de você...
E terá uma diferença amor....
Eu tenho um coração dentro do meu peito,
Que insiste em bater só por você!

Foto de Minnie Sevla

Saudade

Saudade

Palavra que lembra dor
Ausência
Distância
De alguém, de um amor

Saudade
Uma angústia no coração
Que pulsa
Geme
Chora
De emoção

Saudade
É querer você por perto
Lembrar
Sentir
Sonhar
Poder
Te amar

saudade
Sentimento de bem querer
saber
Esperar
O momento
De te abraçar

Minnie Sevla

Foto de Minnie Sevla

Amar pra mim é...

Amar para mim é...

Amar para mim é
Dor
Incerteza
Lágrimas
Distância
Profunda tristeza

É morrer vivo
É esperar o que não vem
É se encher de esperança...
Do que não tem mais jeito
Do que não se conhece
Do que faz sofrer
Das palavras não ditas
Em um lindo amanhecer...

Da chuva que angustia
Do vento que incomoda
É falta de juízo
É pura ironia

São noites sem sono
Céu sem estrelas
Universo sem cometas
Mas apesar de tudo
Deste vai e vem de emoções
Amar para mim é... sentir vivo o coração

Minnie Sevla

Foto de Azahhy

A distância...

Ontem descobri que você
Também sente minha falta.
Descobri que você,
Como eu,
Não consegue ficar longe.
Senti no tom de suas palavras
Que esta angustiado, triste,
Querendo me ver, me sentir,
Precisando do meu conforto.
Fiquei muito angustiada!
A distância nos separa,
Não nos ajuda, nos atrapalha...
Mais,
Minha presença de amor
Nunca te deixa,
Jamais te deixará.
Se você precisar do meu conforto,
Do meu ombro, meu carinho,
Mesmo com a distância,
Estará ai meu coração
Sempre aberto e a espera de você.
Esperando aquele desabafo,
Daquele jeito carente e meigo,
Que só você tem!
Venha,
Me sinta presente na sua vida!
Estou aqui,
Sempre ao teu lado.
Te amo!!!

Foto de Hisalena

Hoje olho-te

Hoje olho-te com a indiferença de um passado distante,
Já não sinto aquele aperto imenso dentro do peito,
Já não sinto o coração a bater descompassadamente,
Já não baixo o olhar, limito-me a seguir adiante,
Já não sinto mágoa, nem dor nem sequer despeito,
Já não sinto tristeza nem choro como antigamente.

Hoje olho-te à distância de um amor imenso
Que foi sem nunca ter sido mais que uma ilusão.

Hoje olho-te à distância e com um sorriso penso
Que és de todas a minha mais doce recordação.

Hoje olho-te à distância e não consigo evitar a saudade
Que a tua simples presença trás à minha memória.

Hoje olho-te à distância e sinto em mim essa verdade
Que me diz que és sem ter sido a minha melhor história!

Foto de Fernanda Queiroz

Outono

Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de edileia

Saudade de um beijo

Tanta saudade me mancha os olhos,
À lembrança embriagante
Do seu beijo...
Você foi sôpro de vida,
Um amanhecer de emoções.
Foi brisa,
Foi vento morno,
Que penteou meus cabelos
Com as mãos...
Tão frágil é a distância
Que me pego a dormir
Nos seus sonhos,
No repouso da promessa,
No seu chamar que não cessa...
Tanto céu, tanto mar!
E a mim é nada!
Não se conta o azul
Que nos separa,
Apenas o tempo da saudade,
Que nos faz, em dois,
Um só desejar...
Não há noite, solidão
Em minha espera.
Só a ãnsia que me faz viva,
Trôpega de vontade,
Do roçar dos seus lábios nos meus...
Assim, toda essa saudade
Pousa em mim,
Mirando o Atlântico,
E põe nosso amor
Nas mãos de Deus...

Foto de pmgp3795

Amor distante!

Amor distante!

Quando me senti sem Força e Bravura,
Para continuar a Lutar, nesta Vida sem Amor
Julguei até minha Alma me ter abandonado.
Viver nesta angústia que me causa dor
Querer-te abraçar, e saber não te alcançar,
Nem mesmo com meus longos braços.
Pois sei que te encontras distante,
Longe do alcance dos meus Carinhos e do Amor
Do Amor que tenho para te dar
E partilhar contigo tudo o que tenho: Meu Coração.
Sequioso de tanto bem te fazer, pelo Amor
Que tenho bem dentro de mim, para dar
À minha Amada, tão distante de mim.
Distância essa, que é encurtada, pela FÉ,
Pela Fé que um dia, um dia eu te terei…
Nos meus braços, para muito Amor te dar,
Fazer-te sentir como nunca te sentiste,
Amar-te como nunca ninguém te amou,
Por ti serei melhor daquilo que sou,
Lutarei por conseguir encurtar essa distância
Que mais parece não ter fim, mas…
Pela Força e Coragem que me resta,
Lutarei por Nós, até nos abraçarmos no Amor.

Por: Pedro Pereira – 17 / 03 / 2007

Foto de Lou Poulit

O Caminho é o Mestre.

Precisei viver muito, cair e levantar muitas vezes, para legitimar no meu silêncio a simples impressão de que tudo valeu a pena, por ter aprendido algumas coisas. Há tantos anos que nem me lembro mais quando foi, li sobre o conceito cabalístico de amor. Achei que era uma coisa muito bonita, mas impossível de se conseguir. Parecia um paradoxo existencial insolúvel, porque parece pressupor o sacrifício da individualidade própria e sem ela, ainda que consigamos pisar no horizonte, não poderia haver nisso um mérito nosso, já que não terá sido uma obra nossa. Guardei o conceito com carinho numa das últimas gavetas da alma.

Os anos se sucederam e através deles uma aparentemente infindável sucessão de logros e malogros, que deixavam uma coisa cada vez mais clara e insofismável, na minha alma obstinada e penitente: as melhores coisas que havia conquistado não eram aquelas pelas quais me dispusera a tantos sacrifícios, não eram a montanha, mas sim as que em algum momento me pareceram uma pedra suficientemente firme, para enterrar o cravo e continuar a escalada. E isso foi verdadeiro em literalmente tudo. Sabia exatamente o que queria e, quase sempre, soube encontrar meios de prosseguir. Mas não sabia o mais essencial.

Não sabia que nossas ambições são como uma miragem. Ainda que sejam alcançadas, podem durar bem pouco nas nossas mãos. Mesmo porque logo precisaremos desesperadamente de um novo objetivo, uma nova referência para que possamos canalizar nossa energia. Precisaremos fazer isso, ou teremos a impressão de que todo o universo, em seu legítimo direito de prosseguir, está nos atropelando lenta e minuciosamente. Talvez possamos parar para comemorar uma conquista, ou nenhuma conquista, como fazemos mais freqüentemente, e assim exercer nossa auto-estima, e simplesmente não querer mais nada. Porém não poderemos interromper a sucessividade das coisas, ou a transitoriedade de tudo.

Como não podemos assumir nenhum dos extremos do paradoxo, ou seja, não podemos ser Deus nem tão pouco um inútil grão de areia, a solução está necessariamente no meio do caminho entre um e outro. Não é como encontrar uma agulha no palheiro, ou um determinado grão na praia, é muito mais difícil que isso!

Às vezes, por minha própria experiência, tenho a impressão de que posso propor uma solução: desconcentrar o foco. No entanto, preciso esclarecer uma coisa da maior importância: Quando digo desconcentrar o foco não estou defendo nenhuma abstenção, negligência ou leviandade generalizada, como pode perecer. Mas sim, muito ao contrário, redistribuir o feixe, contemplando mais as pequenas coisas do caminho, que estão sempre tão perto da gente; e nem tanto no horizonte, em cuja distância o foco talvez se perca irremediavelmente.

Isso não é nada fácil, concordo, mas deve ser uma espécie de aliança profícua. Sim, uma aliança porque assim daremos ao universo a oportunidade de participar muito mais proveitosamente das nossas conquistas, de nos oferecer alternativas, enquanto damos a nós mesmos a oportunidade de exercer mais legitimamente o nosso livre-arbítrio. Porém, aqui cabe um alerta: Não se deixe iludir pelo seu conceito vulgar e tão divulgado: O tal livre-arbítrio, instituição criada a partir textos inspirados, não pode ser o direito absurdo de fazermos o que bem entendermos. Crer nisso seria subestimar a inteligência do Grande Legislador, depois de superestimar a nossa. Não é minimamente razoável.

Vejo isso da seguinte maneira: suponhamos que você tenha dito ao seu filhinho amado que parasse a brincadeira para fazer o dever de casa. As crianças nunca têm pressa para aprender. Na verdade, ao fazer seus exercícios, querem mais se livrar da obrigação do que aprender o que os adultos pensam ser necessário. Ora, se você lhe desse dois ou três cascudos mais alguns gritos, certamente ele faria os seus exercícios e alguma coisa sobre a matéria haveria de fixar na mente, além dos cascudos e gritos, claro. Mas tenho a mais cristalina convicção de que você se sentiria um pai/mãe muito melhor, se ele resolvesse fazer o dever e aprender por conta própria! Sem precisar de qualquer penalidade. A evolução dele e a sua satisfação seriam muito mais legítimos e perenes. Pois aí está, para mim, o sentido verdadeiro do livre-arbítrio, dentro dos limites da mente humana. Até onde a criatura e o criador eram uma coisa só, não poderia haver esse mérito. Então, porque resolvemos criar nossos próprios objetivos e expectativas, e engendrar os meios para isso, passamos a precisar dessa instituição. Porque Deus, que não pode ser um pai menor do que eu ou você, prefere não nos arrastar para casa pelos cabelos. Na verdade não se trata de uma liberdade, mas da oportunidade de escolher bem e com responsabilidade.

Então, juntando tudo, creio ter uma boa proposta. É simples e não tem o rigor hermético imposto pelas instituições dogmáticas, que também tendem a priorizar suas próprias necessidades: focamos o horizonte apenas para que tenhamos uma referência de direção; depois criamos focos nas pequenas coisas que estão em nós, à nossa volta, entre nós e na mesma direção que escolhemos. Sem perceber, estaremos abrindo mão de uma parte do nosso ego cabalístico, aquele que quer satisfazer a si próprio, entretanto, também estaremos sintonizando a energia cósmica, que quer satisfazer a toda criatura, humana ou não, que possa escolher, segundo as preferências de cada uma. Além de satisfazer, segundo a Sua preferência, a todas as demais que não podem escolher por si.

A polarização sexual dessa questão é muito bem representada por um mito antigo: Os deuses do Olimpo estavam prestes a se unhar, por não haver consenso sobre quem teria mais prazer no amor, se o homem ou a mulher (uma questão que, hoje, a ciência responderia facilmente). Então Zeus, tido como grande sedutor mas que, provavelmente, era um péssimo amante, mandou chamar um semi-deus, por sua vez tido como apaziguador. Não podendo recusar a missão que lhe fora confiada, este meditou um pouco e depois afirmou categoricamente (sem a tecnologia atual): Quem tem mais prazer no amor é a mulher... Liderado pela extremada deusa Hera, mui traída esposa de Zeus, o bloco dos feministas já estava começando a sua festa. Mas, olhando os olhares inchados de raiva dos machistas, ele completou: ... Mas o homem é quem o provoca. E assim, enquanto o bloco dos machistas fazia a sua festa, a enfurecida Hera cegou o pobre semi-deus. Na tentativa de ajudar os que queiram compreender melhor a inexplicável sabedoria dos antigos, aqui vão versos definitivos de Vinícius de Moraes, da sua “Brusca Poesia da Mulher Amada”:

“...E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!”

O verdadeiro amor só pode ser isso: O sentimento de querer bem e de satisfazer as pessoas/coisas amadas. E para dar certo, basta que aquele que ama seja uma das pessoas amadas. Ponto passivo: não existe uma matemática humana para o amor, essa coisa de determinar de modo fixo um ponto entre os dois extremos. Tudo bem, mas não estaria exatamente nisso o mérito? Veja, essa exatidão fixa, humanamente lógica, redundaria em mais uma estrutura ideológica capaz de engessar a psiqué e atrair o foco para o ego. Ela não é necessária. Mais importa que se exerça a vida, a alma, que se ame e que se cresça. A alma é o maior objetivo, o amor é o meio mais eficiente, e o caminho, quanto mais escuro mais guarda estrelas: É o mestre!

Foto de Lou Poulit

Hoje Celebro uma Estrela

Hoje celebro uma estrela.

Porque, como de todas as estrelas,

Devemos desistir de tê-las

E como o barco, que apetece Pessôa,

De tão boa apenas pertencê-las...

Pelos cantos, sob os estrelados mantos,

Em cujas noturnas lembranças vagueio.

Hoje celebro muitas coisas.

Até aquelas crianças cheias de dentes,

Tão ricas, tão felizes, tão magrelas,

Que hoje celebro a lembrança delas,

Das velas que seus sorrisos dispensavam

(Quando até a luz faltava);

Porque tímidas estrelas guardam

O sonho radiante das manhãs

E aqueles sorrisos de dentes

Guardavam e protegiam pra gente

As nossas esperanças terçãs.

Sobretudo, do meu amor não apanhe,

Por celebrar com tão simples champanhe

O mais nobre e verdadeiro sentimento:

O querer-tão-bem mais insuspeito,

Que assim como um fermento do peito

Enobrece o tempo e a distância...

É uma prece, uma constância...

Quanto mais velho: melhor.

Hoje celebro uma estrela

Que não pode pertencer à noite

Nem ao dia, nem a ninguém;

Pois que seja, pois que sobreviveu!

Nos protegeu, pois que nos beija!

Nos fez crescer além da idade...

E tão injustamente amesquinhamos:

É só amizade.

Lou Poulit, jul/2006

(Aniversário da bailarina e amiga antiga Agda França, prestes a embarcar para um trabalho no Japão).

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