Direção

Foto de Riva

NAMORADOS DE OUTRORA

NAMORADOS DE OUTRORA

Noite calma, o silêncio orquestrava aquele lugar,
Um recanto bucólico para o amante em exultação,
Na dileção da donzela se enleava em conquistar,
Nos bancos da praça, a preferida do seu coração.

Eram flertes bem velados, um poema a declamar,
Ritual dos enamorados, a mais viridante sedução.
Do coreto se contemplava os casais indo passear,
De mãos-dadas e em pares, iam em toda direção.

Lirismo de uma época que hoje passo a lembrar,
Deste lindo amor poético em grande veneração,
Havia encanto, havia beleza, uma união a fulgurar,
Era o tempo das pucelas, convictas por devoção,

Nostalgia da pureza, da cândida virgem ao altar,
Vestalinas de agora! Por que esta transformação?!

Rivadávia Leite

Foto de leandro landim

Direção do Amor

Eu esperei
Eu esperei sempre um pouco mais
Do que deveria esperar
E sonhei
Com o dia que ia te conhecer
O dia em que ia te abraçar

Foi então
Que levantei
E novos sonhos inventei
Para a vida continuar

E nos caminhos do destino
Um coração ainda menino
Vai um dia te encontrar

E se eu estiver cansado
Segure a minha mão
E siga ao meu lado
Na direção
Que o amor nos levar

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

Foto de P.H.Rodrigues

Panda

Plaina no tempo, a linda Panda.
Se poem a agraciar a simplicidade,
de viver sorrindo, de fazer eterno
um simples momento.

Veja como é belo seu bailar,
de lá pra cá, vibra em alegria,
sem se preocupar com o fator "tempo".

Teu sorriso explode sem direção.
Alcançando até os mais distantes,
criando mar onde há sertão.

Vá Pequena Jovem Panda.
Voe sem medo da altura,
siga alegremente sem se arrepender.
E aproveite ao máximo essa aventura.

Foto de William Contraponto

RUAS DA CIDADE

O que pode parecer loucura
É a verdade mais pura
Que alguém já disse:
A cidade e suas ruas
São fontes de conhecimento, saber.

Ontem durante a noite
Lembrei da orientação,
Parti, era quase madrugada
Sem nenhuma direção
Então, te vi iluminada
Me aceitando como novo camarada.

Com o encanto da brisa,
Mesmo parado, voei alto
Decolando pela avenida até
o céu estrelado,
Onde suspendi por minutos
Alguns juízos perfeitos, calculados

E foi desrespeitando esses limites
Que consegui perceber:
O sistema existe pra te manipular,
Te dizer quando deves rir ou chorar.

E foi pelas ruas da cidade
Que pude despertar,
Liberto em parte
Por suas loucas fontes de saber.

Foto de Carmen Lúcia

Perdida(mente)

Perdidamente, me pus em teu caminho.
Bebi tuas palavras, sorvi teus devaneios,
aspirei os teus suspiros, desvirtuei teu ninho,
sagrei os teus segredos, rompi teus entremeios.

Perdidamente, cruzei o teu destino,
lambi o teu suor, saboreei teu vinho,
desalinhei tua rota, arrombei tua porta,
mudei a tua sina... em direção a mim...

Perdidamente, joguei-me em teus braços,
forcei os teus abraços, me ofereci a ti,
forjei teus sentimentos, ceguei-me à realidade
e entre delírios loucos...aí que me perdi!

(Carmen Lúcia)

Foto de Bruno Silvano

A Caverna

Seu olhar era triste, talvez pela saudade que estava sentindo de casa, ou por esta se sentindo uma estranha, em um pais desconhecido, sem nenhum amigo. Cursava o primeiro semestre de Moda em uma das maiores universidades de Londres, mas ainda era uma garotinha ingênua e insegura, cheia de expectativas para o que mundo pudesse vim a lhe mostrar, a lhe trazer.
A primavera chegava, e florescia o coração daquela jovem, que por muitas vezes pegava-se a observar o céu estrelado chorando de solidão, da falta que uma companhia lhe fazia. Deitava-se sozinha na rede para acompanhar a transformações das flores, sentia-se como uma, a mais sensível e perfumadas delas, uma daquelas flores que enfurecida com o descaso das pessoas abria somente a noite, onde realmente tinha liberdade para ser somente uma flor.
Costumava banhar-se em um riacho com águas claras, doces, ao som de passarinhos e da goteira que pingava uniformemente da parte de cima da caverna. Era o lugar em que costumava se encontrar com seu interior, em que botava calma na alma, o que ajudava a disfarçar o seu semblante triste.
Sua solidão era cada vez maior, procurava relações de todos os tipos, porém nada fazia com que aquele sentimento tivesse um fim. Sempre procurava cura naquela caverna, aquilo se tornava um vicio, porém em uma de suas idas encontrou algo lá, algo que para ela realmente valesse a pena, a os seus olhos ele era diferente, tinha seu brilho especial, era espetacular, tinha seu toque de humor e simpatia. Foi paixão a primeira vista, fez dele o seu tudo, passava horas com ele, já mais havia sentido tanto amor e prazer quanto o que ele deu a ela, juntos, ela realmente se sentia mulher, algo que não sentiu com mais ninguém.
A caverna tornou-se seu ponto de encontro, não havia alegria maior do que ir todos os dias para lá, e em seu ponto de êxtase deixou-se seduzir de vez por ele, o acariciou com vários movimentos, se deu toda a ele, utilizou de todo os artifícios que havia aprendido em sua vida, deslizou sua mão suavemente sobre todo seu corpo, fazendo-o sentir vibrações, porém ele já não estava com mesmo brilho de como ela a viu pela primeira vez, porém insistiu em acariciá-lo, deslizando com toda sua sedução, a mão até suas partes mais sensíveis, e em um gesto de amor ela pediu “me deixa cuidar de você?”, porém não obteve resposta, o seu brilho foi diminuindo lentamente, até que sem saber o que fazer, ela o deixou ali imóvel, até que toda sua bateria acabasse. Porém não se deixou abater, saiu correndo em direção a cidade e em menos de uma hora já estava com um novo amor, um iphone 4s, que embora seja menos compacto que seu antigo amor ainda trazia lembranças de seu já sem bateria iphone 5.

Foto de Carmen Vervloet

De Mulher Para Mulher (Republicando)

Tu és amiga... Companheira...
No mar bravio da vida, marinheira
destemida a navegar
sobre as ondas oscilantes deste mar!

Comandas teu frágil barquinho...
Vais vencendo de mansinho
as turbulentas águas da lida,
onde fostes inserida pela vida!

Corpo delicado... Mão forte...
Indicas o rumo... Mudas a sorte...
Nesta tua tripla jornada
de provedora, mãe, mulher
que tão bem sabe o que quer!...

Acordas quando a lua adormece,
dormes quando o tempo acontece...
Sem hora... Sem previsão...
Quando deixam de solicitar tua atenção!...

Nem sempre compreendida, valorizada,
carregas dentro de ti guardada
a tua inquestionável intuição...
Seta que te dá à direção!...

Da vida, em torno de ti girando,
tudo esperas...
Como uma pequena esfera
envolves o mundo
com teu amor profundo!...

Semeias a paz... Sábia e audaz...
Com teu jeito eficaz
deixas brotar a emoção
que sai do teu terno coração!...

Mulher... tu és o amor-perfeito...
Sem medos ou preconceitos
deste multicolorido jardim
de amor sem fim!...

E mereces de mim
esta homenagem
de mulher para mulher...
Por ser mulher
e entender tão bem
tudo o que desejas
e realizas na vida
com tenacidade e fé!

Foto de Samir Querino

Obras de arte

É SURPRESA EU ME VER
REVOLTADO POR PENSAR
QUE SOU LIVRE SEM QUERER
SEM PODER ME LIBERTAR

FUI EXPULSO DA PRISÃO
OCULTA NO PARAÍSO
SÓ ASSIM PUDE ENXERGAR
QUE O INFERNO É UM SORRISO

SORRISO ESCONDIDO
POR BAIXO DA PINTURA
BORRÃO NUM QUADRO LISO
ENVOLTO EM MOLDURA

DE OURO E DIAMANTES
QUE OFUSCAM A VISÃO
DISTRAEM A SUA ALMA
E CEGAM O CORAÇÃO

O MESMO QUADRO QUE ATRAI
LEIGOS AMANTES DA ARTE
É O QUADRO QUE ENCANTA E TRAI
OS CEGOS DONOS DA VERDADE

VERDADE QUE SE BASTA
FRENTE AO FOGO DA RAZÃO
ARMADURA FERVOROSA
FRENTE A BALAS DE CANHÃO

IMUTÁVEL IMPENSÁVEL
INQUEBRÁVEL INEXPLICÁVEL
ALICERCE DE CONCRETO
ESCULTURA DE CRISTAL

VENERÁVEL HONORÁVEL
ODIÁVEL ABOMINÁVEL
SÍMBOLO DO CERTO
VENTRÍLOQUO DO MAU

A SÓLIDA MENTIRA
EM SOLO FÉRTIL INCRUSTADA
TERRA DE IGNORÂNCIA
PRECONCEITO E RANCOR

TORNA-SE O ALICERCE
DA JÁ FRAGILIZADA
VERDADE QUE RENEGA
O RESPEITO E O AMOR

LIVRE DA VERDADE
REFÉM DO SEU PODER
NÃO DIGO O QUE VEJO
NÃO SEI O QUE DIZER

TANTAS RESPOSTAS TINHA
AGORA NÃO TENHO MAIS
MINHA SUPOSTA SABEDORIA
EM VERGONHA SE REFAZ

VERGONHA E REVOLTA
TAMANHA A ENGANAÇÃO
ROUBARAM MINHA ESSÊNCIA
PODARAM MEU CORAÇÃO

AGORA EM LIBERDADE
NÃO SEI QUAL TRILHA SEGUIR
O CAMINHO DA VERDADE
PARECE NÃO EXISTIR

O QUE RESTA SÃO AS DÚVIDAS
ROGANDO INTERPRETAÇÃO
A VERDADE DAS MASSAS
SÓ DIALOGA COM A EMOÇÃO

BUSCO HONESTAMENTE
A BÚSSOLA DA RAZÃO
PRECISO SEGUIR EM FRENTE
MAS NÃO SEI A DIREÇÃO

SE HOJE SOU O QUE SOU
O QUE SOU AINDA NÃO SEI
TALVEZ MORRA SEM SABER
O QUE FOI QUE ME TORNEI

UM SÁBIO IGNORANTE
NÃO SABIA QUE NÃO SABIA
AGORA SEI QUE A TOLICE
RESGUARDA A SABEDORIA

Foto de William Contraponto

À Espera de Você

Toda forma de pergunta,
Toda fonte de resposta
Estão bem a sua frente
Esperando você duvidar

Questão aberta; Questão levantada
Agora a direção incerta
Espera uma opinião lapidada

Entregue-se a tal poder
E na página inicial
O que esteve em branco
Passa a ser escrito ao natural

Toda forma de atitude
Toda fonte de ação
Ficam ali a frente
Esperando você realizar

E já não há desculpa
Pra deixar quieto o problema
A culpa também pode ser sua
Quando sabes do mal
E em nada intervem

Entregue-se a fazer o bem
E nas páginas da existência
O que ficará em branco
É o que deve ficar

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