Quando surges amor... és a melhor coisa do mundo!
És inexplicável, furioso e arrebatador.
És a noite feito o dia, és o dia feito a noite; não almoças, não jantas: emagreces e adoeces; o coração deixa de existir, sufocando a alma nas tuas guerras.
Comandas a mente e o corpo, és o dono e o senhor de todas as emoções.
Olho-te nos olhos...
Estremeço só de te ver.
Sinto-te a cada instante, cada, cada vez mais perto.
Perco-me nas tuas mãos, nos teus braços, nos teus lábios, na tua boca: atiro-me a ti feito felino, um Gato pardo ou Tigre da Sibéria...
Beijo-te os lábios encarniçadamente... já não sei quem sou... já deixei de ser eu... já não sou eu!
Sôfrego mordo-te e beijo-te os lábios a boca os dentes e o teu corpo lambendo-te os olhos a alma e a vida...
... Tanto tempo de espera meu amor, tantas noites afoito... beijo-te os olhos, os dentes, o pescoço, aperto-te em meu peito; apetece-me gritar, chorar, entrar dentro de ti: apetece-me morrer agora, para que este momento resista a penúria dos tempos e não se mexa no relógio da vida como se o nosso tempo acaba-se AGORA, como se nada mais existi-se senão tu e esta memória!
A paixão é d'ouro: ela incendeia, queima, assa, amordaça-nos.
A paixão é uma loucura onde o acto de amar se entorna num coito atrás de outro, entre este e outro coito, coito após coito.
Não existe cançaso, não existe fim, não existe descanço nem cansaço, não existe tempo nem minutos nem horas nem comboios na estação. O tempo é infinito, nunca acaba. O beijo é o alimento, o abraço a protecção, o sexo é o dia, dizer-te amor é a vida!
A paixão é d'ouro, a perdição de todas as maneiras, em todos os lugares e em todas as horas.
Vivemos para amar, amamos para viver.
Nada importa: nada mais importa: - A familia não importa; o trabalho não importa; Os amigos não importam; o dinheiro não importa... nada importa!
Vivemos para amar e amamos para viver: estamos APAIXONADOS!
Paulo Martins