Dever

Foto de Igor Pontes

poema e reflexão

Filosofando indignado.

É tanta gente feia se achando linda,
É pouca dor e amargo pra muita ferida,
Sei lá... É tanta gente não sendo o que diz,
Há muita mentira escondida por aí.
A vida que passa é assim,
Você dizendo o que quer e você mesmo não diz,
Porque sou o que falo...? Mas não sou o que digo...?
Tem tanta gente sendo assim e ainda assim,
Indecisões que outrora simplesmente me afastam dessa sociedade hipócrita.
Se não somos melhores que ninguém,
Não devemos nos achar pior que ninguém.
Estamos no mesmo barco da vida,
É um dever levantar todos os dias,
E buscar dentro de você a essência do bem,
Mesmo quando ninguém ou nem mesmo você a encontrar.
Portanto amar ainda é o melhor remédio pra se curar,
Não adianta pagar o mal com o mal,
Essa sim é uma atitude digna,
Não devemos nos esconder na hipocrisia de se achar melhor que os outros.

Foto de Ivone Boechat

A Escola de Cristo e a escola dos homens

Hoje, fala-se na educação moderna, discutem-se leis e métodos que poderiam socorrer os "cansados e oprimidos" da escola dos homens, todavia, os especialistas da educação se esqueceram de estudar e analisar a estrutura e o funcionamento da escola que Jesus propõe à humanidade.
O Serviço de Orientação Educacional tem funcionado, na maioria das escolas, como delegacia de polícia, para onde são encaminhadas crianças com problema; depois, por falta de pedagogia, são transferidas, expulsas, discriminadas, reprovadas e registradas no rol da evasão.
Cristo fez tudo diferente.
Certa vez, o Mestre estava na Galiléia e as crianças, como sempre o rodearam, porém, os discípulos (agentes de disciplina) ficaram preocupados e começaram e levá-las para longe. Só que foram severamente advertidos: "Deixai vir a mim as crianças" (Lc. 18:16).
O conselho de classe geralmente consiste no encontro periódico do corpo docente para "avaliar" o desempenho dos alunos na aprendizagem. É um julgamento apressado. O aluno é culpado por todo tipo de fracasso. Só ele falhou, só ele mora longe, ele é mal educado, não se interessou e não aprendeu. Sob a batuta de "especialistas", vem o resultado, ano após ano: reprovação em massa. O réu é condenado e, se algum professor "bonzinho" erguer sua voz em defesa, quase é massacrado:
- Assim a educação não vai pra frente!
- Você vai aprovar todo mundo?
Cristo fez diferente.
Um dia, Ele estava no templo, ensinando, quando "professores, escribas e fariseus" lhe trouxeram uma aluna que havia cometido uma falta grave. Já haviam realizado o conselho de classe entre eles e resolveram reprová-la. Uns citavam artigos da Lei de Moisés (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), outros alegavam seu comportamento, porém queriam ouvir a palavra final do Mestre. Perplexos, viram quando Ele se dirigiu não a eles, mas a ela: "Vai e não peques mais" (Jo. 8:11).
Jesus criou o conselho de classe para avaliar o processo educacional, onde destaca, sobretudo, o professor. Isto ficou muito claro, principalmente, no dia em que se colocou no meio de seus discípulos e perguntou: "E vós quem dizeis que eu sou?" Estava criada a auto avaliação.
Nem seria preciso dizer, mas a gente diz que o sistema de recuperação que se implanta por aí não recupera. Na Escola de Cristo é diferente. O aluno Pedro estava em recuperação e o Mestre preparou um teste oral, com apenas três perguntas:
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que te amo.
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que te amo.
- Pedro, amas-me?
- Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Foi uma prova duríssima, mas Pedro foi aprovado e ainda levou o dever de casa: "Apascenta minhas ovelhas" (Jo. 21:16). Jesus criou a recuperação para recuperar o aluno e não a nota. O aluno recuperado recupera a nota!
Os estudantes da Escola Profissionalizante de Cristo saem habilitados como "pescadores de homens". Líderes para atuar em todas as Eras.
O problema da evasão é tratado com muita firmeza: "Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, perdendo uma delas, não deixa noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida, até que a encontre?" (Lc.15:4). Jesus orava preocupado com a estatística de um aluno perdido na turma de 100. E nós? De cada 100 alunos matriculados na 1ª série do Ensino Fundamental, somente oito chegam ao Ensino Médio.
Jesus se mostrou preocupado não só com alunos perdidos, que abandonam a escola, ao contar a parábola dos que se perdem dentro da escola: "varrer a casa, buscando-o até encontrá-lo" (Lc. 19:5).
Quem fundou a obra educacional de recuperação dos meninos de rua foi Jesus (Mc. 9:42). Ele criou também o Centro de Estudos Supletivos. Havia aulas durante todos os dias da semana: manhã, tarde e à noite. Zaqueu, chefe dos publicanos, cobrador desonesto de impostos, fez sua matrícula de cima da árvore e começou a estudar, naquele mesmo dia, em casa (Lc. 19:5). Nicodemos, príncipe dos judeus, preferiu estudar à noite, levando no caderno de anotações as suas dúvidas. Após a primeira aula, levou a resposta de tudo e uma advertência: "Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?"
Na Escola de Cristo, estudavam ricos e pobres. Quando fundou a Educação Especial, após a aula, curou a todos. Não temos esse poder, todavia, temos o dever de respeitar os deficientes físicos e também a obrigação constitucional de fazê-los parte integrada do sistema educacional (Mt. 15:31-32). Estava criada a educação inclusiva.
E a merenda escolar? Basta ler a narração bíblica da multiplicação dos pães para responder a pergunta. Todas as vezes que o Mestre ministrava suas aulas, ele mesmo providenciava a merenda (Mt. 14:17; Mt. 15:36; Lc. 15:32).
Jesus sempre trabalhou em equipe, não fazia o que os discípulos podiam fazer. Em Betânia, choravam pela morte de Lázaro e ele mesmo chorou, quando chegou à cidade. Seguido por grande multidão (suas turmas eram enormes), foi visitar o túmulo, mas uma pedra o impedia de ver o aluno-defunto. Com seu poder, bastava ordenar e a pedra se tornaria pó. Não. Preferiu trabalhar em equipe: "Tirai a pedra" (Jo 11:39).Jesus sempre fazia a chamada. Dentro do cemitério, se não fosse feita a chamada nominal do aluno Lázaro, seria uma ressurreição em massa: Quem deveria “sair para fora?” Sairiam todos!
Na prova final de Pedro, Jesus lhe deu "cola" ao aluno. Ele errou a última questão: cortou a orelha do centurião romano. Não foi reprovado nem ficou em recuperação. Continuou na Escola, porque o Mestre sabe que o erro é pedagógico.
Quem foi que criou módulos para o ensino à distância? E os módulos foram escritos pelos próprios alunos, Mateus, Marcos, Lucas e João, observando o universo vocabular...
O alunos da Escola de Cristo são tratados com justiça e igualdade. Judas que tanto lhe perturbou o magistério não foi expulso nem transferido: estudou na sua escola até o fim.
Cristo implantou a inclusão digital: "Pedro, tudo o que ligares na Terra será ligado no céu." Providenciou a globalização do ensino: "Ide por todo o mundo"... para que os homens se religassem na Internet divina e navegassem na mídia celestial: fé@graça.comJesus
A palavra rede (web) “hoje” é ultra moderna, todavia, Jesus a usou como palavra chave na Sua Escola e deu aula aos discípulos de web: “Lança a rede para o lado de lá”. Ou seja, para o lado do Bem.
Ao criar seu twiter, olhou para Pedro e disse-lhe: segue-me. Hoje, o Mestre tem milhões de seguidores ao redor do mundo.

Ivone Boechat
Extraído do livro Escola Comunitária-4a.edição-Reproarte-Rio 2004

Foto de Arnault L. D.

No fim dos dias

Eu sei que o amor está em mim,
quando a dor não faz correr,
quando mesmo me ferindo,
e abraça-la é dizer sim,
Digo. Contando com o sofrer,
sem razão de estar sorrindo.

Eu sei que o amor está em mim,
quando não me ponho a mover
e deixo a onda me encontrar.
E o tiro não é de festim,
a festa não vem socorrer,
e mesmo assim irei ficar.

Eu sei que o amor está em mim,
este amor, que esta em você,
Mesmo se não traga canto
quedo aqui, até o fim.
Não deixo margem para um “se”.
Estarei... enquanto encanto.

Eu sei que o amor está em mim,
mesmo que não lembre, serei,
sem dever voltar mais nada.
Não é para ganhos que vim.
Assim, mesmo fim, amarei.
Pois, sei... que me fez morada.

Foto de Paulo Master

Os ditames da educação

É possível ser cordial, agir educadamente com alguém que nos tenha ofendido? Quando um coração é ferido existe discordância de sentimentos que podem ir além, dependendo do grau de educação de cada pessoa, mas... é possível realmente ser amável com alguém que nos magoou sem parecer hipócrita? Como proceder realmente? Existe também a questão de princípios, os preceitos da boa educação não permitem que sejamos falsos com nosso semelhante. Pertinente a sentimento humano as coisas se tornam muito mais complexas, é complicado seguir as regras da boa etiqueta sob a pressão do coração, pois existe certa dificuldade para discernir os sentimentos, a convergência de pontos de vista, a falta de disposição em ser sincero com alguém são questões que devem ser consideradas, afinal houve uma quebra de decoro por parte de outrem e diante dessa premissa o obvio seria o hermetismo sentimental. Exageros à parte, devemos concordar que a vida, embora irônica em certas ocasiões, precisa ser levada a sério e todos nós temos o dever de ser sinceros com todas as pessoas a nossa volta, portanto, é apropriado que sejamos cordiais, gentis, amáveis sem ser hipócritas com quem quer que seja, independentemente da situação. Essa regra deve ser aplicada a todas as pessoas. No entanto, somos seres ligados a uma ordem natural, o temperamento, o caráter e a personalidade de cada indivíduo deve ser levada em conta. É o que constitui a natureza de cada ser, as pessoas têm sua própria designação, sua índole. De tal modo que podemos ser capazes da quebra de decoro, devemos ter aptidão a perdoar o nosso semelhante.

Foto de carlosmustang

EMBIRRA

cê dá pra brincar vamos continuar...
É triste sim ver o PM cumprindo seu dever...
Morte que não acaba mais...
Ajoelho pra chorar...

Todo sangue inocente, bebida de DEUS...
Na dança da vida, graças á beber
Quem vence, ou luta parada, ou continuá
O choro é o mesmo, pra quem tudo termina

A revolta, a desesperança, a quem vive
Os sonhos tão confusos, a emoção difusa
O caminho marcado pela vida(almejada)

Encanto, desarmonizado pelo desencanto!
A emoção, afectada pela desunião,desapontamento
Mesmo na sujeira, chafurda alegria

Foto de carlosmustang

..dostoievski PRECISO FALAR..

Vivendo ignorantemente por momento
Essa justa inutil por praga
Num choro cconstante de sono bom
Correndo tras do vinco justo

Esarlando sonhos amores, despertares
Momentos de injustiças passares
A vida é mais ruim quando não se acha
Todo entendimento de dever, direito

Humilde advogando judiciado
Vai ser tao pequena gota
Colhendo justiça num tacho

E esperança pra esquecidos
Mesmo chingado e temido
Dos inlordes amigos gnordes

Foto de raziasantos

Justiça é tudo que o mundo precisa.

Justiça é tudo que o mundo precisa!

ENTRE O DEVER DE ASSEGURAR, E A PRÁTICA DO ATO ARBITRÁRIO

A população Brasileira clama por mudanças radicais em diversos setores da nossa sociedade. Mudanças em benefícios da saúde, educação, transporte, segurança e muito mais. Sem dúvida a violência sempre foi uma das causas mais repudiadas, com especialidade aquelas praticadas por aqueles que têm o dever legal de proteger e manter a ordem pública, como determinados membros da casta policial, em vista da imposição do terror e de toda sorte de abusos e malefícios disseminados contra uma sofrida classe de pessoas geralmente negras, pobres e acima de tudo, de um poder educacional menos favorecido.

Tais condições de menos valia levam o sujeito a uma condição de baixa auto-estima e absoluta impotência que o incapacita defender a si próprio, familiares ou amigos.

Movidas pelo sentimento de medo muitas vitimas não encontram forças para denunciar seus algozes tendo em vista a insegurança e incerteza quanto ao resultado justo e a certeza de que na larga maioria dos casos é a impunidade que predomina.

O anseio por ações mais rígidas no combate ao crime é plausível, o que não significa dizer que essas ações devam incidir contra a população de forma desrespeitosa desumana e abusiva.

Recentemente passei, juntamente com meu esposo, por uma situação muito constrangedora, gerando constrangimento, injustiça, além dos prejuízos de ordem moral, psicológica e financeira.

Trata-se da conduta abusiva por parte de um policial que ao abordar o meu esposo, apreendeu sua carteira de motorista, além de impor-lhe uma multa, tudo de forma completamente indevida, e posso explicar a razão:

“Ao sermos abordados meu esposo foi solicitado pelo agente de trânsito a apresentar os documentos do veiculo. Ao examiná-los, dito policial os devolveu dizendo que estavam corretos. Meu marido, por questões de respeito à referida autoridade, levantou a aba do capacete para agradecê-lo, momento em que este, quando meu marido já se distanciava para seguirmos viagem, o chamou, destacou uma folha do bloco de multas, e, simplesmente disse: você está sendo multado e a carteira vai ser apreendida por trafegar com a aba do capacete suspensa. Relevante informar que no momento em que a aba estava suspensa, meu marido se encontrava com o veiculo parado, o fez apenas para conversar com o policial, pois poderia o mesmo considerar desrespeitoso falar com ele ‘por debaixo do capacete’.

Foi então que meu marido tentou argumentar os seus direitos, dizendo que não estava trafegando com o rosto descoberto, mas estava parado e o descobriu apenas para conversar com ele. Nada adiantou, a carteira foi apreendida, a multa foi aplicada, e o mais estarrecedor, tal policial sequer deixou com a sua vitima, uma notificação ou qualquer comprovante do ato por ele praticado, num total desrespeito, descumprimento da lei e abuso de autoridade.

Assim, fomos vítimas de um ato totalmente arbitrário e covarde resultando no impedimento do direito de dirigir automóvel e pilotar moto. A conduta desse agente de trânsito vem causando danos e transtornos ao exercício de nossas funções, já que dependemos dos documentos para condução do veiculo que é o nosso único e exclusivo meio de subsistência, pois trabalhamos com eventos festivos e sem o referido veiculo, impossível se torna o transporte dos necessários materiais”.

Ora, estamos sendo tolhidos dos nossos direitos de trabalhar, de trafegar com nosso veiculo dentro de uns Pais que se diz democrático, livre e contra todo e qualquer tipo de ato injusto, lesivo, ultrajante, imoral e ilegal, e sem termos cometidos nenhuma infração. Fomos vitimas de uma inverdade, de uma ação praticada por parte de uma polícia estressada e totalmente despreparada para lidar com pessoas.

Não podemos admitir que na qualidade de cidadãos esclarecidos aceitemos desmandos, humilhações e injustiças, com especialidade em lugar público, cujo conduta foi praticada em presença de testemunhas o que, em tese, poderia servir de ‘alerta’ para impedir-se tamanha arbitrariedade.

A segurança pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (art. 144, caput, da C.F), sendo essencial para o desenvolvimento da sociedade. A Constituição Federal assegura aos brasileiros (natos ou naturalizados) e aos estrangeiros residentes no País direitos, considerados cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificados por qualquer que seja o dispositivo constitucional, (art. 60, § 4º, IV), e o cumprimento de tais noras deve ser de forma imediata em prol da população.

A segurança, como direito fundamental assegurado ao cidadão (art. 5o, caput, da C.F), e sob a responsabilidade estatal, deve ser fielmente atendida através das competentes autoridades designadas à tal mister. Segundo Javier Barcelona Llop, “a forças de segurança têm como missão proteger o livre exercício dos direitos e liberdades e garantir a segurança dos cidadãos” (LLOP, Javier Barcelona. Policia y Constitución. Madrid : Editorial Tecnos S/A, 1997. p. 225).

Os direitos assegurados ao cidadão não seria efetivo sem a presença das forças policiais.

A Constituição portuguesa no art. 272.1 estabelece a missão a ser desenvolvida pelos órgãos policiais, segundo o qual, “A polícia tem por função defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os direitos do cidadão” ( LLOP, Javier Barcelona, op. cit., p. 228).

Os direitos fundamentais em determinadas situações, baseando-se na própria lei, pode sofrer restrições. A preservação da ordem pública autoriza as forças policiais a limitarem a liberdade do cidadão, sem que isso configure constrangimento ilegal, que somente existirá no caso de abusoou excesso no cumprimento do seu dever legal.

A missão dos agentes policiais é preservar a ordem pública e assegurar o livre exercício dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Para desenvolverem suas atividades os agentes encontram-se legitimados a empregarem a força, e quando necessário a utilizarem as suas armas.

Porém suas forças devem posicionar-se entre a necessidade de segurança do cidadão e o limite da lei. Não podem arvorar-se como legisladores, praticando atos alheios aos melindres das normas existentes em detrimento dos direitos de defesa do individuo e a coletividade.

Visando isso, é que suplicamos aos nossos jurisconsultos apresentem Projetos de Emendas Constitucionais tornando mais rígidas normas estabelecedoras contra atos criminosos praticados por todo cidadão independentemente de sua classe social ou qualquer outra condição. Como também, é de bom alvitre que haja aparelhamentos específicos no sentido de melhor orientar e preparar essa classe de autoridade nociva à sua própria corporação e a saciedade em geral. É o que esperamos!

Foto de Rosamares da Maia

CIDADANA

Cidadania

Nos campos e cidades Homens vagam,
Buscam entre ideais uma identidade.
Crianças maltrapilhas limpam pára-brisas,
Comem em seus doces sonhos os doces,
Olhados por detrás das vitrines enfeitadas.

Distante outras crianças preparam a terra,
Quebram pedras, secam suor e lágrimas,
Com mãos pequenas e magras reviram lixões. .
Mas são mãos de empunhar livros!

São apenas crianças, simplesmente pessoas,
Mas, não bebem todos da mesma água,
Nem comem todos da mesma comida,
Há uma violência comum que a todos alcança,
Mesmo em margens diferentes da estrada.

Somos iguais perante a Lei. – Somos iguais?
Mas não nos coube igual dignidade!
Há uma vontade que o dever não guia?
Injustiças e incoerências distribuem oportunidades.
Violência comum na mesma margem da estrada.

Quantos Homens terão a oportunidade de aprender?
Quando transformaremos o caminho que leva a estrada?
Quantos compreenderão a essência da dignidade?
- Cidadania?

Senhora liberdade os teus filhos não te negam!
Mãe Pátria, eles não podem fugir da luta!
Podemos produzir desejos maiores e melhores.
Liberdade é sinônimo de uma coerente igualdade.
Mesmo quando em margens diferentes da estrada.
Podemos produzir a essência da verdadeira cidadania.

Rosamares da Maia

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o Ano Termine

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.

O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.

A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.

O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.

Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.

Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz

Direitos Reservados

Foto de vânia frança flores

Apocalipse 2:4-5

“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele.” Apocalipse 2:4-5

Então, agora, o que vamos fazer sobre esta condição que os nossos corações estão?

Primeiro, temos de perceber que, assim como a Igreja de Éfeso, no livro de Apocalipse, nós esquecemos nosso primeiro amor: Jesus. Devemos nos arrepender: desligar aquilo que se tornou desejo do nosso coração e voltar para os braços amorosos do nosso Salvador. O processo é duplo: render o que tomou o lugar de Deus e depois retornar e se apaixonar pela pessoa de Deus: o nosso primeiro amor.

Quantas vezes poderia dizer que esqueci o meu primeiro amor? Demais para contar, com certeza. Até o final do ensino médio e meu primeiro ano de faculdade, eu estava segurando tão firmemente a minha ideia sobre o casamento que era difícil de deixá-la. Tornou-se aquilo que meu coração mais ansiava, acima de tudo. Minha luta para permitir que Deus estivesse no controle dessa área de minha vida não foi fácil. O pensamento de se render a Deus parecia impossível. Eu estava com medo de não estar no controle. Porque nossos corações são tão frágeis, é difícil deixar alguém ter o controle completo.

Você pode se imaginar dizendo a seu pai: “Eu confio em você, e vou me casar com quem o senhor quiser, é só me avisar.” Isso é assustador! Você concordou em passar o resto de sua vida com quem ele escolheu para você! Mas isso é exatamente o que somos convidados a fazer com o nosso Pai Celestial. Somos convidados a confiar Nele acima de nossa própria compreensão (Provérbios 3:5-6). Embora saibamos que o Senhor nos conhece por dentro e por fora (Salmo 139:1-6, 13-16), que Ele sempre foi fiel (Salmo 89:8, 2 Tm 2:13), e que Ele faz tudo para o nosso bem (Romanos 8:28), ainda é difícil de abandonar completamente o controle. Mas só porque é difícil ou assustador, não significa que não devemos fazê-lo.

Você não pode pensar em si mesmo como um “controle-freak” (controlador em excesso) em sua vida amorosa, mas você ficaria surpreso. Você já teve uma atitude de “manter os seus olhos abertos para achar o cara certo” ou “esperando e assistindo” o cara certo? Querer controlar não é apenas uma precaução que tomamos para fazer que Deus, com certeza, não se esqueça de revelá-lo para nós? E se nos rendermos completamente, como podemos ter certeza de que Deus vai nos dizer na hora certa? Se pararmos de procurar “o cara”, como é que vamos ouvir a voz de Deus quando Ele nos mostra? É mais fácil confiar naquilo que entendemos sobre nós mesmos, a nossa situação, e outros ao nosso redor do que num Deus que não podemos ver. Mas Ele conhece a parte que nós não vimos ainda. Ele vê a nossa situação em anos de estrada. Ele conhece os segredos profundos os pontos fortes dos caras que nos rodeiam. É por isso queProvérbios 3:5 nos ordena a confiar em Deus com todo o nosso coração e não confiar em nosso próprio entendimento.

O que significa rendermos a nossa própria compreensão e confiar no Senhor com todo o nosso coração? Para mim, isso significava abrir mão de minha lista mental de requisitos de como seria meu marido. Não foi fácil de fazer, de fato, foi um pouco assustador. Eu passei por cada coisa na minha lista e fiz o meu pedido a Ele. É assim que a minha oração ficou: “É, tudo bem se ele não ama a natureza da maneira que eu amo. Tudo bem, se ele não é mais alto que eu”. Cada característica que eu deixava, ficava com medo de que Deus realmente não pudesse dar isso para mim. Mas, depois de deixar minhas expectativas para o meu “futuro marido” aos pés de Jesus, liberando o meu pedido a Ele, eu respondi com “Não importa o que eu quero mais, eu confio em Você, Senhor, não em mim mesmo.” Ao entregar “minha lista” de requisitos, eu percebi que eu não tinha o direito de reivindicar as coisas como se fosse a prioridade. Quem era eu para dizer o que eu não poderia viver sem?

Enquanto que fixava as características de “meu futuro marido”, eu ainda tinha que deixar as minhas expectativas do como a nossa história seria. Pensar como eu iria encontrá-lo, como iríamos começar a namorar, como ele iria me pedir em casamento, etc. Eu costumava sonhar que seríamos melhores amigos por um ano ou dois, então ele iria me convidar para sair e nós nos namoraríamos por um ano e depois ele me pediria em casamento, de uma forma diferente e extravagante, e ficaríamos noivos por cerca de um ano, e depois nos casaríamos logo que nos formássemos na faculdade. Sim, eu tinha pensado sobre tudo. A última coisa que desejava era orar: “Senhor, se você não quer mesmo que eu tenha um marido, então tudo bem. E se o fizer, então você decide como irá trazê-lo, quando e onde quiser. Eu não me importo mais. Tudo que eu quero é você.” Essa declaração: “Eu não me importo mais” foi uma coisa difícil para finalmente ser capaz de dizer verdadeiramente, porque, honestamente, eu me importava muito. Eu olhava para o encontro com meu marido, o sair e se casar com ele muito mais do que eu olhava para o meu futuro crescimento no amor com Jesus. No entanto, ser capaz de dizer: “Eu não me importo mais” foi o início de minha liberdade.

O alívio de finalmente deixar ir foi lindo! Eu estava ajoelhada diante de Deus com os punhos bem fechados, mantendo todas as minhas esperanças e sonhos em relação ao meu futuro marido. Estava tão ansiosa que essas coisas acontecessem, que eu não queria abrir mão delas, temia que se eu as deixasse, não as recuperaria, que nunca iriam acontecer ou que não seria algo tão bom. Mas me permitir abrir mão de tudo o que eu tinha de expectativas era o que precisava para me sentir tão bem e pela primeira vez em muito tempo, cada parte de mim ficou focada no Senhor, sendo preenchido por seu abundante amor sem fim para comigo.

Se nossa atenção está focada em outra coisa, então não podemos viver na plenitude do amor de nosso Criador. Torna-se muito mais difícil de realmente apreciar um belo pôr do sol, se você também está assistindo TV, lendo um livro, e conversando com alguém. Você vai apenas ser capaz de conhecer as glórias que existem nas mudanças das cores vibrantes, os padrões das nuvens, e a brisa suave que delicadamente os move se parar para ver. É a mesma coisa com o nosso Senhor e o amor que Ele tem para nós. Se estivermos constantemente olhando e esperando por algo maior, estamos perdendo aquilo que realmente nos trará alegria. Não podemos desfrutá-lo enquanto estamos também à espera do “homem dos nossos sonhos”. É por isso que é necessário entregar tudo para que possamos descobrir a profundidade do amor de Cristo e realmente nos tornarmos mais apaixonados por Ele.

Algo que eu gostaria de sugerir, se você está tentando entregar isso para Jesus, é fazer uma lista. Anote tudo o que você espera em seu cônjuge: como ele é, como você vai encontrá-lo, etc. Depois, reserve algum tempo para orar por cada item da lista e colocá-la nas mãos de Deus. A definição de entrega é:ceder algo à posse ou ao poder de outro, para desistir ou entregar. Neste tempo, clame sobre estas coisas que você espera. Perceba que não importa se esses sonhos se tornem realidade ou não, nada vai ser tão grande quanto o amor que você encontrará em ser completamente satisfeito no amor de seu Criador. Peça ao Senhor para te trazer para um lugar onde você pode dizer: “Não importa mais”, e ser tão satisfeito com Ele que qualquer outra coisa será naturalmente menos desejável. E crer que Ele pode fazer isso! Ele é fiel para ouvir e responder às nossas orações.

Ele diz em Mateus 7:7: “Pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e será aberto para você”. Honestamente, é simplesmente uma questão de fé e confiança que o nosso Deus, aquele em quem nós confiamos para a nossa salvação, é bom o suficiente, soberano o suficiente e confiável o suficiente, para tomar todas as decisões nesta área da nossa vida. Mas simplesmente entregar isso não é suficiente…

Digamos que você tenha um mau hábito de assistir muita TV. Talvez você gasta cinco horas por dia assistindo seus programas favoritos. Você decidir que quer abrir mão de assistir TV por um tempo, porque você passa muito tempo fazendo isso. Se você acabou de sair de assistir TV, você provavelmente vai encontrar-se entediado, querendo saber o que fazer com todo o seu tempo de sobra. Isso pode te levar a pensar o que está acontecendo em seu programa favorito hoje e voltar a assistir sua TV novamente. Apenas parar de fumar é muito difícil de fazer. Mas se eu optar por gastar seu tempo em outra coisa em seu lugar (ler um livro, ser voluntário em um abrigo, servir no berçário na igreja, ajudar os outros com o dever de casa depois da escola, ou conseguir um emprego) torna-se muito mais fácil passar esse tempo de ociosidade porque você tem algo mais para se concentrar. Da mesma forma, é difícil simplesmente entregar algo que tem consumido muito do nosso tempo e energia e pensamentos sem substituí-la com outra coisa. Se nós deixamos o nosso Criador e Salvador, o nosso primeiro amor, e simplesmente desistir do que nós colocamos no seu lugar não é suficiente. Precisamos entregar tudo, e então voltar ao nosso primeiro amor.por Kelly Needham,

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