Destino

Te queria,
Nos meus sonhos coloridos
Não nos meus negros pesadelos.
Te queria,
Nos caminhos que percorro
Não nos desvios escondidos.
Te queria,
Personagem do meu romance
Não autor da minha tragédia.
Te queria,
Presente no meu presente
Não saudade do meu passado.
Te queria,
Sorriso da minha alegria
Não lágrima do meu sofrimento.
Te queria,
Fantasia da minha inocência
Não realidade do meu desespero.
Te queria,
Certeza do meu amor
Não angústia da minha solidão.
Te queria,
Estrela do meu céu
Não escuridão do meu inferno.
Te queria,
Ventura da minha vida
Não castigo do meu viver.
Te queria,
Liberdade das minhas emoções
Não angústia dos meus sentimentos.
Te queria,
Presente na minha distância
Não ausente no meu dia a dia.
Te queria,
Amigo de todos os momentos
Não amante de algumas horas.
Te queria,
Aquele que a vida me deu
Não alguém que o destino me negou.
Te queria...
E te quero tão somente
O homem que eu amo
Simplesmente...

Marsoalex

Meu pombo correio entre senhas voa,
plana em binários, redes e fios.
Por rumos distantes sem guia a proa,
desaguar nalgum mar, cabos por rios.

Buscando por ela aonde estiver,
além da esperança que a trama fia.
Tendo como norte aquela mulher
que encontra-la, a sorte me sorria...

Vão, sinais de fumaça digitais:
Fogos e faróis sobre a água fria,
céu de telas luz em astros irreais.
Conecto aceno a pirotecnia.

Vai pombo-correio, leva-me a busca.
Eu contigo, e me entregue selado
a esse destino que por tanto custa...
Meu corpo a querer ser encontrado.

Tornar da tinta, tecla, luz e dados.
Faces deste eu criptografado,
os pedaços de arquivo “linkados”
em fogos, asas, luz, vapor, chamado.

E quando visto, download acessado,
converta-se do formato virtual,
total, extraia desfragmentado.
Alma e corpo, o eu a ela, em real.

Não deixe que eu
Me perca de você
Senão me perderei de mim.
Não deixe que essa
Imensa ternura
Que nos acolhe
Seja jogada ao vento
Sem destino e sem data de volta...

Não deixe que fatos
Circunstanciais se tornem
Barreiras entre nós,
Além das tantas que já temos...

Não deixe que, mais uma vez,
A distância se transforme
Em tempo de espera,
De saudade, de solidão...

Não deixe que se feche
O pequeno espaço
Ou essa brecha, essa fenda
Que faz a comunicação
Entre o teu mundo e o meu...

Não deixe que a ansiedade
Da espera de alguns dias
Ou meses, se transforme
Na angústia da incerteza
De muitos anos...

Não deixe, enfim,
Que eu tenha que reaprender
O que há muito já esqueci:

Eu não sei mais viver sem você
Não se deixe viver sem mim...

Marsoalex