Destino

Foto de poetisando

Mendigo

Tu que passas o dia na rua
Vivendo da acridade alheia
Quantas vezes chegas a casa
Sem ter dinheiro para a ceia
Levas o dia de mão estendida
Que uma esmola te vão dar
Muitas vezes vais para casa
Só tens vontade de chorar
Queres a fome aos filhos matar
Mas esmolas não deram
Quantos até por ti passaram
E te olharam com desdém
Não se lembrando que tem filhos
E que és um ser humano também
Quantos de vós mendigos
Não tem casa nem familiares
Dormem na rua ao relento
A cama fazem com cartão
Os cobertores são os jornais
E nestas noites de inverno
Quando o frio é mais forte
Tu a dormires ao relento
Sem teres comido uma refeição
Vais enganando a fome
Com o que nos jornais vais lendo
Triste sorte tens tu mendigo
A viver da caridade alheia
Também tu muita vez te deitas
Sem um pouco de pão como ceia
Tu até que trabalhaste uma vida
Agora estás a viver da mendicidade
Dormindo pelos cantos das ruas
Comendo de gente de boa vontade
Tu mendigo que até tens filhos
Mendigas para lhes dar de comer
Quantas vezes os abraças chorando
Por não lhes poder a fome matar
E sem comerem os vais deitar
Triste é o destino do mendigo
Que leva o dia inteiro a pedir
E ver os que por ele estão passar
A virarem a cara fingindo não o ver
Só para uma esmola não lhe dar

De: António Candeias

Foto de poetisando

Tenho alguns dias

Tenho alguns dias de muito encanto
Outros dias que acordo bem-disposto
E dias a rir para esconder o choro
Dias de lagrimas a correr pelo rosto
Evito ficar para todo exposto
Não vejo motivos de encanto
Não encontro motivos de desgosto
Daí eu ficar admirado de espanto
Vou vivendo a minha vida
Vida que guardo um segredo
Que triste este meu destino
Um dia talvez perca o medo
Com o coração a chorar
Vou seguindo o meu destino
O coração chora sem nada dizer
Assim mantenho o meu segredo
Que prometi sempre guardar
Irá comigo no dia em que me for
Levarei dentro do coração a dor
Toda a vida me tem acompanhado
De: António Candeias

Foto de poetisando

Tu que foste uma criança

Tu que foste uma criança
Num homem te transformaste
Quando ainda eras pequenino
Quando ainda nem brincaste
Amigos do peito não fizeste
Nem te deram tempo a fazer
Hoje podias estar num lar
Amanhã a outro podia ir ter
Agora que és um homem feito
O passado tentas esquecer
Dos tombos que deste na vida
Sempre conseguiste-te erguer
Sempre andaste de lar em lar
Mais parecias um enjeitado
São tantas as tuas dores
Que te lembram o passado
Bem querias tudo esquecer
Ou que não tivesse acontecido
Para puderes estar em paz
Nem tanto tu teres sofrido
Vieste a fazer-te um homem
Sem saber o que era carinhos
Nem ter quem te apontasse
Como fazer outros caminhos
Teu destino assim estava traçado
Logo quando ao mundo vieste
Que te fizesses um homem
Com as quedas que tu deste
Ainda eras tu uma criança
Tantas vezes a morte pediste
Por não seres como os demais
Que tinham amor e carinho
E viviam com os seus pais
Agora que tens o teu lar
Que tens esposa e filhos
Continuas ainda a sofrer
Quando o passado volta
Não te convenceste ainda
Que ele te vai acompanhar
Enquanto na vida viveres
O passado contigo vai estar
No homem que tu és hoje
E que muitas quedas deste
De todas sempre te levantaste
O passado não te derrotou
Por isso a vida ganhaste
O que passou é passado
Já não o podes mudar
Mesmo te vindo á lembrança
A vida tens que continuar
Agora que tens esposa e filhos
É a eles que continuas a amar
Se o passado te atormenta
A ele tens que te habituar
É um passado que não te deixa
Contigo vai sempre viver
No dia em que ele te deixar
Tu deixaste de a vida viver

De: António Candeias

Foto de poetisando

Tristeza

Tanta noite que eu chorei
Por não ser como os demais
Ter carinhos e um lar
É triste não ter os pais
Quando temos pesadelos
A Precisar do amor
Dos nossos progenitores
Mas só sentirmos dor
É triste sermos criados
Sem carinho dos nossos pais
Sem nós os podermos ter
Como todas as crianças demais
Tanta lágrima chorei
Tanta noite mal dormida
A pensar onde estavam
O que faziam eles na vida
É uma dor que me acompanha
Que não sai do meu peito
Ainda hoje me pergunto
Que mal teria eu feito
Que triste o meu destino
Malfadada a minha sorte
Viver assim como vivo
Porque não me levou a morte
É triste não ter os pais
Mais ainda não os ter
Chamar por eles á noite
Nenhum deles aparecer
Os que foram criados com os pais
Não conhecem nem sabem não
A amargura que se trás no peito
A dor que se trás dentro do coração
Não quero que sintam pena
Pelo que o destino me reservou
Vou vivendo com amargura
Amando quem não me amou
Tanta noite que eu chorei
Por não ter sido como os demais
Ter carinhos e amor
É tristes não termos os carinhos
Dos nossos pais

De: António Candeias

Foto de Rosamares da Maia

METAFÍSICA

Metafísica

Toda verdade que conheço é tátil,
Posso senti-la na ponta dos meus dedos.
Não importa a forma que as coisas tenham.
Desconheço modelos, não sei fórmulas.

Tudo o quanto percebo é instintivo
Intuitivo, de sentidos quase animal,
Uma vocação do destino me guia e ilumina.
Não reconheço as certezas absolutas,

Todas são construídas para destituir,
Refutar, comparar e reformular.
Tudo o que penso saber é metamórfico,
Renovável, absolutamente transgressor.

Todas as minhas afirmações duram pouco,
Somente o exato tempo da renovação.
Plasticidade não é ausência de personalidade.

Pelo caminho em que recolhemos belezas,
Vejo e vivo o belo pela virtude do belo,
Por senti-lo encontro-o dentro de mim,
Pois toda beleza intima é metafísica,

Só há olhos de ver guiados por olhos de sentir,
Claridade que antecede a visão - é física.
Síntese e essência das almas desenvolvidas.

Rosamares da Maia
05/09/2003/12

Foto de William Contraponto

POR TODA ESTRADA

Quantos caminhos levam?
Quantos podem trazer?
Por toda essa estrada
Já perdi o coração
Indo de encontro a parada
Que me mantinha a direção

Quantos caminhos há no mar?
Qual o melhor lugar?
Sigo pelos ares... acima dos mares, voando
Mesmo no chão, nas nuvens sentado.

Sim! Prefiro escapar do destino
Seguindo por toda essa estrada
Como um sábio Clandestino
Que escolheu seu caminho
Ou nele aprendeu a andar
Devido força exterior

Mas nunca vou abandonar
qualquer tipo de aventura
Eu sei como vencer
As fortes curvas
Dessa velha conhecida
Louca, bondosa... diferente
E na mochila, só o suficiente
Por toda essa estrada

Foto de poetisando

Mesmo distante

Mesmo que nunca te tenha
Mas até pode bem acontecer
Que mesmo estando distante
Te venha um dia a conhecer
Só o nosso destino o saberá
O que será da nossa vida
Tudo pode nos acontecer
Minha amada muito querida
Só tu me dás tanta alegria
E tanta felicidade que só eu sei
Amo-te como nunca ninguém amei
Sei que vai ser difícil te conhecer
Quem sabe não te veja um instante
Que te possa abraçar e beijar
Mesmo estando eu tão distante
A vida dá muitas voltas
Só o destino nos pode juntar
Mesmo estando de ti distante
Amo como te estou a amar

De: António Candeias

Foto de poetisando

Podia ter sido

Podia ter sido poeta
Lindos poemas escrever
Que falassem sobre amor
Ou até da minha dor
Podia ter sido escritor
Escrever lindas histórias
Ou mesmo lindos romance
Até as minhas memórias
Podia ter sido cientista
Até ser um doutor
Para tratar das pessoas
E lhes tirar as suas dores
Podia ter sido tanta coisa
E nada sou afinal
Sou um cidadão do mundo
Como qualquer outro mortal
Tantos sonhos que eu tinha
Nenhum está realizado
Vou contando as horas do dia
Até a morte me ter chamado
Podia ter sido tudo
O destino diferente
Podia ter sido e não fui
Poeta ou prosador ou trovador
Cantar o que me vai na alma
Escrever sobre a minha dor

De: António Candeias

Foto de poetisando

Hoje limpo a alma

Hoje estou a limpar a minha alma
Amanhã já posso aqui não estar
Hoje estou a rever-me
O que sofri e a chorar
Lembro-me dos bons momentos
Da felicidade e muita alegria
De tantas emoções que tive
Sonhos de eterna magia
Tudo se está a perder neste tempo
Relembro neste momento
O quanto já fui feliz
Mas perdi a conta ao tempo
Tenho na memória gravado
Essa felicidade de magia
Com os dedos vou teclando
Esse tempo de tanta alegria
Amanhã não sei se aqui estarei
Por isso escrevo hoje sem parar
Tudo que estou a lembrar-me
Neste poema estou a contar
Tanta felicidade eu tive
Tantas dor, alegria e tristeza
Só nunca perdi a esperança
Porque te amo muito de certeza
O meu destino traçou-me
Caminhos sem rota sem direcção
Agora que passo da meia-idade
Como sofre o meu coração
Hoje estou a limpar a minha alma
Relembrando que te amo tanto afinal
Com os dedos teclo o quanto te amo
Mesmo sendo tu um amor virtual
Amanhã já posso aqui não estar
Por tudo isso aqui estou a escrever
Que te irei sempre amar meu amor
Amar-te-ei sempre até morrer

Á mulher que mais amo na vida a minha companheira querida
De: António Candeias

Foto de poetisando

Estou cansado

Quando acordo já estou cansado
Á noite ao deitar-me cansado estou
Cansado de tudo, de todos e de mim
Não sei porque tão cansado eu estou

O tempo a passar me deixa cansado
Tenho o corpo todo ele dormente
Cansado do que estou passando
Que não devia passar por a agente

Estou tão cansado quando acordo
Ainda mais quando me vou deitar
Cansado desta minha vida
Mais cansado de tanto penar

Estou cansado dos desencantos
Que tenho a cabeça toda dorida
Cansado de tanto chorar
Cansado da minha vida

Estou tão cansado de pensar
Cansado deste meu destino
A cabeça de estar tão cansada
Que já nem ela pensa com tino

Estou tão cansado de chorar
Até cansado estou de sorrir
Tão cansado desta vida
Cansado de não dormir

Estou cansado de mim
Cansado de estar cansado
Cansado do passado que não se vai
Cansado de não esquecer o passado

De: António Candeias

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