Desculpas

Foto de Ideliane

Ainda há tempo.

Ainda há tempo

Ontem...já é passado
Amanhã pode ser tarde
Hoje "Ainda há tempo"

Ainda há tempo...
Para tenter denovo.
Para pedir desculpas.
Para exclama que ama.
Para fazer oque não fez.
Para decidir seu destino.
Para afogar suas magoas.
Para dizer a verdade.
Para dizer que sua beleza sem amor
te faz ridículo.
Para dizer que a vida sem amor
não tem sentido.

Não deixe para amanhã oque você pode
fazer hoje, porque hoje "Ainda há tempo",
amanhã vai ser tarde e ontem foi passado e
sempre continuará sendo.

Foto de Icaro Maceio

Qual o Sentido da vida?

Qual o sentido da vida?
Essa pergunta fica na minha cabeça todos os dias.
Saber porque nascemos, porque sofremos, porque isso ou aquilo...Acredito que todos nós vivemos essas questões, como se a resposta delas mudasse quem somos.
Tenho um ritual de todo dia, ao acordar eu olho para dentro de mim, e faço não uma consulta das coisas que tenho que fazer ao longo do dia, mas sim se estou feliz fazendo minha rotina.
Mas qual o sentido da vida?Qual o sentido de acordar de manhã.
Com certeza o amor!
O amor a ler poemas, a conversar com amigos em uma noite agradável acompanhado de uma cerveja gelada, de fazer juras de amor ao pé do ouvido a uma outra pessoa numa noite de luar, de ri de si mesmo, de se emocionar com uma leitura comovente, de sentir o vento, de sentir-se vivo.
O que me faz feliz é o amor, desde a infância a gente tem uma certa ligação muito complexa entre o amor e o mundo.
Na minha infância entre 6 a 8 anos sempre gostei de desenhar e até tinha algum talento pra isso, as pessoas quando me olhavam desenhando me diziam:
"- Nossa você desenha bem, quando você crescer porque, não faz desenho mecânico?”
Nem mesmo sabia o que era isso, desenhava bichos, paisagens guerreiros, nunca imaginava o que seria isso.
Refiro-me a essa passagem, porque reparei o quanto o amor, o sonho e a liberdade estão ligados e como isso esta distante da realidade que moldam pra gente. Se você sonha com algo normalmente as pessoas querem que este sonho tenha alguma estabilidade financeira, e se caso não tenha então te obrigam a alocar seu sonho ao mercado de trabalho, e não o contrário. Tenho amigos que trago desde a infância e apenas poucos seguem o que sonham, Alguns se tornaram algo parecido com o que queriam ser desde pequeno, outros são algo que nem pensaram e muitos nem chegaram a idade de realizar algo...
Moro até hoje em um lugar de classe baixa, e vejo essa “classe” ser sempre a desculpa para as pessoas jogarem seus sonhos fora, e alegam não ter condição, não ter oportunidades, alegam que tem q sustentar a sobre vida ao invés de viver. Mas o que vejo mesmo são apenas desculpas para desviar o foco de si, como se elas fossem vitimas e de fato são, mas não do “sistema” com elas defendem, mas vitimas de serem de uma geração sem sonho e sem fé em si mesma, que são as únicas ferramentas validas para se alcançar o desejo do coração.
O amor à vida e a perseguição do sonho estão intimamente ligados, um ao outro, pois se você ama alguém você quer estar do lado dessa pessoa todos os momentos da sua vida, pra dividir até a menor das coisas, assim também é o sonho se você ama o que sonha dividirá com ele todos os momentos e por mais difícil seja o que você passe, você sempre vai sobreviver pelo fato de ter algo que você vai alcançar e não vai se render até conseguir realizá-lo.
É por isso que o amor é o sentido da vida, pois só o amor gera o sonho, e só o sonho pode ser o norte da vida de um homem, pois somos a imagem e semelhança de Deus, e frutos de um sonho Dele. Deus é amor então somo em essência amor, e conseqüentemente nossos caminhos serão a realização de sonhos, basta somente estar pronto pra isso, para os milagres do dia a dia, que podem normalmente passam despercebidos pelas pessoas que não sabem admirar a beleza de uma flor, o vento passeando sobre nosso rosto, ou o frio úmido de uma brisa leve, ou o voar dos pássaros, ou sabor de uma fruta...
Deus nos enche de milagres e espera que nós, também façamos alguns milagres: com elogios, mostrando a outros a importância dele estar ali, de se ensinar o amor e de ser amado.
É no amor que Deus se mostra aos homens e nos homens, foi por amor que Jesus se sacrificou e por amor ele ressuscitou...
Sejamos então avatares desse presente que não se diminui quando entregamos a alguém, mas pelo contrario aumenta e alcança a outros.
O sentido da vida esta em amar: transmitir e viver intimamente ligado nesse a tudo em nossa vida com este amor.

Foto de Ayslan

Nathalia

Digo sempre que desculpas não aliviam dor, tão pouco cura feridas... Sabe quero apenas eternizar estas palavras, congelar a realidade e dizer este momento que palavras não podem representar meus sentimentos... Palavras proibidas, sentimento esse que não sei o que sinto, se meu coração pertence à outra pessoa. Você com um lindo, bobo e ingênuo sorriso de menina me colocar a te admirar sem cansar... Você é realmente alguém muito especial, mas muitos podem te dizer, quero te dizer coisas que ninguém jamais irá te dizer, quero te escrever versos tímido de um amor inexistente, quero dizer que te amo... Mesmo sem te amar só para não te ver chorar...
Perdoe-me meu humilde coração já não posso dividir não se ama dois corações, é triste te falar, mas não te posso amar... Percebo que estas palavras não devem ser ditas, mas entre razão e emoção não te posso deixar viver uma ilusão... Queria poder te dizer algo mais não consigo... Se meu coração não se chamasse Priscila, eu te amaria Nathalia.

Foto de Soélis

QUANDO O AMOR SE VAI.

QUANDO O AMOR SE VAI.

Autoria: Soélis Sanches

Quando o amor se vai, parte de nosso mundo desaba,
e o que nos resta ?

Quando o amor se vai, o mundo de nossos sonhos e fantasias vai junto com ele, certamente, nos restará a lembrança e a saudade daquilo que marcou nossa vida, e hoje partiu !

Uma angústia invade nossos corações, lágrimas sempre teimam em rolar, aquelas canções de outrora tão maravilhosas, hoje perderam seu romantismo, aqueles filmes de comédias que faziam a gente rir juntos, hoje não tem sentido e nos fazem chorar.

Será que quando o amor se vai, o mundo realmente acaba para quem fica com a dor das lembranças e da solidão ?

Mas, será que se pensarmos e observarmos com cuidado não iremos perceber ao nosso redor que tudo na vida se renova ?

Ora, nós somos capazes de amar quantas vezes preciso for. Não podemos deixar nos abater por aquilo que não nos desejou e seja capaz de abalar-nos e acabar com a nossa alegria.

Levante-se !!!

Erga seus olhos, observe as maravilhas ao seu redor, sinta o perfume das rosas, a beleza dos pássaros entoando canções, o cheiro gostoso da terra molhada e o revoar das borboletas.

Porque se deixar abater por algo que não te mereceu ?

O grande segredo da vida é recomeçar, passar a enxergar as novas amizades, mudar a maneira de vestir, frequentar o shopping, jogar boliche, e, sobretudo, aprender a sorrir novamente ...

Quantos amigos que você abandonou e estão esperando
o seu regresso ?

Busque-os !

Quantas belezas que estavam à sua volta e você não notava ?

Então, vamos recomeçar por hoje, ligue para aquele amigo ou amiga que há muito tempo você abandonou e chame-o para passear, para fazer “fofoca”, para pedir desculpas, chame-o para falar de vida.

Quando o amor se vai, não corra atrás dele, deixe-o partir, afinal, talvez ele que não era digno de você.

Quem sabe quem perdeu não foi você ?

Quando um amor se vai, tenha certeza que outro melhor virá.

Foto de SuzannaPetriMartins

Recomeçar

RECOMEÇAR

Meu amor:

Você descortinou um véu que me cegava e me mostrou a verdade. A vida deve ser vivida plenamente, sem rodeios ou desculpas. Problemas? Existem para que possamos amadurecer e crescer. O que seria de nós sem eles.

Obrigada por me mostrar o caminho do meio. O racional. Sem jogos ou mentiras, que eu acreditava piamente serem verdades absolutas. Mas elas não existem não é mesmo? Tudo tem dois lados. Só que eu estava olhando para o lado obscuro e feio. Aquele que não me dava alegria e nem prazer. O que me fez acreditar que para mim não havia mais nada a ser feito. Que não tinha mais jeito, a não ser o fim.

Mas a vida está repleta de fins. Afinal é por isso que existem os começos. E hoje comecei a ver que o céu continua azul apesar das nuvens. Que os pássaros dão um jeito de cantar e se fazerem ser ouvidos mesmo nas grandes metrópolis. Que um pensamento viaja mais rápido que a luz e que podemos ter as pessoas que amamos perto de nós mesmo estando longe. É por isso que existem as lembranças. E que elas podem ser repetidas várias e várias vezes, nos consolando, matando ou pelo menos amenizando a nossa saudade. Que devemos aproveitar cada momento, pois são únicos e passam rápido demais.

Em suas poucas palavras duras, que precisava escutar para me trazer de volta do abismo em que me encontrava, me fez relembrar de tudo isso. Há muito esquecido.

Ainda sou uma mulher inteira, forte e que tenho a capacidade de encantar, ajudar, dar alegria e prazer a muitas pessoas com a minha companhia. Sei que muitos sentiriam a minha falta.

Sinto-me gratíssima pela sua revolta, pois ainda tenho muito a oferecer e é isso que já estou fazendo. Mostrarei ao mundo sem perder mais nem um segundo com lamentações e dores do passado. Viverei o presente, pois é ele que está aqui. Aproveitarei um leque de oportunidades que se abre todos os dias me mostrando que tenho escolhas e que posso ser muito feliz novamente.

Foto de Jessik Vlinder

Domingo à tarde

Ar puro... aqui respiro paz
O vento balançando meus cabelos
O sol dourando minha pele
A maresia eriçando meu pêlos
Aqui eu me perco no tempo
Não pela infinidade do horizonte
Me perco em meus pensamentos
Que me levam pra muito longe
A verdade me procura
Me encontra, me espanca, me guia
Faz-me tranformar meus sentidos
Em confissão, em poesia
Meu corpo é tomado pelas águas
Finto o pôr-do-sol com tristeza no olhar
Me sinto leve, eu e minhas mágoas
Minhas lágrimas se confundem com o mar
Te imagino ali, ao meu lado
Me vendo, ouvindo meus lamentos
Entendendo meu rosto molhado
Me salvando do desespero do tempo
Atento as minhas palavras
Aos meus pedidos de desculpas
À angústia que me corrói por dentro
Ao sofrimento do peso da culpa
Lendo através do meu silêncio
O que não consigo pronunciar
Percebendo a gravidade do incêndio
Que faz o meu coração queimar
Salvando-me, não da água
Não é ela que me faz afogar
Salvando-me do medo
Que insiste de mim te tomar
Livrando-me da amargura
De ver você se destanciar
De ter tua presença ausente
De contigo não poder mais sonhar
De perder toda inspiração
De não mais viver e sim vagar
De me entregar a qualquer canção
E enfim... esquecer de respirar...

Jéssica Gomes

Foto de cafezambeze

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA (POR GRAZIELA VIEIRA)

ESTE É UM CONTO DA MINHA DILETA AMIGA GRAZIELA VIEIRA, QUE RECEBI COM PEDIDO DE DIVULGAÇÃO. NÃO CONCORRE A NADA. MAS SE QUISEREM DAR UM VOTO NELA, ELA VAI FICAR MUITO CONTENTE.

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA

Numa pequena cidade nortenha, o João Pirisca contemplava embevecido uma montra profusamente iluminada, onde estavam expostos muitos dos presentes e brinquedos alusivos à quadra festiva que por todo o Portugal se vivia. Com as mãos enfiadas nos bolsos das calças gastas e rotas, parecia alheio ao frio cortante que se fazia sentir.
Os pequenos flocos de neve, quais borboletas brancas que se amontoavam nas ruas, iam engrossando o gigantesco manto branco que tudo cobria. De vez em quando, tirava rapidamente a mão arroxeada do bolso, sacudindo alguns flocos dos cabelos negros, e com a mesma rapidez, tornava a enfiar a mão no bolso, onde tinha uma pontas de cigarros embrulhadas num pedaço de jornal velho, que tinha apanhado no chão do café da esquina.
Os seus olhitos negros e brilhantes, contemplavam uma pequena boneca de cabelos loiros, olhos azuis e um lindo vestido de princesa. Era a coisa mais linda, que os seus dez anos tinham visto.
Do outro bolso, tirou pela milésima vez as parcas moedas que o Ti‑Xico lhe ia dando, de cada vez que ele o ajudava na distribuição dos jornais. Não precisou de o contar... Demais sabia ele que, ainda faltavam 250$00, para chegar ao preço da almejada boneca: ‑ Rai‑de‑Sorte, balbuciava; quase dois meses a calcorrear as ruas da cidade a distribuir jornais nos intervalos da 'scola, ajuntar todos os tostões, e não consegui dinheiro que chegue p'ra comprar aquela maravilha. Tamén, estes gajos dos brinquedos, julgam q'um home não tem mais que fazer ao dinheiro p'ra dar 750 paus por uma boneca que nem vale 300: Rais‑os‑parta. Aproveitam esta altura p'ra incher os bolsos. 'stá decidido; não compro e pronto.
Contudo não arredava pé, como se a boneca lhe implorasse para a tirar dali, pois que a sua linhagem aristocrática, não se sentia bem, no meio de ursos, lobos e cães de peluxe, bem como comboios, tambores, pistolas e tudo o mais que enchia aquela montra, qual paraíso de sonhos infantis.
Pareceu‑lhe que a boneca estava muito triste: Ao pensar nisso, o João fazia um enorme esforço para reter duas lágrimas que teimavam em desprender‑se dos seus olhitos meigos, para dar lugar a outras.
‑ C'um raio, (disse em voz alta), os homes num choram; quero lá saber da tristeza da boneca. Num assomo de coragem, voltou costas à montra com tal rapidez, que esbarrou num senhor já de idade, que sem ele dar por isso, o observava há algum tempo, indo estatelar‑se no chão. Com a mesma rapidez, levantou‑se e desfazendo‑se em desculpas, ia sacudindo a neve que se introduzia nos buracos da camisola velha, enregelando‑lhe mais ainda o magro corpito.
‑ Olha lá ó miúdo, como te chamas?
‑ João Pirisca, senhor André, porquê?
‑ João Pirisca?... Que nome tão esquisito, mas não interessa, chega‑te aqui para debaixo do meu guarda‑chuva, senão molhas ainda mais a camisola.
‑ Não faz mal senhor André, ela já está habituada ao tempo.
‑ Diz‑me cá: o que é que fazias há tanto tempo parado em frente da montra, querias assaltá‑la?
‑ Eu? Cruzes credo senhor André, se a minha mãe soubesse que uma coisa dessas me passava pela cabeça sequer, punha‑me três dias a pão e água, embora em minha casa, pouco mais haja para comer.
‑ Então!, gostavas de ter algum daqueles brinquedos, é isso?
‑ Bem... lá isso era, mas ainda faltam 250$00 p'ra comprar.
‑ Bom, bom; estás com sorte, tenho aqui uns trocos, que devem chegar para o que queres. E deu‑lhe uma nota novinha de 500$00.
‑ 0 João arregalou muito os olhos agora brilhantes de alegria, e fazendo uma vénia de agradecimento, entrou a correr na loja dos brinquedos. Chegou junto do balcão, pôs‑se em bicos de pés para parecer mais alto, e gritou: ‑ quero aquela boneca que está na montra, e faça um bonito embrulho com um laço cor‑de‑rosa.
‑ ó rapaz!, tanto faz ser dessa cor como de outra qualquer, disse o empregado que o atendia.
‑ ómessa, diz o João indignado; um home paga, é p'ra ser bem atendido.
‑ Não querem lá ve ro fedelho, resmungava o empregado, enquanto procurava a fita da cor exigida.
0 senhor André que espiava de longe ficou bastante admirado com a escolha do João, mas não disse nada.
Depois de pagara boneca, meteu‑a debaixo da camisola de encontro ao peito, que arfava de alegria. Depois, encaminhou‑se para o café.
‑ Quero um maço de cigarros daqueles ali. No fim de ele sair, o dono do café disse entre‑dentes: ‑ Estes miúdos d'agora; no meu tempo não era assim. Este, quase não tem que vestir nem que comer, mas ao apanhar dinheiro, veio logo comprar cigarros. Um freguês replicou:
‑ Também no meu tempo, não se vendiam cigarros a crianças, e você vendeu-lhos sem querer saber de onde vinha o dinheiro.
Indiferente ao diálogo que se travava nas suas costas, o João ia a meter os cigarros no bolso, quando notou o pacote das piriscas que lá tinha posto. Hesitou um pouco, abriu o pedaço do jornal velho, e uma a uma, foi deitando as pontas no caixote do lixo. Quando se voltou, deu novamente de caras com o senhor André que lhe perguntou.
‑ Onde moras João?
‑ Eu moro perto da sua casa senhor. A minha, é uma casa muito pequenina, com duas janelas sem vidros que fica ao fundo da rua.
‑ Então é por isso que sabes o meu nome, já que somos vizinhos, vamos andando que se está a fazer noite.
‑ É verdade senhor e a minha mãe ralha‑me se não chego a horas de rezar o Terço.
Enquanto caminhavam juntos, o senhor André perguntou:
- ó João, satisfazes‑me uma curiosidade?
- Tudo o que quiser senhor.
- Porque te chamas João Pirisca?
- Ah... Isso foi alcunha que os miúdos me puseram, por causa de eu andar sempre a apanhar pontas de cigarros.
‑ A tua mãe sabe que tu fumas?
‑ Mas .... mas .... balbuciava o João corando até a raiz dos cabelos; Os cigarros são para o meu avôzinho que não pode trabalhar e vive com a gente, e como o dinheiro é pouco...
‑ Então quer dizer que a boneca!...
‑ É para a minha irmã que tem cinco anos e nunca teve nenhuma. Aqui há tempos a Ritinha, aquela menina que mora na casa grande perto da sua, que tem muitas luzes e parece um palácio com aquelas 'státuas no jardim grande q'até parece gente a sério, q'eu até tinha medo de me perder lá dentro, sabe?
‑ Mas conta lá João, o que é que se passou com a Ritinha?
‑ Ah, pois; ela andava a passear com a criada elevava uma boneca muito linda ao colo; a minha irmã, pediu‑lhe que a deixasse pegar na boneca só um bocadinho, e quando a Ritinha lha estava a passar p'ras mãos, a criada empurrou a minha irmãzinha na pressa de a afastar, como se ela tivesse peste. Eu fiquei com tanta pena dela, que jurei comprar‑lhe uma igual logo que tivesse dinheiro, nem que andasse dois anos a juntá‑lo, mas graças à sua ajuda, ainda lha dou no Natal.
‑ Mas ó João, o Natal já passou. Estamos em véspera de Ano Novo.
‑ Eu sei; mas o Natal em minha casa, festeja‑se no Ano Novo, porque dia de Natal, a minha mãe e o meu avô paterno, fartam‑se de chorar.
‑ Mas porquê?
‑ Porque foi precisamente nesse dia, há quatro anos, que o meu pai nos abandonou fugindo com outra mulher e a minha pobre mãe, farta‑se de trabalhar a dias, para que possamos ter que comer.
Despedíram‑se, pois estavam perto das respectivas moradas.
Depois de agradecer mais uma vez ao seu novo amigo, o João entrou em casa como um furacão chamando alto pela mãe, a fim de lhe contar a boa nova. Esta, levou um dedo aos lábios como que a pedir silêncio. Era a hora de rezar o Terço antes da parca refeição. Naquele humilde lar, rezava‑se agradecendo a Deus a saúde, os poucos alimentos, e rogava‑se pelos doentes e por todos os que não tinham pão nem um tecto para se abrigar., sem esquecer de pedir a paz para todo o mundo.
Parecia ao João, que as orações eram mais demoradas que o costume, tal era a pressa de contar as novidades alegres que trazia, e enquanto o avô se deleitava com um cigarro inteirinho e a irmã embalava nos seus bracitos roliços a sua primeira boneca, de pronto trocada pelo carolo de milho que fazia as mesmas vezes, ouviram‑se duas pancadas na porta. A mãe foi abrir, e dos seus olhos cansados, rolaram duas grossas e escaldantes lágrimas de alegria, ao deparar com um grande cesto cheinho de coisas boas, incluindo uma camisola novinha para o João.
Não foi preciso muito para adivinhar quem era esse estranho Pai Natal que se afastava a passos largos, esquivando‑se a agradecimentos.
A partir daí, acrescentou‑se ao número das orações em família, mais uma pelo senhor André.
GRAZIELA VIEIRA
JUNHO 1995

Foto de Graciele Gessner

Não Diga Nada, Apenas Me Abrace. (Graciele_Gessner)

Aquele abraço repentino, você se surpreendeu. Estranhou, mas gostou do desfecho daquela noite. Entenda o seguinte, é preciso pedir perdão de nossos atos enquanto estamos aqui, caso contrário, outro dia nunca venha a existir. Quem já aprendeu muita da vida, sabe perfeitamente que devemos viver o presente, e preferencialmente, cada segundo como únicos das nossas vidas.

Então, pare tudo! Vamos fazer as pazes!
Pare tudo! Quero pedir desculpas!
Pare tudo! (Um abraço desejo te ofertar...)

Um abraço alivia as dores, acalma a alma. Um abraço silencia uma discussão e abre portas para o entendimento. Um abraço diz tudo na ausência das palavras. Um abraço jamais distancia, pelo contrário, nos aproxima muito mais. Um abraço é o início de um duradouro relacionamento. Um abraço não guarda segredos, simplesmente é distribuído para quem confiamos.

Um gracioso abraço a cada leitor, leitora!

21.06.2009

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Maria José da Silva

Holocausto X Escravidão

Alemanha, década de 30, começa o maior genocídio de todos os tempos. Assim nos conta a história. Seis milhões de judeus mortos pelo dono de uma mente insana e cruel: Adolf Hitler.
Brasil, 13 de maio de 1888. Lei Áurea, fim da escravidão. Escravidão de quem? Negros ou seres humanos? Pessoas, gente, seres que nunca foram contados, não se deram ao trabalho de levantar quantos foram mortos. Genocídio legalizado por outros seres humanos, sem dó nem piedade, até hoje se tem noticias de carrascos nazistas que são trazidos a público, judeus sobreviventes recebem indenizações por danos psíquicos e materiais, e a outra parte da história, a dos escravos? Alguém foi preso? Pagou alguma coisa pela humilhação, açoites, torturas? Quem pediu desculpas? Pegou pena de prisão por seus atos de "bestas", quantos morreram nos navios negreiros, nas senzalas, nas imensas plantações de baixo de sol, frio, chuva e sem comida? Alguém se deu o trabalho de contar? Quantos foram mesmo?
Quando chegar o dia 13 de maio, não gritem apenas liberdade, exijam a contagem destes seres humanos, de todos eles, no mundo inteiro e, com certeza, teremos o maior genocídio desde a criação do Mundo.

Maria José da Silva
13 de maior de 2008

Foto de Paulo Gondim

Louvo minha mãe

LOUVO MINHA MÃE
Paulo Gondim

Não vou escrever como a maioria escreve
Versos de lamento, de desculpas
Pela perda da mãe.
Já escrevei, não escrevo mais

Hoje, escrevo versos de louvor
De agradecimento, de ternura
De reconhecimento, de amor
Por quem nesta vida, se fez vida
Não dispensou aventura
Na defesa da cria indefesa
Como fortaleza, nua e crua.

Por isso louvo essa criatura
Corajosa, forte, destemida
Que divide com Deus
A continuidade da vida
Ela pare, Ele (Deus) cria
Dizem os pobres na sua crença fria
Mas é a ela que buscamos
Nas horas de agonia

Por isso não choro a perda,
Já chorei, não choro mais!
Tenho boa lembrança
De amor, de esperança
Daquela mulher franzina
Miúda, mas de muita coragem!
Que guiou meus passos
Me deu muitas surras
Pra me fazer homem
E estava certa: me fez..

Por isso, agradeço e sorrio
Quando me lembro dela
E me sinto feliz
Porque sou na vida
Pelo menos parte
Do que ela sempre quis!

Páginas

Subscrever Desculpas

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma