Desastre

Foto de IGOR JOSE

O TEMPO, A MORTE E A VIDA

Hoje quando acordei percebi que o mundo estava diferente de ontem, do tempo da minha infância. O passado ficou para trás. Eu não sou mais o mesmo, as pessoas também não são mais as mesmas, muitas até já se foram. Às vezes dá saudade dos tempos antigos, da fase da inocência. Mas o que preocupa mesmo são os tempos que virão. Se pudéssemos imaginar como seria o futuro descobriríamos que ele nunca chega e que quando nos damos conta ele já passou, e foi tão rápido que não deu tempo nem de vê-lo. Ainda bem! Talvez, se pudéssemos ver ao menos a silhueta dos tempos vindouros o desastre poderia ser maior, pois descobriríamos que o futuro não é como imaginamos. Nunca se sabe o que vai acontecer adiante, pois o mundo não para de girar e o relógio prossegue afoitamente em seu trabalho sem cessar, empurrando os ponteiros que atiram para todos os lados, como setas, nos atingindo com os mistérios do amanhã, enquanto achamos que aprisionamos o tempo em calendários, programando a vida, pré-estabelecendo a rotina, sem saber se o dia de amanhã virá. Será que estamos virando robôs ou não estamos bem programados?
Durante a noite sonhei com a morte, pensei na vida e descobri que ninguém está livre de se encontrar com o seu medo. Descobri que o homem não tem medo da morte, mas do que virá depois dela. O medo do desconhecido torna a vida uma grande produtora de adrenalina que nos arrebata aos pensamentos mais secretos sobre o outro lado da vida e nos torna conscientes de que a fatalidade mora ao lado da prudência e a morte nada mais é do que o embrião da vida, pois quando morremos é que nascemos, e quando nascemos da morte é que vivemos. Mas existe uma condição para que seja assim e ao menos que ela seja desrespeitada, então a morte pode se tornar um monstro intransponível que, mais do que assustar, pode possuir a vida e torna-la extinta por toda a eternidade.
Tentamos dominar o tempo e esquecemos que ele está prestes a ter um fim. Enjaulamos nosso medo da morte no recôndito de nosso ser tentando exonerar a incerteza do que virá com uma fé que muitas vezes não é suficiente para nos trazer a certeza sobre o amanhã e a vida, e esquecemos que no porão de nossa alma existe um monstro maior ainda, que somos nós mesmos. O nosso eu que quer pecar e se satisfazer dos desejos mas repugnantes que se possa desejar, se contrapondo a santidade e a justiça que ainda pode envolver o ser humano. Ë esse monstro que percebe o tempo acabando e se lança como um animal selvagem sobre o monturo da irracionalidade humana e se alimenta do opróbrio do ser mais importante da criação. Porque somos assim?
A vida é apenas uma experiência (para muitos, amarga como fel, para outros, doce como mel.) que serve para nos moldar a um padrão inexistente nesse mundo. Muitos tentaram com vãs filosofias, dogmas e doutrinas, teorias, misticismo e muitas outras formas, padronizar a vida que nem mesmo eles entendiam. Criaram regras, estabeleceram hierarquias, desrespeitaram o sagrado e mataram uns aos outros, fizeram terrorismo na tentativa de manipular a vida que desconheciam. Não adianta tentar entender, é preciso viver, e viver cada dia como se fosse o único, na busca de compreender a si mesmo, em seu verdadeiro conceito, na plenitude de sua intensidade. A vida está dentro de cada um e nada mais é do que a liberdade da alma de poder, em sua verdadeira essência, experimentar emoções latentes em si mesma.
O mundo quer controlar a vida, a morte quer seu fim e a vida quer somente ser vivida. Ontem eu dormi mais novo e amanheci mais velho. O espelho não me deixa enganado. A agitação da rotina me convence disso e o tempo apenas passa e me leva com ele, como um prisioneiro, acorrentado a ele com passagem só de ida, rumo ao encontro da bendita morte, o fim da gestação de um ser e o ínicio de uma “desconhecida” vida, de um novo indivíduo. Já não penso nas coisas de menino, nem vivo como um. Minha semente já está plantada nessa terra e dará continuidade a vida, a essa vida que eu quero entender... e morrer... e finalmente viver, sem o monstro da morte me perseguindo, sem as incertezas do amanhã.
A vida que foge de nossas mãos é a mesma que nos conduz como cativos do tempo que passou, que vivemos e do tempo que virá. O tempo que queremos controlar é o mesmo que corrói nossa existência, deteriorando o vigor, corrompendo a saúde, e que nos arremessa nos braços da morte. E a morte?! Ah! A morte nada mais é do que a libertação. Deixamos de ser homens empalhados, almas sem feitio, mentes com falhas para enfim gozar da plenitude da existência em sua totalidade, experimentando de forma definitiva a integralidade do ser. Contudo sem interferir no tempo individual, cada um precisa viver seu próprio tempo, pois basta à cada dia o seu próprio mal, deixando nas mãos do Criador o poder de decidir a hora do nascimento para a eternidade ou a morte definitiva de cada indivíduo, sabendo que isso é o resultado de uma escolha feita nessa vida, a de se permitir então ser controlado somente pelo dono do tempo, da morte e da vida. Mas quando foi que ajoelhamos? Quando foi que chamamos Deus de pai? Na verdade, não somos bons filhos!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"A VIDA IMITA A ARTE"

“A VIDA IMITA A ARTE”

Conceitos errôneos explicitados em nossos lares...
Mensagens subliminares impregnando as mentes...
Influencias negativas dignas de pesares...
Programações indecentes!!!

Historias contadas sem a devida censura...
Influenciando conceitos e condutas...
Paradigmas quebrados sem a menor lisura...
Vitimando pessoas e transtornando suas vidas!!!

A vida imita a arte...
Se lá pode eu tambem posso...
Só que aqui é um desastre...
Não tem VT, é real, é de carne e osso!!!

O bandido na telinha vira galã...
Na vida real é cadeia pura...
Mas não adianta, somos todos fãs...
Desta incrível falta de censura!!!

São crimes, assaltos imitando os artistas...
Amores desfeitos em nome da modernidade...
São pessoas arrasando suas existências...
Tudo em prol da interatividade!!!

O controle remoto não funciona em nosso sistema...
A vida da “Isabella” não vai voltar...
A “Sylvia”(Duas Caras) já difundiu sua trama...
O que nos resta é apenas lamentar!!!

Foto de JGMOREIRA

CARTAS DE AMOR I

CARTAS DE AMOR I
A entrega

Carta de amor não se escreve
À luz do dia, hora dos apressados
Nem deveriam ser entregues
Por carteiros assalariados

Que levam nas algibeiras
Entre outros trastes
Promessas de uma vida inteira
Ou um adeus de desastre

As cartas de amor deveriam ser levadas
Por abnegados voluntários apoetados
Que sairiam nas noites enluaradas
Com mãos de seda, olhares amados

Esses operários do amor alheio
Receberiam por salário
O olhar de surpresa ou receio
Que soe a todo apaixonado

Nas noites de caminhada pela cidade
Cantariam nas ruas canções de saudade
Os porteiros por sabê-los puro cuidado
Os cumprimentariam com longos abraços

Andar por andar, sem usar elevadores
Chegariam de porta em porta, toc toc
Surpreendendo os moradores
Com cartas perfumadas com miosótis

De volta às casas, felizes pelo trabalho
Conhecendo todos, os abnegados
Fariam poemas, reuniriam retalhos
De palavras para alegar os desamados

Assim, todos os dias portas se abririam
Com rostos felizes, gente saudável
Que ao vizinho cumprimentaria
Com palavra boa e sorriso amável.

Carta de amor, quando é amor amado
Não se entregue sem certo cuidado
Nem se lê de dia, hora amarga
As palavras da amada.

Foto de Oraculo

SENSAÇÃO DE CINZAS

O frio que rompeu,
um corte gelado em minha face.
Que jaz em mim morreu,
o virtuosismo desse enlace!

Fui marcado desde o nascimento,
uma vida de agonia.
Lado a lado o sofrimento,
abandonar-me não podia.

Sincero desprezo inquietaste,
ao som melancólico de suas preces!
Na veracidade do eminente desastre,
nada a cobrar de quem te esqueces.

Um retrato em preto e branco,
permite num segundo que a dor adentre.
E aquele frio doloroso que me aquece por dentro,
me mostrou que nada é pra sempre!

Foto de JGMOREIRA

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS
ANTES QUE A NOITE SEJA COMPLETA

Pode lhe parecer tolo ou mesmo infantil
Mas farei questão de nunca esquecer
Os momentos que vivemos juntos

Nossas lembranças
Ficarão entalhadas
Na árvore das recordações

Meu coração fará questão
De nunca esquecer nada que vivemos
Para que haja sempre bons momentos
Para recordar nas noites tristes
Quando o frio for a única companhia

Quando nada mais houver para alegrar a alma
Quando forem poucas as chances de sobreviver
Quando me sentir nos Andes, Himalaia
Quando não houver motivo para crer
Terei você em meu coração e sorrirei
Mesmo triste sorrirei ao recordar você

Você será meu refúgio nos dias sem fé
Quando nada mais nos parece existir
Além dessa dor no peito, esse sofrer
Sem fim que construímos quando sós

Em você depositarei minhas esperanças
De ter sido o viver momentos mágicos
Aonde quer que eu esteja
Estarão comigo as suas lembranças
E nada será capaz de me demolir

Quero carregar você em mim
Como o pescador carrega o mar
Como a ave que só pensa nas alturas
O cão que deseja afago

Talvez, quando nada mais houver
Quando o tempo pesar demais na vida
Restem apenas os momentos consigo
Quando sequer restem-me amigos.

Não viverei em saudades eternas
Posto ser triste perder-se pelo ido
Pelo tempo passado, o que foi perdido

Viverei meu presente em busca da felicidade
Que é a força que nos anima
Mas, quando for a hora da verdade,
Quando estiver frente a frente no espelho
Quando precisar deitar a cabeça
Fechar os olhos, achar um ombro
Sentir-me reconfortado e em segurança
Naturalmente sentirei retornarem as lembranças
Dos momentos em que nos despejávamos um no outro
Confiantes, mergulhando de cabeça na esperança

Amarei outra mulher, ou mulheres,
Com a altivez da primeira vez
Com a garganta seca, o calafrio
Com todos os sintomas da paixão
Mas cá, dentro de mim, honestamente
Gostarei que fosse seu o nome
Que minha boca invocasse em comunhão

Antes que seja tarde, que tudo desabe em escuro
Queria que soubesse que me tornei melhor
Que abri meu coração ao mundo
Que às vezes me pego sorrindo sozinho
Que me vejo abraçando pessoas, feliz
Que me vejo crendo em algo distante de mim

Com todo o meu coração, queria que soubesse
Que nada mais pode me atingir com desastre

Talvez, agora que ditas, as palavras
Lhe pareçam as de um tolo, infantis
De alguém que não cresceu completamente
Para esquecer definitivamente
Um pedaço da vida que é apenas parte de um todo
Esse pedaço da vida me lembra as festas
E para quem dedicamos a primeira fatia do bolo

Não quero que me dedique nada
Que lamente ou se amisere;
Quero apenas que saiba por mim
Que me fizestes um dia feliz
E que essas lembranças
Guardarei dentro de mim
Como o rio guarda os peixes
Os olhos guardam o mundo

Talvez isso seja o que chamam amor
Eu, como não sei, chamarei de recordação
E se for, de fato, amor, terei sido feliz, então.

Foto de Klebber Moura Barcelos

O tempo não Para

Às vezes eu para e penso.
O por que viemos?
Qual o nosso objetivo aqui?
Será que podemos viver com alegria?
Acho que não!
Tem momentos na vida,
Que agente não entende o porquê.
Às vezes o dia e uma maravilha.
Outros um desastre.
O bom e ser amado.
Ai todos os dia fica cor de rosa.
Tudo fica bonito.
Para min os dias estão coloridos.
Eu olhos para qualquer lugar e vejo um rosto...
Um rosto bonito, meigo.
E paixão? Amor? Afinidade?
O que será?
Só sei que vou esperar.
Mas quanto tempo?
Quero muito, penso muito, desejo muito.
Alguém me amarrou.
Não consigo me solta.
Mas soltar para que?
Eu não quero.
O que eu quero mesmo,
E amar, beijar, abraçar.
Tudo que tenho direito.
[...]
Não pense, haja!
Quanto mais demora,
Perdera mais.
A vida r um carro.
Se você para ele para.
Se corre de mais,
Você morre!!!
Leve a vida com cautela.
Avance o sinal.
Mas com responsabilidade.
E como diz um grande amigo meu.
“Sangue na veia de jovem não corre, tira racha.”
Jovem apaixonado, e um caos total.
Fica com medo.
Mas no fim da tudo certo.
Eu estou amando.
Eu estou com medo.
Se der certo, “beleza”.
Mas, se der errado.
Cara o mundo vai desabar.
Não sei se conseguirei viver,
Sabendo que tem alguém sofrendo por min.
Mas tudo bem.
Se tiver que ser assim, assim vai ser.
Não vou ficar insistindo.
Mas também não vou me dar por vencido.
Quem ama sofre,
Que sofre sente,
Quem sente luta,
Que luta, “VENCE”.
E por enquanto, os ventos da felicidade estão soprando há favor de min.
Então, deixo rolar.
Só o tempo dirá.
E minha vez vai chegar.
E quando chegar,
Eu aproveitarei ao maximo.
E uma chance dessas,
Não encontramos na esquina.
Mas sim numa brecha que a vida te mostra.
Não tenha medo de seguir.
Porque com certeza, no final,
Estará a felicidade.
E seu nome escrito em baixo.
Mostrando que sua coragem,
Deu-lhe um premio. “Maravilhoso”.
Que você não deve perdê-lo nunca.
Agarre todas as chances que você tem.
Porque o tempo, o tempo não VOLTA.

Foto de Deibby Petzinger

Piano

Hoje vou morrer...
Não de tristeza, mas de passagem
Apagar em segundos,
Renascer em um novo mundo;
São tantas idéias , inspirações
lembranças...
Vou me perder entre papéis,
Brincar de esconde-esconde com as idéias,
E deixar de amar pessoas incomuns
"- O mundo está cheio delas"
e eu, também,
Alguém cujo sorriso
Apresenta uma 3ª má intenção embutida
E cuja vida, é um desastre.
Hoje vou correr entre as flores,
Sentir o gosto doce da aurora,
Correr para água...
Pintar um arco-íris,
Deixar que o mundo gire
Como a muito tempo não fazia.
Aprendi com a paciência,
Que não existe tão bela inocência
Como a nossa;
Somos capazes de fabricar um mundo
Quando amamos alguém,
E tudo é bom, e tudo é tão rápido,
E tudo isso não passa de nada...
Nada além de você , e sua pobre ilusão.
Seu coração e corpo fechados
Com a chave perdida na bagunça,
Na bagunça do seu quarto...
Te amei como um bicho
Encomendei minha morte sem saber
E se, as palavras não existem mais,
se elas fogem,
Foi porque você as deixou escapar,
Por uma janela de fogo.
Te quero longe, amigo
Longe de mim , longe da minha inútil existência
Hoje vou brincar na chuva
Sentir a água escorrer entre os dedos,
Assim como senti minha vida...
E, em relação as despedidas,
Nada além de curvas
Difíceis de contornar,
Como o nome a dar
A essa inútil poesia.

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