Preciso escrever,
Mas novamente a idéia não quer passar para o papel.
A dificuldade de transmitir o que estou sentido torna-se clara.
Indefinições tomam conta da mente,
definições tomam conta da alma,
palpitações descontrolam o coração,
e a ansiedade apodera-se do corpo...
Sento, me aconchego no som que sai de meu violão...
Toco, fecho os olhos e somente tento ouvir a melodia...
Os dedos correm pelo braço, dançam por sobre as cordas...
A música me acalma...
Deito, tento descansar, mas milhões de
pensamentos me rodeiam, tornam a virar minha
mente de cabeça pra baixo...
Uma montanha russa de agitos, encontros e
desencontros, sensações que a tempos não tinha ou vivia.
Sou obrigado a sair, tentar apagar a memória
como um simples quadro negro.
O difícil é que a lousa é minha história e EU
represento o que esta escrito nela...
Paro, e vejo que por mais que tente, o que
esta escrito não pode ser redigido, quiçá apagado.
Fecho novamente os olhos, respiro fundo,
sinto a calamidade interna que me abate,
tento não demonstrar o conflito interno que
me corrói vivo, solto o ar, abro os olhos e
torno a caminhar...
Olho para os lados, vejo as pessoas, me
distraio observando-as, sozinhas ou
acompanhadas, lendo um livro, brincando com
seus filhos e continuo andando...
Porque comigo tem que ser diferente?
Porque a recíproca comigo não tende a ser
verdadeira?
Porque não consigo ser, ver ou sentir como
todos?
Porque?
O que acontece com esse EU interno que não me permite...
Espero que um dia eu consiga entender, que eu
consiga vizualizar, sentir...
Enquanto esse dia não chega, não poderei
viver como um simples mortal, continuarei a
ser EU mesmo, com minhas dores e meus amores,
mas na certeza absoluta, que um dia me
entenderão e não duvidarão de minha
honestidade, de meu caráter e do meu modo de
ser, agir ou pensar...
23/10/2011
Cleverson Luiz Nicolau