Culto

Foto de Maria Goreti

ACABEM COM O NATAL!

Se você, assim como eu, comemora o Natal com amor, alegria e suas alegorias, este poema NÃO é para você. Porém, se por divergência religiosa, você não compartilha das mesmas alegrias, este poema também NÃO é para você. Mas, se por outro lado, você só sabe criticar o Natal, TALVEZ este poema seja para você.
A todos os que passarem por aqui, meu carinho e respeito, independentemente da opinião.

UM NATAL DE LUZ E PAZ PRA VOCÊ!
.......

ACABEM COM O NATAL!

Desarmem as árvores de Natal,
Cuja “neve”, sobre as folhas, não derrete
Neste clima tropical,
Onde os frutos são pura fantasia,
Não matam a sede nem saciam a fome
E as luzes só aumentam o gasto de energia!

Destruam os presépios!
Só assim acabar-se-á com o culto aos ídolos de barro.
Afinal, o que representam aquelas figuras inanimadas,
Sem nenhuma graça,
Num canto qualquer de qualquer lugar?

Não cantem canções natalinas,
Cujas letras e melodias melosas enternecem corações,
Unem pessoas em confraternizações,
Trazem alívio às almas e corpos doentes.
Eles irão morrer mesmo!

Matem o velhinho hipócrita, o tal Noel,
Que só presenteia meninos ricos
E deixem os pobrezinhos órfãos de alegria.
Assim, os meninos pobres, morrerão de contentamento,
Mas nem por isto deixarão de sentir fome
E desejos de presentes.

Nada de ceia farta!
Joguem fora o peru, a farofa, o vinho, as frutas
Pois estes são alimentos dos fariseus.
Melhor refestelar-se sobre um prato de farinha,
Com um pouco de água e sal,
Ao lado daqueles que nada tem de seu.

Não há porque gastar fortunas
Para comemorar o nascimento de Cristo.
Afinal, se o Cara sabia que iria sofrer até a morte,
Por que aceitou nascer?
Guardem o dinheiro para festejar os seus aniversários,
Com churrasco, pagode e cerveja...
Para as fantasias de Carnaval...
Roupinhas sensuais.

Apaguem as velas,
Pois suas chamas representam vida...
Para que viver a ilusão de vida plena e feliz
Se o Natal é tão efêmero quanto a própria vida?
E o que é a vida, senão o anúncio da morte?

Para que manter acesa a chama
Da solidariedade, fraternidade, esperança e perdão,
Se apenas uma vez ao ano ela se renova em Cristo?
O mundo não precisa de nada disto...
Estamos tão satisfeitos com o que acontece por aí!

Acabem com o Natal!
Com as cores que transmitem energia
E o pouco de alegria que a data encerra.
Natal é festa sem importância...
Não aproxima pessoas, não une famílias,
Nada traz de positivo.

Destruam os sonhos, as ilusões
Façam assim...
Façam o mundo mais “humano”
E (in) feliz!

Acabem com o Natal!

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 16/12/2011

Foto de Maria Goreti

ACABEM COM O NATAL!

Se você, assim como eu, comemora o Natal com amor, alegria e suas alegorias, este poema NÃO é para você. Porém, se por divergência religiosa, você não compartilha das mesmas alegrias, este poema também NÃO é para você. Mas, se por outro lado, você só sabe criticar o Natal, TALVEZ este poema seja para você.
A todos os que passarem por aqui, meu carinho e respeito, independentemente da opinião.

UM NATAL DE LUZ E PAZ PRA VOCÊ!
.......

ACABEM COM O NATAL!

Desarmem as árvores de Natal,
Cuja “neve”, sobre as folhas, não derrete
Neste clima tropical,
Onde os frutos são pura fantasia,
Não matam a sede nem saciam a fome
E as luzes só aumentam o gasto de energia!

Destruam os presépios!
Só assim acabar-se-á com o culto aos ídolos de barro.
Afinal, o que representam aquelas figuras inanimadas,
Sem nenhuma graça,
Num canto qualquer de qualquer lugar?

Não cantem canções natalinas,
Cujas letras e melodias melosas enternecem corações,
Unem pessoas em confraternizações,
Trazem alívio às almas e corpos doentes.
Eles irão morrer mesmo!

Matem o velhinho hipócrita, o tal Noel,
Que só presenteia meninos ricos
E deixem os pobrezinhos órfãos de alegria.
Assim, os meninos pobres, morrerão de contentamento,
Mas nem por isto deixarão de sentir fome
E desejos de presentes.

Nada de ceia farta!
Joguem fora o peru, a farofa, o vinho, as frutas
Pois estes são alimentos dos fariseus.
Melhor refestelar-se sobre um prato de farinha,
Com um pouco de água e sal,
Ao lado daqueles que nada tem de seu.

Não há porque gastar fortunas
Para comemorar o nascimento de Cristo.
Afinal, se o Cara sabia que iria sofrer até a morte,
Por que aceitou nascer?
Guardem o dinheiro para festejar os seus aniversários,
Com churrasco, pagode e cerveja...
Para as fantasias de Carnaval...
Roupinhas sensuais.

Apaguem as velas,
Pois suas chamas representam vida...
Para que viver a ilusão de vida plena e feliz
Se o Natal é tão efêmero quanto a própria vida?
E o que é a vida, senão o anúncio da morte?

Para que manter acesa a chama
Da solidariedade, fraternidade, esperança e perdão,
Se apenas uma vez ao ano ela se renova em Cristo?
O mundo não precisa de nada disto...
Estamos tão satisfeitos com o que acontece por aí!

Acabem com o Natal!
Com as cores que transmitem energia
E o pouco de alegria que a data encerra.
Natal é festa sem importância...
Não aproxima pessoas, não une famílias,
Nada traz de positivo.

Destruam os sonhos, as ilusões
Façam assim...
Façam o mundo mais “humano”
E (in) feliz!

Acabem com o Natal!

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 16/12/2011

Foto de Carmen Lúcia

7º Concurso Literário: "Amor de Mãe"

( As faces do Amor)

De repente faltou-lhe o chão. Acabara de ler o resultado de exame de sangue de seu filho.Há dias não dormia, não comia, não falava, não sorria. A ansiedade a consumia. Mas nesse fatídico dia se encheu de coragem, pediu à Maria, Mãe das Dores, que intercedesse por ela e que a mantivesse em pé, fosse qual fosse o resultado...mesmo aquele que ela mais temia. E era.HIV(reajente).Seu filho adorado, lindo, inteligente, culto, sua razão de viver...tinha Aids. Jamais poderia supor que isso pudesse acontecer...E agora estava ela, frente a frente com a dura realidade.
Uma assistente social veio dar-lhe o resultado, numa salinha tão funesta quanto ele e se preciso, ampará-la. Ampará-la?Depois de sentir sua alma sido arrancada?Assistente social sabe da dor de se ter um filho aidético?Só mesmo quem o tem.Mas são preparadas para isso.Consolar.
A mãe,ou o invólucro da mãe,voltou para casa, incumbida de dar a pior, terrível e mais trágica notícia.
Onde uma mãe encontra tanta coragem?Só mesmo Santa Maria pode explicar.
Encontrou o filho deitado num sofá. Podia-se ver seu coração aos pulos, aguardando a sentença fatal.
Ela respirou profundamente, procurou não chorar e num sôfrego,sem mesmo ouvir a própria voz,falou:
-Meu filho,você tem Aids!Hoje em dia há medicamentos modernos, os coquetéis,que o manterão vivo,se você se cuidar.Estarei sempre ao seu lado,o amarei cada dia mais. Abraçou-o fortemente para que o filho pudesse sentir todo o seu amor e seu amparo.
Em seguida, trancou-se no quarto, ajoelhou-se e agradeceu a Deus, a Jesus e à Maria, pela grande intercessão, por não deixá-la fraquejar e para que o filho suportasse a notícia sem novas tragédias.
Quando uma mãe se põe de joelhos,o filho se mantém em pé.

_Carmen Lúcia _

Foto de Derik Vieira

Mais que um sentimento...Menos que especial

Estou farto de meros poemas
Estou farto desta mera escrita
De tudo que se faz bonito
De tanta palavra perfeita

Sonharei com algo mais belo
Algo surreal na simplicidade
Diferente até do mais puro amor
Escreverei nada que se encontre fácil na cidade

Não precisarei de rimas
Nem de momentos que tragam emoção
E por querer tanto...
Talvez precise de dois corações

Cansei de escutar canções de amor
Cansei de voz bonita
Cansei do diferente e do igual
Cansei de buscar o original

Eu quero além do além
Talvez precise ser mais que um homem
Talvez preciso ser mais que culto
Ou talvez basta fechar os olhos e viajar em meu mundo

A mulher que era citada
A mulher que é amada em um poema
Já é banal na cabeça do meu ser
Olho...Olho...Mas nem sei viver

Oh! E como um homem que não sabe viver escreverá?
Como um homem simples fará algo especial?
Apenas um homem que sangra como todos...
Só mais um no meio de tolos...

Mais um poema vai desenrolando
Em um segundo de pensamento...
Nada muda na escrita
E não mais agüento

Meu corpo soa tentando fazer mais
Enlouqueço com meus pensamentos
Meu desespero me sufoca
E não mais agüento

Milhões de pessoa em minha mente
Amores do passado me rodeiam
A igualdade sempre vem à tona
E não mais agüento

Ah! Meu corpo entra em choque
E meus joelhos vão ao chão
A lagrima cai e o poema se faz como sempre

Minhas mãos tremem
E meu coração para...
Ainda consciente sinto meu corpo gelar

E já jogado no chão rolo meu corpo...
Olhando para o telhado velho e mofado
O sentido da vida faz meu coração voltar a bater
Como um desfibrilador...

Olho de lado e um poema esta ao chão...
Com lagrimas e uma foto rasgada
E a possibilidade de escrever algo mais puro que o amor...
Esgota-se em mero coma de poucos segundos

Não quero olhar a foto
Não queria escrever sobre o amor
Não quero ler o poemas
Tenho medo, pavor!

Meu corpo não desmaia novamente
E meu desejo quase se realiza
Não escrevi nada igual
Mas não escrevi nada que se admira...

Foto de Derik Vieira

Mais que um sentimento...Menos que especial

Estou farto de meros poemas
Estou farto desta mera escrita
De tudo que se faz bonito
De tanta palavra perfeita

Sonharei com algo mais belo
Algo surreal na simplicidade
Diferente até do mais puro amor
Escreverei nada que se encontre fácil na cidade

Não precisarei de rimas
Nem de momentos que tragam emoção
E por querer tanto...
Talvez precise de dois corações

Cansei de escutar canções de amor
Cansei de voz bonita
Cansei do diferente e do igual
Cansei de buscar o original

Eu quero além do além
Talvez precise ser mais que um homem
Talvez preciso ser mais que culto
Ou talvez basta fechar os olhos e viajar em meu mundo

A mulher que era citada
A mulher que é amada em um poema
Já é banal na cabeça do meu ser
Olho...Olho...Mas nem sei viver

Oh! E como um homem que não sabe viver escreverá?
Como um homem simples fará algo especial?
Apenas um homem que sangra como todos...
Só mais um no meio de tolos...

Mais um poema vai desenrolando
Em um segundo de pensamento...
Nada muda na escrita
E não mais agüento

Meu corpo soa tentando fazer mais
Enlouqueço com meus pensamentos
Meu desespero me sufoca
E não mais agüento

Milhões de pessoa em minha mente
Amores do passado me rodeiam
A igualdade sempre vem à tona
E não mais agüento

Ah! Meu corpo entra em choque
E meus joelhos vão ao chão
A lagrima cai e o poema se faz como sempre

Minhas mãos tremem
E meu coração para...
Ainda consciente sinto meu corpo gelar

E já jogado no chão rolo meu corpo...
Olhando para o telhado velho e mofado
O sentido da vida faz meu coração voltar a bater
Como um desfibrilador...

Olho de lado e um poema esta ao chão...
Com lagrimas e uma foto rasgada
E a possibilidade de escrever algo mais puro que o amor...
Esgota-se em mero coma de poucos segundos

Não quero olhar a foto
Não queria escrever sobre o amor
Não quero ler o poemas
Tenho medo, pavor!

Meu corpo não desmaia novamente
E meu desejo quase se realiza
Não escrevi nada igual
Mas não escrevi nada que se admira...

Foto de ellen.rds

Olhos Azuis

Emy era uma linda menina de 3 aninhos de idade..

Ela morava em algum lugar dos EUA, em frente ao mar.
Sua família era cristã.
Eles iam todos os domingos à igreja e realizavam o culto doméstico...
Emy era muito feliz!
Ela amava sua família e admirava os olhos azuis de seu pai, sua mãe e
seus irmãos....
Todos na casa de Emy tinham olhos azuis...
Todos...MENOS.... Emy !!!
O sonho de Emy era ter olhos azuis como o mar...
Ah! como Emy desejava isso !!!!
Um dia, na escola dominical, ouviu a "tia" dizer:
"DEUS RESPONDE A TODAS AS ORAÇÕES!

Emy passou o dia todo pensando nisso...
À noite, na hora de dormir, ajoelhou ao lado da sua cama e orou:
"Papai do Céu, muito obrigada porque você criou o mar que é tão bonito!
Muito obrigada pela minha família.
Muito obrigada pela minha vida!
Gosto muito de todas as coisas que você fez e faz! Mas...gostaria de
pedir...por favor...
quando eu acordar amanhã, quero ter olhos azuis como os da mamãe !
Em nome de Jesus, amém."
Ela teve fé. A fé pura e verdadeira de uma criança.
E, ao acordar, no dia seguinte, correu para o espelho.
Olhou...e qual era a cor de seus olhos ?...
CONTINUAVAM CASTANHOS !!
Por que Deus não ouviu Emy ?
Por que não atendeu ao seu pedido ?
Isso teria fortalecido sua fé ?
Bem...naquele dia, Emy aprendeu que um NÃO também era resposta !
A menininha agradeceu a Deus do mesmo modo... mas...não entendia...só
confiava.
Anos depois, Emy foi ser missionária na Índia.
Ela "comprava crianças para Deus"
(as crianças eram vendidas por suas famílias - que passavam fome - para
serem sacrificadas no templo,
e Emy as "comprava" para libertá-las desse sacrifício).
Mas, para poder entrar nos "templos" da Índia,

sem ser reconhecida como
estrangeira, precisou se disfarçar de indiana:

passou pó de café na pele,
cobriu os cabelos, vestiu-se como as mulheres

do local e entrava livremente
nos locais de venda de crianças.
Emy podia caminhar tranqüila em todo

"mercado infantil", pois aparentava
ser uma indiana.
Um dia, uma amiga missionária olhou para ela disfarçada e disse:
"Puxa, Emy ! Você já pensou como você faria

para se disfarçar se tivesse
olhos claros como os de todos da sua família ?
Que Deus inteligente nós servimos...
Ele lhe deu olhos bem escuros,

pois sabia que isso seria essencial para a
missão que lhe confiaria depois !!!"
Essa amiga não sabia o quanto

Emy havia chorado na infância por não ter
olhos azuis...
Mas Emy pôde, enfim, entender o porquê

daquele não de Deus há tantos anos!

Foto de Anderson Maciel

IGREJA

na igreja Católica começa a missa
na igreja Evangélica começa o culto
na igreja Católica o Padre sobe no altar
na igreja Evangélica o Pastor sobe no Pulpito
na igreja Católica o Padre começa com reza a Maria
na igreja Evangélica o Pastor vai clamar por Jesus
na igreja Catílica o Padre vai pedir sabedoria
na igreja Evangélica o Pastor vai falar de Jesus
na igreja Católica o Padre vai ler os livrinhos
na igreja Evangélica o Pastor louva os Corinhos
na igreja Católica o Padre reza o terço
na igreja Evangélica o Pastor vai ler a palavra (Biblia)
na igreja Católica ainda estão no terço
na igreja Evangélica vão cantar louvores
na igreja Católica parece que o terço não acaba mais
na igreja Evangélica o Pastor está entregando o culto
na igreja Católica o Padre vai ja terminar
na igreja Evangélica o Pastor desce do pulpito
na igreja Católica o Padre desce do altar
e enfim termina tudo pra amanhã de novo começar. Anderson Poeta

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ACERTO DE CONDUTA"

“ACERTO DE CONDUTA”

E eis que vos digo a verdade...
Acautelai tuas angustias...
Deleita-te sobre teus feitos...
Agrupai tuas amizades...
E tentai a fazer tudo direito!!!

Trilhai a veredas corretas...
Adentrai o templo dos ensinamentos...
Alimentai-vos das coisas certas...
E sorveis os melhores momentos!!!

Respeitai as hierarquias...
Vivei de teus proventos...
Aprisionai tuas manias...
E liberai todos teus conhecimentos!!!

Celebrai a vida...
Se livrai da morte...
Cuidai das feridas...
E ajudai a sorte!!!

Caminhai em reta direção...
Olhai os lírios dos campos...
Daí importância certa aos anseios do coração...
E espalhai o amor por todos os cantos!!!

Te aconselhai com a ascendência...
Ministrai o culto aos antepassados...
Engrandeceis a decência...
E condenai todos os atos errados!!!

Ajoelhai ante ao senhor...
E redimi-vos dos pecados...
Aceitai as imposições do criador...
E percorrei todo caminho a ser trilhado!!!

Sejais feliz ao espalhar a felicidade...
Buscai a harmonia...
Reconciliai com as amizades...
E espalhai a alegria!!!

Foto de Darsham

O Amor...Incómodos à parte

Tenho um problema com o amor, um grave problema! Ouço dizer por aí, pelas bocas do mundo, pelas letras soltas que vejo e revejo em papéis perdidos em cada canto de vida que o amor é a coisa mais bela que existe…
Chega a cansar os meus ouvidos de tanto ouvir a palavra AMOR!!!
Enaltece-se de uma forma sublime…em filmes…em palavras…em livros…em poesia…na música…Vê-se e ouve-se amor em todo lado (para os ouvidos e corações atentos, claro está) que chego a sentir-me profundamente enjoada.
Não, ao contrário do que possam pensar, eu não sou uma pessoa insensível, pragmática, vazia, distraída…Eu escrevo poesia, sou a voz do amor para quem não pode ouvir… Eu ouço Beethoven, Chopin, fado…choro ao ver uma peça de ópera, comovo-me com filmes românticos, voo para longe enquanto leio cada linha que Nicholas Sparks escreve…e tenho em mim todos os sonhos do mundo…
O que me incomoda não é a existência do amor, ou até é, não sei…é tudo muito dúbio…
Incomoda-me a banalização, o dizer por dizer, o falar por falar…e o coração? Será que ainda alguém sabe o que é amor? Amor sem razão, daquele que nos atraca o coração e nos despe a alma? Daquele que nos sacode os bolsos da sensatez…daquele que nos amarra sem cordas, nos cala a voz…daquele que nos tira a respiração e nos faz acreditar que vamos morrer por não termos espaço em nós para estacionar este avião que invadiu o nosso coração…
Será que entre a pausa para o café, e os pagamentos do mês ainda se tem tempo para reflectir sobre o amor? Será que todas as bocas que expressam a palavra amo-te atribuem o verdadeiro valor a este sentimento tão sublime e majestoso?
Incomoda-me, claro que me incomoda ver almas vazias e desprovidas de sensibilidade, que faria revirar na sepultura grandes poetas que a historia não esquece, verbalizar, assim, como se fosse uma pancadinha nas costas a palavras amo-te…amar não é só falar, é praticar, é encher-se de vida e gritar ao mundo que no peito nada cabe mais…
Incomoda-me também que não existam teses sobre o amor, em que expliquem tudo o que há a ser explicado sobre ele, para que o possamos conhecer e reconhecer, para que saibamos quando encontramos o nosso amor, o verdadeiro, a outra metade de nós, que nos completa…podemos viver toda uma vida com a pessoa errada, sem sabermos onde está a certa, ou sabermos, mas nada podermos fazer, porque o tempo já é outro e construíram-se outras histórias, das quais não fizemos parte, por termos construídos outras, paralelamente…
O amor rege a nossa existência; determina quem somos; representa-se nas nossas convicções, princípios, crenças e atitudes e descreve a sua rota nas linhas do nosso rosto, no brilho do nosso olhar, abrigando-se no nosso sorriso…à espera da noite…ou do dia…
A dualidade do amor… isto também me incomoda, de verdade, esta sombra dúbia que me chicoteia por dentro, que me finta o discernimento e me espanca a razão…tanto nos pode elevar às estrelas, como nos faz cair e bater em cheio com a cara no chão…sussurra ou grita-nos, queima-nos ou gela-nos, dá-nos o sorriso ou a lágrima, protege-nos ou abandona-nos…e aquilo que é contrário do bom, não é bom e dói…
Quando temos amor por alguém a vida fica tão mais fácil, não temos medo de nada, somos capazes de atravessar o mundo se for preciso e sorrimos muito, muito mais …se o amor parte, uma parte de nós também vai com ele e tentamos dia após dia, encontrar razões que nos façam sorrir, procurando formas de conviver com a solidão, para que não doa tanto…o coração fica apertado e lentamente vamos encontrando o nosso caminho, descobrindo novos horizontes, navegando para outras margens…renascemos numa nova vida e colocamos mais uma pedra no castelo da nossa identidade e unicidade. Encontraremos outro amor, que nos devolverá o sorriso, de uma forma espontânea e tudo faremos para que os erros que sejam cometidos nesta nova história (sim, porque os erros fazem parte de nós) tentem ser compreendidos e ultrapassados, tentando edificar estruturas sólidas em termos relacionais…
Porventura, voltará a suceder-se o mesmo e o ciclo recomeça, ou poderá realmente dar certo naquela vez, mas por mais voltas que a vida dê, por mais labirintos que percorramos, haverá sempre uma porta aberta para o amor.
O amor transporta-nos em viagens alucinantes por caminhos desconhecidos no nosso interior…já procurei mil e uma maneiras de descrever este sentimento tão…tão…indecifrável e transparente ao mesmo tempo e nunca consegui passar para as letras a magnitude, a cor, o som, a temperatura, a textura, o odor, a mistura, a mescla de coisas unas e simples que nos invadem a alma e nos descabelam a lucidez que se apossa de nós quando experimentamos o amor…
Porém, encontrei uma “definição” que até hoje me pareceu a mais perfeita e a mais simples. É uma pequena parte de uma passagem da Bíblia, que integra «1Cor.13», e é assim:
“…O amor é paciente, o amor é prestável, Não é invejoso, não é arrogante, nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê. Tudo espera, tudo suporta…”

Digo que para mim esta é a definição mais perfeita do amor que já li, pela sua simplicidade e no entanto faz-me questionar e pensar tantas coisas…ou o amor entrou em vias de extinção, e as únicas espécies sobreviventes que o encarnam vivem no outro lado do globo, ou então esta pequena passagem sobre o amor, que tanto gosto, não passa de uma utopia, um discurso naif…publicidade enganosa?
O certo é que, aparte as utopias, a publicidade enganosa e os incómodos de que me queixo, o amor é o pão-nosso de cada dia, é o nosso alento, a nossa motivação, muitas vezes o perdão…sem ele, o amor, a vida é a preto e branco, o mar é só uma enorme porção de água, os dias não têm propósito, a música é só mais um barulho que chega aos nossos ouvidos, somos gelo…somos parasitas...
Incomodam-me muitas coisas no amor, mas o que me incomoda de verdade, é não amar, muito mais do que não ser amada…ao não amarmos não reconhecemos nem valorizamos o sentimento do outro, não sentimos, não somos, não se é! Porque o amor é o milagre, é o sentido, é a matéria de que somos feitos, é como que um culto a seguir…
Porque o amor é querer ser muito mais do que ter! É a harmonia entre histórias, atitudes, pessoas, credos, cores, partidos, clubes…a vassoura da diferença e indiferença, é a medida certa…qb (quanto baste) …
Prefiro amar, e só amar, ainda que nunca amada, pois de contrário não serei abençoada…
Beberei eternamente pelo cálice do amor, mesmo que sede não tenha e darei a beber de quem da secura padeça…

Depois de dar nós ao cérebro para tentar tirar o itálico do resto do texto, acabei por desistir, antes que o computador ficasse com ferimentos graves (risos). Se alguém me puder ajudar agradeço!

Beijinho
Darsham

Foto de Darsham

Luto em mim...

Ando por aí
Caminho por becos e travessas
Ás avessas
Tropeço…
Nas bainhas do meu ser
Apago-me …
Entre pensamentos
E esqueço-me de viver
O tempo corre
Ouço a vida lá fora
Levanto-me e fecho a janela
Fico em completa escuridão
Absorvida e aturdida
E digo não
Não à luz, às estrelas
Ao dia, a mim
Digo não a tudo
E cavo…
A minha sepultura em vida
Grão a grão
Pouco a pouco
Algures no alcatrão
Invoco o louco
A insanidade
Inicio um culto…
Demente e eloquente
Arranco os cabelos
Encho-me de luto
Rebento e desvaneço
Apodreço…
Enquanto longe de mim…
Dos escombros ressurjo
E num novo início…
Amanheço…

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