Crianças

Foto de P.H.Rodrigues

Amante Sou Eu

Eu sou a adrenalina do momento
A empolgação da ação
O prazer do ato
O calor do pecado
O fogo do corpo
O ar quente na orelha, com suspiros borrifado

Sou o prazer que todos se privam de ter
A doce maldade que todos insistem em esconder;
Entre Arranhões, mordidas, puxões de cabelo
Te fazendo sentir que nossos atos são verdadeiros
Fugindo de um conto de fadas contado para "crianças" do mundo inteiro

Pecando sem se apegar, provocando sem cair
resistindo sem se entregar
se entregando sem se deixar levar
sou o par perfeito pra fazer você se perder
sou eu o amante que você tanto deseja ter.

Foto de Lucianeapv

DISCRIMINAÇÃO

DISCRIMINAÇÃO
(Luciane A. Vieira – 25/04/2012 – 14:01h)

Discriminação, sob qualquer forma, é terrível na vida de um ser humano!
A sociedade em si trata todos aqueles ‘diferentes’ segundo seus parcos e denegridos conceitos com tal desprezo fortuito, fazendo seres humanos com tudo para ser considerados normais passem a se sentir “peixes fora d’água” quando o assunto é “ser rico”, “ser pobre”, “ser gordo”, “ser magro”, etc.
Lembro-me, há alguns anos, quando minha irmã caçula chegou em casa chateada e triste pelo que ouviu de nossa prima (apenas 20 dias mais jovem) uma frase que mudou, de certa forma, toda sua vida. Na época elas deveriam ter, mais ou menos, 14 anos.
Um colega, vendo-as juntas, perguntou se eram gêmeas, devido ao fato de se parecerem tanto (ambas eram bem clarinhas, olhos claros – uma azuis e a outra verdes – cabelos loiros e cacheados, mesma altura etc), ao que nossa prima riu e debochou nos seguintes termos:
- “Não... Eu sou a prima rica e ela a prima pobre...” – e zombou de minha irmã.
A partir daí nunca mais as vi juntas...
Isso só veio à minha cabeça por ter sido um tipo de discriminação que achei injusto para com minha irmã, na época, e porque marcou, de certa forma, nossa vida e a maneira de vermos o mundo.
Na época em que fui criança, não era “crime” ser “gorduchinha”, nem se era, claramente, marginalizado pelos coleguinhas de escola...
Mas naqueles tempos gastávamos energia sempre...
Nossas brincadeiras não eram frente à TV, com o vídeo game, nem frente a uma fria tela de computador...
Não...
Naquela época brincávamos de pular corda, soltar pipa, procurar girinos em córregos (perto de minha casa tinha uma mina e um pequeno córrego...), amarelinha, passar anel, carimbada, bicicleta, pique de esconder, e tantas outras brincadeiras sãs, que nossos pais não precisavam ficar se preocupando em levar-nos ao médico todos os dias e nem regrar em nossa alimentação...
A vida era uma festa...
Acreditem: podíamos brincar de bicicleta nas ruas próximas de nossas casas sem ninguém para nos vigiar, pois nossos pais confiavam na obediência dos filhos que tinham e nos olhos da família, vizinhos e amigos existentes nas redondezas para cuidar discretamente de seus filhos de maneira sã.
Mas aqueles tempos acabaram...
Hoje em dia não se pode confiar mais nem mesmo nos pais que se tem... quanto mais em família, vizinhos e amigos...
Hoje em dia também não se pode confiar na qualidade da comida que se ingere, pois tudo contém conservantes, hormônios, estabilizantes, aromatizantes, e tantos “antes” mais ali adicionados fazendo a comida ter sabores melhores (embora não naturais) e fazendo nosso paladar se esquecer da simplicidade de alguns anos atrás...
Hoje em dia nem mesmo o leite é leite... Eu já me esqueci do sabor que tem o verdadeiro leite... Antes eu até cheguei a tomar leite tirado na hora, em uma caneca, de uma vaquinha, na fazenda de primos onde íamos sempre...
Hoje em dia não podemos chegar em uma fazenda e bebermos leite puro tirado diretamente do úbere de uma vaquinha... pois é considerado anti higiênico...
E com isto veio a epidemia de obesos em todo o mundo...
Sim, pois afinal não há mais segurança para nossas crianças brincarem... não há mais espaço para comidas realmente saudáveis... não há mais lugar para se viver com equilíbrio neste mundo globalizado...
Antigamente eu sabia que existiam outros países porque estudava sobre eles, mas eles eram distantes a todos... mas hoje em dia estes mesmos países estão dentro de nossas casas, atrapalhando a vida em nosso país, com suas crises mil, tentando despedaçar e fragilizar o nosso “pedacinho’ de mundo... E olha que a crise é deles e os discriminados somos nós... pois somos, ainda, considerados “selvagens” de terceiro mundo...
Em um breve resumo, somos discriminados por:
- sermos gordos ou magérrimos
- sermos tristes ou alegres
- sermos altos ou baixos
- sermos feios (os belos nunca são discriminados...)
- sermos pobres (ricos nunca o são... hehehe...)
- sermos muito fortes ou muito frágeis
- sermos emocionais ou rígidos
- sermos brancos ou negros ou amarelos ou pardos... etc...
Enfim: tudo leva à discriminação do ser humano... bastando, para isto, que este ser seja vivo e tenha sentimentos...
Poderemos, em alguma época futura, sermos apenas humanos???

Foto de Carmen Vervloet

Invocação

Sou o Deus que em ti habita
estou nas ruas em que transitas
estou com fome de amor!

Não fica olhando da janela
vem pra rua, traz a panela
o teu empenho, o teu sorriso
é tudo que eu mais preciso!

Sou cada uma destas maltrapilhas crianças,
tristes, perdidas, sozinhas, sem esperança,
mendigando um pouco de amor,
suspirando por um afago, um teto, um cobertor!

Fecha a janela, escancara a porta
mostra que comigo se importa,
deixa agir sem medo teu coração!
Verás, então, perfumados botões em floração!

Faz com zelo a tua parte,
faz com desprendimento, com arte
não espera pelos que estão no poder...
Estes estão cegos... fingem não ver!

Coloca teu tijolo nesta construção,
transforma em ação a tua indignação
e verás uma ínfima, mas expressiva redução
no sofrimento maldito que me deixa aflito!

E verás meu sorriso
nos lábios destas pequenas crianças
alimentadas, protegidas do frio,
enlaçadas no teu abraço amigo
festejando entre risos
o florescer de um canteiro de esperança...

Foto de Carmen Vervloet

Rostos que falam

Em silêncio vivo, fala o corpo...
Uma mão agitada, um sorriso morto
fala o que a boca não diz...
Tanto medo, dor, angústia, alegria ou felicidade
nos rostos vistos nas esquinas,
vielas, mansões ou bares da cidade!
O âmago expressado nos olhos
deixa o sentimento exposto!
A índole revela-se humilde, alegre, bondosa
ou arrogante, torturadora, mafiosa, mentirosa.
Rostos que tocam
como o do Papa João Paulo Segundo
um rosto humilde, sorriso amoroso,
um olhar doce e profundo...
Mas os que me tocam mais no fundo
são rostos de crianças, enjeitadas, nas ruas
com seus gritos mudos, expressões tão suas...
O eco destes gritos que se perde
aos ouvidos surdos...
O inquiridor olhar à crueldade do mundo!
Outros rostos assustam pela indiferença
rostos duros, frios, estigma do caráter hediondo,
ferozes marimbondos,
cegos para a dor dos que estão à sua frente,
de egoísmo tão doentes!...
Óculos embaçados, lentes sem grau!
Focam... apenas o próximo degrau...
Insensíveis às mazelas e procelas,
sentimentos embotados,
interesses próprios escancarados...

Os rostos são esculturas vivas!
As mais reais e precisas
talhadas pelas almas que os animam
avaliadas pelos corações que os examinam...
Os rostos falam... E como falam...
Basta olhar para o rosto dos enamorados!

Foto de von buchman

A onde eu errei...

Hoje me pergunto que é que fiz da minha vida...
Amei e talvez fui amado ...
Me dediquei e fui traído....
Fui abandonado sem uma palavra....
Largado ao relento como um papel sujo...
Joguei 32 anos de minha vida no lixo...
Abandonei minha formatura, meu pós graduação na Alemanha e meu doutorado no Japão...
Tudo isto para cuidar, amar, zelar e ficar apaixonado por uma mulher com duas crianças...
A mulher que mais eu amei desprezo-me e no final foi embora sem um adeus,
sem uma palavra de explicação, vendeu todos os nossos bens,
mudou-se escondeu-se e depois sumiu para outro estado,
fez como ela sempre me ameaçava e eu que nunca levei a serio...
- Vou viver minha vida, vou pra meu cantinho, viajar, curtir e ser feliz,
e sempre o dizia o meu cantinho ...
O filho que gerei com ela, amei como nunca, fiz do meu coração pedaços para ele ter o melhor,
ele sempre dizia, nunca te pedi nada você deu por que quis, o problema é seu...
Armou contra mim , tentou me estrangular, preparou e ajudou a me separa de minha esposa
que é a razão da minha paixão, e ainda acha que fez certo! Me reduzindo ao nada
,me maltratando, me deixando lesões e sequelas, irreversíveis no meu corpo,
no meus sentimentos e na minha mente...
Hoje vivo a base de corticoide pra retarda perda da voz,
e antidepressivo em doses cavalar por causa da depressão
e da síndrome de pânico...
Quem era eu e a que ponto chegeui...
Milhas filhas nem um oi me dão, como uma dela me disse você é
uma pagina virada na nossa família...
Eu acho que eu sou um doente metal,
um bandido
um terrorista,
um estrupador,
ou um leproso terminal...
Que fazer...
Muitos na minha condição de excreto de uma vida, daria um final a ela...
Alguns sairiam da central do raciocínio sã e iria matando a muitos...
Outros pelo choque e a depressão ficaria no fundo do posso eternamente e vegetaria na demência...
E eu faço o que...
Lastimo, choro, deprimo-me, isolo-me na solidão...
hoje fico jogado em um canto de um quarto esperando uma esmola de alguém,
em um gesto de carinho ou a um afeto, muitas vezes penso em dar um ponto final a tudo...
Assim resolveria o problemas de toda minha ex família...
Que bom que tenho membros de igrejas que me ajudam em palavras e em medicamentos...
e uma linda irmã que me ama!
Amei tanto meu lar...
Catei 2 meninas órfãos e uma viúva a beira do buraco da depressão...
Dependente de tranquilizantes, bebidas e cigarros...
Dei meu amor, meu carinho, minha paixão e meu zelo...
Abandonou os vícios e medicamentos e ganhou amor e paixão...
Cuidei das meninas, formei, instrui pelo caminho do amor e do evangelho de Jesus...
Eduquei as crianças como fossem ou melhor sendo minhas com todo amor de pai,
sempre atento a princípio da palavra de Deus, da familia e do lar cristão...
Nunca deixei faltar nada, de uma boa comida a uma família integra e pura,
por aperto todos passamos, faz parte da vida...
Nasceram dois filhos deste casamento evangélico,
fiz por merecer a eles tudo que um bom pai devia dar
,mas nunca mais que as outras que acolhe, com muito amor
e carinho, estas sim dei o que eu tinha e não tinha...
Para superar a ausência do pai biológico, eu nunca as bate e
sempre eduquei no conselho e na explanação do bem e do mal,
sempre no bom costume, sem vicio , nem roubos, no bom exemplo,
não fazendo nada que desonra-se o nosso nome ou do Sr. Jesus.......
Para minha esposa e mulher, procurei ser um bom namorado, acho que bom marido,
e tentei ser um ótimo amante,
de flores no café na cama ao poemas no vidro do banheiro...
Fiz dela minha rainha, minha deusa do amar e do meu altar...
Sempre confiei cegamente nela e nunca esperei um sequer pensamento errôneo dela ou contra sua fidelidade...
Ela sempre esteve acima de qualquer deusa ou mulher, muitas vezes acima de minha própria mãe...
Minha unica magoa é nunca escultar dela eu te amo, pois ela dizia que
não conhecia esta palavra e não a usava...
Hoje eu estou só abandonado, sem ninguém na rua da amargura. na dura solidão,
entrando no final da vida, sem ninguém, ecoando na minha mente, as palavras de meu filho.
.( Quero lhe ver na miséria, mendigando na rua seu safado...)
Que é devassadora a tal praga e maldição de um filho a um pai...
Vivo no zumbido de um quarto isolado e só, que me foi cedido, por não ter como pagar moradia,
pois todos meus pertences foram-me subtraído, nada disse,
não reclamei ou se quer me opus só orei e lastimei em lágrimas, agradeço a minha irmã,
por sua bondade e amor, pois eu estaria no abandono,
na rua ou em um chão numa esquina qualquer como um mendigo...
Hoje vivo a mercê da sorte do amanhã...
Vivendo de ajudas de minha irmã e da igreja, para não morre da fome e
não me faltar os medicamentos,sei que sou peso para ela, e não me sinto bem e
muito me constrange por ser um peso na sua vida...
Hoje estou sofrendo uma devassadora e desencorajador profunda depressão,
junto com um mal que chama-se síndrome do pânico....
Olha que ganhei de minha família...
Que devo fazer..
As lágrimas, esta já nem lembro-me o dia que não as a ative no meu rosto...
Muitas vezes pela perda de minha lucidez, por orientação medica não devo andar só, nem dirigir...
Me da uns brancos e fico sem sabre quem sou e o que estou fazendo naquele lugar...
Sofro mui e muito me dói chega a arder meu peito pela perda de meu lar
e de minha amada família a saudades que sinto me é sufocante, não acredito que vivo isto e não quero aceitar...
O lastimar e a dor latente da perda familiar é o que esta cheio o meu coração...
Já os perdoei a todos, não me importa a razão do que ou para que fizeram ...
Mas para eles a vida continua, sem nenhum remoço ou arrependimento!
Fui alvo fácil, fui pego na armadilhas que eles mesmo fizeram,
na falta de atenção, falta de prudencia, total confiança
nas pessoas que estavam ao meu lado, e de minhas inexperiências,
de empresário, pai sem maldade e esposo sem nenhum receio ou qualquer cuidado,
total confiança na minha amada.....
Confiei de mais e fui traído por quem nunca esperei...
E a minha vida serve para que hoje...
Ajudo e sempre ajudei e vou continuar a ajudar
os mendigos, doentes, pessoas terminas e drogados...
Amo ser assim, fico sempre junto a quem precisa, fico até um dia no celular ajudando alguém
ou tentando resolver o problema de uma pessoa ou de uma família..
É a minha realidade...
amo ser um homem bom e de coração limpo
sem maldades, o odio e a rejeição...
Hoje nada me tem renovado a não ser a dor e o sofrimento...
Talvez eu já esteja a um passo da loucura...
Ou de um suicídio
Pois tenho escutado vozes que pedem ou me velam a crer que
e melhor dar um ponto final em tudo...
Não me resta mas nada do que sofrer e sonhar que um dia tudo se terminara quando,
os meus olhos se fecharam por total...
Ai talvez eles possam olhar e ver que fizeram com um pai, esposo e servo de Deus...
Que nunca fui perfeito, mas sempre soube reconhecer meus erros e minha imperfeição,
pedia perdão e arrependia-me tentando nunca mas errar ou pecar...
Perfeito só Jesus ...

Foto de Rosamares da Maia

Produtos da Fome

Produtos da Fome

Das sombras emergem criaturas medonhas,
Amontoam-se e escondidas, defendem-se,
Prontas para atacar, mostram seus dentes,
Ainda brancos dentes de leite – Por pouco tempo.
Em breve, serão caninos cariados, afiados.
Espúria maternidade! Profana, sem sentido.
Impunidade que certamente será cobrada ao futuro.
E o tributo amealhado em vidas.
Hediondas criaturas. Agora pulam das sombras,
Povoam as ruas, como lhes fosse um direito.
São matilhas solitárias, que solidárias,
Caçam e dividem o produto da sua pilhagem.

Mas não são cães, nem ratos!
- São produtos da miséria e da fome.

Nasceram bebês, foram crianças, meninos e meninas,
Se ainda ousam sonhar é difícil saber.
Têm nos rostos mal definidos, olhos de dor.
Agasalham a realidade sob os viadutos, entre jornais,
Espiam verdades varridas para baixo dos tapetes vermelhos.
Mastigam em sua fome, decisões e providências inúteis.
Meu Deus! Não são cães, nem ratos.
Amontoam-se em uma matilha humana,
Formam a horda dos que têm nome.

- São chamados de h o m e n s.

Rosamares da Maia

Foto de Arnault L. D.

Canetas coloridas ( A cor do amor )

Crianças a brincar de colorir,
e uma delas rabisca, amor.
Me pergunto, qual a cor irá ser,
qual das matizes que irá se abrir?
Qual será do amor, a sua cor,
naquelas tantas para escolher...

Talvez, seja o rosa: cor de flor...
de cair do sol que se derrama...
Quiça azul, calmo e infinito,
de um céu de Cristo Redentor...
ou vermelho, de fruta e chama
qual será escolhida... Hesito.

Mas, cada escolhe cor diferente
e é amor em todas as cores...
Inteiro, ou cada letra e canto.
E eu que previa ver a frente
uma eleita entre todas as cores
descobri que o amor é branco.

Aprendi por aquelas crianças
que a cor certa é só um mito.
Qual, ou quantas forem escolhidas,
a matiz, ou os tons das nuanças.
O que importa, é que seja escrito,
sempre, com canetas coloridas...

Foto de Paulo Gondim

Holocausto

HOLOCAUSTO
Paulo Gondim
27/03/2012

Alguma força ainda lhe resta
Consegue levantar o braço
Estender a mão ossuda
Seguida de um olhar fundo
De um par de olhos arregalados

O esforço é supremo
Não se repetirá
Em poucos dias, nem isso
Não restará mais um fio de luz
Escureceu-se a esperança
Os olhos não se fecham
Cegaram esbugalhados

E aquela criatura magra
Inocente, fraca, impotente
Nem se questiona
Vê-se nos outros, como espelho
Porque são muitos,
Braços erguidos, mãos estendidas
Com grandes olhos arregalados

Tantos ossos expostos
Aquele olhar fundo
Crianças famintas
Ao redor do mundo
Contrasta com o luxo
De religiões, de oligarquias
De crenças absurdas, vãs filosofias
Da abundância restrita, do fausto
E segue a vida nesse holocausto

Algo acabou errado
Filosofias, conceitos, crenças
Precisam ser revistos
Terá dado certo o homem?

Foto de Carmen Vervloet

Nas Nossas Mãos

Se não sou cega, nem surda
e inquiro tudo que está à minha volta
também não posso ser muda
e guardar em silêncio minha revolta.

Preciso gritar a dor que me sufoca
e não me deixa ser totalmente feliz
cutucar com poesia os monstros que dominam da toca
e ferem a ferro e fogo deixando profunda cicatriz.

Meu coração sangra vendo crianças esmolando,
mãos estendidas nos semáforos das avenidas
e os monstros nosso dinheiro esbanjando
deixando ao descaso tantas e tantas vidas.

São botões de primavera que fenecem no alvorecer,
que perdem a cor antes mesmo que a flor se abra...
São tantos talentos que ao país poderiam enobrecer
perdidos, nos torpes vícios, nas ruas e nas calçadas.

Se o amor destes governantes é pouco ou insuficiente
e não vê a precariedade de tanta gente
o povo precisa ser mais astuto e inteligente
e escolher com critério outros mais sensíveis, urgente!

Foto de Lucianeapv

ALMA BREVE

ALMA BREVE
(Luciane A. Vieira – 03/02/2012 – 11:50h)

Quando eu era jovem
A vida andava livre
Corria bela
Sorria sempre...
Mas cresci
E hoje ela
Anda lenta
Sussurra angústia
E chora silente...
Já não tenho meus passos firmes...
Já não caminho com a alma leve...
Já não falo com o peito livre...
Apenas espero partir em breve...
Um dia espero que as crianças de hoje
Consigam ao menos sorrir
Com liberdade e com singela calma
Aprendam apenas a ser feliz
Pois o meu tempo já está a
Se extinguir...

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