Corpo

Foto de Rute Mesquita

Lacrimosas da noite

Chora a noite,
brotando-se escura e melancólica.
Sombra sem desquite,
desta tristeza alcoólica.

Choram-se as árvores,
despindo-se das suas folhas.
Implorado é o cântico das aves,
perante estas demolhas.

Choram as pedras da calçada,
por caminhos reprimidos.
Por de luz nunca ser alcançada,
choram-se restringidos.

Chora-se a água,
convertendo-se em sangue.
Ditado desta noite: ’ a mágoa,
que nos cegue.’

Choram-se os meus olhos,
queixa-se o meu corpo moribundo.
Aproximam-se os medonhos
e cobrem este mundo.

Chora-se assim a natureza,
como uma criança, como um adulto.
Como na noite perdeu a sua beleza,
em prol do seu tumulto.

A luz deseja-se,
à mais de cem anos de escuridão.
A alegria despeja-se,
se de longe vir a salvação!

Foto de DeusaII

Perdi-me de minha alma....

Sinto as correntes a amarrarem-me o corpo
Sinto-as picar em torno de mim
E a prenderem-me aonde não quero estar.
Não há mais magia....
Não há mais sentimento...
Apenas estes pensamentos que me levam...
Sinto-me então, a cair....
Sempre a cair... e a escuridão domina tudo em mim...
Meus olhos, já não vêm a luz
Estão obscurecidos pela mágoa e pela dor....
Já não sinto... já quase não sinto...
Já me perdi de minha alma...
Troquei de mundos... apenas por ser mais fácil
E neste estado hipnótico... deixo-me levar...
Porque não há mais nada...
Apenas esta escuridão que dominou minha vida
Dominou meu mundo e tudo aquilo que sou.

Foto de Marilene Anacleto

Mãos Negras

Mãos negras sobem desde meus pés
O frio segue pelas veias
Deixa meu corpo adormecido.
Aperta minha garganta
Consegue alcançar meu cérebro
Comanda olhos e ouvidos.

O desânimo se espalha
Rápido em minhas entranhas
No cansaço do silêncio
Minhas idéias, emaranha.

Negras já são minhas veias
Sem esperança, com torpor
No estresse da espera
Da volta da vida em cor.

Sofro angústias suspensas
De ser para ele a melhor
De estar sempre solícita
Ao bom gosto do amor.

A tristeza invade a alma
Com ares contaminados
Com frases não terminadas
Que nem pensa em se despedir
Do então amor, tão amado.

Foto de Marilene Anacleto

Uma Fogueira. Um Amor.

Uma fogueira,
Uma árvore,
Chão de areia fina
Céu azul de estrelas
Pensares desvairados.

Mãos que aconchegam
Unem-se à natureza
Mãos que excitam
Nuanças da beleza

Derrete o coração, o céu
Dança as emoções, o vento
Titubeia na areia fina, o corpo
Nem para pensar, há tempo.

Céu como testemunha
Fogo em labaredas
Sapos e grilos
Árvores e corujas,
Corpos unidos.

Foto de Marilene Anacleto

Anjos da Noite

Os anjos da noite me chamam,
É hora do descanso esperado.
Posso descansar em paz,
Porque eles estão ao meu lado.
Amém!

A madressilva se entranha
Em meu corpo e pensamentos
Na brisa fresca da noite
Pelo meu quarto adentro.
Aleluia!

Banha-me de calmaria,
E abranda os meus ais.
Uma oração para o anjo
E nem vejo nada mais.
Boa noite!

Foto de cnicolau

Viva

Por quantas vezes passamos por dificuldades?
Por quantas vezes sofremos?
Por quantas vezes nos sentimos sozinhos?
Por quantas vezes não temos um ombro amigo?
Por quantas vezes nos sentimos arrasados?

Por quantas vezes?

...

Por quantas forem necessárias para que
aprendamos a crescer, a entender, a refletir
melhor sobre os acontecimentos de nossa vida.

Seguir o caminho correto,
Não perder tempo com baboseiras,
Viva...

Mas viva para si...

Não dependa de outra pessoa,
Não viva a vida de ninguém,
Não ame por você e por outra(o)...

Ame,

Mas ame por você,
porque sente-se bem,
porque respira isso,
porque vive isso...

E o amor é um dom divino, que devemos
apreciar com cuidado, para que não
sejamos feridos mais tarde.

Entrega-se
Mas entrega-se cuidadosamente...

Doe-se
Mas doe-se calmamente...

Não faça da vida de outra pessoa a sua.
Não viva a vida de outra pessoa.

Sinta,
Respire,
Reflita,
VIVA...

Viva intensamente cada momento de sua vida,
afinal, Deus te deu essa, para promover o seu
amadurecimento e crescimento interior.

Seu corpo?
Apenas uma roupa...

Não deixe que nada, nem ninguém o separe,
o apague e o ofusque de suas próprias
realizações...

SINTA

RESPIRE

REFLITA

VVVVVVIIIIIIVVVVVVAAAAAA

Cleverson Luiz Nicolau
09/08/2011

Foto de DeusaII

Senti-te perto...

Os dias passam... e dentro de mim
Um sentimento de puro deleite
Percorre minha mente.

Sinto-me a flutuar acima das nuvens,
Quando relembro os tempos passados contigo.

Ainda em choque... lembro
Tuas mãos suaves a percorrerem-me
Teus beijos doces
Tuas carícias que me arrepiaram a pele.

Um choque quente e suave percorreu-me
E eu... deixei-me ir
Envolvida pela magia que transportavas
Deixei-me navegar em teus braços.

Senti-te perto... tão perto
Que ainda sinto um calor a percorrer meu corpo

Tão perto... meu amor...
Que ainda deliro em meus pensamentos
E vagueio em meu coração.
Como se nunca tivesse te deixado...

Meu corpo ainda reclama o teu...
Como se tivesse memoria própria
E te buscasse... onde já não te encontras.

Ainda te sinto perto.. meu anjo
Tão perto... que sinto ainda teu cheiro
Que quase me mata de desejo

Ainda sinto teus braços envoltos em meu corpo
Tua pele de encontro à minha
E a suavidade das tuas carícias que me arrepiam.

E neste estado de entorpecimento,
Penso em ti... como nunca antes pensei...

Quero que sejas meu... agora... sempre...
Quero-te por completo...
Começar e terminar contigo....

E viver neste estado de puro encanto e magia
Até o mundo se abater... sobre nós!

Foto de Rute Mesquita

Meu doce amargo


Meu doce amargo,
Os meus olhos despes
ao não te ver neste largo
onde à muito me deste
um anel de noivado.

Lembro-me,
como eras doce,
como me veneravas.
Como lá pelas doze
aqui comigo te encontravas.

Recordo-me,
do teu olhar cintilante,
onde me via reflectida.
Do teu espírito jovem e inquietante,
que me deixava sem saída.
Daqueles teus afagos,
logo pela manhã.
Daqueles doces e amargos,
que fizeram de mim, tua romã.

Sentada,
aguardando-te neste largo,
onde boas lembranças já não habitam…
Acabada,
num calor pardo,
as tristezas me ressuscitam.

Como és amargo,
em ir sem nada me dizer…
deixando-me a meu próprio cargo,
depois de ao céu me teres feito erguer.

Como és cruel,
em te demolires a meu peito…
Vou tirar este anel,
não mereces o meu respeito.

A correr e a chorar lá vai aquele rosto
de menina…
Entre o morrer
ou um bom aconchegar,
está a minha pequenina.
(disse o seu pai vendo o repetido episódio e lamentando)

Acabou assim a primavera,
de enlaces.
O inverno apresava uma nova era
sem esperar que para ele te preparasses.

Passaram-se meses, anos…
E como as suas lembranças
naquela casa ainda eram tão assistas.
Ainda habito nas esperanças,
daqueles imensos planos,
aos quais deste as tuas desistas.

O livro de receitas,
aparecia sempre que cozinhava.
Para evitar os meus enganos,
naquelas feitas
como meu homem sempre me lembrava.
Aquele meu pente,
que nunca o deixava no lugar,
tinha agora um ar reluzente,
quando nos meus cabelos o fazia tocar.

...Como se tu fosses ele.
Adoravas os meus cabelos…

E assim comecei a acreditar,
que com fé talvez ele se revele,
e voltemos aos tempos belos,
da primavera a espreitar.

Numa noite,
na qual as trovoadas rompiam os céus.
Sai de casa sem desajeite,
fui para aquele largo proteger os meus,
antes que aquele tempo os desrespeite.

Pesada, daquela chuva,
por entre tremeliques de frio.
Senti tocar-me uma luva
e o iluminar do meu fio
onde tinha a aliança.

Conforto-me e aqueço-me,
naquela esperança,
incandescente.
Quando sou atingida por um raio…
Fico inconsciente...
e ergo-me.

Afasto-me do meu corpo,
vejo-o irreconhecível no chão…
Quando ia para soltar um grito louco,
sinto um aperto de mão.

Era ele, a minha doce amargura.
Sorriu e disse-me: ‘tontinha, achas mesmo que
te ia deixar?’
E uma tamanha injustiça me perfura,
como pude eu me conformar?

Como se ele lê-se os meus pensamentos,
disse: ‘Minha princesa,
peço que me perdoes por ter ido sem avisar
mas, quero
que saibas que estive em todos os momentos,
só esperava que nisso acreditasses,
para te poder vir buscar,
à muito que te espero.’

As palavras afagavam-se
no iluminar daquelas almas que falavam por si.
Os seus medos ausentaram-se,
mas, esta história não acaba aqui.

Foto de Carmen Lúcia

Chuvas e lágrimas

É noite... chuvas caem molhando o chão...
Lágrimas rolam inundando meu corpo nu...
Ambas limpando o lixo da desilusão,
da falsidade,da decepção,o que restou do dia...

Chuvas apagam pegadas imundas da hipocrisia,
lágrimas lavam minh'alma do odor fétido da mentira.
Bálsamos para a dor...chuvas e lágrimas...
Que se misturam e levam todo o mal.

Fico leve...volto a crer...amanhece o dia...
As últimas gotas se evaporam com o sol.
Meus olhos secam,nuvens negras se vão...
Nada de lágrimas...e de chuvas...
Só previsão.

_Carmen Lúcia_

Foto de andrelipx

Caixa...

Tenho uma caixa que não abre, tenho-a guardada no fundo dos forros do meu corpo. Só tem aranhas e mais aranhas que me fecham ainda mais a caixa, e que a trancam mais ainda no fundo. Ela contrapõem-se com o meu aro da juventude, este aro corrompido de tanto sal que lhe caí, este aro que só tem ferrugem e que não é mais torto porque a caixa assim o segura e o ampara. Podia fazer um paralelismo entre esta caixa e este aro, mas não consigo, porquê? Porque não existe um paralelismo possível, porque esta caixa habita dentro de mim e se fosse fazer este paralelismo teria que quebra-la, mas não sou capaz de a quebrar. Dentro dela tem as minhas belas e harmoniosas recordações que sempre que me lembro delas, toca como que uma melodia dentro de mim, que não há instrumento nenhum que o consiga fazer, porque ela toca diferentes melodias, cada qual com um som diferente e cada qual de forma e cor diferentes. Tenho nos meus forros esta caixa e este aro, simplesmente ficam presos, porque não há modo e maneira de tira-los de onde se encontram porque as finas linhas das aranhas fazem com que todo o que lá exista fique preso. Esta caixa é de grande valor e não há nada nem ninguém que a possa abrir, porque já tentei tudo... Já cantei, já escrevi, já recitei, já reflecti, mas acima de tudo, já a amei como a tinha que amar. Procurarei mil e uma, ou duas mil e duas, formas de a abrir, porque ela é minha e por mais que ela ria e chore de saudades daquele lugar, não irei parar, porque parar não serve para mim. A luta de palavras que iram surgir perguntar retóricas irá continuar, porque essa caixa é minha e de lá tirarei essas recordações. Esses forros são maus e cruéis, mas eu não me deixarei sair vencido, porque se sair vencido terei não só perdido a guerra e a batalha e desta batalha e guerra não saírem derrotado, mas sim vencedor...porque ela é minha e por mais que estejam quarenta mil aros a prender-me não desistirei....Abre-te caixa de uma vez por todas...Abre-te...

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