Coração

Foto de Hisalena

Traços revoltos

Na face branca de uma qualquer folha de papel
Desenho os traços revoltos e negros da minha alma,
Os traços que hoje me atormentam e desesperam,
Os traços que hoje quase me fizeram perder a calma,
Os traços que hoje quase vida própria tiveram,
Desenho os traços profundos e negros da revolta
Que hoje se acendeu nas profundezas do meu ser,
Que hoje se perdeu sem hipótese de haver volta,
Que hoje incendiou as horas lentas do meu viver,
Desenho os traços desiludidos e negros da vergonha
Que senti face a esse comentário frio e mesquinho,
Que senti face a essa frieza crua e quase medonha,
Que senti face a esse despeito que em surdina adivinho,
Desenho os traços magoados e negros do meu coração
Depois de ter ouvido essas palavras venenosas e letais,
Depois de ter ouvido e sufocado a minha decepção,
Depois de ter percebido que as coisas não serão iguais,
Desenho os traços enraivecidos e negros do meu pensar
Que me toldam a vista e vão entorpecendo os sentidos,
Que me fazem ter força para me erguer e para lutar,
Que me relembram sentimentos há muito adormecidos,
Na face branca de uma qualquer folha de papel
Desenho os traços revoltos e negros da minha alma,
Os traços que hoje me atormentam e desesperam,
Os traços que hoje me fizeram perder toda a calma,
Os traços que a partir de hoje em cada sombra te esperam!

Foto de Ana Botelho

VAIDADE

VAIDADE

Busco em seus braços calmaria, aconchego,
Como um frágil bichinho cativo sempre o faz
Quer um ninho, mas às vezes em grades cai .
Meu amor não se realiza... acho que descobri o porquê,
Jamais conseguiu acalantar, nem por poucos meses,
Os meus sonhos e, mesmo assim, eu amo você.

Se abre os seus braços e se põe a me abrigar,
É que quer eu me renda às celas do seu egoísmo
Pedindo que eu me segregue do que der e vier,
E em um orgulho sombrio, me leva dos meus,
Acorrentando-me em cárceres de ridículos apegos
Prendendo-me ali, pelo tempo que bem quiser.

Meu vício é o encantamento do seu exagerado amor,
Pois quando retornamos em novas tentativas,
Nesse vai e vem, entre brigas e afagos, me ilude
E se me aloja nessas horas, eu fecho os olhos e assim
Viajo, alçando vôos a paragens etéreas, benfazejas,
Aí, eu me torno rainha una do espaço sem fim.

Mas não demora nada... e a tarde se esmai,
Com ela, uma triste angústia vem e dói em mim,
Traz à tona noite nefasta em seus gritos loucos,
Que me amedrontam demais, tendo que me calar
Diante de tanta agressividade, então me detenho,
Tentando talvez, que você não consiga me abandonar.

Estou por hora, muito, enormemente cansada
Para retomar essa relação dorida e oscilante,
Quero ficar aqui quietinha no meu canto,
Porque eu sei que o verdadeiro amor não é cativo,
Ele é livre por excelência, alimenta as almas
E as torna felizes, tudo pode e dispensa lenitivos.

Não serei eu a marionete escolhida da sua vaidade,
Sinto dizer-lhe isto: aprendi a gostar de mim mesma
A valorizar tudo o que possuo em talentos e intuições
E, elas me dizem que você não vai e nem quer mudar
Esse seu modo doentio de tratar o meu coração frágil,
Que só deseja a clareza do sol a com ele caminhar...

Sair bem cedinho, dourar os campos em lindas flores,
Falar com todos os que no trajeto puder encontrar,
Energizar os sofridos lares com gotas de carinhos,
Beijar os cabelos encaracolados de tantas crianças
Que olham na curva da estrada, lá no horizonte,
Como se visualizassem a chegada da esperança.

Sabem do que eu preciso... de apenas um grão,
Só um grãozinho de amor, que seja ele capaz
De me tornar alegre. Não penso em grandezas,
Não. Necessito me sentir amada, simplesmente,
Em plenitude e sem cobranças materiais,
Apenas amada, para ter paz na minha mente.

Que preço, meu Deus! até quando irei pagar
Pela vaidade que você teima em alimentar...
Peço ao tempo, esse desconhecido mágico,
Que se lembre de nós e desse insano amor,
E que nos faça cúmplices, amantes, amigos,
Desde o adormecer, o raiar e até o sol se pôr.
.
Ana Botelho 02/09/07

Foto de Carmen Lúcia

"Basta"

Que caiam todas as máscaras
Desnudem disfarces,propagandas enganosas,
Farsas impiedosas,que pintam de rosa
Um cenário incoerente,assaz reverente
À realidade cinzenta e incomplacente
De pseudos messias,doentes mentais,
Que defendem as guerras,injustiças sociais,
Como se fossem meros fenômenos naturais.
Digamos um basta à gana estratosférica
Ao que nos consome,à ambição homérica
E de caras e almas lavadas,
Nenhuma utopia,rasguemos o pano da hipocrisia;
Que as balas não são de festim,
O sangue que escorre não é de carmim...
As bombas são de explodir,não são de açúcar;não dá pra engolir!
As guerras não são de amor,tampouco boatos;são guerras de fato!
As vítimas não são virtuais,são todas reais,são todas fatais,
Às dores não há analgésico,nem mesmo anestésico;são dores mortais!

Quebremos o falso cenário,
Mundo visionário...De destruição!
queremos viver feito gente...
ajamos com garra,com alma decente,
com força no peito e raiva no jeito,
Paz no coração...Rumo à reconstrução!

Foto de angela lugo

Palavras ao vento

Palavras ao vento e o coração lento
A alma calma ilusão da gente
O amor suave a nos embalar
Numa brisa leve que nos envolve
Tão perfeitamente e nos faz sonhar
Com palavras ditas ao vento...


Foto de Fernanda Queiroz

Você...

Se você estivesse aqui
Tudo seria diferente
O dia nasceria glorioso
Encontrando-me sorridente

Queria um abraço apertado
Com cheiro de flores silvestre
Sentir você ao meu lado
Ai que dera que pudesse...

Em teu colo me aconchegar
E ver o dia passar
Não importa se colorido
Ou com nuvens a nublar
De tua face irradia
Em meu mundo a fantasia
De teu braço a proteção
Que ficou na ilusão
Mas foi obra do destino
Que marca no coração
Protocola na fatalidade
Toda minha rendição.

Mas não posso reclamar
De você herdei olhar
E quem sabe este jeito
Impetuoso de amar
Ou a forma de querer
De postar o saber
Ou quem sabe este som
Que aprendi entoar
È mais que um dom
Ou mais que pintar
Nas telas ou nos pensamentos
Ou nas notas a tocar

Hoje tenho o compromisso
De passar para frente
Este amor que foi omisso
Não por vontade da gente

Você nunca será passado
Viverá sempre em meu pranto
Ninguém amou tanto
Nem ninguém foi tão amado.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Marta Peres

Se

Se cada dia cai, a noite entra
sinto n'alma dor profunda
só, a todo instante.

Espero, sei que não vens,
tenho certeza da solidão
esta que faz doer,
meu coração.
Marta Peres.

Foto de Marta Peres

Quando tudo parecer perdido

Quando nada mais importar
quando pensar ter as portas fechadas
quando nada fizer sentido
ter o corpo cansado, abatido pela doença,
procure ver o sol,
fortalecer na Fé, Esperança,
o passado não é perdido.

Se hoje é o escuro, amanhã
haverá sol
e o sol quente, aquece o coração
enche a vida de Esperança
faz com que a noite passe ser dia.

Então pára, pense em toda sua vida
veja, a causa não é ainda perdida
tenha calma, paciência,
não chore amarguras
a vida inicia-se outra vez.
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Chuva

Choveu...
A terra precisa de chuva.
O café precisa do adubo.
A rosa precisa do espinho.
Ninguém pode existir neste mundo
vivendo sozinho.

Choveu...
Molhou todo o meu quintal.
A terra virou lama.
Eu fiquei sozinha na cama.

Choveu...
Os pássaros cantam no jardim.
De onde estou posso ouvir o cantar
ainda tenho lágrimas no olhar.

Choveu...
E ela trouxe uma jóia rara.
É o tesouro guardado
no coração de quem sabe amar.
Marta Peres

Foto de Cecília Santos

ENCONTREI O PARAÍSO

ENCONTREO O PARAISO
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Sou livre, livre pra sempre.
Não tenho mais meu coração partido,
Não tenho mais a dor do amor perdido.
Sou liberdade, solta como as nuvens.
Posso repousar, posso voar quando quiser.
Sou livre, me despi dos meus medos,
Me livrei dos fantasmas,
Me livrei das culpas.
Tirei a máscara da ironia,
Sou um ser melhor, maior.
Sou livre pra sorrir, e pra ser feliz.
Vou colorir meu mundo, com as cores
mais lindas e vivas que encontrar.
Vou alar meu coração, pra que busque
ele próprio a emoção.
Vou dar liberdade aos meus olhos,
pra que busquem as maravilhas.
Meus lábios libertos, dirão poesias.
Minha voz, cantará as mais lindas melodias.
Sou liberdade, sou brisa, sou carícia.
Sou um ser livre, encontrei o paraíso!

Direitos reservados*
Cecília-SP/08/2007*

Foto de Marta Peres

Embarcação

Um novo poema se me aporta
bate na janela da ilusão,
abro a escotilha e solto a frase torta
no balanço das águas do coração.

Minha emoção fala mais alto
o barco a se afastar daquele porto
no cais vejo vultos pequeninos
vou indo em busca dos sonhos meus.

Sei que está lá naquela areia
Deitado a olhar a imensidão
Não vê que ela fere e corta
bem mais que os punhais da solidão.

Não me importo ser marujo de poemas
Sinto a alma ferida, temo a explosão
meu peito é tempestade apenas
jogo fora sob a forma de minha arte.

Aproxima-se de mim a cerração
sorri,levanta âncoras a parte,
quer ficar comigo indo sem rumo
buscar uma nova arribação.
Marta Peres

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