Conquista

Foto de Marta Peres

Mulher

Nada te supera
Muito menos substitui,
Cada gota de teu sangue flui
Em teu corpo
É
O verdadeiro apelo do amor!

Perfeita!
Tão perfeita quanto a natureza
A luz do dia
Imitada, jamais igualada!

Vaidosa!
Não importa idade
Mulher menina,
Mulher mocinha,
Mulher
Em qualquer idade
Desde cedo já sabes cativar!

És Mulher!
Na simplicidade
Na elegância
Mostrando toda feminilidade
No prazer da conquista.

És mulher!
No labor do trabalho
Tendo mãos calejadas
Pele grossa ou enrugada
No calor causticante do sol!

Mulher que ama
Que sofre
Que sonha
Que pede carinho
Como flor,
Machuca em seus espinhos!

Mulher!
Sempre mulher,
Que acalenta o filho
acalma a alma
Do homem
Separando espinhos da flor!

Mulher!
Você mulher!
Que vai a luta
É guerreira
Que deixa de viver seu sonho
Para ver o outro sonhar!
Marta Peres

Foto de @nd@rilho

Aconchego do ninho

Nas revoadas da vida
É maravilhoso sentir,
O vento da liberdade,
Acariciando nossa face,

O mundo ao nossos pés,
Os obstáculos no chão,
A certeza da conquista,
A leveza dos sentimentos,

Voamos alto e livre vamos,
Trilhando novos caminhos,
Fitando um novo horizonte,
Em seu majestoso esplendor,

E no fim dessa odisséia,
Trago no peito a sólida certeza,
De um regresso seguro,
Ao aconchego do ninho.

Foto de Lou Poulit

A ARTE É UM CAMINHO

A arte é um caminho. Para muitos, pode ser um caminho apenas de prazer, um entretenimento. E de fato é muito prazeiroso fazer arte, mas esse caráter estará sempre na razão direta da pretensão e do grau de envolvimento, e portanto, do caráter do artista. A partir do momento em que ele estabelecer objetivos específicos para si e para a sua arte, havendo um envolvimento consistente, tais objetivos poderão se tornar uma prioridade cada vez maior. Até mesmo chegar a um estágio no qual o prazer, associado a um resultado ainda não atingido, seja uma simples expectativa, porém capaz de esvaziar o prazer comezinho de fazer arte.

Colocada dessa forma, a idéia pode parecer antipática para muitas pessoas. Porém é necessário levar em conta um aspecto irrecusável: Na arte, como em outros campos da vida, pode ser muito importante o mérito da autoria. Ou seja, pode ser imprescindível que nos sintamos no pleno direito de considerar determinado resultado como nosso, fruto do nosso esforço e discernimento, do nosso talento pessoal, produto autêntico da nossa alma, principal referência de auto-identificação.

Outros fatores sempre concorrem para que um resultado se concretize, mas não se completariam sem as escolhas, ainda que intuitivas, feitas pelo autor no decorrer do processo. Para um autor lúcido do que faz, que se empenhe em dominar uma técnica, por que motivo estabeleceria um objetivo a ser determinado à sua revelia? Se alguém assume um objetivo para si, qualquer que seja o seu grau de envolvimento ele fará parte de um grupo majoritário de pessoas, não sofrerá sérios enfrentamentos, e não se importará muito com prazeres secundários (nem com o julgamento que façam a respeito disso). Então lhe será natural a associação da satisfação ao atingimento do seu objetivo, o esmero nos meios que utiliza e, afinal, a auto-exigência do mérito da autoria. Embora, para um autêntico artista, de corpo e alma, não seja tão simples assim.

O que um caminho tem de mais importante, seria a conquista final? Ou o somatório das muitas pequenas conquistas secundárias? A resposta mais evidente (ambas as coisas) é a mais difícil de ser realizada. Entretanto, em se tratando de arte, de certa forma é quase sempre o que acaba acontecendo. Explicando, em arte, os grandes objetivos importam em longos percursos da alma do artista, o rumo se desloca várias vezes durante o trajeto e perde-se o sentido de atingir exatamente o ponto almejado no início, já que surgem outros, alternativos e igualmente sedutores, no imenso horizonte das concepções. Quanto às conquistas secundárias, são na verdade o dia-a-dia do artista, seu verdadeiro prazer. É como disse uma vez Pablo Picasso: “O artista não pode esgotar completamente sua pintura. No dia em que isso acontecer, morrerão o artista e a sua arte”.

Vendo-se assim, o artista mais se assemelha a um livre peregrino, de túnica, sandálias, bastão e alforge, do que a um cruzado conquistador, que precisa suportar o peso enorme das suas armas, prisioneiro da própria armadura e das riquezas que seu ego exigiu para si. Enquanto o cruzado produz destruição e pilhagem pelo caminho, o artista cria, recria e se doa. E isso ocorre pela sedução do espírito da arte, que languidamente se oferece como miragem de rumos novos, para que possa exercer seu papel no mundo. A arte é um caminho diferente de outros tantos caminhos. Porque não existe um lugar em que deva chegar, a não ser o indevassável âmago dos seus admiradores. E ainda que aí venha a chegar, decerto não se conformará em ser essência, concentrada e contida, em um diminuto vidrinho arrolhado.

Sou apenas um obscuro ser vivente, condicionado às vicissitudes e limitações humanas, mas tenho uma suspeita quase palpável: minha alma de artista assegura, com um sorriso seguro e atemporal, mais que angélico e menos que demoníaco, que a arte nunca se conformou em ser expressa e arrolhada em uma medida de capital.

Foto de Lou Poulit

NÃO CABEM DOIS MARES NO MEU ABISMO

Não cabem dois mares no meu abismo. Não resplandecem duas estrelas na minha escuridão, nem duas manhãs podem beijar o reabrir dos meus olhares. O meu sonho incauto colhe os ventos rebeldes que o arrebatam, e o peito do alto tolhe as vagas que lhe desafiam, mas no silêncio milenar das suas profundezas o meu amor não se desalinha. Pelas imensuráveis distâncias do próprio cosmo, o meu amor peregrina e das palmas que lhe acariciam esmola: de cada era a prece em que tardo e a bailarina, em quem como um raio ardo e me esvaio, com cada passo tece o cetim no espaço, o olhar que toca a tez amada quando amanhece.

O relâmpago, que a eternidade de um instante proclama, não alforria duas senhoras, nem duas escravas lhe possuem a chama. O hálito morno, que áspero lambe o leito e dessedenta o rio, e como um senhorio crava estrelas em suas areias, só tem uma pataca. Para que dois alforjes? Não são de sandálias as suas pegadas, mas onde aponta o velho cajado ancora-se o frêmito do escuro ao firmamento, como se ao crepúsculo o amor ancorasse o vento e, a se deserdar do fim iminente, sentisse o que o músculo não sente. O corpo da amada não mente, o botão guarda o instinto da rosa. O templo espera, de uma só direção, pela manhã sestrosa que há de lhe dar vida às pedras.

Pois que venha o amor no dia das algas. Abissais, viscosas e quentes, esgalgas algas, crispadas no rastro das correntes, rubras espadas a sua conquista. Virá o tempo do grito rijo, nas entranhas do torpor. Virá a madrugada ao regozijo do repouso. Amada, virá o amor tardio... Ah, o amor vadio, sem peja ou medo, a mais doce peleja, o mais furioso brinquedo. Virá na ponta do dedo, no gume da fala, descabelar a pérola numa luta que na vala brota, de pétalas no fundo da grota... O pórtico exíguo e seu tímido obelisco hão de ser soterrados sob as asas do pégaso amado, para que apenas as suas estrelas rasguem o negrume e habitem o instante. Ah, o amor... Pelo caminho dos pirilampos o amor virá com seu tropel. Mas que não venha pelos campos, nem do mar nem do céu, mas com um canto gutural o amor mais visceral venha do nosso passado... E domado como um bicho amante, pela crina, há de transfigurar-se em doçumes, no vau largo da bailarina, num último cismo de lumes. A manhã pertencida espreguiça o levante, sem posses ou posseiros, sim à vida... E nunca mais aos ciúmes.

(Itaipú, 21/julho/2007)

Foto de joycededé

Em Busca da Felicidade...

Em busca da felicidade...

Procure ser feliz, sempre, mesmo que isso signifique jogar tudo para o alto e começar novamente...
Se esse for seu ideal, corra atras, não espere por ninguém...
Não traga ninguém...
Nossa busca é só...
Busca por nós mesmos...
Busca solitária...
Individual...
Busca de conhecimento...
Sabedoria...
Busca pessoal.
Só nossa...
Corra atrás de seus objetivos, faça por onde te...
Conquista-los... Eles estaram sua espera, basta ir atrás...
Sem esperar por ninguém, pois ninguém te espera...
Te ajudar...
A não ser nós mesmos...
Nossa busca pessoal...
Por sabedoria...
Conhecimento...
Dignidade de viver bem...
Satisfeita...
Feliz...
Sempre...
Nossa busca...

Joyce Ceccon
São Paulo, 01 de Fevereiro de 2007.

Foto de home.enamorat

Bárbara y Pablo... una historia de amor

"Esta es la historia de un hermoso amor...

Él... un hombre solo, aventurero y lleno de ganas... de simplemente vivir...

Ella... una mujer preciosa, procesando un cambio en su vida... sola, y sin haberse dado cuenta de las inmensas ganas que tenía de simplemente ser feliz...

Ellos, se encontraron un día, el sol iluminaba aquel atardecer, fue un verano... una tarde como cualquiera...

Él la atrajo con su encanto, y ella la cautivo con su simpatía...
Así comenzó la más hermosa historia de amor, pasaron los días, se buscaban...

Él, cada noche con una desesperación que no lograba comprender...

Ella, lo esperaba con ansias, sabía que llegaría a su encuentro, como cada día, como cada noche, empezaron a nacer frases hermosas... empezó fluir el amor, puro, sincero, y por sobre todo verdadero, por que aquí no habían rostros, no habían cuerpos, solo habían palabras y sentimientos, y eso bastaba para sentir que sus vidas tenían un mismo destino.

Ellos empezaron a enamorarse, de la forma más tierna y dulce, como aquella mujer...

Ella lo fue enamorando poco a poco, con su simpleza, con su ternura, con con su cariño,

Él siguió el camino de la conquista... la protegía, la acompañaba, la hacía sentir aquellas lindas cosas que ella desconocía...

Ella empezó a amarlo... sintió que él era el hombre de su vida, que lo quería a su lado, para continuar su vida...

Él, sentía que ella, su linda Bárbara, era la mujer con quien deseaba compartir su mundo, que entre líos y dientes, ella sería la mejor compañía...

Ellos se dieron cuenta que se necesitaban, eran el uno para el otro, se estaban enamorando, y poco a poco lo mas tierno...se estaban deseando...así llegó el amor a sus vidas...

Hoy aún están juntos, se están amando intensamente, se necesitan, se adoran , se profesan un amor inmenso, los sueños acompañan sus vidas, un futuro les aguarda, una casa...unos niños... que esperan por ellos, para que fundidos en aquella pasión sin limites...los engendren con el más puro sentimiento de amor…

Ellos...PABLO Y BÁRBARA viven sumidos en la alegría y la felicidad, bendecidos por la vida, por haberle ganado a la adversidad.
En esta historia... ganó EL AMOR...”

Foto de Nana ´De Má

Uma história de Amor Puro.

Amor Puro.

Já fui descrente da existência do Amor Puro,
Até que em uma noite de solidão, com ajuda da tecnologia,
Por acaso em uma gostosa brincadeira, me deparei com ele,
Em primeiro momento era só uma conquista, mais uma pra mim,
Fácil, fácil demais, sem valor,
Eis que conquistei,
Mas depois fui conquistada, e então em uma teimosia freqüente comecei a desafiar este tal amor, pois ainda não acreditava em sua existência, nesse jogo perigoso o tempo foi correndo, se passaram dias, e logo se formaram meses, e a dependência e aceitabilidade crescia, não tive dúvidas, me vi vencida, vencida e agradecida, pois pensei jamais ser merecedora de tal dádiva, coisa bela e tão pura, simples e tão transparente, pequenas palavras, situações diminutas, e uma profusão de sentimentos desconhecidos nasciam sem pedir permissão, estou presa mas estou em liberdade, porque antes estava presa na hipocrisia do físico, da pecúnia e das convenções sociais, estou livre , estou livre,
Dantes era tão triste com essa tal liberdade, falsa e contida, hoje estou presa e feliz,
Loucura, pode ser, aceito as pedras de bom grado, estou presa a algo maior, a algo que me neguei durante a vida inteira, estou feliz, me sinto bem, sou mais gente agora, tiro forças pra coisas inacreditáveis e isso porque estou presa,
A força que tudo isso me dá é inacreditável, só posso agradecer,
Agradeço a alguém maior, que também deixei de lado a muitos anos, e hoje me abençoa com seu mais belo presente, obrigada Senhor, não sou digna, mas mesmo sabendo disso, quero me fazer merecedora, obrigada por abri meus olhos, obrigada por tirar as devesas de meu coração, construídas devido por espadas de quem merece perdão, porque não conhece hoje o que eu sei, perdão a estes seres infelizes, obrigada pelas cicatrizes, obrigada por me deixar sentir, hoje eu sei que existe, sim existe , pode parecer bobagem aos olhos de meus colegas sofredores, mas existe, O Amor Puro, existe, e eu o tenho, e quero isso pra todos vocês, porque é tão bom o sentimento que me recuso a ter só pra mim, quero pra todos também o mesmo belo sentimentos, por último agradeço ao guerreiro que agüenta dia após dia, as loucuras dessa sentimental pessoa, agradeço a ti amor por me acompanhar, por me apoiar e principalmente por me amar do jeitinho que eu sou, se por nem tirar.
Eu amo, e bom poder dizer eu amo, palavra esta usada por vários sem saber o sentido real, em minha vida só foi proferida no sentindo de amor entre homem e mulher a um único ser, ao qual me senti confortada e segura o suficiente pra me deixar tão sensível e aberta, é fácil e até necessário dizer sempre que amo-te, pois você é com certeza o meu Amor Puro.

Foto de Nana ´De Má

Declaração sem fim I.

Estou iniciando algo novo nunca feito por mim,
Uma declaração continua e sem fim,
Começa com uma letra, e assim vai se transformando,
Neste momento quero eternizar o que sinto por alguém,
Que de segundos se fez perante mim,
As palavras vão saindo sem penas digitadas por estas incansáveis mãos
É algo que quero que todos saibam.
As alegrias que todos deveriam sentir.
A alegria mais pura de direito mais liquido que um ser humano pode querer.
Neste momento inicio vários momentos com palavras que ainda irei temperar,
E posso sim emprestar a quem servi se assim for dignas minhas palavras em mesma emoção.
Não sigo regras, não sigo harmonia só a emoção de um coração que se dilata em emoções tão fáceis e simples e continuas.
Falo do amor puro, do amor sem medo, do amor distante e desordeiro,
Daquele que acalma e machuca sem dó de quem o sente,
Falo da paixão crescente da eterna conquista e da continua luta de estar sempre bem.

Foto de Sirlei Passolongo

Paixão cega!

Surge...
Como um feitiço

No meu coração
Faz rebuliço

Encanta
Aquece
Atiça
Doces sensações

Meu corpo
Cativa,
Conquista...
Minhas emoções

Como um licor
Embriaga,
E no meu corpo
Faz brasa

Faz casa
Em meus pensamentos

E feito tatuagem
Fica!
Faz ronda...
Em meus sentimentos

Insano...
O peito se arrisca

Se entrega
Sem regras
Ah!
Doce paixão cega!
(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora.

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos II

No cancioneiro brasileiro, até pouco tempo atrás eram muito raras as compositoras. Poucas, como Chiquinha Gonzaga por exemplo, tiveram personalidade para romper a bolha machista e fazer sucesso fora dela. Mas há uma outra característica no contexto musical do nosso país: Muito poucos compositores dispuseram-se a entrar na bolha! E construir letras onde o “eu” era feminino. De cabeça, qualquer um poderia se lembrar de Chico Buarque e Caetano Veloso. Mas existem outros menos famosos. “A Fruta e o Pássaro” é meu melhor resultado:

“Se me guardo navego
Se me entrego não volto
Porque quero me solto
Porque temo me prendo.

Me fendo como a fruta
Que um pássaro perscruta
E me agarro ao meu talo
E me calo
E me odeio e me odeio e me odeio.

Eu receio o seu espaço
Despencar da canção
Ficar só, de cansaço
Ser comida no chão.

Me fendo com a fruta
Que um pássaro desfruta
Mas te sonho e te tramo
E te amo e te amo e te amo”.

Seguindo uma linha poética na qual se solidariza contra o condicionamento e as injustiças da cultura machista, o poeta se arrisca a ser atropelado. Vejam, a maior parte dos conceitos hoje vigentes têm origem no ideário judeu do tempo de Jesus, ou dele derivaram. Ironicamente, não obstante o anti-semitismo fazer parte das idéias de povos e governos, historicamente, ao longo de milênios, com a expansão do cristianismo esses conceitos vieram no seu bojo e se espalharam pelo mundo cristão.

As instituições cristãs, obras do homem com necessidades próprias, e à revelia da mensagem do seu “protegido”, ambicionaram o poder e alavancaram a absorção desses conceitos durante a idade média principalmente. Passaram de perseguidas a perseguidoras, abençoaram as fogueiras e criaram um documento oficial, no qual os depois chamados judeus-novos (designação preconceituosa) declaravam e assinavam serem cristãos, para continuarem vivos. Assim apareceram sobrenomes de árvores frutíferas como Pereira, Limeira e, no meu caso, Oliveira, uma clara alusão à figueira amaldiçoada por Jesus. Dentre tantos conceitos, quero destacar aqui o moralismo egoísta e segregacionista. A falsa idéia de que há um certo e todos os discordantes errados. Uns são ditos filhos de Deus, mas não se diz de quem são filhos os demais.

Pode parecer que eu esteja exacerbando, que não é tão importante. Vou dar um exemplo para provar que não: nunca houve e provavelmente jamais haja um sucesso literário comparável ao da Bíblia! Nem em volume de vendas, nem no poder de convicção do seu conteúdo e nem no poder político das instituições que lhe deram endosso. Sua multiplicação editorial coincidiu com a massificação da alfabetização. E no bojo de qualquer uma delas, está a maior parte do ideário judeu, pois que Jesus era judeu e os principais apóstolos também. Nada pode ser comparado a isso.

Então recebemos por herança um falso direito de fazer julgamentos, como teimam belicosamente em fazê-los até hoje judeus e árabes. Mais que isso, de exilar os “adversários” das nossas convicções em nome de uma identidade divina que nos autoriza. Em um certo ponto da nossa história, com o fim da segunda guerra mundial e toda a explosão tecnológica que se seguiu, nosso ideário saiu dos guetos europeus para recriar antros ideológicos em todo mundo. Suscitaram-se todas as revoltas. Vieram os hyppies, a dita reforma, depois a contra-reforma... Mas a essência de tudo tem sido sempre a mesma: a segregação.

Bem, na poesia, como nas artes em geral, não cabe essa natureza dominadora e egoísta. Na imensa maioria das vezes o poeta se coloca do lado mais frágil. Ele não submete, mas aceita submeter-se para se impregnar das dores, amores e demais humanidades que constituem sua matéria prima. O poeta é um habitué dos antros. A começar pelo seu próprio. E faz dessa “condenação” um caminho escuro, para a luz do seu amor penitente, prostituto, voluntarioso. Encontrei em meus antigos alfarrábios uma letra de música que define muito bem as minhas convicções a esse respeito. Chama-se exatamente “Antro” e foi construída num período da vida em que me senti condenado por todos, exilado em meu pequeno ateliê, de onde tentava tirar minha sobrevivência física.

“No antro em que sou ninguém
Alguém que me faz feliz
Me faz ser a conquista
O herói mais vigarista
Um corpo no chão
Vazado de luz.

No antro em que volto sempre
No ventre em que asilo o ser
Dos lanhos da minha viagem
A chuva molha a tatuagem
No chão da alma
Vazado se luz.

Seria meu santuário
Não fosse o amor um cigano
Seria meu cadafalso
Vagasse profano e descalço.

Um amor que não se detém
Me fez refém, com salvo-conduto
Mas eu luto contra aparências
Eu vivo das nossas essências
É um antro bom... dentro de mim”.

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