Cobertores

Foto de P.H.Rodrigues

Violeiro

Um mundo em linhas, queria cantar.
Não queria o canto por notas,
queria notas para encantar.

Com trapos fez cobertores;
Com a pedra que machucou-lhe o dedo,
fez um esquadro de espelho.

Das cinzas de sua casa, com lágrimas,
fez um violão. Não cantavas pela boca...
Mas cantavas com as mãos.

Foto de poetisando

Mendigo

Tu que passas o dia na rua
Vivendo da acridade alheia
Quantas vezes chegas a casa
Sem ter dinheiro para a ceia
Levas o dia de mão estendida
Que uma esmola te vão dar
Muitas vezes vais para casa
Só tens vontade de chorar
Queres a fome aos filhos matar
Mas esmolas não deram
Quantos até por ti passaram
E te olharam com desdém
Não se lembrando que tem filhos
E que és um ser humano também
Quantos de vós mendigos
Não tem casa nem familiares
Dormem na rua ao relento
A cama fazem com cartão
Os cobertores são os jornais
E nestas noites de inverno
Quando o frio é mais forte
Tu a dormires ao relento
Sem teres comido uma refeição
Vais enganando a fome
Com o que nos jornais vais lendo
Triste sorte tens tu mendigo
A viver da caridade alheia
Também tu muita vez te deitas
Sem um pouco de pão como ceia
Tu até que trabalhaste uma vida
Agora estás a viver da mendicidade
Dormindo pelos cantos das ruas
Comendo de gente de boa vontade
Tu mendigo que até tens filhos
Mendigas para lhes dar de comer
Quantas vezes os abraças chorando
Por não lhes poder a fome matar
E sem comerem os vais deitar
Triste é o destino do mendigo
Que leva o dia inteiro a pedir
E ver os que por ele estão passar
A virarem a cara fingindo não o ver
Só para uma esmola não lhe dar

De: António Candeias

Foto de Edigar Da Cruz

DEBAIXO DO COBERTO

DEBAIXO DO COBERTO

Senti que minhas mãos vasculhavam debaixo das cobertas sentia uma massagem como se prestasse um tributo de paixão,..
Minhas mãos seu corpo debaixo do coberto
Um ritual que percorre todos os caminhos que seguem o distrito intimo dos corpos.
Pele quente serena envolvente sensual,..
Uma orgia de prazer e sedução.
A extração da chama da paixão,.
Uma combustão pura espontânea de corpos sedentos de paixão,..
Debaixo do coberto o desejo infinito,..
O cheiro do afago quente,..
O ardor de farejar o amago da alma fêmea
Seus lábios aos lábios meus
Um sândalo de prazer quente envolvente entre os cobertores que absorver os poros teus
Colados unidos ungindo prazer
Sentindo a dança dos sentidos dos gemidos de sussurros loucos, envolvente a dança do amor alucinante um puxar de gatilho de amor do sentir a nuca encostar no peito as partes que compadecem as mãos que entrelaçam e suam quero um beijo um toque gostoso quero sentir o corpo entrelaçado de amor e paixão os desejos se copilam de prazer da paixão a pele arrepiada de orgia de prazer alcançada.

Autor: Ed Cruz.

Foto de Edilson.RL

Liberte-se

Liberte-se desta imaginação limitada.
Se desprenda desta carga pesada
Que se pesa sobre suas táticas.
Não viva intensamente sobre os outros,
Viva intensamente para os outros.

Veja que o mundo gira com ou sem você
E, enquanto você está aqui
Gire-o caridosamente mais rápido
Modifique situações,
Crie as modificações.

Não reaja sobre as ilusões,
Crie iluzões sobre as reações.
e faça-o parte da realidade.

Olhe para o céu,
Perceba que seu olhar é limitado
Mas o mundo que gira, não.
E o azul não é o mesmo para todos
Se liberte !

Perceba os poucos passos que você dá.
Sinta-se cada vez mais despreparado,
Desesperado, desordenado....
Supere-se cada vez mais,
Abra suas asas atrofiadas.

Não se preocupe com você,
Sua recompensa virá mais tarde
Até então, Faça cobertores aveludados!
Cubra o mundo com o seu vermelho.

A vento pode enfraquecer,
Assim como os fogos...
Mas suas asas não,
Abra-as para as asas atrofiadas.

Então voe longe
Supere suas visões com iluzões azuis
Chore todas as lágrimas guardadas
Em suas asas atrofiadas.

Aqueça-se na luz,
Que vem do Sol,
Onde nossos destinos nos aguardam
Os destinos que já acontecem.

O relógio vai despertar !
Desperte, despreparado, desordenado....
Esqueça tudo que falei,
E faça melhor você mesmo.

Não se prenda em mim,
Nem nas asas atrofiadas,
Nem nas ilusões e destinos...
Nem nos outros, nem a você mesmo.
Liberte-se !

Meu Blog: http://edilson-ladopoetico.blogspot.com/

Foto de Cecília Santos

Velhos costumes

Estou com saudades de mim, de você, de nós.
De quando a canção enchia de amor meu coração.
De quando as palavras fluíam à todo instante.
De quando a alegria, sorria pra nós.
Estou com saudades, não sei bem do que!
Talvez da nossa amizade, do nosso bem querer.
Do tempo em que o riso era solto, a gargalhada inevitável.
Sinto falta das nossas conversas, das nossas tontices.
Das horas à fio em que passávamos juntas.
Sinto falta da chuva teimosa em cair, batendo na vidraça
despertando os sentidos.
Saudades dos dias de inverno, embaixo dos cobertores
assistindo tv.
Sinto saudades, que chegam sem ser anunciadas, que
arrebata minha
alma e se alojam em meu peito.
Sinto saudades dos seus olhos, onde neles eu me perdia.
Sinto falta da alegria que aqui morava e aos poucos se perdeu.
Sinto tantas saudades... saudades... saudades!!!
Que turva-me a visão, a ponto de não enxergar a sua saudade
indo embora, deixando comigo somente a solidão!

PS/ dedico a minha filha Fernanda
SP/06/2011*

Foto de KAUE DUARTE

O Pedinte (reflexão)

Sou pobre
Sou sim
Sou pobre de bens, de amores
De alimento ou cobertores
De amigos, afeto talvez
Me encontro na embriagez
Sou feio, dizem que sou
Sou pardo, que o o sol me tornou
Sou fraco, covarde tambem
Mais não abaixo a cabeça há ninguem
Porem...
Sou o brilho que seus olhos não puderam ver
Carrego o consumo de suas migalhas pra sobreviver
Trabalho o dia em humilhação a te esmolar
A pequena moeda não vai te faltar
Estou magro sem corpo algum, reconheço
É no trabalho que amanheço
Meu esforço alimenta um irmão
Partilho o pão
Minhas mãos incenssíveis ao tocar
Trabalham duro pro estômago não gritar
Eu me pego falando comigo
Me expressando, só assim consigo
E se seu olhar eu não atrair, sei porque
A certeza da vida é morrer
................Kaue Jessé.....04/03/2011

Foto de ivaneti

Foi Amor

Foi entre a parede germinada
Que nasceu o primeiro beijo
Na minha pré adolescência
Não foi ilusão! foi meu vizinho!

Naquele ninho de flores
Meu amor caiu aos teus pés
Construi meus sonhos eterno
Acordando essa estrofe sem fim

Se falo em rima as cicatrizes
É porque tenho concorrentes!!!
Se escondo dentro dos cobertores
E para não chorar meu vazio!

Queria ser tua hospede! fazer uma canção do tempo
Para atraires aquele beijo que tu me roubou
Meu amor!!!

Foto de ivaneti

Foi Amor... (7° Concurso)

Foi entre a parede germinada
Que nasceu o primeiro beijo
Na minha pré adolescência
Não foi ilusão! foi meu vizinho!

Naquele ninho de flores
Meu amor caiu aos teus pés
Construi meus sonhos eterno
Acordando essa estrofe sem fim

Se falo em rima as cicatrizes
É porque tenho concorrentes!!!
Se escondo dentro dos cobertores
E para não chorar meu vazio!

Queria ser tua hospede! fazer uma canção do tempo
Para atraires aquele beijo que tu me roubou
Meu amor!!!

Foto de Ana Rita Viegas

:'(

Deitada por entre os cobertores da cama
Entrego-me a devaneios do pensamento
A felicidade do teu olhar
Deixou-me o coração em mil pedaços
Queria gritar neste silencio abafado
Este tremor está a abalar-me
Já nada sei
Apaguei
Estou as escuras no meu caminho
Meu coração está doente
Não me deixes

Foto de raziasantos

A cabana.

O outono esta terminando as folhas amareladas no chão, sentada a beira do pequeno rio com os pés na água o olhar perdido no nada: Não sei por quanto tempo permaneci ali.
O vento espalhava as folhas secas que batiam em meu rosto, a água fria do pequeno rio estava cristalina, era um lugar ermo distante de tudo... Um lugar lindo e solitário a pequena cabana cercada por um lindo jardim, na sala um lareira que permanecia sempre acessa, pois fora construída entre duas montanhas, por isso era fria mesmo no verão.
Estava casada há três anos meu marido era diplomata e vivia viajando por vezes me levava com ele, mas a maior parte dos dias eu ficava em casa.
A montanha era meu refúgio, os pássaros me faziam companhia.
Todos os dias eu acordava cedo, o nevoeiro era intenso, na parte da manhã para não me sentir tão solitária eu ocupava meu tempo pintando era um lugar ideal para inspirações pintava lindas paisagens flores, e pássaros.
Meu marido chegava há ficar um mês fora ou mais, quando voltava das viagens ia direto para montanha, mas logo voltava, nos amávamos ele era carinhoso, não sei se eu não me importava com sua ausência dele ou se estava resignada.
Eu sempre quis ter filhos, mas ele achava que devíamos esperar um pouco mais então...
O inverno estava chegando e a montanha era muito fria eu resolvi ir a cidade fazer umas compras de cobertores, e suprimento para resistir o inverno, eu tentei ligar o carro, mas o carro não pegou então tentei o radio, mas nunca aprendi usá-lo então eu desisti: Resolvi esperar meu marido voltar de viagem, ele traria o suprimento necessário: os dias estavam ficando longos e com a chegada do inverno o nevoeiro aumentava tornado o lugar triste minha solidão aumentava cada dia.
Eu esperava ansiosa a volta do meu esposo então enquanto ele não vinha eu pintava, e em cada quadro que pintava procurava colocar um pouco de vida assim as cores, fortes o brilho da luz retratado em meus quadros me alegrava um pouco.
Embora estas cores e luz fossem imaginaria, pois o lugar era sem vida e cinzento.
Em uma tarde eu estava passeando ao redor da cabana as flores estava cobertas por gelo, mal dava para ver as árvores devido o forte nevoeiro, o sol era tão tímido que só se via uma pequena fresta de luz que vinha do alto da montanha.
De repente eu ouço risos vindos da direção do rio era a voz de uma criança eu corri em direção ao som da risada, o nevoeiro me impede de ver, eu sigo em frente e pergunto quem esta ai?
Oi! Responda quem esta ai?
Chamei por varias vezes e nada de resposta logo o riso parou então eu pensei deve ser o som de algum pássaro fiquei curiosa, mas como o barulho parou, eu voltei para cabana estava tão frio que sentei ao lado da lareira peguei um livro e fiquei ali até adormecer.
Dormi direto até o dia amanhecer.
Quando acordei o frio estavam mais intenso os vidros das janelas estavam tão embaçados que não se via nada.
Levantei abri a porta e a cabana foi invadida pelo nevoeiro que entrava casa adentro cheguei até me assustar:
No meio daquela fumaça cinza e fria surge uma pequena luz vinda em direção à cabana eu tento ver quem esta chegando até que surge um rosto era meu marido que voltava para casa eu corro ao seu encontro e o abraço fortemente ele esta gelado seu casaco esta úmido então de mãos dadas entramos em casa ele senta em uma poltrona em frente à lareira flexiona as mãos, acende um cigarro, e com um sorriso tímido diz te amo meu amor.
Ele levanta vai abre a porta, e vai até o carro, pega um lindo buque de flores entra novamente pega o nosso retrato de casamento em cima da lareira e coloca as flores ao lado, e diz flores para meu jardim.
Ele toma um chocolate quente e vamos nos deitar ele esta calado seu olhar distante me acaricia olha em meus olhos e diz estou tão cansado preciso descansar então vira para o lado, em seus olhos a lagrimas ele chora eu fico sem entender, afinal já faz tanto tempo que não nos vemos e ele volta assim...
Penso comigo mesma amanhã conversaremos, ele vai estar melhor ai vou querer saber tudo que esta acontecendo.
O dia amanhece e quando abro os olhos ele já esta acordado sentado ao lado da cama me observando, tem em seus lindos lábios um sorriso maroto e um olhar doce me olha de um jeito tão lindo que me emociona:
Posso ver em seu olhar muita ternura e muito amor, então eu o abraço ele se deita lentamente e ficamos ali abraçados nos aquecendo, o coração dele bate forte nossos corpos se encaixam com tanta perfeição como uma forma sob medida.
Sem dizer nada ele levanta pega a chave do carro e sai, eu penso que ele vai pegar algo no carro, mas ele liga o carro e vai embora eu saio correndo em meio ao nevoeiro gritando por ele, mas ele não ouve, segue em frente até desaparecer na cinzenta fumaça: Me desespero caio de joelho entra as folhas molhadas pelo orvalho e choro copiosamente, naquele estande eu me vejo tão só sinto uma angustia tão grande que nunca sentira antes, em um lugar tão deserto em meio o forte inverno até os pássaros sumiram para se aquecer deixando-me na mais profunda solidão.
Neste instante eu ouço novamente o riso da criança agora esta perto de mim... Abro os olhos em meio o nevoeiro surge uma linda menina de cabelos loiro tão branca como a neve, ela esta na minha frente eu me surpreendo não tínhamos vizinhos então pergunto de onde você vem?
Quem é você, onde você mora? Ela sorrir e diz moro aqui, venha ver eu moro aqui!
Ela segura minha mão e me ajuda a levantar ela me puxa rápido sempre sorrindo diz vem, vem logo!
De repente para em frente um monte de folhas secas, então eu pergunto onde mora? Ela responde aqui com você, eu fico confusa e penso-a deve ser filha de alguém que mora perto da montanha tenho que encontrar sua família.
Eu olho para o rostinho dela e passo a mãos em seu rosto gelado, pergunto novamente, vamos meu anjo diga-me onde você mora? Entenda, está muito frio, seus pais devem estar preocupados com você, então ela me olha e diz não estão não, minha casa é aqui, a sua também: Neste instante eu sinto um frio subir na minha costa, ela começa a remover o monte de folhas, e vai surgindo algo branco ela olha par mim e diz vamos mamãe! Vamos para casa, logo surge um tumulo branco em cima um lapide escrito aqui descansa minha querida esposa e nossa filha que partiram em um terrível acidente de carro.

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