Cidade

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Actor

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Cansei-me.
Desliguei o leitor de CD’s, fechei o livro, e rodei do sofá para o chão. Cheguei à janela, afastei as cortinas. Chovia a “potes”.

Fui comer. Voltei à janela. Já não chovia. A noite estava escura, o ar, fresco da chuva, cheirava a terra molhada; a cidade lavada. Vesti a gabardine e saí.

Cá fora, a cidade viva acolheu-me. No meio dos seus ruídos habituais, nas luzes do passeio. Percorri algumas casas e vi um bar um pouco retirado. Era um destes bares que não dá “muitos nas vistas”, sossegado e ao mesmo tempo, barulhento.

Com alguns empurrões, consegui passar e chegar ao balcão. Pousei o cabo do guarda-chuva na borda do balcão e sentei-me. O bar estava quente e o fumo bailava no ar iluminado. Senti o cheiro a vinho, a álcool. Ouvi as gargalhadas impiedosas de duas mulheres e dois homens que se acompanhavam. Deviam ser novos e contavam anedotas. Eram pessoas vulgares que se costumam encontrar nas pastelarias da cidade, quando vão tomar a sua “bica” após o jantar. Estes foram os que mais me atraíram a atenção. Não, esperem... ali um sujeito ao fundo do balcão, a beber cerveja...
- Desculpe, que deseja? – perguntou-me o empregado.
- Ah! Sim... um “whisky velho”, por favor.
Trouxe-me um cálice, encheu-o até ao meio e foi-se embora.

Bebia-o lentamente. O tal sujeito, desagradável, de olhos extraordinariamente brilhantes, olhou para mim, primeiro indiferentemente, abriu a boca, entortou-a, teve um gesto arrogante e voltou o rosto.
Estava mal vestido, tinha um casaco forte, gasto e sapatos demasiado velhos para quem vivesse bem.
Olhou-me de novo. Agora com interesse. Desviei a cara, não me interessava a sua companhia. Ele rodou o banco, desceu lentamente, meteu uma das mãos nos bolsos e veio com “ares de grande senhor” para o pé do meu banco.
O empregado viu-o e disse-me:
- Não lhe ligue... é doido “varrido” e “chato”.
Não lhe respondi.
Entretanto, ele examinava-me por trás e fingi não perceber. Sentou-se ao meu lado.
- É novo aqui?!... – disse-me
Respondo com um aceno.
- Hum!...
- Porque veio? Gosta desta gente?...
- Não os conheço – cortei bruscamente.
Eu devia ter um ar extremamente antipático. Mas, ele não desistiu.
-Ouça, - disse-me em voz baixa, levantando-a logo a seguir – devia ter ficado lá donde saiu, isto aqui não vale nada. Vá-se por mim... Está a ver aqueles “parvos” ali ao canto? Todos reparam neles... levam o dia a contar anedotas que conhecem já de “cor e salteado”...Vá-se embora. Todos lhe devem querer dizer, também, que não “ligue”, que sou doido...

Tinha os olhos raiados de sangue. Devia estar bêbado. Havia qualquer coisa nos seus olhos que me fez pensar. Era um homem demasiado teatral, havia nos seus gestos e segurança premeditada, simplicidade sofisticada do actor. Cada palavra sua, cada gesto, eram representações. Aquele homem não devia falar, devia fazer discursos.
Estudando-me persistentemente, disse-me:
- Você faz lembrar-me de alguém que conheço há muito, mas não sei quem é... Devia ter estado com esse alguém, até talvez num dia como este em que a chuva caía de mansinho... mas, esse alguém decerto partiu... como todos... vão-se embora na noite escura, ao som da chuva... nem olham para ver como fico.
Encolheu miseravelmente os ombros, alargou demasiado os braços e calou-se.

Eram três da manhã. Tinha agarrado uma “piela” com o ilustre desconhecido. Tinha os olhos muito abertos, os cotovelos fincados na mesa da cozinha e as mãos fechadas a segurarem-me os queixos pendentes. Ele tinha um dedo no ar, o indicador, em frente ao meu nariz, abanava a cabeça e balançava o dedo perante os meus olhos. Ria às gargalhadas, deixava a cabeça cair-lhe e quis levantar-se. O banco arrastou-se por uns momentos e cai com um estrondo. Olhou para mim com um ar empobrecido, parou de rir e fez: redondo no chão. Tonto, apanhei-o e arrastei-o para a sala.

Deixei-o dormir ali mesmo. Cobri-o com uma manta, olhei-o por uns instantes e fui aos “ziguezagues” para o meu quarto.

No dia seguinte acordei com uma terrível dor de cabeça. Dirigi-me aos tropeções para a casa de banho. Vi escrito no espelho, a espuma de barba; “Desculpe-me, obrigado. Não condene a miséria!”

Comecei a encontrá-lo todos os dias à noite. Fazíamos digressões nocturnas, íamos ao teatro. Quando percorríamos os corredores dos bastidores, que ele tão bem conhecia, saltavam-nos ao caminho actores que nos cumprimentavam; punham-lhe a mão no ombro e quando ele se voltava, davam-lhe grandes abraços. Quase toda a gente o conhecia.

E via-lhe os olhos subitamente tristes, angustiados. Ele não se esforçava por esconder a tristeza: era uma tristeza teatral. De vez em quando, acenava a cabeça para alguns dos seus amigos e dizia:
- Não devia ter deixado...

Inesperadamente, saía porta fora, certamente a chorar, deixando-me só. Quando saía via-o pelo canto do olho encostado a uma parede mal iluminada, mão nos bolsos, pé alçado e encostado à parede, cenho franzido e lábios esticados. Nessas ocasiões estacava, por momentos, e resolvia deixa-lo só. Estugava o passo e não voltava a olhar para trás.

O seu humor era variável. Tanto estava obstinadamente calado e sério, como ria sem saber porquê.
De certa vez, passei dois dias sem o ver. Ao terceiro perguntei ao “barmen”:
- Sabe o que é feito do actor?... Não o tenho visto.
- Ainda não sabia que ele tinha morrido? Foi anteontem. A esta hora já deve estar enterrado...foi melhor para ele...
Nem o ouvia. As minhas mãos crisparam-se à roda do corpo, cerrei os dentes. Queria chorar e não conseguia. E parti a correr pelas ruas. Por fim, cansei-me. Continuei a andar na noite, pelas ruas iluminadas. E vi desfilar as imagens. Estava vazio e, no entanto, tantas recordações. Não sentia nada, e apenas via as ruas iluminadas, as montras, os jardins.
Acabei por me cansar, de madrugada tive um sonho esquecido.

Percorro as ruas à noite, os bares escondidos, à espera de encontrar um actor “louco e chato”. De saborear mentira inocente transformada em verdade ideal. E há anos que nada disso acontece. É verdade que há sujeitos ao fundo do balcão, mal vestidos, a beber cerveja... mas nenhum que venha e pergunte se sou novo aqui... As pessoas continuam a rir como dantes, todos os dias vejo as mesmas caras, e se me perguntarem se gosto desta gente digo-te que não as conheço ainda... e olho-os na esperança que venha algum deles e que lhe possa dizer, como a raposa de “ O principezinho”:
- Por favor cativa-me.

Acordei, tinha parado de chover, lá fora ouviam-se as gotas mais tímidas ainda a cair dos telhados, fazendo um tic-tac na soleira do chão, como quem diz o tempo da vida continua, por segundos parei o tempo e pensei, mais um dia irá começar e neste dia eu também irei pisar o palco, todos nós iremos ser actores, uns conscientes da sua representação, outros ainda sem saber bem qual seu papel, uns outros instintivamente representando sem saber que o fazem e outros ainda que perderam o seu guião....

Foto de housy

De La Habana ... para ti !

Desta vez não te falei que ia. Só na volta te enviei uma mensagem a dizer que já tinha chegado. Talvez por essa razão tenhas estado tão presente nas ruas por onde passei em Havana.
Quis escrever-te logo ali mas não pude. Quis colocar-te dúvidas e perguntar-te se sabias porque é que tudo aquilo me estava a impressionar tanto. No meio de todas as ruas degradadas da cidade, de casas que caem destruídas por falta de reconstrução, de um militar a cada esquina, existe um povo que sorri e canta sem razão aparente.... um povo que me faz lembrar que os meus problemas são só meus e sem valor ou peso. Impressionaram-me os murais escritos nas paredes, os "hasta la vitória siempre" que li. Impressionaram-me os hotéis de 50, as mesas e cadeiras de verga, as bandas nos bares de daiquiris, as margueritas em cima das mesas, os Chevrolets que povoam a cidade e estacionam em ruas onde quase não cabem e lhes conferem um ar que, por muito que tente encontrar outra explicação, só consigo achar que se existe um local onde um carro assim faz sentido é ali, estacionado naquela rua que já teve vida e época e onde agora existe alma, música, run e o sorriso de uma ou outra criança, de um ou outro velho que te olha sentado no poial de uma porta aberta que não esconde um olhar para dentro, que eles permitem. Dentro da casa, dentro dessas vidas.

Impressionou-me a vontade que tive de te ter ali, de te perguntar se sabias se em 50 se vestiam fatos de linho branco, se as tardes eram passadas em bares e hotéis de cadeiras de verga, a olhar o fumo de charutos a subir, a beber run, daiquiris ou mojitos ao som de música que só em países assim se consegue produzir.
Quis perguntar-te porque é que eu acho que são poucos, muito poucos os beneficiados de um regime, seja ele qual for, cujo maior interesse nunca é o das pessoas. Achei revolucionário e inconformista da minha parte mas não consegui evitar o pensamento. Talvez a minha democracia, no final, também não seja tão justa assim. Só me dá mais dinheiro... não me dá o sorriso.
Antes de sair daqui, li tudo o que pude sobre Cuba mas nada me preparou para as sensações que tive. Uma Havana destruída mas cheia de charme que a todo o custo eu queria que partilhassem comigo e da qual queria ficar ali sentada a ouvir... para que me contassem histórias. Dessa e doutras cidades, contadas por alguém que soubesse muito mais que eu. Por alguém que tivesse uma sensibilidade maior que a minha.

Estas e muitas outras foram as minhas percepções de uma viagem que terminou hoje ao fim de 22 horas entre esperas e aviões. Algumas são coisas que não te direi por receio de ouvir o que não goste e destrua o estúpido romantismo que ainda tenho quando vejo alguma coisa que mexe as minhas emoções....

Talvez tenha ido para férias frágil demais ...

Um beijo
Sempre!

Foto de CarmenCecilia

AMOR SEM FRONTEIRAS

AMOR SEM FRONTEIRAS

Dia 1

Amanhecia no aeroporto em Lisboa.

O tempo estava nublado e uma chuva fina e gelada aumentava a expectativa da espera.
A viagem havia sido longa...
Uma noite em claro aguardando os acontecimentos que viriam angustiava o coração de Clara
Tanto tempo havia se passado desde que tinham se conhecido no Rio...
Fazia uma retrospectiva enquanto aguardava o momento de encontrá-lo...
Tantos e-mails, horas de conversação no msn, telefonemas...
Quase seis meses pensava ela...
E praticamente diariamente se encontravam no mundo virtual que construíram.
Os corações se abriram revelando segredos, aspirações, devaneios...
Já se conheciam como a palma da mão.
Podiam prever o estado de espírito reciprocamente num simples olá que só o monitor era expectador...
Mas ali a poucos momentos do virtual se tornar real a boca secava, as mãos tremiam, o coração batia descompassado...
Desembarcou feito um zumbi...
De repente uma voz que ela já sabia:
_Claraaaaaaaaaaaa...
Ela se virou.
Nem acreditava...
Será?
Os olhos se encontraram e não havia dúvidas...
_Pedrooooooooooo...
De repente uma correria louca...
Abraços e beijos misturados com as lágrimas que corriam sem cessar...
Uma emoção ímpar, indescritível se adonava do coração de ambos...
Pois sabiam que a experiência era única. Sem parâmetros.
Nada podia dimensionar o que sentiam.
Como foi de viagem perguntava ele
_Só aguardando esse momento dizia com o semblante transtornado.
Saíram dali para o carro...
Ele dizia repetidamente...
Ainda não acredito que você esteja aqui.
_ Nem eu dizia Clara
E ambos começaram a rir...
As palavras saiam com dificuldade, tamanho era o misto de sensações que se sentiam embalados.
A manhã avançava. Decidiram ir para Cascais.
Ela se maravilhava com o caminho e com ele a seu lado...
Dizia para si mesmo “Estou sonhando”
Ele ao mesmo tempo pensava “Não é real”
Somos loucos disseram quase simultaneamente como lendo o pensamento um do outro e novamente riram...
Pois haviam dito isso continuamente antes dessa aventura.
Chegaram a Cascais...
Ele ia mostrando os lugares pitorescos, as belas ruas que adornavam o local...
Foram até a bela Bahia onde haviam varias navegações atracadas e depois até a Boca do Inferno onde as ondas batiam vertiginosamente.
Tiraram inúmeras fotos com a alegria estampada no rosto.
Após andarem bastante resolveram sentar para um pequeno almoço e conversar.
Clara disse:
Você pensou que algum dia isso fosse possível?
Pedro respondeu:
Era inverossímil demais, mas agora estamos aqui e estou muito feliz.
Está arrependida?
_Não. De forma nenhuma.
E os olhos confirmavam o sentimento que transcendia aquele momento.
Começaram então a trocar carinhos como se nada mais existisse além daquele encontro tantas vezes sonhado, planejado e que agora se tornava palpável.
Tudo parecia rodopiar e girar como um redemoinho numa série insaciável de beijos, chamegos, como se a cada contacto estivessem a certificar da presença do ser amado ali do lado.
Caminharam depois por Sintra, o casal enamorado...
Clara apreciava a beleza do lugar. As estórias contadas.
Passaram antes pelo Cabo da Roca onde recebeu um certificado da prefeitura do local, que dizia “onde a terra se acaba e o mar começa” e “onde palpita o espírito da Fé e da Aventura que levou as Caravelas de Portugal em busca de novos mundos para o mundo”, pois ali era o ponto mais ocidental da Europa.
Encantava-se com tudo que via e ele com ela mais paixão demonstrava.
Anoitecia...
E essa seria a primeira noite juntos...
_ Não tema Clara... Já nos conhecemos demais e nada acontecerá que você não queira.
_Realmente linda acho que temos ligações cármicas. Lembra quando te dizia isso?
_ Sim, temos com certeza ligações cármicas.
Lembro-me a todo o momento de cada pedaço de conversa que tivemos...
Tudo foi maravilhoso e está se concretizando aqui.

E a noite veio como um véu para os apaixonados...
Embriagados por tudo que acontecia e por um vinho tinto que aos poucos saboreavam, também iam conhecendo o que a mente já sabia os corpos que se entrelaçavam,as bocas que iam descobrindo prazeres mútuos e enternecidos beijavam-se em meio ao pranto de tanto encantamento...
Eram dois adolescentes... Portugal novamente descobrindo o Brasil...
Uma viagem em que os corpos navegavam e deslizavam suavemente por ondas maiores, arrebentações, faróis e desejos a deriva do que iam descobrindo...
Matizes de um mar azul calmo que lentamente ia se transformando em maremoto e levando-os a conhecer a rota de cada um que se tornara uma só.
E assim outro dia nasceu...

Dia 2:
Acordaram entrelaçados.
Estavam atrasados...
Iriam pra Roma, a Cidade Eterna,
Correram... E chegaram a tempo ainda do check in.
Nossa disse Pedro, pensei que não ia dar tempo.
No caminho conversaram mais um pouco sobre amenidades.
Era tanta coisa pra falar...
Ele contou sua vida que ela já sabia de cor...
Mas ouvia como um hino tudo que ele dizia.
Com isso o tempo transcorreu.
De repente...
Lá estava ela: Roma com 2700 anos de história.
Era emocionante demais.
No aeroporto um taxista com um bom inglês e lá foram ambos
Atravessando todas aquelas ruas estreitas em que cada canto um século, uma estória revelava e embevecidos a tudo contemplavam.
Chegaram ao hotel... Hotel Pátria, 800 metros do centro histórico.
Banharam-se cansados e novamente se perguntaram...
Isto está realmente acontecendo conosco?
Olharam-se intensamente...
_Vamos provar uma massa? Sei que você gosta e eu idem, disse Pedro.
Foram a um restaurante italiano divino e provaram um vinho toscano também divino.
Parecia que tudo conspirava.
Voltaram com ele cantando pra ela a mesma música da cantina italiana:
Io te amo solo te...
E agora em solo italiano mais uma vez o amor se fez...
Era tanta sincronia, como uma sinfonia em que todos os acordes vibravam naquele frenesi e êxtase de paixões.
Clara se sentia embriagada do vinho, do local e dele ali inacreditavelmente com ela...
Pedro pensava minha deusa está aqui, nesse lugar e junto de mim.
E assim se acaraciavam, ousavam, namoravam, pois ali também faziam descobertas
Tanto carinho que vinha suave e em instantes rompantes que latejavam continuamente num mesclar de fragancias, extravagancias, para culminar no êxtase total de corpos que se irmanam num só.
Claraaaaaaaaaaaaa!
Pedroooooooooooo!

Dia 3

Amanheceu em Roma!

Estavam no centro histórico perto de tudo...
E então, após o café foram caminhar...
Era deslumbrante.
Cada pedaçinho da cidade parecia um museu.
Algo a ser contemplado e admirado...
Saber a história. Era mágico.
Praça Veneza e depois rumo ao Coliseu
Ficaram embasbacados.
Dizem "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma cairá e acabará o mundo".
E permanece a mais de 27 séculos contando história.
Emoção pura!
Depois conheceram lugares como o Castelo Sant’Angelo de onde se avista boa parte da cidade.
E enfim O Vaticano com toda sua magnificência...
E assistiram a audiência do Papa sempre nas quartas feiras.

Dia 4

Voltaram para Lisboa...
E mesmo com toda ventania e chuva.
Pedro queria mostrar os encantos da cidade...
E lá foram conhecer o Mosteiro dos Jerônimos
Patrimonio mundial da Unesco desde de 1502
Beleza impar em sua arquitetura...
Provar os deliciosos pastéis de Belém...
Receita única diz, desde 1837 da Oficina do Segredo...
A Praça dos Touros fez questão que admirasse
Já que ela tinha sangue espanhol...
Pedro tinha de ir trabalhar...
Mas disse:
Clara vá conhecer as belezas daqui...
E lá foi ela a andar pela Avenida Liberdade
Pois com segurança não tinha que se preocupar...
Avistou Lisboa do Elevador Santa Justa...
Que lindeza!
Depois foi até o Castelo São Jorge
A admirar a cidade e já a chorar de saudade...

E ai Pedro voltou
E ambos foram a Praça do Comércio
Mais conhecida por Terreiro do Paço,
Na Baixa de Lisboa situada junto ao Rio Tejo.
E ainda foram a Praça das Nações...
E mesmo com todo mau tempo...
O Oceanario conhecer...

Clara ficava embevecida...
E ao mesmo tempo entristecida...
Logo desse mundo vai sair...
Essa terra irá deixar...
Juntamente com seu amor...

E agora os minutos voam...
A última noite juntos...
Amam-se como se não houvesse amanhã
Agonizam suas dores...
A despedida é ferida...
Cicatriz aberta e dolorida...

Está na hora de embarcar...
E voltar...
Pedro diz... ”Não quero despedida”
Ela “Eu também não”
Os olhos estão vermelhos...
Lacrimejantes de tanto choro...
Essa dor da partida.

Então ela diz...
Vou sozinha...
Não quero você no saguão.
Assim pensarei que você estará
Do outro lado de lá a me esperar...

Pedro concorda...
Com o coração corroído...
E diz logo estarei no Brasil também.
E Clara diz tudo bem...

No hotel refaz suas malas...
Não quer olhar para trás...
Pois sonhou demais...
Faz novamente o check in

Qual o destino?
São Salvador diz ela...
Mas logo ali junto dela
De novo ouve aquela voz...

Claraaaaaaaaaaaaaaa...
E ela petrificada...
Pedrooooooooooooo...
E tudo para de repente...

Clara diz ele...
Vc se lembra daquele filme que dissestes
Casablanca...
Sim claro que me lembro responde ela...
Pra eles sempre existirá Paris...
Pra nós sempre existirá Lisboa e Roma...
Nos nossos corações e lembranças...
Você é agora parte de mim...
E eu parte de você...
Sempre...Sempre...Sempre...

CarmenCecilia
20/02/08

Foto de Cecília Santos

CIRCO DOS SONHOS

CIRCO DOS SONHOS
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O circo chegou, com ele trouxe a alegria.
A cidade em polvorosa saúdam os artistas.
Com palmas e gritos de alegria.
O local já foi escolhido, ali bem na rua principal.
Olhares curiosos e ansiosos espreitavam.
Finalmente lá está o circo montado, com sua lona
colorida, e múltiplas luzes a piscar.
Bilheteria lotada, empurra daqui, aperta dali.
E em meio a esse tumulto uma menina, nas pontas
dos pés quer enxergar o que se passa lá na frente.
O espetáculo começa...
Tudo é muito lindo, e muito brilhante!
Tem equilibristas, e malabaristas!
Tem trapezistas voadores, cavalos bailarinos!
Tinha até uma bola enorme, com duas pessoas andando
de moto, que depois fiquei sabendo chamar-se Globo da Morte!
São tantas coisas... que já não me lembro de todas!
Mas tinha até domadores de leões!
Finalmente o momento mais esperado pelas crianças!
O espetáculo dos palhaços, era só risos e gargalhadas!
Com suas roupas coloridíssimas e espalhafatosas, perguntavam:
Hoje tem goiabada?!? ...
Tem sim senhor!!!!...
Hoje tem marmelada?!?...
Tem sim senhor!!!...
E o palhaço o que é?!?...
É ladrão de mulher!!!...
Sorriso nos lábios a menina esqueceu o saco de pipocas,
e fazia coro com as crianças, em resposta as brincadeiras.
E feliz com os palhaços, brincava e cantava.
O tempo passou, muitos circos por ali passaram.
No coraçãozinho daquele menina, ficou gravado pra sempre.
A alegria quando o circo chegava, e a tristeza quando ia embora.
Hoje do circo dos sonhos e daquela menininha, só tenho doces
e inesquecíveis lembranças.
Cresci, tantos outros sonhos em meu coração nasceram.
Mas do circo dos sonhos jamais esqueci...!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de YUSTAV

Vinho dos Sentidos

Vídeo-Poético:"Vinho dos Sentidos" by Gustavo Adonias
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VINHO DOS SENTIDOS

"A canção ecoava
Em um canto da mente
No limite entre a dor e a paixão
Nostalgia cortante
Sentimento ardente
Um cheiro
Um gosto
Dois corpos
A mistura da saliva
Em um mesmo copo
Vinho dos sentidos
Derramado numa viela escura
Esquecida da cidade
Lua à luz de velas
Barco à vela
No lume da noite
Sangue rubro
Erógeno perfume
Redescoberto pela mente
Inebriante reencontro
Despertado pela lembrança
Dos teus olhos perdidos
Numa noite quente..."

(Gustavo Adonias)

*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Foto de Martorano Bathke

SOU CARNAVALESCO, SOU BRASILEIRO

SOU CARNAVALESCO, SOU BRASILEIRO.
Velas ao vento, Caravelas singram, a água quase chega ao convés, pesadas, a carga é Real, é preciosa: Água de Fogo, Latinhas com Vidrante e Fitinhas com Barbante.
Jogo marcado e ingresso vendido: através da pesada gota de suor que te escorre pelo rosto, do vil metal, da abundante flora e fauna e de infindáveis mananciais de água e preciosidades. Foi tu Manoel: o tributário de plantão? A troca foi feita.
E para comemorar, nos enfeitamos de Latinhas com Vidrante e Fitinhas com Barbante e principalmente com a água de fogo, é claro sem esta não teríamos coragem, dançamos três dias e três noites. Teria nascido o belo Carnaval Brasileiro?
Séculos se passaram, não importa qual o nome do Tributário de Plantão, só são conhecidos por siglas: II, IE, IR, IP, IOF, ITR, IGF, ICMS, IPVA, ITCMD, AIRE, IPTU, ITBI, IVVC, ISSQN, TLL, INSS, FGTS, PIS/PASEP, COFINS, CSLL, CPMF, FMI, Loterias, Leão, Banqueiros... Cansei. E agora é repetido até chamados de efeito cascata, Carnaval de recolhimentos que não rodam mais, só milhão de palhaços continuam a rodar nesta terra de Vera Cruz.
Deve ser por isso que a comemoração não termina mais, todo mês tem carnaval, nesta terra de Santa Cruz.
Enquanto isso, os americanos do norte continuam a publicar nos seus livros de geografia que a Amazônia é deles, só que agora passaram da teoria para a prática: “Num trecho de 200 km da rodovia Boa Vista Manaus em Roraima, nação indígena, brasileiros só podem passar das 6:00 às 18:00 hs. Fora deste horário existe toque de recolher imposto pelos índios, que só falam a sua língua e o inglês, e os americanos para que não sejam incomodados. Então são hasteadas as bandeiras: americanas, inglesas e japonesas. Por coincidência existem grandes reservas de Ouro e Nióbio e todas as plantas medicinais tem patente de sua propriedade. Ainda por coincidência ali perto na Colômbia os americanos estão construindo uma grande base militar. Dizem que é para combater o narcotráfico?” Fonte: Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.
Patog. FMRP – USP: Funcionária Pública na Cidade de Boa Vista.
E o que é pior ninguém sabe de nada, ninguém vê nada!
Quando meu porre acabar, e a ressaca espremer a cabeça, talvez lembre que não sou Carnavalesco aditivado, e sim Brasileiro adjetivado sem nariz de palhaço, com vergonha na cara.
Ronald Martorano Bathke

*Publicação permitida: desde que conste o nome e e-mail do autor.

Foto de Carmen Lúcia

Pare o tempo...

Pare o tempo...
Vamos voltar...
Resgatar a pureza
Que deixamos ficar...
Toda a simplicidade
Que ficou para trás,
Num passado distante,
Onde o sol acordava
A cidade inteira
Para ver o seu show,
Beleza deslumbrante
A resplandecer no céu...
Onde manhãs saltitantes
Convidavam a dançar,
Espalhando aromas
De todos os pomares
Chamando a criançada
De todos os lugares
Pra sorrir e brincar...

Pare o tempo,
Que só quer avançar...
Viajar nas galáxias,
Poluir o universo,
E nunca mais parar...
Destruir lindos versos
Que compõem a poesia,
Calar todo o encanto
Da paz, da harmonia,
Semeando a discórdia
Da tecnologia...
Substituindo o homem
Por máquinas e robôs
Trocando sentimentos
De amor e emoção
Pelo vazio do vácuo,
Apertando botões...
Explosão nuclear...
O desejo de matar
Nossos sonhos e ilusões.

Pare o tempo
Ainda há tempo
De recomeçar...
Para os sonhos
Não há contratempo,
Se insistir em sonhar...
Resgatar os momentos
Que ficaram pra trás
Emoções, sentimentos,
Simplicidade, encantamento,
Legados de nossos ancestrais.

(Carmen Lúcia)

Foto de Mentiroso Compulsivo

O TOURO

DECIDI PUBLICAR ESTA HISTÓRIA A PROPÓSITO
DE UMA POLÉMICA QUE EU PRÓPRIO LEVANTEI
(como todas as histórias, esta também tem uma moral)

Numa linda manhã primaveril em que os raios de sol brilhavam pelos verdejantes campos do Ribatejo, parecendo reflectir a essência da vida de um botão de flor que acabava por desabrochar, estava um menino de três anos a brincar com dois dos seus primos, uma vizinha e dois irmãos: uma irmã de nove e um irmão de cinco anos.

Naquele lugar, podíamos avistar ao longe o cinzento da serra a contrastar com o verde da planície e dos olivais.

Por entre as oliveiras e um ribeiro que passava por perto, as crianças corriam, pulavam e brincavam às escondidas, como se o mundo girasse à volta daquele instante.

O pai das três crianças, por trabalhar em turnos nocturnos, estava a dormir com a sua irmãzinha mais nova de um ano e meio, enquanto a sua mãe trabalhava, por aquela altura, no turno de dia.

Na euforia da brincadeira, ignoravam um perigo eminente que estava por perto, até que o seu irmão de cinco anos apercebeu-se da surpreendente e bizarra fatalidade que a qualquer altura poderia acabar em desgraça.

Apressando-se de imediato a avisar a irmã mais velha, que se certificou do touro selvagem que andava à solta por aquelas bandas. Ficando em completa histeria, começou aos gritos e apelou à fuga das restantes crianças que ali brincavam para se refugiarem em local seguro.

Pânico instaurou-se entre todos que intuitivamente começaram a correr em direcção à casa mais próxima, tentando evitar, a todo o custo, serem apanhadas por aquele touro.

O seu primeiro instinto foi o da sua própria protecção. Depois, já em local seguro, numa das casas das redondezas, a irmã lembrou-se do mais pequeno de três anos. Este talvez ficasse admirado com toda aquele reboliço e deveria ter pensado que aquilo era uma grande festa e brincadeira. Será fácil imaginar ver a sua cara feliz daquela enorme satisfação, para ele um touro era um simples animal, tal como uma vaca, um pouco estranha, por ser diferente, o que até lhe dava até um ar de mais engraçado. Habituado aos porcos, galinhas, vacas e ovelhas que os pais e os vizinhos criavam por ali, para ele aquela criatura não representavam qualquer ameaça.

O inevitável aconteceu, segundo o relato de algumas testemunhas que presenciaram à tragédia, ao terem acorrido ao local levados pelo alvoroço e o grito das crianças, o rapazito foi arrastado por três marradas do touro, sendo que uma o fez levantar para o ar a uns dois ou mais metros do chão e nas outras duas foi arremessado pelo campo vários metros para a frente.

Os habitantes locais depressa afugentaram o touro e socorreram a criança já toda molestada. Um vizinho pegou-a nos seus braços, cheia de sangue por todo o lado, nas roupas e na cara onde o verde dos seus olhos contrastava com sangrento vermelho que neles ficou. Rapidamente, levando a criança no colo, acorreu para a casa do seu pai para contar o sucedido e pedir auxílio médico. Bateu à porta, bateu e tornou a bater, mas ninguém apareceu para a abrir. Dizia-se por ali que deviria estar muito cansado e talvez com um copito a mais que teria bebido ao sair do trabalho, parece que já se tinha tornado num hábito.

Profundamente a dormir num sono descansado, pai e filha ali estavam, ela sã e salva, pois não estivera a brincar com os seus irmãos naquela hora e local, dado que era a mais pequenita, se lá estivesse, quem sabe não teria sido ela a vitima.

Foi então que um dos vizinhos decidiu pegar no seu carro e levar o miúdo para o Hospital da cidade mais próxima. Naquela altura os carros eram raros e na povoação só haviam duas famílias que possuíam carro.

Mais tarde, os seus pais, como é óbvio, depressa ficaram a saber do sucedido. Enquanto a criança lutava pela vida ligada a máquinas, ninguém tinha esperança. Esteve assim por três dias em coma e quando já as esperanças eram poucas a criança conseguiu vencer a vida.

Veio-se depois a saber que o touro teria fugido já ferido de um matador das redondezas.

Pensado que estava marcado o destino desse menino por aquela tragédia, vaie-se lá saber porquê, a sua mãe um dia saíra de casa para ir fazer alguns afazeres e deixara um candeeiro a petróleo aceso no quarto da irmãzinha, nessa altura não havia electricidade por aqueles lugares.

Ao contrário do dia da tragédia do touro, ela não conseguia adormecer, estava muito agitada e com curiosidade, própria daquela idade, mexia em tudo o que apanhava pela frente, até que conseguiu alcançar o napron onde estava o candeeiro, fazendo-o tombar para o chã. Depressa as chamas se espalharam, primeiro pelo quarto, depois por toda a casa. Por mero acaso ou destino, um soldado estava passando por perto, e ouvindo gritos vindo dentro da casa, não perdeu tempo, entrando por uma das janelas salvou primeiro o irmão, depois foi a vez dele e por último a irmã também foi retirada.

Saíram todos com vida e logo foram levados para o Hospital, o seu irmão não tinha sofrido nada, ele apenas teve algumas queimaduras que vieram a sarar, contudo, a sua irmã tinha sofrido graves queimaduras e acabara por sucumbir antes de chegar ao hospital.

Esta é uma história que nunca contei a ninguém, esta é uma história real. Quando a lembro, lembro-a em jeito de tourada e conto-a muito vagamente, apenas pequenos trechos, como o pequeno toureiro que enfrentou o touro pelos chifres, em jeito de brincadeira. Por coincidência ou não o meu signo é Touro.

Foi acaso, foi destino, não sei. Essa criança de três anos, é hoje um homem e pessoa. Essa criança cresceu normal, talvez só diferente na sensibilidade para a vida (será que afectou o cérebro?).
Esta história foi dedicada à minha irmãzinha, ANA MARIA, que nunca conseguiu viver a vida. Eu não dou mérito ao facto de ter sobrevivido, apenas à vida. É A VIDA QUE INTERESSA. Vale a pena pensar ou levar tão a sério aquilo que eu chamo de «mesquinhices» da vida? Fica para pensar.

Esta foi a primeira vez que tornei esta história pública, tentei um dia fazê-lo, mas por respeito a uma pessoa que esteve numa situação muito mais grave e delicada que a minha, retirei a publicação da história. Hoje essa pessoa, penso ter conseguido ultrapassar já os obstáculos mais difíceis. Eu teria mais dia, menos dia, que quebrar o gelo.

Foto de DAVI CARTES ALVES

A VIDA É BELA ! ANIME-SE!!!

Hoje o sol não deixou de brilhar soberano
Derramando sua luz ,
Que enche nossa alma de vida e alegria
Só por que você teima
Em ficar aí choramingando

Aquele travesso colibri, com seu prisma multicolorido
Hoje chegou atrasado
Mas não deixou de tomar, da sua água com mel
Só porque você esta vestida
Com essa máscara de melancolia

As azaléias neste mes de agosto
Não deixaram de matizar o jardim
Num agradável rosa pink
E de compor na cidade o dueto harmonioso
belissímo com o ipê amarelo
Só porque você não quer comer, gordinha

Lembra daquela fila de crianças, aquela que você gosta tanto!
Todas de mãozinhas dadas indo com a tia, brincar na cancha de areia
Não deixaram de mostrar a língua, me mandar beijos, me chamar de bobo
Fazer aquele sinalzinho com o dedo, e “explodirem em gargalhadas“
Só porque, você resolveu ficar o dia inteiro na cama, meu bem!

Sabe aquela chuva, que cai no final da tarde
Aquela fresquinha, fresquinha! Hoje foi mais forte!
E eu saí sem guarda chuva de novo
Mas ela não deixou de causar aquele corre-corre na Praça Tiradentes
Só porque você não quer atender nenhum telefonema, flofy!

Você percebeu como o sabiá estava animado nesta manhã?
Não! mas numa cantoria menina!
Ele não deixou de “ir ao trabalho“
Só porque a juriti, não lhe quer, doçura!

Oh meu amor, a vida não deixou de te chamar pra vivê-la!
Hoje, lhe sopraria uma brisa meliflua,
Um afago em seu cabelo, uma caricia em seu rosto
Pra gentilmente convencê-la
E pra si também tê-la.

A vida é bela!!! Gritou pra mim,
Depois de uma longa conversa animada,
aquele meu amigo
Aquele, que não tem as duas pernas,
e fica tocando sua doce flauta na Rua XV
Ele não se esquece, e não se esqueceu disso

Só porque aquele sapo
Não quer o teu beijo, minha princesa!!

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Dirceu Marcelino

O TREM DO MENINO MARCELINO BOM MENINO I - Ó Carmem Cecília...Avoco-te minha Musa...

"Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
P’ro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo ar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar.
( O trenzinho caipira: Heitor Villa Lobos)

O trenzinho do Menino Marcelino

...Voouuuu...!!!

Jáááaa...voouuuu...!!!

"Lá vai o trem com o menino” (adaptação, igual primeira parte)
Lá vai a lida a rodar
Lá vai criança, o menino...
Na cidade a sonhar...
Lá vai o jovem-menino
Pro o amor encontrar
Correndo vai pela praia,
Vai pela areia, a beira do mar
"Cantando pela serra do luar"
"Correndo entre as estrelas, a voar...

Voarrr...Voouuuu... Luaaarr... (sons de locomotiva)
Luaarr...
Vooouuu..uuu..uuu...

"Lá vai o trem c'o menino ( Segunda parte declamada)
“Lá vai a vida a rodar,”
Lá vai ex-criança, jovem-menino,
À cidade e noite a girar, (terceira parte cantada )
Lá vai o trem, seu destino,
O dia e noite encontrar
Correndo vai pela terra,
À cidade entre a serra e o mar.
"Cantando pela serra do luar"
Correndo entre as estrelas a sonhar...
Sonhar... luar, amar, no mar...

Até Itanhaémmmmm (Quarta parte apenas musicada)
À beira do mar...ar...ar
Fuuiiaaammooorrrr
Itanhaémmmm...

Jáaa... fuuiii...

Lá vem o trem do menino, (Quinta parte adaptada - retorno )
Após o amor encontrar,
Correndo entre a areia e o mar
Vem pela serra,
Do maaar,
Voltando pela serra do luar,
Correndo entre as estrelas a sonhar.

Sonhar, c'o mar, amaarrrr.......

Já fuuiiii

Voltaaarr ..voa ar.. Fuuiiuuuuu...amarr...

Fuuuiiiuuuuuuuuuuuu..voaaarrr...

NB. Não tenho a mínima intenção de mudar a letra do Grande Compositor HEITOR VILLA LOBOS, estou apenas fazendo uma adaptação da interpretação da música feita por "ZÉ RAMALHO", à segunda parte do vídeo-poema Nuvens de Fumaça I, de minha autoria (pois, pretendo a escrever sobre o tema), cujo vídeo-poema foi magistralmente ilustrado por CARMEM CECÍLIA, em You tube, no endereço seguinte:

http://www.youtube.com/watch?v=7fE5aNx-zQ4

OUTRA COISA: Estou apenas treinando, pois, quero aprender fazer video-poemas na Escolinha da Fernanda. E meu netinho, que não saber falar, tá aqui no meu colo, cantando comigo...

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